When The Men Loves a Woman escrita por Gabriel Lucena, Caçadora Literaria


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meus amores! Aqui está o tão esperado cap, espero que gostem. ele é cheio de emoções e comentem quem é seu favorito, David, Lucas ou Elliot?



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P.O.V David Krupp

No dia seguinte, acordo lembrando da conversa que tive com Lucas na noite anterior, por SMS. Ele realmente estava gostando da Lena e eu também estava. Mas, será que nós dois disputando por ela vai dar certo? Não quero perder a amizade de Lucas, embora ele tenha dito que isso não vai afetar nossa amizade, pois enquanto estivermos tentando conquistar ela, não poderemos ser amigos, nem rivais, não sei explicar direito, mas acabo decidindo não pensar nisso, apenas focar nas armas que eu tenho para conquistar ela. Depois de tomar um banho e fazer meu café, decido pensar no que vamos fazer, afinal, não teríamos aulas, o que se pode fazer? Ligo a TV e logo passa um filme onde a história é ambientada num acampamento, mas num lugar assombrado. Então tenho um estalo: é isso, meus pais tem umas coisas que podem ser usadas em acampamento, tenho certeza que deixarão eu usar. Por isso, ligo pra minha mãe.

Ligação on;

–Oi filho. - diz ela.

–Oi mãe, eu queria saber se a senhora deixa eu usar aquelas coisas de acampamento, porque eu estava pensando em acampar e chamar o Lucas pra ir comigo, a senhora deixa?

–Deixo sim filho, mas tome cuidado com tudo tá? Tanto com o lugar que vocês vão ficar quanto as coisas.

–Tá bom, pode deixar que vai dar tudo certo.

– Ok filho.

Desligo e saio indo pro apartamento do Lucas, preciso saber antes se ele pode ir acampar comigo. Chego no apartamento dele, toco a campainha e não demora muito pra ele me atender.

–Fala David, como vai? - diz ele me dando espaço pra entrar.

–Ahm, vou no tédio, sabe como é. - suspiro entrando na casa.

–Sei, sem nada pra fazer né?

–Exatamente, mas eu fiz um plano pra passar o tempo.

–Sério? Qual?

–Bom, eu estava vendo um filme que conta a história de jovens num acampamento, aí fiquei pensando: por quê a gente não faz o mesmo?

Seus olhos se arregalaram.

–Boa David, mas eu nunca acampei, o que precisamos levar pra lá?

–Água, comida, cobertores, lençóis, muita coisa que você pode levar, mas a barraca deixa comigo, eu tenho uma.

–A Lena também vai? Tipo, eu acho que seria uma ótima oportunidade pra gente conquistar ela né?

–Concordo, eu ainda não chamei, mas pretendo chamar. Só quero saber primeiro se você vai.

–Lógico que eu vou, nunca perderia uma chance dessas! - ri ele e eu rio assentindo e tendo uma leve impressão que ele só aceitou ir porque eu pretendia chamar Lena, mas sei que é coisa da minha cabeça, nem sabemos se ela vai. Após eu ter chamado ele, saio do seu apartamento e pego o elevador indo até o da Lena, torcendo pra que ela aceite ir no acampamento com a gente. Assim que chego, toco a campainha e espero ela, que me atende prontamente vestida.

–Ah, oi D, ao o que devo a honra de sua inusitada visita? - fala ela.

–Oi Lena, a honra é um convite para acampar comigo e com o Lucas, topa? - a olho torcendo pra ela aceitar.

–Acampar? Faz tempo que não faço isso, adoraria, parece que será divertido - ela sorri.

–Vai ser sim, estou com ideias de várias coisas que podemos fazer lá. - sorrio de volta.

–Mas eu sou vou com uma condição - ela fala escorando na porta tirando uma mecha do cabelo que estava preso

–Que condição seria essa? - bufo a olhando.

–Calma aí nervosinho, a condição é que tenha música e histórias de terror em volta da fogueira - fala ela.

–Leu meus pensamentos Lena, eu realmente estava planejando que tivesse isso mesmo, afinal, é uma coisa que nós três gostamos muito né? - rio a olhando.

