Eterno Anjo escrita por Bell Fraser, Cristabel Fraser


Capítulo 5
Anjo da Guarda


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeeee lindezas já estava com saudades de vcs, como estão? Pois é quero vos agradecer a cada comentário do capítulo passado e dizer que este aqui é o penúltimo :( sim Eterno Anjo está dando adeus mas não fiquem tristes tem coisa boa surgindo por aí viu? Infelizmente BH ficará para o próximo FDS, pois estou na correria aqui e não tive tempo de pegar nela essa semana e não quis escrever qualquer coisa, vc merecem muito mais rss. Vamos aqui para descobrir mais sobre esse pequeno mistério... boa leitura.



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— Quem é você? – pergunto para seja lá o que for.

— Seu anjo.

A voz me responde com uma voz suave. Me encontro sentado sobre uma grama macia e flores de todos os tipos e cores então a minha volta. Estou encostado em um tronco de árvore e ao olhar para cima observo o quanto é frondosa.

— Que lugar é esse? – volto minha atenção para o ser à minha frente e logo sinto uma brisa e novamente uma luz forte quase cega os olhos. Agora que afastou as enormes asas, vejo a figura com clareza e não posso crer, é ela! – Katniss... – minha voz parece falhar.

— Katniss? – ela se abaixa e senta sobre os joelhos ainda de frente para mim – Não sou quem diz ser.

— Como não? Para com a brincadeira, vai... – ela não parecia estar brincando, mas é claro que era a Katniss, jamais esqueceria este rosto.

— Me chamo Kayla. – sua mão direita veio até meu rosto e acariciou o local me deixando completamente anestesiado como se fosse possível – Já disse para não se preocupar com mais nada, aqui é o lugar mais seguro para se estar. – eu estava com meus olhos fechados absorvendo todo o seu toque e ao abri-los ela sorria para mim.

— O que aconteceu comigo? – perguntei, mas já imaginando a resposta.

— Do que se lembra, Peeta?

— Lembro de estar ao telefone com a minha mãe, enquanto dirigia em direção ao Brooklyn. Depois parei em um cruzamento e tudo ficou branco. – tentei forçar a mente e me lembrar de algo mais, mas nada aconteceu.

— Eu te ajudarei com algumas questões e mostrarei algo que vem lhe afligindo há tempo. Venha comigo. – ela se levantou e estendeu a mão para eu segurar.

Começamos a caminhar e pelo que pude notar andávamos com os pés descalços e eu não sentia incômodo algum. O lugar era repleto de árvores, uma bela floresta, como aquelas dos Contos de Fadas que lia para Stela.

Sem ao menos perceber paramos frente a um enorme paredão feito de plantas, ela afastou algumas destas folhas e logo um comprido espelho se revelava. Vi meu reflexo ali e notei que, tudo em mim estava diferente. Meu cabelo mais cheio e um pouco mais loiro, a pele do meu rosto parecia a de um bebê e as roupas que usava eram claras – uma camisa branca e uma calça caqui – eu parecia mais jovem.

— O que é tudo isso?

— O que vê? – me respondeu com uma pergunta.

— Vejo um Peeta Mellark transformado ou mais jovem... não sei direito.

— Você poderia estar assim, se não fosse as preocupações que anda carregando sobre as costas. – a encarei e ela estendeu sua mão novamente e assim que a segurei começamos a caminhar – Sabe, Johanna não é uma das pessoas mais más que conhece. Ela pode ter seus defeitos, mas já perguntou como foi seu passado, tudo o que passou no decorrer da vida?

— Não. Quando nos conhecemos foi tudo uma loucura. Meu pai tinha acabado de falecer, a empresa tinha ficado por minha conta, minha mãe estava depressiva, tudo se encontrava de cabeça para baixo. – ela mantinha sua mão na minha.

— E, ainda sim, você a culpa por tudo de ruim que aconteceu?

— Eu só a culpo por não dar a atenção a nossa filha, ela quase a matou! – falei um tanto alterado e senti sua mão apertar a minha.

