Touken Ranbu - Espadas Guardiães escrita por Sonnet


Capítulo 4
Cap 4




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— Então... Vocês voltam no tempo, utilizando um relógio temporal, para deter as ações de umas pessoas que se autodenominam revisionistas, que controlam um exército de “demônios” denominado de retrógrados, que querem modificar certos eventos importantes da história, mas até agora não sabem o motivo...

Cristina falara enumerando tudo nos dedos sem tirar os olhos de Izuminokami que acenava positivamente e respondia a todas as perguntas com seriedade e certo entusiasmo, mas quando se preparava para fazer outra pergunta ela o viu pôr o dedo indicador nos lábios e desviar os olhos em volta, curiosa acompanhou seu olhar em silêncio e notou que todos dormiam profundamente no chão, Horikawa estava ao lado do rapaz segurando a borda do casaco enquanto ressoava profundamente, Nagasone dormia estirado no chão mais afastado junto com Aizen que jogara uma das pernas em cima do abdômen do maior, encolhido na beirada do futon Yamatonokami dormia agarrado a um travesseiro como uma criança, os dois voltaram os olhos ao mesmo tempo acenando com a cabeça concordando que era muito tarde e deviam dormir também , ao mesmo tempo que ela sentira que enrolara seus dedos em algo macio e a ergueu lentamente olhando para a longa mecha verde imediatamente abaixou os olhos notando um peso sobre a coxa e viu Nikkari profundamente adormecido em seu colo, delicadamente ela levou os dedos que antes segurava a  mecha ate o rosto do rapaz notando as profundas olheiras que marcavam a pele alva lembrando do que Nagasone lhe dissera que o rapaz se recusara a dormir.

— Kanesada-san...

O rapaz estava de costas se encaminhando para o outro quarto quando escutou a voz dela soar baixa e gentil.

— Obrigada pela explicação e eu farei o meu melhor, por vocês.

Lentamente ele apenas virou a cabeça observando-a ajeitar Nikkari no travesseiro e depois cobri-lo com um dos lençóis que estavam no futon antes de olha-lo, o rapaz fez uma pequena reverencia antes de ir pro outro cômodo.

Cristina se deitou ao lado de Nikkari observando todos dormirem, tinha tantas perguntas ainda sem resposta, porem tinha a noção que precisavam estar descansados para as próximas horas, pois queria confrontar Ren novamente, sua mente vagava por tudo que acontecera desde do início das férias de verão e antes que percebesse seus olhos fecharam pesadamente.

—Obrigada...

—Mestra trouxe um lençol...

Izuminokami parou abruptamente na entrada com os braços cheio de lençóis novos, seus olhos pararam na jovem que dormia um sono pesado encolhida entre Nikkari e Yamatonokami, suspirando se aproximou dos companheiros cobrindo-os antes de deitar ao lado de Horikawa.

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Um barulho distante de batidas cadenciadas na madeira  seguida da voz de duas pessoas tiraram-na do torpor sonolento enquanto despertara, os olhos castanhos correram preguiçosos até a visão embaçada de Izuminokami em pé na porta, lentamente Cristina piscou os olhos tentando estabelecer o foco que demorava a se estabilizar, assim que conseguiu viu o rapaz com quem ele falava , era Hasebe uma das espadas que acompanhavam Ren , os dois pareciam conversar amigavelmente mas quando o rapaz terminara de falar a expressão no rosto de Izuminokami  era de profunda preocupação, Cristina sentiu como se um alerta soasse despertando sua mente de uma vez se sentando no futon assim que perceberam que ela acordara o rapaz de cabelos marrons se voltou fazendo uma reverencia, que prontamente correspondeu enquanto voltava os olhos para Izuminokami.

—O que houve Kanesada-san?

Cristina olhou alguns minutos para o rapaz de olhos turquesa que acenara com a cabeça despedindo-se de Hasebe antes de fechar a porta, preguiçosamente se esticou no futon ainda sonolenta e em silêncio escutou a porta do cômodo ser fechada e olhou fixo para o teto.

—Mestra...

Cristina desviou os olhos para o rapaz em pé diante da porta com os braços cruzados, seu tom de voz não tinha um tom reprovador, mas sim carregado com preocupação e seus olhos turquesa tinham uma seriedade que a fez se sentar rapidamente no futon olhando-o, em silêncio o viu se aproximar e sentar-se a sua frente olhando pra fora, sem entender o que acontecia ela esticou curiosa o pescoço e viu os demais vindo do jardim e assim que entraram se sentaram ao redor dela em silêncio fazendo uma leve referência, a morena correu os olhos se perguntando onde estava Aizen e Nikkari, mas antes que perguntasse sentiu alguém se sentar de forma relaxada ao seu lado, o que a fez olhar rapidamente pra pessoa, ao ver o ar moleque do ruivo ela sorriu e ergueu os olhos ao ver a capa branca de Nikkari, o rapaz lhe sorriu fazendo uma reverencia se encostando no batente da porta.

—Há uma decisão que toda Saniwa deve tomar ao formar seu grupo, ela deve delegar um capitão para sua formação... — Izuminokami falava encarando-a tentando ser direto sem deixar qualquer informação valiosa de fora. — Queremos que a mestra delegue um de nós como seu capitão...

