Angel War escrita por Kajji Snow


Capítulo 14
Passados Obscuros.


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pessoal!
Desculpem pela demora, estamos entrando em uma parte bem critica do desenvolvimento da trama, e enfim o passado de Joseph começa a ser mostrado.



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Joseph despertou enquanto o sol nascia, pode ver pela janela do carro a estrada e arvores que riscavam a paisagem.

Logo as lembranças do que ocorrera vieram a sua mente.

—Precisamos voltar! – Gritou ele exasperado. – Agora!

Gritou enquanto segurou o volante fazendo com que Miguel perdesse o controle do veículo.

—Enlouqueceu Joseph?

Indagou o arcanjo enquanto o carro guinou para o encostamento.

—Já disse que o Alex precisa de nossa ajuda, acaso não é isso que fazemos, salvar vidas?

Questionou ele com um notável desespero.

—O que está havendo, precisamos continuar.

Disse Raphael aproximando-se, logo atrás dele Michael e Raviel caminhavam impacientes.

—Joseph ainda não tem nenhuma noção da situação, e se continuar assim seremos somente lendas de uma tentativa frustrada de parar Samael.

Respondeu Inoue com certa hostilidade.

—Vocês e que não sabem de nada! – Explodiu Joseph esmurrando o capo do carro. – Meu amigo precisa de minha ajuda, da nossa ajuda e vocês somente estão fugindo! Que raios de anjos são vocês?

Michael bufou e abriu caminho entre os demais.

—Estamos aqui para salvar milhares de vidas! – Disse ele enquanto acertou um soco profundo no estomago de Joseph. – Entenda, seu fedelho, que o mundo não gira em torno da sua vontade! – Continuou ele acertando uma bofetada que lançou Joseph até o asfalto. – Você pergunta que anjos somos nós? – Perguntou enquanto o levantava pelo colarinho. – Nós só estamos fazendo o favor de te salvar de seu amiguinho.

Finalizou ele enquanto Raphael o segurava.

—Já chega, Michael.

Interferiu o arcanjo.

—Ele precisa saber de uma vez! – Esbravejou Michael. – Já chega de poupá-lo tanto, estamos em uma guerra e ele precisa aprender a conviver com esse tipo de coisa.

Joseph ergueu-se e, cambaleando, seguiu até o grupo.

—Do que ele está falando?

Raviel então tomou a palavra.

—Joseph, Samael não poderia ter obtido domínio sobre Alex sem que ele o tivesse lhe dado tal autoridade.

Aquela declaração atingiu Joseph de surpresa.

—Está me dizendo que Alex...

—Ele se vendeu. – Disse Michael. – Para vingar-se, em sua mente perturbada Deus o havia renegado, e você o havia abandonado.

Joseph sentiu suas pernas falharem.

—Alex... Não pode ser verdade.

Miguel aproximou-se dele.

—A verdade pode ser dura as vezes. – Disse ele. – Porém, ela não deixa de ser a verdade, A possessão demoraria meses, talvez anos até que Samael absorvesse completamente a Alex.

Miguel segurou um pouco a resposta.

—Demônios só podem agir na vida daqueles que dão legalidade a eles, explanando de uma forma direta, Alex vendeu sua alma.

Joseph então entregou-se a um choro compulsivo.

—Perdoe por nossa falha em localizá-lo, nós tentamos.

Finalizou ele levantando-se.

—Não vou força-lo a vir conosco, a decisão é somente sua. – As palavras de Miguel eram vagas e sem emoção. – Só leve em conta que milhões de vidas dependem de sua decisão, Joseph.

Depois de ditas estas palavras Miguel entrou no carro.

—Espera um pouco. – Começou Inoue sem entender nada. – Ele é essencial para o sucesso da missão, pelo menos é o que vocês disseram.

—Se o coração dele não estiver na missão, ele será somente peso morto.

Finalizou Miguel.

—Quais as ordens, general?

Indagou Raphael.

—Seguiremos até são Paulo, vamos continuar evitando lugares de muito movimento, sempre pela estrada.