— Ela ficou muito assustada quando aconteceu aquilo, pode até ser que tenha passado uma impressão de que não se importou, mas no fundo isso só reafirmou o que sempre te disse. Que não servia para ser mãe. – a encarei e pude notar em seus olhos um amor que nunca tinha visto antes.

— E o que devo fazer?

— O primeiro passo é pedindo-lhe perdão. – me soltei dela e comecei a negar com a cabeça.

— Jamais pedirei perdão a ela, sendo que nunca se importou em me pedir.

— Está errado de novo. – ela se aproximou de mim e segurou novamente minha mão – Se queremos desarmar alguém, a maior arma é o amor, e o amor perdoa. Stela não sente a raiva que está sentindo agora pela Johanna. Sua filha compreende que a mãe não pode amar a ela, ou a você como queria. Se você continuar se negando deste jeito só irá se afundar, Peeta. Preste atenção, não era seu destino se casar com Johanna, nunca foi.

— Como?

— Você se precipitou naquela noite quando permitiu que ela fizesse você esquecer os problemas. Johanna teve um passado pior que o seu. A mãe era uma viciada e o pai nunca chegou a conhecer, pois foi morto por policiais. A mãe se envolveu com um homem que a espancava e toda vez que ele chegava, escondia Johanna e o irmão caçula no porão escuro da velha casa. Compreende agora, o por quê não querer ser mãe?

— Por que ela nunca me contou isso?

— Você se interessou alguma vez sobre o passado dela?

— Ela nunca queria tocar nesse assunto.

— E, você nunca procurou pelo menos tentar saber nos momentos frágeis em que ela se desabafava e chorava em seus braços. Podiam ser momentos raros, mas preferiam ir pelo caminho que quase todos os casais vão e que acabam um magoando o outro.

— Ela me traiu com meu melhor amigo. – senti meus olhos arderem.

— Johanna procurou o que você negava e, Gale não a questionava.

— Não entendo onde quer chegar defendendo aquela mulher.

— Não estou defendo ela, meu amor. – quando Kayla pronunciou a última palavra meu coração acelerou.

— Então o que está fazendo?

— Estou tentando lhe mostrar que se ficar guardando mágoas passadas, indecisões e ressentimentos, isso acabará com você. – ela se aproximou um pouco mais e pousou suas mãos em meus ombros – Você é um homem bom, Peeta. Só precisa perdoar e se perdoar também. Não importa se seu casamento não tenha dado certo, mas para tudo tem um propósito e o que foi oferecido a você foi a Stela. Sem ela não seria esse homem de coração bom que é. Só está confuso agora, mas você é bom, é puro. Entende?

— Você sempre esteve comigo?

— Sim, eu sempre estive com você. – espalmou a mão em meu peito, na direção em que meu coração batia – Bem aqui, é onde sempre estive. Sempre protegi a Stela e ela ia morrer naquele carro, mas segurei seu fôlego até Tresh Moore aparecer.

— Obrigado, eu quero muito ir atrás deste rapaz. Uma enfermeira tinha dito que ele perdeu a irmã...

— A pequena Rue. É verdade. Venha comigo. – ela me puxou e voltamos a caminhar.

Pelo que pude perceber só havia nós dois ali, mas quando nos aproximamos de um lago com a água cristalina, vi uma linda garotinha de aproximadamente onze anos brincar com algumas borboletas do outro lado.

— É ela? – perguntei vendo como a pele da garotinha era morena e seus cabelos tão encachiados que pareciam molinhas.

— Sim, é ela. – Kayla sorriu, o que só me fez lembrar ainda mais em Katniss.

— Eu quero ajudar esse rapaz no que for preciso. – baixei minha cabeça e ela ergueu com sua delicada mão.

— Eu sei que quer e vai.

— Posso conhece-la? – perguntei já indo em direção a uma ponte que ligava os dois lados.

— Infelizmente não pode.

— E, por que não?

— Olhe novamente para o outro lado.

Fiz o que me pediu e começou a se aglomerar muitas crianças uma mais linda que a outra.

— Quem são elas?