–Sim, música me move e é o que eu sou, não sei viver sem ela - ela ri.

–Então leve algum instrumento musical que você tenha.

–Pode ser o violão, é o que mais combina com acampamento.

–Beleza, não sabia que você tinha um violão.

–Você não sabe de muitas coisas sobre mim - ela sorri misteriosa

–E vai me revelar no acampamento? - sorrio.

–Se eu revelar meu mistério some aí não vou ter mais graça - ela diz.

–Tá bem. Bom, Lucas e eu iremos passar aqui à tarde, lá para as duas e meia, aí você desce e iremos para um lugar que eu acampava com meus pais, tudo bem?

–Ok chefe, estarei pronta na hora marcada - fala ela fazendo graça.

–Beleza patroa, até mais tarde. - brinco beijando sua bochecha e me afasto indo pro elevador para pegar as coisas do acampamento e ela acena para mim entrando em casa. Assim que volto pro meu apartamento, vou para um pequeno depósito perto da cozinha, onde meus pais guardavam a barraca num fundo falso para poder caber e a tirei de lá. Em seguida, peguei algumas roupas de banho, porque lá tinha um lago e talvez pudéssemos nadar, uma toalha, sanduíches, refrigerantes e por último, minha máquina fotográfica, caso eu quisesse tirar algumas fotos. Depois de tudo pronto, coloquei na mochila e fui até a cozinha preparar algo pra comer.

Depois de almoçar, esperei dar a hora marcada e mandei mensagem pro Lucas, que respondeu dizendo que estava com tudo pronto. Então peguei a mochila e fui até o apartamento dele.

–Ah, coloca isso na sua mochila porque na minha não deu. - disse ele, me entregando um repelente.

–Valeu mesmo cara, como pude me esquecer disso?

–Acho que na pressa. - riu ele e eu ri também.

Depois, fomos ao andar de Silena e toquei a campainha.

–Oi meninos,tudo bem? Tudo pronto? - pergunta ela saindo de casa, usando um short preto e uma camiseta verde musgo, estava bem quente o dia com o violão e uma mochila.

–Sim, tudo pronto, vamos? - diz Lucas sorrindo largamente.

–Estão mais animados que eu, até parece que ganharam na loteria - ela ri fechando a porta.

–Nós vamos ganhar é você. - penso rindo - Que isso Lena, impressão sua, vem. - digo entrando no elevador rumo ao estacionamento.

–Então, eu estou levando porcarias para comermos porque sou dessas - fala ela entrando no elevador.

–Eu estou levando roupas de banho e uma toalha, lá tem um lago pra gente nadar. - falo entrando no elevador.

–E eu trouxe caixa de fósforos pra gente fazer uma fogueira e comida pra gente esquentar lá. - disse Lucas quando a porta do elevador fechou.

–Beleza, estamos bem equipados. - sorri e logo o elevador chegou. Saímos do mesmo e fomos em direção ao carro. Abri o porta-malas e colocamos tudo lá dentro. Em seguida, entrei e coloquei o cinto, sentando no banco do carona, Lena foi no banco de trás e Lucas no do motorista.

–Acampamento, aqui vamos nós! - riu Lucas.

–Você dirige Luca? To impressionada, queria eu poder dirigir mas Dona Louisa não deixa eu pegar no volante - suspira Lena.

–Na verdade, David e eu dirigimos, mas o carro dele tá quebrado. - disse ele dando a partida.

–Pois é, mas em breve ele estará novinho em folha. - ri sentindo um pouco de ciúmes por ela ter dito estar impressionada.

–Que legal, quando eu precisar de um motorista qual dos dois se habilita? - ela pergunta ligando o som.

–Nós dois iremos dirigir. Eu quando estiver disponível e ele quando estiver disponível. - respondo a olhando.

–Obrigada, eu irei requisitar mesmo em -fala ela.

–E o melhor é que não vai precisar pagar nada! - fala Lucas, rindo ela ri também e encosta no banco fechando os olhos para escutar a música.