“—Escolher um?” — Ela correu os olhos arregalados por eles que esperavam sua resposta em silêncio. “— Mas como eu escolho? E se eu escolher mal... E se eu escolher um e os outros ficarem magoados por não ter escolhido eles...”

A morena sentia cada vez mais o coração bater rápido indecisa do que deveria falar, nervosa ela trançava os dedos sem parar e de repente uma angustia começou a lhe sufocar, de repente a voz mansa e atrevida de Aizen lhe tirou dos devaneios.

—Se quer minha opinião eu escolheria o Kanesada-san, ele foi a espada do vice capitão do Shinsengumi e um dos mais experiente em campo nas lutas passadas...

A voz de Aizen soou despreocupada ao seu lado enquanto se estirava no futon olhando-a com seus imensos orbes dourados que lhe transmitiam segurança, a morena sorriu agradecendo silenciosamente aquela pequena intervenção, mas a voz descontente do rapaz a sua frente chamou sua atenção.

—Kunitoshi-kun não devemos interferir na escolha da Saniwa...

Izuminokami falara em um tom controlado, mas carregado de reprovação, porem quando o menor o olhou sorrindo dando os ombros Izuminokami sorriu demostrando uma pequena irritação enquanto tamborilava os dedos nos joelhos, mas uma pesada mão no seu ombro chamou-lhe a atenção fazendo-o desviar aos olhos para Nagasone.

— Eu concordo com ele, entre nós você que estava em campo liderando com mais frequência...

Izuminokami olhou para Nagasone que mantinha a expressão relaxada e lhe acenavam e leve com a cabeça demostrando que realmente concordava, os olhos turquesa do rapaz correram para os outros dois que estavam ao lado do homem, Yamatonokami e Horikawa também acenavam concordando silenciosamente fazendo-o soltar um suspiro resignado.

— Você aceitaria Kanesada-san?

Cristina falou notando que os olhos turquesas se voltaram para ela, sentia relaxada pela decisão partir de todos , mas que não impediu que um sentimento amargo de mediocridade devido a sua indecisão lhe atingisse fazendo-a desviar os olhos para o futon pressionando os dentes, porem ela não permitiu que aquilo durasse muito se lembrando do anuncio de Hasebe ela voltou os olhos para Izuminokami, o rapaz tentava manter uma face seria diante do sorriso zombeteiro de Nagasone e da face rubra de Yamatonokami que segurava o riso.

“— Será que eu fiz o certo... eu...”

Cansada das próprias indagações ela soltou um profundo suspiro, mas percebera que todos a observavam com um ar preocupado que ela logo compreendeu que era devido ao ferimento das costas, mas que estranhamente não sentia mais nada.

—Não se preocupem, estou bem, o corte não me incomoda e não sinto mais qualquer dor. — Ela sorriu tentando tranquiliza-los virando só olhos para seu novo capitão. — Então o que Ren queria?

— O Iwasaki-sama solicitou que você comparecesse na sala acompanhada do capitão de sua equipe... Tão logo o escolhesse...

Cristina acenou concordando levantando-se olhando em volta procurando algo para vestir, mas notou que as roupas que usara ao entrar no templo não estavam a vista e se virou olhando para Aizen que se mantinha sentado no futon observando-a , como se lesse a mente da morena ele sacudiu a cabeça negativamente enquanto falava.

— Suas roupas além de destruídas estavam cobertas de sangue...

Cristina suspirou lembrando-se do ferimento nas costas mediando a extensão da destruição, resignada ela ajeitou o kimono antes de pentear os cabelos ondulados e repicados que davam a ela uma aspecto meio selvagem como uma...”LOBA” , Cristina parou lembrando-se do sonho que tivera com a loba e da voz carregada de agonia que a chamava, em um ato instintivo ela desviou os olhos para o rapaz de cabelo verdes que estava encostado na entrada do quarto que dava para o jardim, ele tinha os braços cruzados e o olhar perdido no lado de fora e imediatamente um pensamento lhe passou pela cabeça, ele fora o primeiro a ser despertado, lhe protegeu com a vida na luta do templo, imediatamente um pensamento lhe passou pela mente, mas antes que se aprofundasse mais a voz de Izuminokami lhe chamou a atenção.

— Mestra devemos ir...

Cristina se virou indo na direção da porta e antes que o rapaz fechasse aporta se virou acenando para os que ficaram dentro do cômodo que lhe saldaram de volta, relutante ela desviou os olhar para o rapaz que lhe sorria e a encarava com o olho verde esmeralda, “ será que o magoara por não tê-lo escolhido para capitão?”, aquele pensamento fez seu peito comprimir e um ar triste se apoderou dos olhos dela antes que seu acompanhante fechasse definitivamente a porta.

 “—Eu tenho que falar com ele depois... Não posso deixar isso assim!” — Enquanto ajeitava a postura Cristina soltou um longo suspiro fechando os olhos e erguendo a cabeça na direção do corredor. — Vamos Kanesada-San... — Com passos firmes ela andava na frente sendo seguida de perto pelo rapaz que a observava levemente impressionado, pois ela demostrava agora um ar mais firme e sério enquanto andava até a sala. “—Agora vamos ver o que o SR. Eu sou saniwa, quer!!”

Assim que chegaram à porta Izuminokami se adiantou abrindo a porta se pondo ao lado dela, a morena estava parada inerte com os olhos arregalados contemplando o ser que se virara pra ela em cima da mesa.

