- vamos à delegacia, Rose.

- não posso. Ainda não. Antes eu vou contar tudo pro Josh.

- contar que ele não é o pai dele?

- sim. Depois vou dizer que irei me divorciar do Brian.

- mas só em você amostrar esses hematomas pra ele, tenho certeza que seu filho irá te apoiar.

- não sei...Eu tenho um filho tão cabeça dura. Ele é todo pelo Brian. Nunca vi igual. É capaz dele ir contra mim mesmo sabendo que o Brian me bate.

- que isso. Que exagero. Tenho certeza que ele irá enxergar quem é o Brian de verdade.

- ai! E agora Sarah? Estou tão confusa. Meu casamento foi por água abaixo, meu filho está contra mim, agora me aparece esse menino...

- que menino? – perguntou curiosa.

- eu não te falei não é?

- não. De quem está falando?

- ele se chama Gerard. É um amigo do Josh. Foi ele que me salvou ontem do Brian.

- nossa que bom que ele apareceu na hora certa.

- sim, mas tem outra coisa...

- outra coisa?

- o menino tem uma paixonite aguda por mim.

- nossa! – e ela começou a rir. – isso é bom né. Se é amigo do seu filho, ele deve ser novo. Isso aumenta sua auto-estima. Abalando corações.

- ele é mais novo que o Josh. Tem vinte e dois anos. Isso me preocupa.

- te preocupa por que? Ta achando que ele é algum adolescente psicopata como nos filmes?

- não é isso... – e fiquei calada indecisa sem saber como dizer aquilo.

- não vai me dizer que...Rose você está apaixonada por esse menino?

- não é isso... É que...Sei lá. Ele é um garoto muito bonito e é tão maduro. Exceto por ainda ser virgem. – e ri lembrando daquele episódio no motel. – é um menino muito bonzinho.

- ta na cara que tu ta interessada nesse menino.

- ta louca Sarah? Ele tem a metade da minha idade. Não poderia estar interessada em alguém com a metade da minha idade... – e fiquei pensativa.

- sua papa anjo! – disse Sarah se divertindo com aquela situação que para mim não havia graça nenhuma.

Eu não tinha certeza daquilo, mas aquele ato do menino de me ajudar e ser tão prestativo me deixou bastante balançada. Eu sempre fui uma pessoa que se apaixonava bem rápido por qualquer ato educado de um rapaz, mas depois de me casar com o Brian eu não tinha olhos pra mais ninguém há não ser pra ele. Acho que depois que Brian fez tudo aquilo comigo eu acabei ficando frágil e foi por isso que me deixei me encantar por alguém novamente, estava carente naquele momento. Mas aquilo era errado e impossível. Ele era apenas um menino enquanto eu já passava da casa dos quarenta.

Dois meses depois...

Dois meses se passaram e eu fingia que tudo era flores dentro de casa. Brian não tocou mais em mim, mas eu ainda tinha nojo dele. Ele continuava a ficar as madrugadas fora de casa. Josh estava radiante com aquilo tudo. Achava que Brian e eu estávamos à mil maravilhas e eu continuava fazendo ele achar isso.

Peguei o bolo da mesa da cozinha e levei pro jardim atrás da casa. Meu filho estava com amigos e sua namorada na piscina. Coloquei o bolo em cima da mesa no jardim onde Sarah arrumava alguns pratos.

- e aí? Agora que eu vim aqui na sua casa mesmo contra minha vontade por que não tenho mais coragem de olhar praquele seu marido. Vim pelo meu afilhado. Agora me diz qual desses é o tal que fica dando em cima de você. Dependendo de qual for está ótimo por que tem cada um mais bonito que o outro. Se eu não fosse casada... – e amostrou a aliança em seu dedo.

- ele não está aqui.

- não? Que pena. Queria tanto saber quem é.

- olá. – nos viramos e Gerard estava ali no jardim.

- Gerard. – disse bem alto olhando pra Sarah num sinal de que era ele o tal cara. – como entrou?

- a porta estava aberta. Eu toquei a campainha e ninguém atendeu então entrei.

- ah. Pensei que não viesse. Fique à vontade.

- você está linda. – disse ele me olhando de cima a baixo. Eu estava de maiô com uma canga envolta da cintura e quando ele me disse aquilo eu me encolhi toda sem graça.

- obrigada. – respondi sem jeito. Ele então foi pra borda da piscina e tirou sua roupa ficando apenas de sunga e eu só observava aquele corpo dele. Um jovem atlético, lindo, charmoso, tudo o que uma mulher desejava na sua cama. O que eu estava pensando, ele era um menino, eu não podia pensar nisso.

- um gatinho. – me virei e Sarah olhava pro menino com cara de tarada comendo um brigadeiro.