— São crianças que foram abandonadas pelos pais, que morreram de diversas formas... elas agora estão em paz, Peeta. Não podemos ter contato com quem está em paz. Venha, quero te mostrar algo. – andamos até uma parte da floresta, onde um lado era sombrio e o outro mais iluminado – Olhe para aquela direção. – ela me aponta e assim que olho, vejo um garotinho loiro com a aparência de quatro anos brincar em um lindo campo e de repente ele sorri para alguém e logo estou vendo a mim mesmo. Segurando o tal garotinho nos braços.

— Este sou eu?

— Sim, este belo homem é você. E olhe agora naquela direção. – ela aponta para outro lado e posso ver uma bela jovem, loira e com um sorriso que me faz parar para refletir de quem seria.

— Quem é ela?

— Não está reconhecendo? É sua Stela. – me assusto com a resposta e percebendo o que eu ia dizer, Kayla conta: - Ela, em seus 18 anos. Sabia que seu sonho é ser pediatra? Contou isso a enfermeira Katniss.

— Não duvidaria disso. – falei mais para mim – Me responda uma pergunta?

— São muitas perguntas, não? – perguntou ela com um sorriso brincando em seus lábios.

— Sim, realmente eu tinha muitas perguntas, mas preciso saber apenas de uma. Quem realizará o sonho de me tornar pai, mais uma vez?

— Mais uma vez não, você será pai mais duas vezes. – um sorriso bobo se fez em meu rosto.

— E quem será ela?

Kayla apenas sorriu de lado, e quando perguntei novamente ela se aproximou mais de mim ficando com o rosto bem próximo ao meu.

— Descubra, mas não se esqueça de concertar tudo. – seus lábios tocaram os meus e automaticamente fechei meus olhos absorvendo esta nova sensação que não durou muito, pois assim que se afastou e tornei abrir os olhos ela já corria em meio as árvores e suas asas de anjo se erguiam conforme corria.

 - Não... por favor, não vá embora! – gritei, mas parecia que não podia me escutar – Por favor, fique! – falei mais baixo e logo meus olhos foram novamente cegados por uma luz.

(...)

— Eu estou aqui e não vou a lugar algum. – Katniss sorria para mim, mas por trás de seus olhos tinha algo a mais.

— O que aconteceu? – olhei o ambiente e notei que me encontrava em uma cama hospitalar. Tentei me mexer e senti algo incomodar.

— Não se mexa, por favor. Vou chamar um médico.

Ela saiu me deixando sozinho. Tentei ficar parado, mas era quase impossível. Rapidamente Katniss voltou acompanhada por um médico.

— Boa tarde Sr. Mellark, sou o Dr. Grieg. Como se sente?

— Um pouco confuso...

— Do que se lembra? – ele pergunta.

— Estou aqui por causa de um acidente? – disse meio na dúvida.

— Sim, isso mesmo. Você chegou aqui desacordado e continuou dormindo por três dias. – assim que disse isso não acreditei.

— Três dias, mas e minha filha?

— Ela está com sua mãe e está bem, não se preocupe. Vou ligar e dizer que já acordou. – Katniss saiu do quarto.

— Foi um milagre o que te aconteceu. Você chegou aqui apenas com o braço direito quebrado e algumas escoriações por causa do airbag. Os exames não apontaram nenhum dano cerebral, isso é um milagre.

Sim, poderia chamar isso de um verdadeiro milagre.

— Quando posso ir para casa e voltar a trabalhar?

— Vamos com calma Sr. Mellark, não poderá voltar à ativa assim tão de repente. Vamos fazer mais alguns exames e se tudo ocorrer bem, terá alta amanhã. – assenti.

— Tenho ótimas notícias! – Katniss entrou novamente no quarto com um sorriso encantador – Sua mãe está vindo com a Stela para te ver.

— Que bom. – sorri para ela.

— Fique bem, Sr. Mellark e descanse. – logo o médico passou um receituário a Katniss e saiu do quarto nos deixando a sós.

— Você parecia assustado quando acordou. – observou.

— Me encontrava dentro de um mundo, um outro mundo, ou em um sonho. Acredita nisso?