Sorrimos e pegamos a estrada. Durante o percurso, fomos cantando juntos a música que tocava no rádio, eu adorava essa música e Lucas também, estava na nossa playlist e Lena fazia a voz de fundo da música ainda de olhos fechados. Em certo ponto, paramos de cantar para ouvirmos a voz de Lena e logo cantamos outras duas músicas. Eu olhava pela janela enquanto cantava, observando a paisagem, tinha certeza que esse acampamento seria muito bom. Quando chegamos no local, Lucas estacionou o carro e eu tirei o cinto descendo do mesmo.

–É aqui, que saudade desse lugar. - sorrio abrindo os braços respirando o ar puro.

–Tem certeza que você acampava aqui D?- pergunta Lena, me olhando.

–Tenho sim Lena, com meus pais, por quê? - olho ela.

–Porque eu acampava com meu pai e a megera aqui também - diz ela olhando em volta.

–Sério? - falo meio incrédulo a olhando.

–Claro que sim! Tá vendo aquele balanço ali? - ela fala apontando para o balanço da árvore- Então eu montei ele com meu pai e quebrei meu braço balançando nele.

–Caramba, eu gostava tanto desse balanço, sorte que nunca quebrei o braço balançando nele.

–Gente, que coincidência! - disse Lucas, forçando um sorriso.

–Não é? Vai ser mais divertido que imaginava, vamos nadar no lago também né? Porque está bem quente - ela sorri.

–Sim, vamos sim. Trouxe roupa de banho? - pergunto sorrindo de volta.

–Sim já estou usando por debaixo da roupa- ela diz.

–Ok, então vamos montar a barraca primeiro e aí sim vamos nadar, pode ser? - a olho.

–Pode sim, vocês vão ver como o lago fica bonito essa época do ano - ela sorri pegando a barraca preta e vermelha dela.

–Vamos sim. - sorrio e pego a barraca verde musgo que eu tinha e Lucas pega a barraca branca dele.

–Vamos ver é o corpo bonito dela. - sussurra Lucas rindo e eu rio montando a barraca também.

–Já terminaram? Precisam de ajuda? - fala ela com a barraca já pronta colocando a mochila lá dentro e pegando uma bolsa com as coisas da cachoeira.

–Precisa não Lena, já acabamos. - diz Lucas e eu assinto entrando nela colocando minha mochila lá dentro.

Depois de terminamos de arrumar as coisas caminhamos para a cachoeira que eu conhecia muito bem. Quando chegamos no topo da cascata, tiro minha roupa ficando de sunga e Lucas faz o mesmo assim como Lena. Ignoro a tentação que sinto ao ver o corpo dela e os olho.

–Vamos pular juntos? - sugiro os olhando.

–Sim, vamos lá. - diz Lucas, assentindo.

–Já estou lá seus molengas - Lena ri pulando da cascata no lago mergulhando. Rio e pulo na água e Lucas vai atrás. Fico nadando pra lá e pra cá, sentindo aquela água gostosa no meu corpo, quanto tempo fazia que eu não sentia aquela sensação boa. Sorrio e paro um pouco pra respirar e vejo eles sorrindo.

–Que delícia hein! - diz Lucas.

–Verdade, a água gelada refresca, nem calor eu sinto mais - fala Lena sorrindo

–Mas essa é a mais gostosa que eu já vi, me senti no paraíso agora! - falo sorrindo.

–Um paraíso compartilhado então - ela ri- Vamos fazer alguma competição?

–Claro, vamos ver quem chega até aquela ponta primeiro? - proponho.

–Vamos lá, quem chegar por último é uma tartaruga marinha manca. - ri Lucas.

–Quem chegar por último tem que sair com a Megan taquara - ela gargalha nadando até a ponta rapidamente.

Ri do que ela diz e começo a nadar o mais rápido possível, já que eu não queria sair com aquela garota chata e metida, ai de quem namorar ela um dia. Nado fazendo o máximo de esforço possível e vejo que Lena já havia chegado quando eu consegui chegar, mas não sei se Lucas chegou na minha frente, acho que foi uma chegada apertada.