— Bom dia Souza-sama...

A voz infantil a fez piscar várias vezes como se não acreditasse no que via, em cima da mesa havia uma pequena raposa branca e dourada com um pequeno colar em forma de relógio, os imensos olhos negros a encaravam com alegria e sua cauda felpuda balança lentamente de um  lado para o outro, todos aguardavam que ela entrasse para começarem a  reunião porem Cristina d se mantinha inerte com o olhar fixo na raposa e a boca entre aberta com um sorriso no canto dos lábios. Izuminokami pigarreou tentando chamar a atenção da sua mestra, mas vendo que não surtira efeito levou a amos as costas dela dando um pequeno empurrão, imediatamente a viu piscar e olha-lo como uma criança que vê pela primeira vez um filhote e naquela hora ele deu um leve sorriso antes de acenar com a cabeça para que entrassem e finalmente a morena se moveu sentando-se diante da mesa quase ao lado de Ren.

— Souza-sama, esse é o Konosuke um mensageiro do templo responsável por repassar as informações necessárias as Saniwas em batalha.

Hasebe foi quem fez as apresentações, como sempre cordial apontou para a pequena raposa, Cristina acenou com a cabeça olhando-a segurando a vontade de agarrar aquele pequeno e fofo animal na sua frente.

—Isso quer dizer que o templo está vindo nos resgatar?

— Ao contrário...

Ren suspirava passando uma das mãos pelo cabelo nervosamente fazendo com que ela entendesse que havia algo grave acontecendo, respirando fundo ela notou que a raposa a olhava com insistência.

— Como assim...

—Senhorita Suzuki temos uma ocorrência de uma interferência do exército retrogrado nesse lugar nessa época exatamente... E vocês terão que impedi-los.

Cristina sentiu a respiração ficar pesada e um embrulho queimar seu estomago, não esperava algo assim tão cedo, pois primeiro queria aprender até mesmo a controlar seus poderes, tentando controlar a angustia e ansiedade que lhe invadiam ela fechou os dedos na barra do kimono sobre as pernas, mas de repente sentiu uma mão firme em seu ombro que lhe transmitira automaticamente a sensação de segurança e confiança, sabia que eles precisam e confiavam nela e não podia fraquejar agora, com firmeza na voz ela se voltou para a raposa.

— Konosuke pode nos passar os dados dessa missão...

A pequena raposa lhe deu um pequeno sorriso de satisfação e um brilho de orgulho emoldurou os olhos negros, porem um ar mais sério tomou conta de sua voz quando ela se aproximou fincando frente a frente com ela.

—Souza-sama é nosso entendimento que não tenhas o adequado treinamento e nem a vivência em batalhas... Mesmo assim a senhorita está disposta a participar desta missão?

— Sim.

Sem qualquer dúvida na voz ela respondeu com segurança, e durantes as horas que se seguiram Konosuke lhes passou todo o histórico dos eventos indo embora após deixar duas pequenas sacolas em cima da mesa, Ren as pegou estendendo uma para Cristina.

— Vou só explicar o plano uma vez...

—Novidade...

Cristina falou sem encara-lo com um tom seco e sarcástico enquanto abria a sacola sem dar atenção ao barulho do ranger de dentes do loiro ao seu lado, havia apenas dois objetos lá dentro um pequeno globo azul escuro e um relógio de bolso pequeno.

— Esse globo é o mapa aonde aparecera a localização dos exércitos... — Ren pegou o globo dele e girou até que um som de clic fosse ouvido e na frente deles surgisse um holograma do mapa da região em detalhes. — O relógio se ativara assim que a missão for completada e nos levara de volta pro templo sem segurança, não o perca!!

Ren fez um sinal para Hasebe pedindo que chamasse a todos para que fosse explicado o plano de ação pois ainda não sabiam qual evento ocorreria, tenso o loiro observou Cristina que ainda tinha a pele pálida e os lábios rachados, estavam no meio de uma provável guerra e ela não estava na sua saúde perfeita... Isso poderia ser muito perigoso ainda mais que seu poder estava... Os olhos azuis dele correram para os pulsos que tinham as munhequeiras de restrição.

—Ren...

A voz dela soou baixa e sem qualquer hostilidade o que causou um certo espanto a todos que chegavam, o loiro se virou para ela observando-a inerte ao seu lado com os olhos arregalados cravados no holograma que ele ativara, como se algo passasse pela sua mente ela piscou levanta uma das mãos a boca.

Cristina olhava o mapa sem acreditar, a data coincidia com o evento que lembrara tal como o local, sentindo cada musculo do seu corpo tenso ela suspirou sentindo a presença dos outros rapazes que se sentavam atrás dela.

—Heshikiri-san... Que dia é hoje?...

—Precisamente... não sabemos precisar o dia, mas estamos no mês de junho de 1281...

Cristina olhou diretamente para Hasebe sentindo uma agitação a invadir e quando suas dúvidas se transformaram em certeza ao escutar a data e vendo o mapa a sua frente se virou tremula olhando para Ren que a encarava com os orbes azuis e quase em um sussurro ela disse:

— A segunda invasão mongol...