— Claro que acredito, sempre tive esses tipos de sonhos.

— Conheci alguém que se parecia muito com você, aliás, pensei que era você, mas ela tinha dito que se chamava Kayla...

— Kayla? – Katniss perguntou surpresa.

— Sim, Kayla.

— Eu tinha uma irmã gêmea chamada Kayla, mas ela morreu poucos dias depois de nascermos. Minha mãe morreu no parto e, meu pai tinha-nos abandonado. Cresci em um orfanato e conheci uma senhora muito boa que foi como uma mãe para mim. Nunca fui adotada e, depois na fase adulta quis ser enfermeira e aqui estou. – ela explicou em um fôlego só.

— Então sua irmã se tornou meu anjo da guarda e me mostrou caminhos a seguir, sabe...

— Que tipo de caminhos?

— Primeiro preciso concertar algumas coisas, mas terei a chance de ser feliz novamente. – busquei por sua mão e ela não hesitou em segurá-la.

— Fiquei preocupada com você. – disse suavemente com o rosto próximo ao meu.

— Estou aqui agora, e o que pretende fazer comigo?

— Vou te colocar em algum lugar seguro, onde você não possa se machucar.

— Seria cedo demais para dizer que amo você, ou acha melhor eu convidá-la para jantar comigo? – ela sorriu de lado e acariciou meu cabelo.

— Ao te observar por esses dias meu coração não parava de pensar em você e se, estiver me convidando para jantar, eu aceito, porque é bem possível que esteja me apaixonando por você. – ela encostou seus lábios nos meus e me beijou suavemente.

— Eu ia te convidar para sair naquele dia em que passou o endereço do Tresh, mas a senhorita não esperou...

— Eu sei que não esperei, estava com pressa, mas estou aqui agora e não pretendo sair do seu lado a não ser que queira.

— Eu não seria louco em pedir algo assim. – sorrimos que nem dois bobos apaixonados.

Me perguntei internamente se ela não seria a futura mãe dos meus filhos, mas preferi sair primeiro dali e resolver minhas pendências. Depois planejaria algo, afinal já tinha um jantar combinado com ela e isso era algo grandioso.

Minha mãe veio me visitar com Stela. Minha filha parecia tranquila quando me viu e me disse que sabia que não morreria.

— Como teve tanta certeza, minha filha? – perguntei quando ela se encontrava sentada em cima da cama hospitalar.

— Ora, papai... uma moça bem bonita que se parecia demais com a enfermeira Katniss disse que cuidaria de você, e pelo visto ela cuidou.

Com minha mão esquerda acariciei seus cabelos.

— Sim, minha estrelinha, realmente essa moça cuidou do papai. – olhei para Katniss que se encontrava em pé, próximo a janela e novamente sorrimos um para o outro.

— Papai, você e a Katniss podiam se casar, sabia que ela é sozinha? – vi o rosto da morena se enrubescer.

— Mas e a Johanna, filha? – perguntei analisando sua expressão.

— Disse que não vai mais morar em casa e me pediu perdão também pelo o que aconteceu. – Stela me encarava com seus olhos iguais aos meus.

— E o que você disse a ela, filha?

— Que a perdoava sim, porque isso poderia ter acontecido com qualquer um, papai.

 - Vem aqui, me dê um abraço. – abri meu braço esquerdo, pois o direito se encontrava imobilizado e logo minha filha se aconchegou em mim e me deu um beijo estalado na bochecha – O papai te ama, sabia?

— Eu também te amo papai.

Assim que recebi alta pedi a Katniss que me levasse no endereço de Tresh Moore, porque ainda não me encontra em condições para dirigir.

— Quer que eu entre com você? – perguntou ela assim que estacionou frente à casa do rapaz.

— Agradeço, mas prefiro entrar lá sozinho se não se importar.

— Claro que não me importo.

— Mas aceito um beijo de boa sorte. – brinquei com ela.

Desde o dia que acordei estávamos numa espécie de relacionamento, se é que posso chamar assim.

— Boa sorte. – ela tocou meu rosto e me beijou, um beijo tranquilo e sem pressa.