–Lena, viu quem ganhou? - pergunta Lucas.

–Sinto lhe informar Luca, mas você vai ter que sair com a Megan - ela olha ele com dó.

–O quê??? - ele pergunta chocado - Não acredito!!

–Nossa, chegamos tão perto, quase que você me passa. - falo tirando o cabelo da cara.

–Oh coitado, tia Lena te dá um abraço como consolo - ri ela abraçando Lucas. Ele pareceu ter gostado do abraço, pois sorriu e me olhou dando uma piscada. Disfarço e sorrio piscando de volta, mas confesso que não havia gostado muito daquilo, quem sabe se eu tivesse perdido… Não que eu estivesse com ciúmes, é que era chato ficar de vela, entende? Então, subo numa pedra que tinha ali e fiquei admirando o céu.

–Quer um abraço também? Aproveita que hoje to afim de abraços - ri ela indo até a pedra e sentando do meu lado- Sorte que meu biquíni é preto, não vai sujar!

–Por quê? Se eu te abraçasse com você de biquíni branco eu não ia te sujar. - falo a abraçando.

–Eu to falando sobre a pedra D, acorda - ri ela me abraçando de volta.

–Ah sim. - rio acariciando suas costas durante o abraço e olhei Lucas enquanto ele subia na pedra ao lado da que eu estava. Ele estava com a mesma reação que tive quando Lena o abraçou.

–Vamos fazer um juramento? Como os três mosqueteiros? - ela sorri me soltando.

–Que juramento? - pergunta Lucas a olhando.

–Juramento de amizade, repitam comigo ok? - ela sorri nos olhando.

–Ok. - Lucas e eu dissemos juntos.

–Eu juro que nunca vou deixar meu amigo na mão e nada nem ninguèm vai nos separar, muito menos os sentimentos - diz ela.

–Eu juro que nunca vou deixar meu amigo na mão e nada nem ninguém vai nos separar, muito menos os sentimentos. - falo junto com Lucas.

–Agora está feito e ai de vocês se não cumprirem em! -ela faz cara de brava.

–Tá mas, por quê pediu pra gente fazer esse juramento? - pergunto a olhando.

–É, também não entendi. - diz Lucas.

–Porque eu sempre quis fazer um e talvez...eu esteja gostando de alguém mas é só talvez - ela sorri meio sem graça.

Lucas e eu arregalamos os olhos quando ela disse aquilo. A durona e rebelde Silena Vanderbill gostando de alguém? O que estava acontecendo? Será que era um de nós esse “alguém”? Tomara que sim.

–Agora esqueçam esse meu momento garotinha meiga e fofa e vamos voltar para o acampamento - diz ela se levantando indo para fora do lago pegar a roupa dela. Me levantei ainda a olhando e Lucas faz o mesmo. Enquanto me seco, olho para Lucas.

–Cara, acho que estamos conseguindo, ela está gostando de um de nós. - sussurro sorrindo.

–Isso aí David, daqui a pouco ela estará namorando um de nós, só não acreditei muito no motivo dela do juramento, mas tudo bem. - diz ele sussurrando sorrindo e eu assinto. Me visto e vou com eles para próximo da barraca.

–Vamos cantar em volta da fogueira agora né? - fala Lena só de short ela não quis vestir a blusa. Decido fazer o mesmo e não coloco a camisa, mas assinto.

–Claro, vou acender a fogueira e aí a gente canta. - digo enquanto junto madeira e pego uns gravetos para fazer fogo. Assim que a chama acende, me sento no chão.

–Vou assustar vocês com as minhas histórias de terror, vão nem dormir- ela fala rindo sentando perto da fogueira com o violão.

–A gente não tem medo de histórias de terror. - ri Lucas fingindo achar graça.

–Assistimos filme de terror desde pequenos. - rio.

–Mas eu toco o terror desde pequena, eu dou medo nos vizinhos e agora em vocês também!- ela fala tirando o violão da capa

–Tenta então. - rio desafiador e Lucas me olha surpreso pois nunca tinha falado daquele jeito.

