Em questões de minutos nossas roupas foram arrancadas com voracidade por ambos os lados. Minha cabeça pendeu para trás e logo a apoiei em seu ombro desnudo, marcando a pele branca de seu pescoço com chupões.

— Jin... — ele rosnou agarrando o meu pulso o direcionando para seu membro.

De inicio eu estava tímido, mas ao ver aqueles gemidos singelos se transformarem em algo prazeroso deixei a insegurança de lado e aumentei a velocidade dos movimentos vai-e-vem.

Pude ter a visão do Taehyung com a boca entreaberta e os gemidos saindo entrecortados, e posso dizer... aquela era uma das melhores visão que já tive em toda a minha vida. Um sentimento estranho invadia meu peito de forma desesperada, talvez eu gostasse do Taehyung mais do que gostaria de admitir. Interrompi os movimentos quando percebi seu corpo começar a ter espasmos e recebi em resposta uma feição indignada e um gemido de reprovação vindo do Taehyung.

— Você não é o único que pode brincar com as pessoas por aqui Kim Taehyung — sussurrei próximo ao seu ouvido com a voz rouca. Empurrei-o de volta no colchão e minhas mãos vagaram por toda a sua barriga definida, deixei selares molhados por toda a região.

Direcionei minhas mãos até suas coxas grossas apertando-as, Tae deixou suspiros vagarem livres pelo ar. Voltei minha atenção para seus lábios que estavam vermelhos por serem maltratados por seus próprios dentes que ainda se encontravam ali. Minhas mãos se enterraram seus cabelos castanhos sedosos e vez ou outra sentia o quadril do Tae ser forçado para frente um pouco desesperado. Parecia que alguém estava um pouco apressado, não é mesmo? Vamos ver quem irá ser o passivo dessa vez.

Aproveitei e introduzi um dedo, então mais um e mais outro. Ele estava pronto, com esse pensamento assim o fiz, penetrando-o devagar para então puxar os pulsos do mesmo prendendo-os logo acima de sua cabeça.

Nossos dedos se entrelaçaram automaticamente. Taehyung escondeu seu rosto na curva de meu pescoço, pude sentir seus gemidos abafados em minha pele que no momento estava sensível.

De repente o quarto havia ficado ainda mais quente do que eu me lembrava de ser, o que ajudou para que as investidas que eu dava se tornarem ainda mais profundas e intensas. Nossos gemidos agora eram ouvidos em uníssono, quase que em sincronia. Poder sentir Taehyung, sentir ele por completo era como um presente dos deuses, nada poderia dar errado no momento.

Segurei o queixo dele e o puxei para um beijo onde nossas línguas se enroscaram de um jeito que nunca havia imaginado ser possível. Vê-lo assim, com as sobrancelhas levemente contraídas, os suspiros e os olhos fechados com um pouco de força o tornava ainda mais sexy do que era.

E ali pude conhecer a verdadeira essência de Kim Taehyung, e ela era esplendida.

Suas mãos largaram o lençol branco e seus braços abraçaram meu pescoço, senti seu corpo tremer abaixo de mim e logo soube que ele estava quase lá. Eventualmente aumentei a velocidade das estocadas e não demorou muito para ele chegasse ao limite, e então eu.

Deixei meu corpo cair pesadamente ao lado de Taehyung no colchão completamente exausto.

Um selar casto foi depositado em minhas bochechas rubras pelo esforço. Sorri satisfeito comigo mesmo.

Talvez me apaixonar por Taehyung não seria de todo ruim. Talvez.

➳➳➳

Durante todo o dia por algum motivo não aparente eu não conseguia olhar o Yoongi nos olhos. Talvez me sentisse culpado por ter dormido com o cara responsável por tudo o que tinha acontecido. E aquele pensamento me fazia sentir náuseas de mim mesmo, fazia me sentir horrível.

Jimin e Hoseok não sabiam de nada que havia acontecido e nem imaginariam algo do tipo. Então evitei abrir a minha boca o máximo possível.

Sai da universidade praticamente voando, teria que terminar um trabalho para o próximo dia depois do trabalho.

Não tive tempo de parar em casa então fui direto para o Red Velvet Coffe.

— Por que está com essa cara? — Wendy se debruçou sobre a ilha que havia entre a parte da frente da cozinha e o balcão onde se encontrava uma Irene sonolenta.

— Não é nada... — tentei desconversar.

Hoje o dia estava parado, dez ou doze pessoas tinham a parecido desde que abrimos.

— Eu conheço você Jin, tem algo aí, está gostando de alguém? — Uma de suas sobrancelhas se ergueu.

Corei furiosamente e antes que pudesse dizer algo ouvimos a porta se abrir. Ergui o olhar e Taehyung estava ali parado, me encarando surpreso.

— Jin!

— Tae... — murmurei extasiado. As lembranças da noite anterior vinham como flashes toda vez em que eu piscava. Novamente senti o sangue se concentrar em minhas maçãs.