Os demais acataram as ordens e entraram no outro veículo, Inoue hesitou um pouco observando Joseph sentado à beira da estrada.

—Você está falando sério? – perguntou ela. – Vai mesmo deixar ele aqui?

Miguel botou a mão no rosto.

—Não é o que eu quero, mas a decisão tem que vir dele.

Ela então olhou outra vez para o garoto à beira do caminho.

—Pode me dar cinco minutos?

Questionou ela ao que Miguel assentiu com a cabeça.

—Boa sorte.

Naquele momento Joseph sentia a mais profunda das dores, Alex por muito tempo o aliviou da solidão e agora havia sucumbido as trevas.

—Porque você foi fazer uma coisa dessas...

Disse ele aos prantos.

—Me pergunto a mesma coisa até hoje.

Joseph virou-se para ver quem falava, e Inoue estava Ali.

—O que você disse?

Questionou ele enquanto o sol tomava seu lugar.

—Que me pergunto a mesma coisa até hoje. – Continuou ela sentando-se ao lado dele. – Sabe, acredite ou não, sei perfeitamente o que está sentindo agora.

—Ninguém sabe o que eu estou sentindo.

Respondeu ele.

—Sabe, não te conheço muito bem e nem sei por que vou te falar isso. – Começou ela. – Eu já tive uma família grande, pais, irmãos...

Os olhos dela se estreitaram.

—Minha irmã mais velha, ela era linda, poderosa, o orgulho de nosso clã. – Enquanto Inoue falava Joseph podia sentir o peso que tais recordações traziam a ela. – Porém, um dia tudo mudou.

Ela o encarava.

—O que houve? – Questionou ele curioso. – O que aconteceu com ela?

Inoue respirou fundo e levantou-se.

—Há dez anos atrás. – Começou abraçando o peito com força. – Em uma noite de verão... Minha irmã assassinou toda a nossa família.

Aquela revelação surpreendeu até mesmo os arcanjos.

—Essa garota. – Começou Miguel. – Só pode ser ela!

Falou ele saindo do carro e encontrando os rostos perplexos dos companheiros.

—Inoue... – Michael estava aterrado. – Então ela é a última dos Hikari.

 Joseph sentiu aquela dor, e lembrou-se daquela noite de inverno.

—Você... É como eu. – disse ele erguendo-se. – Teve sua família arrancada de você.

Joseph sempre procurou esquecer de tudo aquilo, porém a história de horror de Inoue era idêntica a sua.

—Alex é importante para mim... – Ele estremecia em uma raiva notória. – Porque foi através dele que Deus selou meu ódio.

Raphael então entregou uma pasta a Miguel.

—Achei que ele não lembrasse, porém estava enganado.

Miguel olhou os documentos e seus olhos se aterraram com o que descobriu.

—Santo Deus! – Exclamou ele olhando os dois jovens que compartilhavam suas horrendas histórias. – Quanto ódio.

Inoue botou as mãos nos ombros de Joseph.

—Você não pode deixar este monstro que arrancou a última pessoa preciosa que você possuía impune!

Os arcanjos sentiram a pressão daquelas energias.

—Quanto ódio encoberto. – disse Raphael. – O coração destas crianças carrega feridas profundas.

Joseph então olhou nos olhos de Inoue.

—Você tem razão. – Começou ele com os olhos injetados. – Não vou deixar que esse maldito continue vivo!

Ele então esboçou um sorriso insano.

—Sabe... Eu procurei esquecer isso, enterrar e fingir de conta que não sabia de nada. – Joseph não tinha mais controle sobre suas emoções, memorias que ele havia se esforçado a selar haviam sido liberadas. – Quando disse que éramos iguais, não era por força de expressão.

Joseph estava estremecendo.

—Assim como você eu tinha um irmão... – Os olhos dele assumiram a cor vermelha. – Sim, Inoue, você tem razão não podemos fugir do nosso destino. – as lagrimas encheram os olhos de ambos. – Há dez anos atrás meu irmão mais velho também matou minha família.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e agora com essas revelações algumas coisas vão começar a fazer sentido.



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