–Olha como minha criança cresceu gente! - ela aperta minhas bochechas.

–Não imagina o quanto. - rio tocando minhas bochechas e olho Lucas, que ri.

–Assim até parece os caras que gosto, estão se tornando isso - diz ela tocando uns acorde no violão. Sorri com aquele comentário, Lucas e eu estávamos conseguindo fazer ela gostar da gente, estávamos conquistando ela aos poucos e isso me deixava muito feliz. Quando Lena começou a tocar a melodia da música no violão, eu não reconheci a letra, mas logo quando ela começou a cantar, aí sim, reconheci e comecei a tocar. Nós três dividimos alguns trechos, eu cantava uma parte, Lucas cantava outra e Silena outra. Acho que nós poderíamos formar um grupo musical. Modéstias à parte, acho que sou um bom cantor, Lucas canta bem, mas Lena arrasa. Com esses recursos, acho que faríamos sucesso se montássemos uma banda.
Quando acabamos a música, já havia escurecido. Deito na grama e fico olhando a lua Após termos cantado umas três músicas, Lena deixou o violão de lado e nos olhou com aquele olhar de suspense.

–Que olhar é esse Lena? Quer contar histórias de terror agora? - rio a olhando.

–Que eu saiba esse é o único olhar que tenho - ela ri me olhando do mesmo jeito.

–Quem começa? - pergunta Lucas.

–A Lena, afinal, ela quem deu a ideia.

–Me falem um lugar para a minha história se passar - ela diz

–Pode ser numa casa abandonada. - sugiro.

–Boa ideia, pra mim histórias assim são as melhores. - diz Lucas.

–Essa vai ser pesada em, depois não me culpem pelos pesadelos - fala Lena

–Ok. - falo rindo e Lucas ri também.

–Há muito tempo em uma casa antiga onde vivia uma linda família com seus dois filhos e coisas misteriosas aconteciam nela, um dia a população com medo daquela família que acreditavam ter um pacto com o Demônio, queimou a casa com todos dentro, muito tempo depois diziam que quem passava perto da mansão escutava o choro de uma garotinha, então um dia um grupo muito corajoso resolveu entrar na casa para averiguar o que realmente havia acontecido e o que era apenas boatos do povo - fala Lena com um ar de mistério na voz - Então eles se dividiram as duas meninas foram para a sala da lareira e os meninos foram para o quarto de hóspedes e o que achavam não fazia o mínimo sentido, pedaços de uma boneca de porcelana, sapatos do mesmo tamanho na escada, um dedo e um orelha, correntes e fotos onde uma menininha mostrava apenas a metade do rosto, quando chegaram ao quarto da menininha acharam pedaços de uma pessoa já decompostas e uma navalha com sangue fresco no cabo, com medo, tentaram sair do quarto, mas a menina da foto aparece com a metade do rosto tampado pelo longo cabelo preto e descalça segurando a metade do rosto da boneca de porcelana pedindo colo, a mais corajosa do grupo pegou a doce criança e ela lhe mostrou o que realmente aconteceu - ela nos olha e pergunta- Quais são seus palpites?
–Bom, ela morreu navalhada por algum monstro que entrou na casa e na hora que isso aconteceu, ela deixou a boneca de porcelana cair, por isso que quebrou. - arrisquei.

–Eu acho que ela mesma deve ter cortado o próprio rosto porque haviam quebrado a boneca de porcelana dela. - arrisca Lucas.

–Os dois estão errados, preparados para a parte mais chocante? - ela nos olha.

–Sim. - dizemos ao mesmo tempo.

–Na verdade a menininha era um espírito de esperança, o que aconteceu foi o seguinte, o homem encontrado no armário abusou da pobre criança e seu irmão que era um débil mental, não aguentou ver a cena e decepa a cabeça do cara, seus pais esconderam o corpo no armário e enterraram a cabeça, as correntes eram para prender o irmão que se debateu tanto que arrancou o próprio dedo e orelha, e tudo que a menina precisa para libertar a alma de sua família é de 100 almas boas que acreditam nela e até hoje se escuta o choro da menininha que nunca conseguiu sua liberdade. - diz ela terminando.

