Num programa de televisão o belo apresentador acenava para a plateia que o aplaudia, ele era conhecido simplesmente por João.

—Bom dia caros telespectadores, estamos de volta para mais um capítulo de Digimon: O Limiar de um novo mundo. Sabem como são os autores que gostam de enfeitar os títulos. Limiar significa começo. Por que eles não colocaram simplesmente começo? Esse povinho gosta de complicar as coisas.

—Não fale mal dos autores! –Gritou um homem subindo ao palco, o que fez João revirar os olhos.

—Quantas vezes mais terei que dizer? Você é o diretor tem que ficar por trás das câmeras!

—Sou um diretor moderno e não mude de assunto! Os autores tiveram muito trabalho para criar essa história, você não pode simplesmente falar mal deles.

—Querido, eu sou João, o apresentador, posso fazer o que eu quiser!

—Como ousa?

—Reclame com meus advogados! –João brandiu um chicote espiritual, prendeu o diretor e o arremessou de volta para os bastidores.

—Você me pagaaaaa –Ouviu-se seu grito e um barulho de várias coisas quebrando e caindo.

—Sem mais delongas e intromissões, vamos ao capítulo.

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Na biblioteca da Escola Kanotso um grupo de jovens que estava de castigo foi atingido por misteriosos raios de luz. Bucky, Pink, Lucy, Hacko, e Hayaki estavam presenciando a descoberta da verdadeira identidade do bibliotecário e pai de Kitsu.

—Que foi, filha? –Perguntou Yamatto se aproximando da ruiva.

—Não me toque! –Gritou ela se afastando. 

—Shhhhh! –Ele pediu silêncio –Ainda estamos na biblioteca! 

—Você não está no direito de pedir o meu silêncio! – Falou a baixinha enfurecida –Nós fizemos uma promessa de nunca mentir e nem esconder nada. E só agora é que eu fui saber que o senhor era um shinigami!

Bucky refletiu finalmente lembrando sobre o Yamatto que era um shinigami, amigo de seu pai, e que largou a Soul Society para formar uma família no mundo real. A maioria das pessoas sabia apenas da existência de dois mundos, o real e o digital, a existência do grande vilão Slash fazia muitos duvidarem dessa verdade absoluta, mal sabiam eles que havia muitas outras pessoas que refutavam esta verdade absoluta. Entre eles estavam os shinigamis, seres responsáveis por levar as almas dos mortos para o além vida, muitos achavam que era apenas uma lenda, entretanto eram reais, eram guerreiros que lutavam com poderosas espadas mágicas.

—Não creio que você escondeu isso dela, Yamatto –Fingiu surpresa o avô de Bucky – Que coisa feia! 

—Cale a boca Kanotso! –Reclamou o ruivo. Bucky e Lucy estranhavam por que Yamatto chamava seu avô de Kanotso –Você tem mais segredos encobertos do que eu!

A vida é um poço de segredos, alguns maiores que os outros, mas esconder o passado da própria filha, e mentir para ela é algo muito vergonhoso! Pensava Bucky.

—Pessoal, todos nós estamos com os nervos a flor da pele! Seria bom se tentássemos manter a calma! –Pedia gentilmente o amante de máquinas. 

—MANTER A CALMA?! EU VOU LHE MOSTRAR QUEM VAI MANTER A CALMA!!!! – Gritou a ruivinha pulando no pescoço do Hacko.

—Barraco! Barraco! Putaria e confusão! –Gritavam Pink e Lucy com os celulares em mãos prontas pra filmar qualquer baixaria que houvesse.

—SAI DE CIMA DE MIM! –Gritou Hacko e que para surpresa de todos começou a ficar com o cabelo prateado –SE ACALME! –Exigiu sacudindo a ruivinha.

—Hacko! –Chamou Hayaki.

—O QUE É?! –Falou raivoso, mas ao notar que quem o chamara foi o Hayaki, se acalmou – Quero dizer, o que foi?

—Seu cabelo! Platinou instantaneamente! –Respondeu Hayaki apontando pro cabelo dele –Ficou meio...

—Esquisito, eu sei... –Resmungou o platinado se olhando num espelho da parede. Bucky ergueu uma sobrancelha sem entender por que havia uma espelho na biblioteca.

—Ficou ótimo! Combina com você! –Consolou o naturista dando um soco de leve no ombro do amante de máquinas.

—Obrigado... –Falou um pouco corado o platinado.
—Isso é yaoi! Um indício do lado cor de rosa, onde tudo fica moe! E acrescentem purpurina, maquiagem e gloss! –Cantarolaram Pink e Lucy.

—Boiei... – Disse Bucky disfarçando um sorriso.

—KANOTSOOOOOOOO! –Gritou o ruivo maior pulando no velho que desvia rapidamente, o fazendo bater com tudo numa estante de livros.

—Yamatto, não pode gritar aqui! Lembre-se que estamos numa biblioteca! –Riu o velhinho –E você nunca vai conseguir me atacar!

—Eu era um tenente, e você é apenas um 4º oficial! Ainda não entendo como você tem mais poder! –Dizia o pai da Lucy.

—Simples querido Yamatto, eu tenho poderes além da sua compreensão! Algo que talvez você nunca entenda! --- respondeu feliz o bom velhinho.