Apertei a campainha e logo o rapaz atendeu. Me apresentei a ele e, logo se lembrou de minha filha quando lhe contei o porquê de estar ali.

— Entre, só não repare nossa simplicidade.

— Imagine, eu nunca faria isso.

Ele me guiou até a pequena sala e lá vi uma senhora morena que me apresentou como sua mãe. Sua aparência era bem abatida e quando perguntei a ele disse que tinha alguns problemas de saúde e não tinham como cuidar.

Quando perguntei no que trabalhava me disse que estava sem emprego no momento, pois no dia que salvou minha filha tinha um teste de emprego, mas acabou se atrasando e perdeu. Perguntei-lhe do que gostava de fazer.

— Gosto de mexer em computadores senhor.

— Então a partir de agora conseguirei um emprego para você na minha empresa, pagarei uma faculdade na área que quiser e sua mãe terá toda a assistência necessária para cuidar da saúde.

— Mas, Sr. Mellark, se foi por eu ter salvo sua filha, fiz isso porque era o certo, não precisava se preocupar conosco. – disse com simplicidade.

— Tresh, agradecimento é pouco, pelo o que fez por minha filha. Por favor, eu quero ajuda-los.

— Está bem, minha mãe e eu só temos a agradecer também. – segurei firme em sua mão para selarmos o trato de que no outro dia estaria em minha empresa.

Quando contei a Katniss o que tinha dito ela ficou muito feliz e disse que tudo se resolveria e bem, posso afirmar que agora faltava eu ver Johanna, o que não sei se seria uma tarefa fácil.

— Katniss, não precisa rodar a cidade comigo. – disse depois de estacionar em frente à Fashion Mason.

— Estou de folga e você não está em condições de sair sozi... – beijei seus lábios com certa urgência e quando me afastei ela suspirou profundamente.

— Já volto.

— Desculpe senhor, mas ela está em uma ligação extremamente importante. – informou a secretária.

— Diz que, o Sr. Mellark deseja muito falar com ela. – a moça arregalou os olhos e apertou o ramal do telefone – Pode entrar.

Dei um meio sorriso e entrei na enorme sala panorâmica da minha ex-mulher.

— Se veio até aqui para me insultar peço que vá embora, tenho assuntos importantes para resolver. – ela bufou assim que me viu.

— Vim em missão de paz. – levantei a mão esquerda e agora pareceu notar meu braço engessado.

— Sinto muito pelo acidente. – Johanna pareceu meio indefesa e olhava para todos os cantos da sala, menos para mim.

— Vim até aqui para dizer que eu sinto muito por nunca ter tentado entender você. Tudo o que fiz enquanto estávamos casados foi te punir, mas quero que você me perdoe por isso. – me aproximei dela e toquei seu rosto afastando sua franja avermelhada.

— O que quer de mim? – seus olhos lacrimejaram e sequei uma lágrima que escorreu sem querer – Se veio até aqui pedindo para eu nunca ver a Stela, perdeu seu tempo. Depois do acidente dela percebi que realmente foi a única coisa boa que aconteceu entre nós, porque o casamento de verdade nunca existiu. Eu disse a você na noite em que nos conhecemos que não tinha restado ninguém que eu amasse.

— Johanna, eu te amo.

— Que? – fez cara de desentendida.

— Eu te amo de uma forma diferente, como um amigo. Percebi que se, nós dois ficarmos brigando e se ofendendo, vamos perder muito. Quero que você me perdoe e nos tornemos pelo menos amigos. O que acha? – estendi minha mão esquerda.

— Isso é algum tipo de piada de mal gosto?

— Não, isso é um recomeço. Não quero que a Stela cresça com pais separados e tendo que ver toda essa mágoa entre nós.

— Eu perdoo você, mas saiba que detesto melação. Topo em começarmos do zero. – enfim apertou minha mão e eu sorri para ela – Nada de presentinhos, abraços e essa coisa toda, okay?

— Sim, Srta. Mason, eu me comportarei.

— Está perdoado, e acho que devo pedir perdão a você por tudo, por tudo o que eu fui durante esse tempo.