–Impressionante. - falo surpreso.

–Caramba, eu imagino o quanto deve ser triste para essa menininha. - diz Lucas.

–Não disse que era pesado a história?- ela diz.

–Mas não dá nem um pouco de medo. - diz Lucas e eu assinto.

–A mansão da história está a poucos metros daqui, querem ir lá?- sorri Lena.

–Sério? Cadê?- digo animado.

–Eu quero ir sim! - fala Lucas que também parecia animado.

–Então vamos seus molenga - ela se levanta pegando a lanterna.

–Vamos. - levanto e Lucas levanta depois.

–Depois não digam que eu não avisei que iam ficar com medo - ela diz ligando a lanterna e nos guiando pelo caminho de árvores tortas até chegar a tal mansão.

–Não temos medo de nada. - falo e pisco pra Lucas, quem sabe se formos corajosos conquistamos ela?

–Todos temos medo de algo, por mais que pareça que não, todos têm - diz ela entrando na mansão.

–Então ainda não descobrimos qual é nosso medo. - falo entrando depois dela.
–Se a garotinha aparecer, vai ver como vou pegar ela no colo. - sorri Lucas.

–Vejo vocês daqui a uma hora na entrada, bom passeio - ela sorri e some na escura e misteriosa mansão. A partir dali, fiquei com um frio na barriga, como iríamos entrar naquela escuridão? Sem ver nada?

–Nossa, por quê ela não deixou a lanterna com a gente? - bufei.

–Tá com medinho é? - ri Lucas.

–Claro que não, é que assim não vamos poder explorar a casa direito, não vamos enxergar nada.

–Calma, é só esperar um pouco até nossos olhos se acostumarem com a escuridão e as nossas pupilas ficarão maiores, aí conseguiremos enxergar.

Segui o conselho dele e deu certo, logo consegui enxergar um pouco, mas o suficiente pra saber onde estava indo e no que estava pisando. Rapaz, só a Lena mesmo para fazer a gente se meter numa mansão assombrada dessas. Não sei quanto ao Lucas, mas pra mim estava sendo uma aventura e tanto. Mas será que ele realmente teria coragem de pegar a menininha no colo caso ela aparecesse? E a garotinha? Será que vai aparecer mesmo ou teria que fazer algum chamado ou coisa do tipo? Isso Lena não explicou. Caminho lentamente até o local que Lena disse que a garotinha foi encontrada pelas meninas e vejo a porta. Engulo em seco. Lá de dentro escuto alguém cantar uma musiquinha.

–Vai abrir David? - pergunta Lucas.

–Não sei se devo. - digo um pouco apreensivo.

–Então deixa que eu abro, essa voz deve ser daquelas caixinhas de música que vendem por aí.

Então, ele fica na minha frente e põe a mão na maçaneta da porta, gira a mesma devagar e seus dedos pareciam estar trêmulos. É, não posso negar, estava com um pouco de medo sim, mas aquilo era um preço a pagar para ter o coração de Lena. Assim que ele abre a porta, o som da voz que cantava a música some, me deixando pálido, pois significa que tem alguém lá dentro. Quando abrimos a porta totalmente vemos a menininha descrita por Lena sentada no chão brincando com a metade do rosto da boneca de porcelana, mas ela percebe a nossa presença, se levanta e nos olha com a metade do rosto tampado e estende os pequenos braços pedindo colo.

–Vai Lucas, não disse que ia pegar ela? - sussurro o olhando.

–Mas agora eu não sei se vai valer a pena, a gente já sabe o que aconteceu com ela. - sussurra ele me olhando.

–Então eu pego ela, já pensou se caso a gente não pegue, ela começa a chorar e acontece uma tragédia com a gente aqui? - falo indo em direção à menina e me abaixando pra pegar ela nos braços.

–Obrigada por acreditarem em mim, agora vocês estão presos aqui comigo, pena que a amiga de vocês está com problemas - sorri a menina no meu colo com a mão vermelha.