—PAREM! –Gritou histérica a ruivinha –Ou eu... Ou eu... Vou gritar até quebrar aquele espelho! –Disse ameaçando com a primeira coisa que lhe veio a mente.

—Duvido! –Falaram todos ao mesmo tempo, menos Bucky e seu avô.

—Pois bem! Vocês vão ver... –Começou a nanica pegando fôlego, sabendo que não seria capaz de quebrar um espelho a base do grito, mas não ficaria por baixo. Quando abriu a boca pra gritar, Bucky apertou seu pingente em formato de nota musical e gritou juntamente com ela.

—AAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!!

Todo o prédio da escola tremeu, os óculos do Yamatto trincaram e o espelho quebrou num estrondo. Tudo e todos tremiam menos o velhinho que se mantinha firme no mesmo lugar.

—Parem agora com isso! –Exigiu Bucky –Vô, Yamatto, tratem de explicar o que há entre vocês! O mais rápido o possível!

—Ok! –Respondeu o ruivo pegando outro óculos do bolso da calça –Kanotso, eu sei que não tenho crédito para te pedir nada...

—Não tem mesmo! –Responderam juntos o avô e a Kitsu.

—Tá bom! Mas, você poderia cuidar da Kitsu? Eu acho que vou precisar de um tempo para me reorganizar... Talvez você poderia fazer a Kitsu entender a minha situação.

—Como sou uma pessoa boa... Eu levo meus netos e ela pra casa! E também aproveito pra explicar toda essa situação –Respondeu o velho.

Sendo assim Bucky, Pink e Kitsu foram para o carro do velho enquanto Lucy e Hayaki pegaram carona na limusine de Hacko todo animados por andar naquele carro luxuoso.
Quando chegaram no estacionamento Bucky se surpreendeu ao ver quem era o motorista.

—Wizardmon? –O que o digimon de seu pai estava fazendo dirigindo aquele carrão e ainda mais, de onde seu avô tinha tirado dinheiro para comprar aquele veículo?

—Obrigado meu amigo! Crianças, podem entrar! –Disse abrindo a porta do veículo para que entrassem. O carro seguiu viagem.

—Pois bem vô, pode nos explicar o que significa tudo aquilo que houve na escola! 

—Calma crianças! Eu vou explicar! Vocês já devem ter ouvido falar da Soul Society, ou no caso, Sociedade das almas, lá existem seres chamados shinigamis! Eles são literalmente ceifeiros de almas que ajudam as almas “recém-morridas” à encontrar um lugar para "descansar". Eu já prestei alguns serviços lá na minha era de ouro. Eu era do 4º esquadrão e o Yamatto era do 3°.

—E o que mais... –Perguntou Kitsu impaciente e ainda muito chateada pelas mentiras do pai.

—Isso eu vou deixar pro meu amigo Haruma explicar! –Falou o vô abrindo a porta do veículo e deixando um husky siberiano albino entrar, para surpresa dos jovens o cachorro se transforma num homem moreno de cabelo curto liso e de olhos vermelhos vestindo um kimono preto –Esse é Haruma Kohiro, ex-capitão do 3º esquadrão!

—Olá a todos! Então... Você é a filha do Yamatto? Interessantíssimo! Eu era capitão dele!

—Chegamos! –Falou Wizardmon apertando um botão no veículo abrindo todas as portas. Eles Desceram e entraram na mansão de João, largando mochila e tudo pelo caminho (o velho possuía casa própria, mas preferia passar o tempo com o filho e os netos).

—Como eu ia dizer –Começou o Haruma –Seu pai é alguém muito especial que largou a Soul Society para formar uma família aqui!

—Isso não me convence! –Disse a ruivinha –Ele me escondeu tudo!

—Escondeu para o seu bem! Entenda criança! E eu fui tolo em revelar esse passado! –Intrometeu-se o velhinho –Inclusive, eu tenho várias amigas que saíram daquele mundo para viver entre os mortais, escondendo o passado de seus filhos! Se você quiser eu até trago elas aqui para te convencerem! Mostrando como elas estão bem de vida!

Longe dali um certo digimon duende espreitava uma residência.

—Se é pra causar destruição, mestre Slash? Então eu o farei! – Exclamava Zamiellmon avançando em direção à casa dos pais do Bucky em cima de um furacão, arrancando tudo que via pela frente –Se prepare João!

Continua...

—Capítulo interessante, mas eu colocaria mais cenas de ação –Desdenhou o apresentador.

—Você esta é com recalque por que os autores escrevem melhor que suas fanfics de shipps impossíveis! –Se intrometeu o diretor.

—Minha história do amor proibido de Obama com o Batman ficou incrível! –Gritou revoltado –Tinha revira voltas, cenas quentes, representatividade negra e homossexual! Merecia virar um filme!

—Você escreveu que os dois fugiam juntos para Asgard montados num Pegasusmon!

—Foi uma metáfora!

—Foi a pior coisa que já li! Pior até que suas poesias sobre o final de Lost.

—Eu precisava desabafar minha revolta! Já chega! Estamos fugindo completamente do objetivo da nossa aparição! –Ele se volta para a plateia –Pra ser sincero não lembro nem qual era o motivo mesmo, então nos veremos novamente no próximo capítulo! Deixem seus comentários, sugestões, ou encomendem meu livro: Obama e Batman: Um amor que transcende as barreiras políticas e sociais num cenário pós moderno.

—Pior título de todos –Resmungou o diretor.