— O tempo cuidará, apagando nossas feridas. - nos despedimos e saí me sentindo dez vezes mais leve.

Na mesma noite Katniss e eu jantamos juntos, na verdade, foi um jantar em família na casa da minha mãe, o que foi maravilhoso.

Os dias escorriam tranquilamente. Eu acompanhava minha filha em todas as atividades desde o balé até a natação. Tive que permanecer afastado da empresa por alguns dias e nesse meio tempo aproveitei para visitar Gale. Minha raiva por ele era quase zero, mas precisava saber como estava com sua esposa e filhos.

— Contei a ela o que aconteceu e, a princípio chorou muito disse que queria separar, mas depois de muitas conversas Madge decidiu me dar mais uma chance. – me contou quando o visitei em sua casa.

— Fico feliz por vocês, a Madge é uma ótima mulher, Gale. Não pode ser tratada desta maneira leviana. – ele meneou a cabeça concordando comigo e depois me encarou de uma maneira até divertida.

— Então, agora eu tenho que sair com um rastreador por onde for. – rimos junto e algo me veio à cabeça.

— E, agora ela trabalha enquanto você fica em casa cuidando de tudo?

— Esse é meu castigo agora. Lavar, passar, cozinhar, levar e buscar as crianças da escola... e ah, dar muitos beijos e atenção a Madge quando chega do trabalho. – brincou, mas logo voltou a falar sério – Tivemos que dispensar a funcionária que nos ajudava em casa.

— Quer seu emprego de volta? – ele arregalou os olhos para mim – Prometo a Madge que ficarei de olhos grudados em você.

Os meses se escorriam devagar. Eu estava de volta a empresa. Tresh estava trabalhando na Mellark’s THG e cursando algo na área de Ciências da Computação. Gale havia retornado para o seu cargo e tudo ia bem, mas faltava um pequeno detalhe que em breve eu resolveria.

— Como o papai está? – perguntei assim que terminei de ajeitar a gravata.

— Está muito agitado. – ela riu.

— Não era isso que queria saber, era se...

— Você está muito bonito papai. Tenho certeza que a Katniss não irá recusar seu pedido. – Stela pulou da minha cama para os meus braços.

— Ai! Filha, sabe que o papai não está cem por cento bem ainda. – eu já tinha tirado o gesso, mas a fisioterapia que iniciei era muito dolorida.

Francis nos levou até a casa da minha mãe e Stela iria passar o fim de semana com ela. Pedi para meu motorista passar no apartamento de Katniss.

— Nossa, você está tão bonito, porque não me avisou e eu teria me arrumado melhor. – beijei mais uma vez seus lábios para ver se eu me acalmava um pouco.

— Você está linda assim, não tem que se arrumar mais para ficar bonita, naturalmente és linda meu amor. – Katniss riu.

— O que deu em você?

— Nada. Podemos ir jantar?

Chegamos ao restaurante e dispensei meu motorista, independente da resposta dela, essa noite seria somente nossa.

— Obrigada pelo jantar e por todo esse carinho que tem tido comigo, Peeta. – tomávamos mais uma taça de vinho após a sobremesa.

— Katniss tenho algo a lhe dizer. – pigarreei me preparando para o que viria – Tenho que dizer que, você mexeu comigo desde o momento em que nossos olhos se cruzaram e não sei se, é precipitado demais da minha parte, sei também que cinco meses não é muito para algo tão sério, mas... – busquei a caixinha aveludada dentro do meu paletó e abri – Quer se casar comigo?

Ela respirou fundo e seus olhos se alternavam entre o anel e meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do desfecho? Acho que a Jo não merecia ser punida né pessoal, eu tenho escutado muito sobre o amor - não esse amor que sentimos quando amamos um homem ou uma mulher - mas o divino amor, que é capaz de amansar as feras...
Um bjão e venham conhecer a nova fic que Gabi e eu estamos escrevendo... deixarei o link aqui... bjuss e até os comentários.

https://fanfiction.com.br/historia/707483/Secrets_Of_Balance/