–O quê? Problemas? - diz Lucas arregalando os olhos.

–E como assim estamos presos? - pergunto olhando a menina igualmente apavorado.

–Vocês não podem sair daqui, porque a amiga de vocês pediu - ela mostra a mão suja como se fosse algo da Lena.

–Ela quer nos pregar uma peça ou quer nos deixar aqui? - Lucas fala com a voz abafada tentando abrir a porta que não abre.

–Ela é um espírito como eu agora e vocês são as próximas vítimas - ela sorri.

–Não, nem pensar! - grito deixando a menina no chão e corro pra porta tentando abrir.

–Assim não David, é assim que se arromba! - fala Lucas dando um chute na porta que a derruba no chão e corremos em disparada derrubando as coisas.

Depois de muito correr uma porta se fecha e outra se abre e lá dentro uma garota muito parecida com a Lena estava estatelada no chão e marcas vermelhas na porta branca chamam a nossa atenção. Me aproximo da porta e Lucas segura meu braço.

–Não David, não vai lá, pode ser uma garota parecida com a Lena, mas não pode ser ela. - ele sussurra.

–Mas a garotinha disse que a Lena agora está morta, é um espírito, precisamos resgatá-la. - sussurro.

–E se aquilo tivesse sido um blefe pra nos assustar? Acho que a Lena combinou isso com a garotinha.

A garotinha aparece na nossa frente segurando a lanterna da Lena ensanguentada.

–Agora você acha que é um blefe? Vamos logo! - digo irritado puxando ele pra porta e empurro a garotinha indo em direção ao corpo que parecia Lena, talvez ela tivesse perdido a lanterna, mas o corpo podia não ser dela.Quando nos aproximamos meu coração para assim como tudo, vejo Lena caída no chão com os cabelos vermelhos pelo sangue da batida com a lanterna.

–Lena não! - grito pegando ela no colo e tentando reanimar ela enquanto Lucas chora do meu lado.

– Lena por favor, acorda. - peço chorando e Lucas chora comigo.

Fecho meus olhos deixando as lágrimas escorrerem e encosto minha testa na testa de Lena, quando abro os olhos vejo o rosto sereno da garotinha pela metade coberto com o cabelo e logo me assusto dando um passo pra trás, quase a derrubando.

–David, você tá bem? - diz Lucas se aproximando, olho em volta e vejo que voltamos ao quarto onde estávamos, a garotinha ainda sorri. Fico sem entender, mas logo vejo que foi só uma visão que a garotinha nos fez ter..

–Garotinha má, que susto você me deu! - suspiro a pondo no chão.

–Em mim também. - sussurra Lucas.

–Vocês não vão ter uma boa amizade quando o amor chegar ao porto, agora vão antes que a minha ilusão se concretize então - fala a garotinha sumindo.

–Ah, que pena, eu queria tanto poder levá-la pra fora daqui, pra Lena conhecer a garotinha. -sussurro saindo do quarto.

–Tá maluco? Ela mataria a Lena e depois nós dois. - sussurra Lucas

–Só o que não entendi foi o que ela quis dizer com aquela coisa de porto. Que porto era aquele?

–Sei lá, só ela podia nos dizer.

–Mas admite que você ficou com medo. - rio.

–Só na hora da visão né?

–Sim, eu também, mas pelo menos eu fiz algo que você disse que faria e não fez: peguei a garotinha no colo. - gabei-me triunfante já me aproximando da porta.

–E aí Indiana Jones? - Lena surge de um corredor indo até nós.

–Ai, que susto Lena. - falo pondo a mão no peito.

–Ah, agora tá com medinho? - ri Lucas e eu reviro os olhos.

–Acharam a doce menininha? Eu vi o quarto com o dedo - ela ri.

–Achamos sim, ela era inofensiva, mas nos deu uma visão que quase me caguei de medo. - fala Lucas.

–Sabia que vocês iam ficar com medo, porque acha que os trouxe aqui - ela ri.