Ren desviou os olhos dela para o mapa do Japão se lembrando da história das batalhas e da data, então era esse evento que eles queriam modificar, serio ele suspirou se virando para ela. Por horas eles ponderaram as estratégias que usariam, até que anoitecera e o jantar ficara pronto e decidiram continuar no outro dia. Durante todo o jantar Cristina notou que Nikkari estava serio e profundamente calado, as vezes dava atenção para Nagasone e Horikawa que sentaram próximos a ele, após a janta ela tomou um banho quente e foi pro quarto sentindo-se exausta e se jogou no futon agarrando o travesseiro repassando mentalmente tudo que acontecera soltando um longo suspiro enquanto rolava de um lado pro outro, parou lembrando do rapaz de cabelos verdes, queria conversar com ele por que não suportava pensar que o ofendera, mas aquela hora deveriam todos estar dormindo pois não o vira a pos a janta, resignada ela fechou os olhos mas seu cérebro não parava de trabalhar pois sentia que havia algo que eles estavam deixando passar, sentindo-se agitada ela se levantou e abriu a porta que levava ao jardim.

— Ojou-sama... Está sem sono?

Cristina estremeceu ao ver Nikkari sentado no chão, encostado em uma pilastra segurando um copo de chá, o rapaz lhe sorria de forma relaxada e vendo-a em silêncio fez um sinal batendo no chão ao seu lado convidando-a para se sentar, lentamente ela se aproximou sentando-se e o viu estendendo outra caneca com chá, prontamente aceitou bebendo o liquido quente e levemente amargo sentindo o corpo dar uma pequena relaxada, mas assim que escutou a voz dele ela sentiu seu coração bater mais rápido.

—Algo está te preocupando... — O rapaz falava olhando-a com o rosto inclinado com um brilho sério no olho verde esmeralda e a viu desviar os olhos castanhos dos seus passando a mão nervosa nos cabelos. — Não se preocupe com a batalha tudo correra bem... Eu não permitirei que nada lhe aconteça...

Sentindo o coração vacilar ela abaixou os olhos para o liquido dentro da caneca rustica, ela sabia perfeitamente que ele lhe protegeria, como fez desde que despertou, mas havia algo mais que a incomodava e tinha receio da resposta dele, tensa ela soltou um longo e profundo suspiro ajeitando os ombros sem tirar os olhos da caneca.

—Aoe-san... Você ficou chateado com o fato que eu escolhi o Kanesada-san para ser o capitão? — Cristina apertava a caneca nas mãos sentindo um incomodo no estomago tamanho o nervoso, quanto mais ele ficava em silêncio mais sentia a garganta ficar seca. — E-eu não sabia como escolher sem que ficassem ressentidos... Eu não queria que você se sentisse menosprezado...

— Por que eu ficaria magoando com isso?

— Por que você foi desperto primeiro e me protegeu no templo antes que eles despertassem... Quero dizer...

Cristina sentia sua garganta se fechar e o coração bater mais rápido, queria olhar pra ele mas não tinha coragem, pois não queria ver qualquer expressão de magoa ou tristeza no rosto dele, enquanto esperava a resposta um silêncio caiu entre eles deixando-a cada vez mais agoniada, mas antes que se prolongasse mais ela sentiu uma mão puxar uma mecha do seu cabelo roçando o dedo em sua bochecha fazendo-a virar o rosto para olha-lo, o rapaz lhe sorria com um brilho terno nos olhos enquanto a observava.

— Mestra eu não tenho qualquer magoa sobre isso, sua decisão foi acertada apesar de que ele não gostou da forma que foi escolhido, eu não ambiciono este cargo... Apesar de que ele me deixaria mais tempo ao seu lado... — O rapaz soltou um leve risada erguendo os olhos lembrando da pequena votação que se seguiu e do rosto contrariado do rapaz, mas quando voltou a encara-la viu-a rindo da situação que ocorrera com um leve rubor, invadido por uma enorme necessidade de ser atrevido ele se inclinou na direção dela com um sorriso mais malicioso. — Porem gostaria que a Ojou-sama me concede-se um pedido...

Cristina não sabia o porquê, mas um leve tremor se espalhou pelo corpo arrepiando a pele ao ver o rapaz se inclinar na sua direção ainda segurando a mecha brincando com ela entre os dedos finos,  estava tão perto que consegui ver entre as mechas que cobriam a lateral do lado direto do rosto, o orbe com um brilho vermelho que contratava com o verde do outro olho, hipnotizada sem falar nada ela apenas acenou positivamente e o viu dar um largo sorriso.

— Não precisa ser tão formal comigo...

Cristina piscou várias vezes e soltou uma risada nervosa sem conseguir desviar o olhar, em um fio de voz ela sussurrou.

— Posso te chamar só de Nikkari? — Ela o viu assentir positivamente com a cabeça sem se afastar, sentindo o rosto queimar ela colocou o dedo indicar no nariz dele fazendo-o se afastar um pouco para que ela conseguisse respirar. — De acordo... Se você não me chamar de mestra de novo...

— Ojou-sama pode?

O rapaz falara erguendo a sobrancelha enquanto sorria largando a mecha do cabelo e segurando com delicadeza a pequena mão que pairava na sua frente com o dedo indicador no seu nariz, a morena riu maneando a cabeça antes de falar.

—Tudo bem... Pode me chamar de Ojou-sama, mas... Também por Cristina... — Ela sentia o coração bater rápido o bastante para sua respiração começar a ficar irregular e suspirou aliviada ao ver que ele se sentara normalmente ao seu lado. — Acordo feito?

