Felix bebeu. Não que isso fosse muito incomum, afinal Felix ingeria muitas bebidas alcoólicas antes da minha chegada na mansão dos Agreste, mas era essa a questão: antes. Foi somente depois que o jantar com a família do prefeito acabou e já não tinha mais ninguém na cozinha. Eu deixei ele sozinho por um segundo e quando voltei a me aproximar dele o que ele disse foi:

—Você está tão linda... -Ele me abraçou pela cintura.

—Que?- Eu olhei pra ele incrédula. Ele não poderia ter dito mesmo isso.

—Você tá linda Bridg... Você é linda demais... - Ele me beijou. E aí eu entendi tudo. Aquele gosto na boca dele era vinho.

—Felix Agreste, você bebeu vinho mesmo eu te proibindo de beber qualquer bebida alcoólica?- Eu me soltei dele e o encarei seria.

—Não. – mentiu e deitou a cabeça no meu ombro. –Por quê? Não posso falar que a minha garota é linda mais não? –Perguntou com um sorrisinho.

Eu corei. Felix nunca, jamais diria uma coisa assim... Se estivesse sobreo é claro. Eu suspirei.

—Felix- Ele me encarou ainda sorrindo, o que definitivamente era estranho. Os sorrisos de Felix geralmente são sarcásticos e debochados e não... Gentis. -  Por mais que eu goste de te escutar dizendo que eu sou linda, eu tenho que cuidar de você. Você não pode beber, me ouviu? –Eu não conseguia falar nada de modo muito firme com ele me olhando sorridente.

—Desculpe... Eu fui um menino muito mal.- Ele falou sarcasticamente e depois riu.

—Vamos Felix... Você tem que dormir. –Eu disse puxando ele para o andar de cima.

—Mas eu não quero dormir. Quero ficar com você Bridgitte. Por que você é linda...E tem um cheiro bom...E tem um sorriso fofo... E- Eu não aguentei mais tantos elogios. Felix me elogiando foi tão fofo, tão tudo que eu sempre quis.

—Felix, para com isso agora mesmo! Você está bêbado! Esses elogios- Eu me lembrei de uma coisa que li em uma revista aleatória quando estava esperando pra ser atendida em um consultório medico uma vez: quando uma pessoa bebe ela se sente mais livre para falar verdades que não tem coragem de dizer quando está sobrea. Então aqueles elogios todos seriam verdade? – Isso tudo é verdade mesmo?- sorri.

—É... Bridg, você parece um anjo sabia?- Ele falou me abraçando por trás. –Você é um anjo... –Ele estava com voz de sono.

—Felix?- Eu falei pegando meu celular- Pode repetir isso?

—Isso o que? Que você é linda? Que parece um anjo?- Ele perguntou e eu gravei.

—Felix... Você me ama?- Perguntei sorrindo.

—Bridg...- Ele estava com os olhos fechados- Eu... Tô com sono...

De repente ele caiu em cima de mim dormindo. Eu suspirei. Até bêbado esse cara consegue escapar de dizer que me ama. Eu carreguei/arrastei ele até o quarto dele e coloquei ele na cama.

—Te amo, Felix- Falei e dei um beijinho na testa dele. –Ate amanhã.

Eu sai do quarto dele e fechei a porta. A senhora e o senhor Agreste já estavam dormindo, por isso resolvi não incomodar eles. Fui até o quarto do Adrien. Ele estava sorrindo para o celular.

—Toc toc!- Falei.

—Oi Brdg. Entra. –Ele falou se sentando na cama.

—O que está fazendo? –Perguntei tentando olhar no celular dele, mas ele desligou a tela.

—Nada!- Ele disse rapidamente.

—A gente não sorri pra nada Adrien Agreste!- Eu falei pegando o celular da mão dele.

—É s-serio Bridgitte! Não é nada!- Ele tentou pegar o celular da minha mão, mas eu desviei.

—Se não é nada não vai se incomodar de eu dar uma olhadinha!- Eu desbloqueei a tela do celular (sim, sei a senha) e o que vi me surpreendeu. –Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum.