–É sério Lena, David foi pegar ela no colo e ela nos deu uma visão onde você morria! - diz ele sério.

–Pois é. E você sabe o quanto nós sofreríamos se perdêssemos você? Se víssemos você morta como na visão? - a olho sério.

–Sério que ela me mostrou morta para vocês? E não sei o quanto ficariam tristes - diz ela se arrepiando com o que falamos.

–Pois ficaríamos, nós não queremos isso nunca, por isso estamos assustados. - falo mostrando meus braços com os pêlos arrepiados e Lucas mostra o quanto está tremendo.

–Vocês gostam tanto assim de mim, para se importarem? - ela nos olha.

–Sim Lena, por isso convidamos você pra acampar. - afirmo e Lucas apenas assente a olhando.

–Eu sei que me convidaram pela amizade, mas não imaginava que se preocupavam tanto comigo - ela sorri e beija nossas bochechas, me fazendo sorrir.

–Sim Lena, a gente se preocupa demais com você. - sorrio a olhando.

–E espero que se preocupe com a gente do mesmo modo. - diz Lucas sorrindo.

–Claro que me preocupo! Vocês são os irmãos que nunca tive - ela sorri- Vamos voltar?

–Vamos sim, mas nada de histórias de terror tá? - peço.

–Ok, vamos meus fiéis escudeiros - ela caminha na nossa frente..

–Poxa, acho que nunca vamos conquistar ela depois disso viu? - sussurra Lucas me olhando.

–É cara. Poxa, irmãos? Irmãos que ela nunca teve? Praticamente nos jogou na friendzone e tudo aquilo que falamos pra ela parece que não valeu nada. - suspiro sussurrando.

–Pois é, agora fiquei na bad, mas não vou desistir.

–Nem eu.

Ficamos em silêncio o resto do caminho até chegarmos nas barracas.

–Mas eu vou contar um segredo, vocês são meus irmãos gatos se eu não tivesse essa coisa contra o amor, teriam altas chances - ela sorri entrando na barraca dela e fechando a mesma. Abro um largo sorriso quando ela diz isso e Lucas também sorri. Antes de ir pra minha barraca, entro na dele.

–Você ouviu? Ela tem algo contra o amor, só precisamos saber o que é essa coisa contra. - sussurro.

–Sim cara, precisamos saber o que é e provar para ela que ela não precisará se preocupar com isso entre a gente. - sorri ele.

–Amanhã a gente pergunta?

–Sim, agora ela deve estar cansada.

–Verdade, eu também estou quebrado, boa noite.

–Boa noite amigo. - ele diz apertando minha mão e saio da barraca e ele fecha. Mas engana-se quem pensa que eu ia deixar pro dia anterior, vou é usar minha próxima carta na manga, engatinho até a barraca da Lena e chamo ela num sussurro.

–D? O que foi? Aconteceu algo? - ela me olha já de pijama com o cabelo caindo em seu rosto,

–Não Lena, eu só queria perguntar uma coisa pra você. - a olho entrando na barraca com ela.

–Qual é a pergunta tão urgente que não pode esperar o amanhã? - ela me olha curiosa, o que me deixou aliviado pois eu pensei que ela fosse ficar impaciente.

–Não é urgente, mas é que se eu deixar pra amanhã vou esquecer. - rio e a olho - Eu quero saber que coisa contra o amor é essa que você tem e porquê.

–Boa pergunta, eu não quero ficar melosa e toda fofinha e virar uma idiota, porque é isso que o amor faz, você fica vulnerável e eu não quero isso para mim, agora se manda porque to com sono- ela diz bocejando.

–Tudo bem, eu vou, mas antes quero que saiba uma coisa: você não irá se arrepender se der uma chance para mim ou pro Lucas, porque nós não queremos namorar uma garota melosa, fofa e idiota como você diz, queremos uma menina como você. Pense nisso tá? Eu juro que não irá se arrepender. - falo a olhando e dou um beijo em sua testa saindo da barraca lentamente. Vou pra minha barraca, coloco meu pijama, deito e durmo


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até o próximo !

Bjs da Caçadora!



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