Nikkari sorriu voltando o orbe verde esmeralda para ela ainda segurando a pequena entra a sua, colocando um sorriso satisfeito nos lábios ele levou a ponta dos dedos aos lábios finos beijando com delicadeza falando.

Hai.

Cristina sorriu saboreando o chão com calma, aquele silêncio entre eles ano era ruim, era tão aconchegante que lhe trazia uma paz morna, de repente um barulho de passos os fez se entreolharem antes de desviarem o olhar para a curva do engawa e de repente Hasebe a apareceu respirando fundo com as vestes tortas como se fosse acordado rapidamente, ele se virou para Cristina e Nikkari se aproximando rapidamente.

—Suzuki-sama, chegou uma mensagem do templo...

Cristina viu o vulto de Nikkari transpassara sua frente e prontamente lhe estender a mão para ela levantar, prontamente os dois seguiram o maior até a sala onde Ren se encontrava sem camisa e só de calças, Cristina o observou e bufou se sentando sentindo o rosto queimar, o loiro lhe deu um olhar sarcástico e antes que ele lhe falasse algo ela notou a camisa dele no chão amassada, em um movimento rápido agarrou a peça arremessando direto no rosto do loiro.

— Depois morre de pneumonia e me culpa!!!

Ele agarrou o tecido rosnando antes de se vestir e com um olhar frio ele encarou o rapaz de cabelos verdes que se mantinha ao lado dela.

— Já trocou de capitão.... Tão volátil...

—Há claro eu durmo com ele em uma coleira... — Cristina o encarou rangendo os dentes com um sorriso raivoso. — Eu converso com as espadas que fizeram contrato comigo e não fico aplicando a submissão de forma tão inútil. — A morena o encarou estreitando os olhos confrontando os olhos azuis que chispavam de raiva, mas antes que algo acontecesse ela sentiu a mão de Nikkari na sua delicadamente e suspirou, aquele toque quente e suave a fez se arrepiar e se controlar. —Você me chamou com urgência com uma mensagem do templo...

O loiro fez um sinal para Hasebe que prontamente desligou a luminária, assim que todo cômodo ficou escuro ele pegou o globo acionando-o fazendo o mapa surgir a frente deles novamente, Cristina arregalou os olhos ao notar que havia um ponto vermelho que piscava cada vez mais rápido.

— Esse é o ponto onde a energia deles está se tornando cada vez mais crescente... —Ren se levantou ficando em pé e apontou para o mapa fazendo um desenho com uma luz que irradiava do dedo indicador. — Aqui é onde foi feito a barreira fortificada e onde o exército mongol ira desembarcar, provavelmente que eles vão atacar a fortificação que protege a cidade.

Cristina sentiu a mãos de Nikkari em seu ombro e o cabelo dele roçando em seu pescoço.

—Ojou-sama...

A voz rouca e baixa dele sussurrada rente ao seu ouvido causou um arrepio delicioso que se espalhou pelo corpo dela acelerando os batimentos cardíacos com tanta força que uma quentura invadiu seu rosto, envergonhada ela se manteve com a cabeça voltada para o mapa sem responder e antes que pudesse controlar o rubor do rosto e os batimentos  sentiu a mão do rapaz nas suas costas deslizar da nuca ao ombro fazendo seu coração bater mais forte do que antes tornando a respiração mais difícil, lentamente ela virou o rosto e retesou ao encarar os olhos verde esmeralda que a encarava com um brilho intenso enquanto seus rostos estavam tão próximos que sentia a respiração dele roçar seus lábios, após alguns segundos o viu se afastar com um brilho mais intenso nos olhos que não desviavam dos dela.

— Deseja que eu chame o Kanesada-san para a reunião...

Cristina piscou algumas vezes antes de acenar positivamente mexendo sem jeito na mecha do cabelo levando pra trás da orelha, mesmo no escuro o viu dar um sorriso com o canto dos lábios e sua voz soou novamente em seu ouvido como um sussurro.

—Tão fofa...

Cristina sentiu o corpo inteiro estremecer antes de ouvi-lo sair de perto e fechara porta, tinha total conhecimento que seu rosto estaria rubro então decidiu mantê-lo abaixado, porem ela notou que Ren se mantinha em silêncio e levantou o olhar para o rapaz que se mantinha de pé com os braços cruzados encarando-a, sem graça ela pigarreou longamente e falou suspirando sem encara-lo.

— Esperemos meu capitão designado... — Cristina deu os ombros sorrindo e forma irritante quando o encarou. — A menos que o Sr. Saniwa esteja com pressa...

Ren não respondeu apenas se virou olhando para o mapa com um ar contrariado, Cristina correu os olhos pelo cômodo com o pensamento naquela sensação de calor e formigamento a respiração de Nikkari tocara, seu coração acelerou ao lembrar-se do brilho intenso naquele olho verde e da proximidade da boca dele com a sua, sentindo o rosto queimar de novo ela piscou várias vezes na tentativa de se manter concentrada, mas sua atenção se desviou para algumas roupas embaixo da pequena mesa, um sobretudo azul marinho em uma espécie de estola branca estavam emboladas como se fossem jogadas ali.

“—Aquela roupa não é do Ren...”

Cristina ergueu o olhar encarando rapidamente o rapaz de cabelos marrons sentado atrás da mesa que ainda tinha a camisa social meio amarrotada, de repente os olhos lilases do rapaz se encontraram com dela e rapidamente os desviou corando, nesse instante o barulho da porta de correr fez com que Cristina se virasse.

