Something Else Than a Broken Heart escrita por Lyanna


Capítulo 4
Amor e ódio


Notas iniciais do capítulo

Achei meio fraco esse capítulo, mas fiz com todo amor e devoção unicamente como um pequeno presente à pessoa para quem eu dedico essa fic.

Rodrigo, feliz 7 meses de namoro pra gente. ♥ -s



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Apreciamos a beleza de uma flor no penhasco porque nossos pés param à beira do precipício ao invés de, como aquela flor, seguir em frente em direção aos céus.

Porém, o céu algo tão longínquo e subestimado... Aqueles que cairão, afinal, seremos nós? Ou o próprio céu? Ou seremos nós?

 

~

 

- Quem você pensa que é, Neriel, para baixar a guarda tão tranquilamente diante de um inimigo? Não me subestime!!!

 

Diante do esnobar de Neriel, era evidente que Nnoitra se revoltaria. Para alguém que vive inundado em seu próprio orgulho e amor próprio, ser tratado com descaso era a pior coisa do mundo – ou quase isso. Colérico, ao que a Ex-Espada voltou à sua forma normal, - livrando-se da forma de centauro – e deu-lhe as costas, fora a vez de Nnoitra agir. Com o utilizar do sonido, eis que o homem apoderou-se novamente de sua enorme espada e avançou rapidamente contra Neriel, acoplando mais uma vez sua mão no pescoço da mesma e agora, rudemente, empurrando-a contra a parede fazendo-a bater as costas. A força utilizada pelo mesmo não fora grande, porém o suficiente para fazer o teto da parede vacilar, formando uma chuva de areia e uma espécie de cascalho combinados. Nada sério, porém apenas um aviso que foi prontamente ignorado por Nnoitra.

 

- Tsc...  

 

A Arrankaru estalou os lábios ao ser colocada contra a parede, apresentando uma leve feição de dor diante da forma rude como era tratada. Pega de surpresa por Nnoitra até terminar na situação em que se encontrava?  Talvez; com a guarda aberta ou não, uma Ex-Espada como Neriel iria mesmo ser pega por passos tão barulhentos como o do Quinta Espada que antes mesmo de tocá-la se preocupara em recuperar sua espada com suas correntes barulhentas? Coerente ou não, não seria realmente estranho que a mulher de madeixas esverdeadas deixasse ser encurralada pelo Espada. Afinal, uma relação de amor e ódio não precisa ser coerente para existir.

 

- Vou te ensinar... como deve tratar um homem de verdade como eu... Ensinar como uma mulher deve ser, para me agradar... Neriel.

 

A voz sedutora era algo quase inédito se vindo de Nnoitra. O rapaz manteve uma mão firmemente presa contra o pescoço da Arrankar enquanto, aos poucos, deixava que seus dedos iniciassem um breve deslizar pelo colo da mesma, ousados. Em contra partida, a grande espada formada por duas antagônicas meia-luas era deixada ao lado apoiada pelo cabo, e a mão livre do Espada agora ousava apoiar-se na cintura alheia, assim como o corpo magro do mesmo pressionava o corpo da mulher contra a parede da caverna. Os lábios aproximavam-se gradualmente dos de Neriel ao que a ponta da língua do mesmo já podia tocá-los.

 

Não fosse a fala anterior de Nnoitra, Neriel provavemente – e possivelmente – teria se entregado à investida do mesmo. Como negar um sentimento tão conturbado como o que ela possuía por aquele homem rude? Os olhos da Ex-Espada arregalaram-se ao que o sentia acariciá-la e aproximar os lábios aos dela. Já podia sentir o toque da língua do mesmo deslizando por seus lábios e isso, além de provocá-la deixando-a corada, também lhe trazia repulsa. Queria aquele homem, porém não dessa forma. Não assim. Provavelmente se esqueceria disso em poucos segundos, se deixasse que ele lhe beijasse. O ato estava quase a ser consumado quando os lábios de Nnoitra finalmente tocaram os de Neriel. Entretanto, ao mesmo tempo que isso acontecia, a mão de Nnoitra também parecia deslizar livremente pelo corpo da mulher, adentrando o pano verde que lhe cobria as partes íntimas. Isso sim era rápido demais. Era essa a idéia que ele tinha de ser homem? Era assim que a Ex-Espada deveria agir para agradá-lo? Não, obrigada!

 

- P-Pare com isso. Nnoitra...!! – A voz da mulher, abafada pelos lábios alheios saía de forma histérica, feroz e ao mesmo tempo triste. Não podia ser daquela forma, decidira.

