Something Else Than a Broken Heart escrita por Lyanna


Capítulo 3
Fatos


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse capítulo com cólica, sono e na verdade não muita inspiração. Não é um dos melhores, mas está aí. Espero que gostem.



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Aizen-sama não teme nada nem ninguém. E é por isso que nós nos reunimos sob suas asas. Porque para nós, nascidos do medo, os passos de alguém destesmido como ele brilham como a luz da Lua.

Quando um Rei é destronado, seus súditos sem dúvida acabam por sucumbir junto ao então soberano. Quando o ato de comandar não passa de uma simples ilusão e alusão à dependência de seres potencialmente inferiores para com seu rei, o final não poderia ser diferente do começo. Do pó ao pó. Da escuridão à escuridão. Do medo ao medo. Do caos... a um agora novo e perturbador caos. Adeus, tempos tranquilos. A paz se perdeu meio às areias deste desértico deserto.

 

~

 

O coração da Arrankar pareceu parar drasticamente durante o que lhe pareceram longos minutos, antes de novamente voltar a bater frenético, apertado e machucado. Não fosse pelo suspiro que sentira junto a sua máscara, provavelmente não se afastaria de Nnoitra encarando-o, como o fez.

Atos carinhosos são bem vindos, porém, até onde alguém como o Quinto Espada seria realmente capaz de algo assim e até onde isso seria falsidade?

 

- O que está fazendo, Nnoitra? 

 

 E mais uma vez o tom gélido fazia-se presente na fala da Ex-Espada.

Já livre da prisão que a mão alheia fizera em seu pulso, Neriel afastou-se três passos de Nnoitra encarando-o.

 

- Que pergunta idiota, Neriel! Disse que queria ouvir seu coração. Não conseguiu entender nem isso, heh?!


Pega em cheio pela ironia alheia, retardou mais alguns passos até a entrada da caverna onde se encontravam, na esperança de visualizar uma pausa da tempestade de areia; sem sucesso.

 

- Não se aproxime mais de mim, por favor.

 

Pediu com uma voz doce e um pouco sofrida no geral. De costas ao Quinto Espada, levou a mão direita em direção ao braço oposto assim como fizera com a esquerda, abraçando-se.

 

- Queria muito que essa tempestade de areia fora do comum parasse para eu poder ficar longe de um animal como você. Até mesmo viver a esmo junto aos outros Hollows parece mais vantajoso.

 

Palavras duras; caso o receptor desta de importasse, claro. Um silêncio preenchido unicamente com o som do movimentar de grãos de areia, fez-se presente no ambiente por alguns segundos. 

 

O Quinto Espada parecia, pela primeira vez, abandonar o sorriso presunçoso de seus lábios e adotar uma rara feição pensativa. A enorme arma do mesmo fora largada ao lado, encostada na parede ao que finalmente tomou alguma reação diante da fala de Neriel. Másculo, pôs-se em pé às costas dela e segurou-lhe rudemente o braço pouco abaixo da axila, virando-a para si novamente. Os estreitos olhos de Nnoitra estreitaram-se mais ainda na furia que este agora usufruia.

 

- Qual o seu problema agora, Neriel? Foda-se o que você pensa de mim a essa altura! Sempre disse que eu não era um adversário para você e mesmo assim eu a derrotei. Seja inteligente e reconheça minha força. Você sempre me chamou de animal. Qual foi a sensação de levar a pior deste animal, Neriel?!


Cuspiu-lhe as palavras de forma asquerosa e visivelmente sem se importar com os sentimentos alheios. À medida que sua raiva aumentava, aumentava também a força involuntária que fazia no braço da Arrankar ao segurá-lo firmemente. Juntamente à força, Nnoitra também puxava o braço da mulher trazendo-a mais uma vez para próximo de si; falava-lhe com os lábios já próximos do rosto da mesma.

 

- Responda, Neriel! Sempre foi arrogante ao esfregar a merda do seu posto na minha cara. Uma fêmea se achando superior a um macho num campo de batalha... Isso sempre me incomodou profundamente. E agora, depois de tanto tempo, você reaparece achando que ainda tem alguma moral de falar assim comigo? Ah, Neriel.. eu poderia ter te esmagado sem esforço quando te larguei no deserto naquela forma deplorável. E olha só, você voltou, irritante como sempre... Tch! ...  - Após uma única pausa depois de tamanho discurso, Nnoitra largou-lhe o braço e deu as costas a mulher. - Acho que bom que não foi tão fraca a ponto de morrer... Isso estava um tanto chato sem você, Neriel. Sem nenhuma mulherzinha fraca e arrogante.


Neriel por nenhum segundo sequer reagiu à investida de Nnoitra ou interrompeu-lhe as rudes palavras. Sua feição permaneceu impassível até pouco antes do final do discurso, alterando-se apenas ao acrescentar um leve toque de escárnio quanto a consideração de Nnoitra sobre a derrota que causara a ela. Entreabriu os lábios uma vez porém logo os fechou, observando-o dar as costas a ela. Uma boa forma de ignorar sua expressão. Uma boa forma de demonstrar descaso. Uma boa forma de ser pego desprevinido.

 

Utae... - Anunciou o comando à sua zanpakutou enquanto a retirava da bainha - Gamuza.


A liberação da zanpakutou de Neriel dava a mesma nada mais nada menos que a forma de um centauro; uma criatura metade cavalo, metade humana. Uma vez sobre as quatro patas, avançou sem dó contra o Quinto Espada em proveito do ato de dar-lhe as costas, e antes mesmo que este virasse completamente para ela, surpreso, a Arrankar só o acertava nas costas com os cascos dianteiros, levando-o ao chão. Sem piedade e movida unicamente por sua fúria feminina aguçada graças ao Quinto, manteve o mesmo ao chão com um de seus cascos fazendo uma breve pressão sobre seu corpo.

 

Sua vaca...! - Ralhou Nnoitra em meio à queda, visivelmente irritado com a situação insana.

 

Neriel, por sua vez, vingativa, mantinha em movimento uniforme uma espécie de bater com seu casco nas costas de Nnoitra ao que falava.

 

- Não é gostoso, Nnoitra, ser pego de surpresa e humilhado? Humilhado por uma mulher, a propósito... Será que eu posso me gabar disso ou você vai abrir a boca para falar que não foi um golpe justo? Acho que não, não é? Afinal... o que você fez comigo foi tão justo quanto o que fiz agora. Felizmente, não tenho sangue frio como você. Veja isso como uma demonstração fajuta de como me senti.


Fazia novamente pressão sobre o corpo de Nnoitra após afastar o casco alguns centímetros no ar e tocar novamente as costas do Espada. Não forte o bastante para causar em Nnoitra algo mais que um gemido de doir, porém forte o bastante para a Ex-Espada dar-se por satisfeita com o troco que, a partir dali, resolvera aplicar no homem. Antes de afastar-se dele, apenas questionou, calma e irônica.

 

É única, não é? ... A sensação de ser pisado por um "companheiro" ... realmente é única.

 


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