—Muito bem já que seu capitão chegou podemos começar então...

Izuminokami fez uma pequena reverencia se sentando atrás de Cristina olhando-a como se pedisse desculpas pela demora porem apenas a viu dar um sorriso acenando negativamente com a cabeça para tranquiliza-lo antes que Ren começasse a explicar toda a movimentação que poderiam fazer baseada na ação que o inimigo poderia tomar, após longas e divergentes opiniões ambos concordaram a estratégia de sufocar o ataque dos retrógrados antes que chegassem a fortificação.

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—Mestra...

Cristina se virou parando de andar olhando para o rapaz a suas costas que estava com uma expressão muito séria, lembrou-se que durante a reunião ele ficara calado a encarando algumas vezes com um ar preocupado.

—Mestra... Você sabe usar seus poderes?

Cristina entendeu de imediato ao que ele se referia, ela mesma tinha tentando não pensar nisso devido as lembranças de sua infância, mas com esse questionamento tinha certeza que deveria contar algumas verdades pois agora seus poderes seriam vitais na batalha que se aproximava, lentamente ela passou o dedo sobre as munhequeiras e elevou os olhos para o rapaz a sua frente.

— Venha Kanesada-san tem algo que vocês precisam saber.

Assim que ela entrou no cômodo ela fez um sinal pedindo que todos se sentassem ficando de pé, sua mente estava agitada pois prometera a Akihito e Rafael nunca revelar aquilo pra ninguém.

— Sei que Aizen já contou sobre quando meus poderes despertaram e sobre a mão de Akihito. — Ela os olhos rapidamente encontrando com os olhos dourados do ruivo com um brilho que demostrava saber o que ela estava pensando. — Meu pai, Rafael, decidiu então selar meus poderes suprimindo-os... Porem após eu completar 15 anos meus poderes começaram a sair do controle... A energia escapava do selo fazendo com que ele tivesse que ser refeito cada vez mais forte até que, meu pai teve...

Cristina franziu o cenho estreitando os olhos ao lembrar dos acontecimentos, ela passou os dedos nas munhequeiras que caíram pesadas no chão como se feitas de ferro e dentro delas havia um selo  em dourado de obliteração, todos se mantinham em silêncio com os olhos arregalados com uma expressão de surpresa e descrença no que viam quando ela estendeu os pulsos e neles havia algo como se fosse uma queimadura ou cicatriz que lentamente se movia, ela então fechou os olhos suspirando fundo e de repente o ambiente se tornou morno espalhando uma sensação confortável e relaxantes em volta deles pequenas flores sino amarelas quase transparente plainavam.

— Sinto-me tão …leve

Yamatonokami sussurrou jogando a cabeça de lado sorrindo, ao seu lado Nagasone respirava fundo como se relaxasse, Horikawa deu um sorriso largo olhando para Izuminokami enquanto falava:

— Me lembra os ventos de verão que vinham para refrescar o calor,

— Essa é a energia da nossa mestra...

Izuminokami sussurrava com um brilho de orgulho estampando nos olhos enquanto observava-a, porem ao ver um brilho entristecido nos olhos castanhos dela notou que havia algo de errado, atento a cada ação dele o rapaz de cabelos verdes se mantinha sentado sob o futon, seus olhos bicolores acompanharam a movimentação da energia que começava a se tornar visível e aos poucos tomava uma singela forma, delicadamente tirou a luva preta amparando na palma da mão uma pequena flor sino que transmitia um calor tão reconfortante que se es espalhara pelo corpo esvaindo qualquer sinal de fadiga das noites anteriores.

—Durante os últimos anos meu pai Akihito me treinou para controlar a minha energia para suprimi-la diante do conselho junto com os dois selos que Rafael colocou...

—Mestra... — Nagasone tinha um tom de voz questionador e vacilante como se pensasse em algo naquele estante. – Para nos despertar não dependo só da nossa aceitação do contrato e do seu sangue, seu poder espiritual tem que forte o bastante para nos dar forma física e você materializou Nikkari e logo após nós quatro usando-os...

Cristina acenou positivamente pegando as munhequeiras tentando ajeita-las com cuidado nos pulsos em silêncio, havia um brilho de admiração nos olhos dourados dele quando desviou os olhos para os demais antes de se virar novamente pra ela.

—Mestra você nos acordou mesmo com dois selos de obliteração e contenção? Como isso...

—Como eu disse, Akihito me treinou para suprimir os meus poderes..., mas eu treinei sozinha para controla-lo, mas por causa dos selos eu sinto dor quando excedo o limite...

 Ela ajeitou-as nos pulsos com um sorriso triste enquanto Aizen se aproximara em silêncio dela pegando a outra para ajudá-la falando em tom mais baixo.

— Os poderes de Cristina não podem mais ser contidos... E é muito perigoso tirar os selos dos pulsos... — Aizen sentia o silêncio quase sepulcral no cômodo quando terminou a sentença. — A energia está a tempo demais suprimida e há uma possibilidade de que ao serem retirados a energia consuma ...

O ruivo parou trincando os dentes enquanto ela afagava os cabelos dele com carinho, todos se mantiveram em silêncio por alguns minutos sem conseguirem se entreolharem, Nikkari olhou a flor em sua mão se desfazer lentamente como se nunca tivesse existido.