— Você... trabalha aqui? — Se aproximou com um olhar sugestivo. Assenti engolindo em seco, não esperava encontra-lo assim tão de repente, não estava preparado.

Wendy observava minhas reações com as sobrancelhas erguidas.

— Será que podemos conversar... à sós? — Pediu e um sorrisinho brotou no canto direito de seus lábios.

— S-sim — gaguejei. Droga! Cocei a nuca nervoso. — Claro.

Sai da cozinha desamarrando o avental, deixei-o encima da pia. Abri a porta da dispensa que ficava nos fundos, ela era grande o suficiente para caber dez pessoas ali. Encarei o chão com o coração acelerado, fechei a porta.

— Jin, olha para mim.

Com relutância o encarei.

— Gosto que me olhe nos olhos quando falo com você ­— disse se aproximando. Ergueu sua mão em direção ao meu ombro passando a brincar com a gola de minha camisa. Seus olhos brilharam. — Sabe, eu gostei muito da noite que tivemos, acho que devíamos repetir mais vezes, não acha? — Disse a última parte sussurrando.

— Deixe de ser abusado — ralhei lhe dando um tapa no braço, ele riu nasalado.

Encaramo-nos por um tempo, e isso estava me deixando inquieto, então lentamente se aproximou quebrando os centímetros havia entre nós. Meus lábios foram tomados por um osculo delicado e lento.

— Eu irei te esperar em casa — Tae sussurrou com a voz arrastada. — Digo, sua casa.

— Você tem que parar com essa mania de invadir meu apartamento — murmuro irritado e abro a porta, sendo acompanhado por Taehyung. — Você não recebeu educação não? Que safadeza.

— Olhe — se meteu na minha frente bloqueando a visão da porta de entrada, senti os olhares das meninas em nós —, minha mãe me deu educação, a safadeza veio da rua mesmo.

Fiquei surpreso e envergonhado ao um selo ser roubado. O sangue se concentrou em minha bochechas.

— Taehyung! — Sussurrei com força ao ouvir risadinhas. — Estamos em público! Não faça essas coisas.

Ele gargalhou.

— Você é tão chato! — Se afastou e o observei desaparecer pela porta.

Voltei ao trabalho de cabeça baixa para não ver as expressões maliciosas das meninas.

➳➳➳

Voltei para casa cansado. Fechei a porta e comecei a desabotoar os botões da camisa me esquecendo de completamente de que Taehyung estava ali, ouvi um assobio.

Tae estava jogando no sofá com um saco de salgadinho em mãos e sem camisa com um sorriso.

— Ah, eu tenho muita sorte.

— Essa calça moletom aí é minha? — Digo tentando cobrir minha barriga.

— Isso? — Puxou a barrada da calça rindo. — Achei bem no fundo do seu armário, ele me parecia esquecido.

Balancei a cabeça e fui em direção ao banheiro tomar um banho quente e relaxante, era tudo o que eu precisava no momento. Voltei à sala já vestido e o Tae não tinha movido sequer um músculo desde que eu tinha chegado, taquei um travesseiro nele murmurando um “folgado”. Fui à cozinha começar a preparar o jantar como fazia todas as noites, mas agora eu teria alguém com quem dividir a comida, não me sentiria mais sozinho o que me trazia um sentimento bom. Virei-me para colocar a panela de Japchae na ilha e quase derrubei tudo ali mesmo com tamanho susto.

— AISH — reclamei levando uma das mãos ao peito.

Taehyung estava debruçado sobre a ilha visando e medindo todos os meus movimentos com os olhos atentos. Riu de mim.

— Ya! Você é maluco? Quase me matou de susto! — joguei uma luva de pano no mesmo. — Seu idiota!

Deu a volta na ilha vindo abraçar minha cintura e depositar um selo casto em meu pescoço. Me soltei de seus braços indo por louça na mesa. Comemos em silêncio até o Tae gemer:

— Sua comida é tão boa!

Seu pé tocou o meu por debaixo da mesa, acariciando-o.

— O-obrigado — corei.

— Eu estou falando sério — dizia enquanto lavamos a louça.

Eu soltei uma gargalhada.

— Você é mais idiota do que eu pensei — abafo o riso com um pano.

Ele estava contando de quando sem querer dera comida demais para o peixe de seu primo e comprou outro parecido para que ninguém notasse.

— Mas aquele pirralho era mais observador do que eu pensava e descobriu dois dias depois quando viu que uma das pintinhas dele estava fora do lugar — se jogou no sofá.

Sentei-me ao seu lado e coloquei a cabeça em seu colo, recebendo um carinho bom em meio ao emaranhado de fios. Fechei os olhos por um momento e ganhei um beijo estalado nos lábios, o que me fez sorrir. Ficamos naquela posição até eu dormir, o que aconteceu logo em seguida.

Taehyung me fazia feliz, será que eu o fazia feliz também?