—Para com isso Bridgitte! –Falou corando.

—Olha senhor Adrien, se eu não conhecesse você diria que finalmente tem uma menina entrando nesse seu coraçãozinho de pedra hein... - Falei com um sorriso.

—Nós só estamos conversando! Nada demais! –Ele pegou o celular da minha mão.

—Só um aviso senhor Agreste: Se quer mesmo conquistar a minha irmã é só me dizer que eu te ajudo. Boa noite. –Eu saí do quarto deixando um Adrien mais que corado para trás.

Quando finalmente cheguei na minha casa fui recebida com mil e uma perguntas dos meus pais. Eu suspirei e disse que Felix não tina me pedido em namoro e que quando ele o fizesse eu faria questão de avisar a eles. Imagina... O cara que não consegue nem sequer dizer que me ama me pedir em namoro? Eu ri da ideia e fui tomar um banho. Quando estava quase indo dormir eu ouvi risadas e fui ver o que estava acontecendo. Marinette estava rindo para o celular. Eu até tentei falar com ela, mas ela nem sequer percebeu que eu estava ali.  Eu voltei para o meu quarto e tentei dormir. Não consegui. Senhor eram 3:00 da madrugada e a Mari não ficava quieta por um segundo sequer! Eu consegui fazer ela ficar quieta no final das contas. Eu quero muito ver ela junta com o Adrien, mas também quero dormir né?

No dia seguinte acordei bem cedo e fui para a mansão Agreste. Adrien estava tendo aula, suas aulas são em casa, o que eu particularmente acho meio deprimente, mas todos os Agreste tem esse rigoroso modo de educação então eu não discuto. Senhor e Senhora Agreste já tinham ido trabalhar. Eu fui para o andar de cima e vi o que já esperava: Felix estava no banheiro vomitando. Eu bati na porta do banheiro.

—Quem é?- Ele resmungou.

—Sou eu Felix. – Eu ri.

—Do que está rindo? –Ele perguntou e eu ouvi um barulho de agua corrente. Ele estava escovando os dentes.

—Naaada- Eu falei me fazendo de inocente- Só me lembrei de umas coisinhas que você disse ontem.

Ele abriu a porta e me encarou com os olhos arregalados.

—O que eu disse ontem?- Ele perguntou.

— Que me ama e que quer casar comigo. Claro, eu aceitei e você falou que vamos sair pra comprar a aliança hoje. – Eu falei com um sorrisinho de canto.

— Eu duvido bastante que eu tenha dito isso. – Ele me olhou serio com os braços cruzados.

—Não custava tentar né- Eu dei de ombros- Você não falou nada demais- Eu mostrei o vídeo pra ele- Mas o senhor poderia repetir tudo isso que disse no vídeo agora que está sobreo?- Perguntei depois dele terminar de ver.

—Nem nos seus melhores sonhos!- Ele foi corado em direção ao quarto.

— Ora, ora parece que alguém aqui não vai beber por um bom tempo. Eu bem que te avisei que se voltasse a beber ia se arrepender. – Eu falei me sentando na cama dele.

—Não vou beber. Não com você por perto. –Ele resmungou.

— Você é tãoooo fofo. Eu não conhecia essa sua parte que gosta de me elogiar. – Eu abracei ele por trás. –Eu te amo muito.

Nós ficamos parados assim por um tempo.

—Seria muito bom se você dissesse agora... –Eu sussurrei.

— Dissesse o que? Eu não tenho nada pra dizer. –Ele falou se soltando do abraço.

—Não se faça de desentendido. Sabe muito bem o que eu quero ouvir você falar!- Eu disse sorrindo.

—Ah, quer saber? Eu tô com uma desgraça de uma dor de cabeça e você só está fazendo ela piorar!- Ele se deitou na cama.

Suspirei.

—Você podia agir como quando estava bêbado e dizer umas coisinhas fofas, mas nãaaao você tem que dar uma de tsundere. –Eu resmunguei- Quer que eu cancele aquela sessão de fotos que vai ter hoje?