— Senhorita Suzuki...

Uma voz rouca e calma veio da porta que dava pra parte de dentro da casa juntamente com três leves batidas, temerosa devido a energia que liberara, Cristina olhou em volta agitada checando se não havia vestígio algum do seu poder no cômodo, notando sua agitação Nagasone se aproximou pegando uma das munhequeiras enquanto sussurrava notando que ela parecia querer ocultar algo.

—Mestra se eles já sabem por que esconder ...

—Eles estão cientes dos meus poderes, mas não sabem dos selos... Quero evitar mais, problemas com o conselho...

Cristina falara com um sorriso nervoso enquanto corria os olhos para o grupo que a encarava, uma forte dor comprimia seu peito ao pensar que eles não compreendessem o que isso implicaria, pois um integrante do clã Suzuki selara os poderes de uma saniwa ocultando-a do templo principal e sendo essa pessoa o primogênito a retaliação poderia ser dirigido ao clã inteiro, mas antes que falasse algo viu Izuminokami fazer um sinal para Horikawa que imediatamente foi até a porta em silêncio sem fazer qualquer barulho com os pés e segurou com firmeza  porta caso o visitante a abrisse, Nagasone que estava mais perto dela ajudou Aizen a fechar os selos antes de fazer um sinal pedindo que todos se sentassem em uma pequena roda enquanto puxava a morena pela mão apontando onde ela ficaria, nesses rápidos minutos ela se deu conta que todos haviam entendido os motivos do segredo e com aquelas ações deixaram bem claro que o guardariam; assim que estavam sentados Izuminokami  se inclinou para ela sussurrando:

—Seu segredo estará seguro conosco mestra... Estaremos ao seu lado para qualquer consequência...

Cristina sorriu sentindo um grande alivia a invadir e moveu os lábios em um silêncioso obrigada e lentamente olhou os demais que sorriam acenando a cabeça concordando com as palavras do amigo, suspirando fundo ela fez sinal para que Horikawa abrisse a porta, ato que o rapaz fez imediatamente revelando que quem batera fora Shokudaikiri e trazia em suas mãos algo enrolado em um pano escuro, seu olho dourado pousou na morena que estava sentada rodeada pelos rapazes, ela lhe fez um sinal para que entrasse e chegasse perto.

— Senhorita Suzuki... eu sou Shokudaikiri Mitsutada... — o rapaz se sentou sob os calcanhares antes de fazer uma pequena reverencia. — Eu peço perdão pelo golpe que lhe dei no templo...

—Não foi você Mitsutada-san, não sou totalmente leiga com os ensinamentos do templo e sei o que ele fez... — Cristina franziu o cenho ao encarar o rapaz a sua frente, ele usava um tapa-olho quase escondido na franja densa preta que em seu rosto, seu olho dourada assumiu um brilho de alivio e seus lábios delineados tinham um sorriso mais calmo. —Eu também tenho que agradecer, o remédio que você nos deu foi de grande ajuda...

O rapaz de um largo sozinho e fez uma pequena reverencia antes de estender para ela objeto envolto no pano cinza escuro, ele tinha um brilho mais sério no olhar quando falou.

—Todas as espadas que aceitam a saniwa merecem ficar com sua mestra...

Após falar isso o rapaz acomodou o objeto nas mãos da morena que as tinha estendido quando o vira estender o objeto, assim que o tecido macio tocou seus dedos ela sentiu o corpo todo ser invadido por uma eletricidade arrepiante e sem saber como sabia que ali tinha uma espada e rapidamente  olhou para Shokudaikiri que lhe sorriu sem graça.

—Como você...

—Quando vocês fugiram da sala eu notei que uma tantou estava caída no chão ocultada por este pano...

Cristina repousou o objeto nas coxas enquanto abria sem demora o pano que a envolvia revelando uma tantou de bainha preta e o punho era ornamento com fios de algodão branco, delica mente ela passou a ponta dos dedos e sentiu uma forte energia vindo da pequena espada, estava tão absorta que só viu quando o rapaz se despedia na porta com um aceno de cabeça dando apenas o tempo dela acenar levemente a mão antes que a porta se fechasse.

— Hum... eu acho que é o Yagen...

Aizen se aproximara curioso com um sorriso no rosto, mas antes que se abaixa-se ao lado dela a viu dar um largo sorriso com um brilho determinado nos olhos se levantando rapidamente aconchegando a espada contra seu peito.

— Tem algum local que possamos desperta-lo em paz?

Todos se entreolharam em silêncio pensativos, porém Yamatonokami se adiantou fazendo um sinal com a cabeça.

—Quando eu e Horikawa-san fomos na cozinha... nós vimos um dojô afastado da casa principal...

O rosto da morena se iluminou comum sorriso e ela se adiantou pegando na manga do casaco dele.

—Me mostre onde Yasusada-kun...