 

Diante do não afastar de Nnoitra, que parecia feliz diante de tal reação, a Espada só pensara em uma coisa que poderia fazer. Sem hesitar, concentrou uma quantidade de reiatsu considerável em sua boca e sem piedade, soltou uma rajada de luz diretamente na cara de Nnoitra; um cero. O homem, em sua defesa ao notar o ataque alheio, unicamente foi capaz de colocar os braços diante da face usando seu resistente hiero como proteção. O resultado foi apenas um considerável choque do mesmo contra a parede da caverna finalmente abalando a estrutura da mesma. Ela iria romper.

 

Evasiva – e sem melhores escolhas -, a Ex-Espada correu em direção à abertura da caverna ponderando um único segundo antes de jogar-se àquela estranha tempestade de areia. Os grãos de areia eram comuns, porém, envoltos em uma quantidade considerável de reiatsu; como pequenas lâminas que guiadas por aquele denso vento, iam de encontro à Neriel ferindo-na aos poucos. Estranhíssimo.

 

- Kuso...!

 

A Arrankar tentava concentrar o máximo de reiatsu em volta de seu corpo a fim de reforçar a resistência de seu hiero. Funcionou, porém ainda era complicado. Uma situação inóspita e sem explicação aparente. O que exatamente era aquela tempestade de areia?

Em meio aos pensamentos e tentativas evasivas quanto aos objetos cortantes, uma voz conhecida alcançou seus ouvidos ao que clamava a sua liberação.

 

- Inore... Santa Teresa!

 

Uma explosão de reiatsu amarelada era visível no interior da caverna que aos poucos desmoronava devido ao utilizar do cero de Neriel contra Nnoitra anteriormente. Sem aviso prévio, eis que furtivo, um Nnoitra liberado era visível aos olhos de Neriel. Se seu hiero anteriormente era resistente, com a zanpakutou liberada era mais ainda.

 

Nnoitra estava em sua forma máxima [...] Sua face era total desespero. Estigma cortava sua face em forma de “x” e dois chifres nasciam em sua cabeça por entre os longos fios de cabelo; lembravam a lua. Não havia mais dois braços, agora eram seis lembrando partes ósseas e extremamente resistentes.

 

- Fraca como sempre, Neriel! Mais uma ação imprudente dessa e eu vou arrancar sua cabeça fora, sua idiota.

 

Rude, como de praxe, o Espada aproximou-se da mulher que o olhava incrédula. A energia a qual o corpo do homem fazia fluir quando vinculado à Santa Teresa era incrível. Esmagadora; mortal. O que ele iria fazer agora? Atacá-la mais uma vez, aproveitando-se de sua momentânea vantagem sobre uma Neriel ferida emocionalmente e sendo, literalmente, ferida aos poucos? Tudo favorecia a Nnoitra. Sua força, sua agressividade, seus seis braços contendo cada um uma foice... Tudo era perfeito para um ataque sagaz à Espada; tudo, menos seu dito ausente coração.

 

Utilizando-se mais uma vez do sonido, aproximou-se da mesma e com um movimento rápido entre seus braços, liberou dois dos seis deixando as mãos livres e com estas envolvera o corpo mulheril de Neriel para próximo do seu envolvendo-a; protegendo-a. Os demais braços serviam como escudos para que a areia não atingisse a Ex-Espada ali atordoada pela ação alheia.

Nnoitra...

 

A voz fraca de Neriel chamou pelo nome alheio na esperança de uma explicação por seus atos, porém, tudo o que esta recebeu fora um gentil apertar dos braços à sua volta e um sorriso brando de Nnoitra, que a encarava gentilmente debochado.

 

- Tch... Não me olhe dessa forma. E não me peça para observá-la vacilar contra essa porcaria. Se alguém vai ferir você, este alguém sou eu. Se alguém vai humilhar você, esse alguém sou eu. Se alguém vai proteger você, esse alguém sou eu... Se alguém... vai amar você, esse alguém certamente serei eu, Neriel!

 

O Espada admitiu em meio à habitual grosseria, porém o fez. Independente de qualquer resposta da mesma, Nnoitra unicamente adiantou sua face próxima à dela e deslizou a ponta da língua onde havia um pequeno sangramento proveniente de um corte. Neriel? Esta parecia ter abandonado seu próprio corpo; tudo que sobrara em seu rosto fora uma coloração rubra que se confundia com seu estigma avermelhado. Uma cena adorável; e dita improvável. É, improvável.

 


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Notas finais do capítulo



"Mal consigo expressar o quanto sou grato a você
Compartilhamos juntos choros, risadas, doenças e momentos felizes
Não importa quantas noites tenham se passado
Quero cantar o meu amor por você" (8)


/avulso



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