O rapaz assentiu se antecipando fazendo-a segui-lo, com passos rápidos eles andaram pelo engawa saindo da casa principal indo na direção de um vasto jardim que ao fundo tinha uma enorme construção de madeira e assim que entraram Cristina parou  impressionada era um dojô amplo e bem arejado, o chão e as pilastras eram de madeira lisa e bem tratada e um aroma levemente perfumado invadia o local fazendo-a se sentir em total paz e uma tranquilidade morna a invadiu, em silêncio ela se dirigiu para o centro do dojô e notou que os rapazes ficaram afastados como se em respeito ao que ela fosse fazer, com delicadeza ela se ajoelhou pondo o objeto em cima do pano estirado no chão, pensativa ela olhou para  mão onde o corte de Nikkari havia cicatrizado, por alguns minutos ela ficou ali pensativa sentindo-se estranha e sem conseguir pensar ela tirou a tantou da bainha e passou a belíssima lamina com leveza pelo dedo, uma sensação de ardência e queimação a fez morder os lábios de nervoso, porem aquele pequeno corte foi  profundo o bastante e seu sangue escorrer rápido e abundante pelo fio afiado parando na borda de metal entrando dentro do punho como se fosse sugada, uma sensação familiar de formigamento tomou conta dela e imediatamente ela pós a pequena lamina no pano e se levantou dando dois passos para trás, de repente um pequeno tufão se formou ao redor da tantou e pequenas gostas do sangue voavam ao redor dela formando várias linhas que começaram a rodar cada vez mais rápido quando uma singela luz surgiu erguendo-a formando uma redoma pulsante que puxara as linhas de sangue mesclando-se a ela, um brilho rápido e ofuscante invadiu todo o espaço fazendo com que Cristina fechasse os olhos instintivamente, a luz desapareceu rapidamente como se não tivesse existido e no meio do dojô tinha uma silhueta pequena de um rapaz  apoiado em um dos joelhos com a cabeça erguida, um par de olhos  lilás claros a encarava com interesse, sua expressão era séria e um pouco fria.

— Eu sou Yagen Toushirou...

Cristina parou surpresa ao escutar a voz dele, apesar de sua aparência ser de um pré-adolescente sua voz era grossa e imponente, ela se aproximou o rapaz se levantava, mas antes que falava algo a voz grossa e carregada de raiva ressoou nas paredes de madeiro do dojô.

— O que você acha que está fazendo???

Ren estava parado na porta do dojô com os três acompanhantes ao seu lado, seus olhos azuis tinham um brilho de ira quando avançou rapidamente para a morena que estava em pé no meio do dojô, mas antes que chegasse uma pressão invadiu o ar fazendo-o para antes de alcança-la, se interpondo no seu caminho estava Izuminokami, Nagasone, Yamatonokami, Horikawa, Aizen e mais perto de Cristina estava Nikkari e Yagen , todos com as laminas desembainhadas na clara intenção de que se ele avançasse atacariam sem remorso,  o loiro mal ergueu a mão Hasebe, Ookurikara e Shokudaikiri já estavam ao seu lado, mas antes que algo acontecesse Cristina passou entre os rapazes, com Nikkari e Yagen a acompanhando, parando na frente de Ren com um olhar sombrio encarando o rapaz fechou o punho cerrando as sobrancelhas, ato que não passou desapercebido por ela.

— Ren... se você erguer sua mão contra mim não voltara a baixa-la...

O loiro a encarou se curvando ficando com o rosto bem perto do dela, a raiva era tão visível em seus olhos que se fosse outra pessoa já teria desviado o olhar, mas Cristina prometeu a si mesma nunca abaixar os olhos pra ninguém.

—Você tem alguma noção do que fez?? — Ren sentia seu sangue ferver, mas tinha consciência que não podia deixar algo transparecer. — Teremos uma luta em menos de 5 dias e você não tem energia sobrando para ficar brincando de despertar Toudans!!

— Eu estarei bem até lá, Ren...

O rapaz ficou em silêncio encarando-o com desprezo antes de se virar e sair com passos pesados.

— É o que eu espero Suzuki... Não sabote minha missão ou pois prazer em ser seu carrasco no conselho...

Após a saída dele o silêncio imperou naquele imenso dojô, Cristina apenas escutou o som das espadas voltando para a bainha não conseguindo escapar um sorriso, mas por mais que não quisesse tinha que admitir que Ren estava com uma ponta de razão deveria conservar sua energia para a luta sendo que esta seria sua primeira e não sabia quanto tempo duraria, quando se virou notou o par e olhos lilás em si.

— Toushirou-kun... eu me chamo Cristina Suzuki.

—Taichou. — O rapaz fez uma reverencia sem tirar os olhos dela. —Ao contrário dos meus irmãos fui criado para o campo de batalha pode confiar em mim, espero que nós demos bem.

Os rapazes se aproximaram saldando o rapaz que parecia conhece-los bem, mas não sorria uma única vez, Cristina ficou um pouco afastando sorrindo esfregando os olhos devido ao sono.

— Melhor voltarmos... mestra.

Cristina bocejou com a mão na boca olhando pro rapaz ao seu lado que a olhava com a cabeça levemente inclinada com um sorriso maroto nos lábios, ela se lembrou do vulto dele na sua frente antes mesmo de Ren dar o primeiro passo e cruzou os braços sorrindo.

— Obrigada de novo Aoe-san...

Assim que escutou ser chamado de maneira tão formal um sorriso contrariado emoldurou seus lábios finos Cristina apenas sorriu vitoriosa dando uns passos na frente dele deixando claro que usaria o modo mais formal quando ele a chamasse de mestra, porem quando estava mais a frente não viu que surgia um brilho mais forte nos olhos bicolores ao mesmo tempo que os lábios dele se curvavam em um sorriso agradável.


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