—Seria muito bom. –Ele falou se virando para o outro lado.

—Está bem. Vou trazer agua pra você também. Ouvi dizer que ajuda com ressaca. –Eu falei e ele só respondeu algo do tipo “Vai logo” e eu sai. Desci até a copa. Adrien estava na aula com Natalie, a secretária dos Agreste. –Com licença Natalie.

—Sim Bridgitte?- A mulher perguntou se virando para mim.

—Felix pediu para cancelar a sessão de fotos de hoje. Ele não está uito bem. –Eu falei.

—Tudo bem. Quer que eu ligue para o médico da família? –Natalie perguntou.

—Não precisa. Pode deixar que eu cuido dele. –Eu falei e olhei para Adrien. –Ah, é. Da próxima vez que ficar conversando com a minha irmã até tarde eu vou vir aqui e te bater com o seu celular! Eu quase não consegui dormir!- Depois de dizer isso eu fui para a cozinha e peguei uma jarra com água gelada, um copo e fiquei um bom tempo procurando por biscoitos agua e sal e depois de bastante tempo finalmente achei e peguei. Subi até o quarto do Felix. Dormindo. Eu sorri e deixei as coisas em cima do criado mudo dele. Me aproximei dele e o beijei. Ele abriu os olhos e se afastou de mim.

—Masoq- Ele me olhou meio assustado. – O que foi isso do nada?

—Eu estava acordando a Bela Adormecida. –Falei sorrindo.

—Você é esquisita.

—Você me ama.

Ele corou. E desviou o olhar.

—Avisou a Natalie?- Perguntou.

—Avisei sim- Falei colocando água no copo. –Aqui.

Ele bebeu a agua e eu sorri.

—O que foi? –Perguntou depois que viu que eu estava encarando ele.

—Gosto de cuidar de você sabia?- Perguntei pegando o pacote de biscoitos e entregando pra ele.

—Sei. - Ele falou- Bridgitte.

—O que foi?- Perguntei me sentando na cama dele.

—Eu andei pensando numas coisas... –Ele falou.

— E?- Eu perguntei para que ele prosseguisse.

—Você se lembra daquele dia? –Ele falou e eu o encarei confusa.

—Que dia? – Perguntei.

—Aquele dia Bridgitte.- Ele frisou a palavra aquele.

Eu entendi do que ele estava falando. Pela cara de desconforto que ele estava fazendo eu soube que ele se referia ao dia em que um cara deu em cima de mim na frente dele. Não foi nada demais, eu estava caminhando até o parque com Felix para uma sessão de fotos dele e um cara qualquer me deu uma cantada idiota. Eu ignorei, mas o Felix não. Felix olhou para o cara e perguntou um “O que foi que você falou?” e o cara disse “Não foi com você. Foi com a gata ali.” E isso bastou para Felix começar uma briga. O cara estava acompanhado por um grupo que começou a tentar bater no Felix, mas no final quem passasse por lá poderia ver um bando de caras caídos no chão e um loiro emburrado puxando uma mestiça em direção a uma mansão. Felix cancelou a sessão de fotos e ficou o dia todo emburrado me abraçando e dizendo que da próxima vez que visse alguém dando em cima de mim ele iria quebrar o pescoço do idiota. Isso aconteceu faz um mês.

—Ah, sei.- Eu falei meio que sussurrando.

—Semana passada... Quando você foi me buscar na faculdade eu ouvi um dos meus colegas falando que você é muito gostosa. No dia seguinte eu quebrei a mão dele por que ouvi ele falando isso de novo. –Felix disse olhando pra baixo.

—Felix- Eu já ia repreender ele, mas ele me interrompeu.

—Ainda não acabou. - Ele falou. – Eu também já quebrei a perna de um cara. Deixei outro inconsciente. E... Ah, se eu fosse contar tudo iriamos ficar aqui o dia todo! Mas... Hum... Você recebeu uma ligação agora a pouco.

—Uma ligação? –Falei.

— É. Um cara ligou no seu celular... - Felix disse- Colega seu do curso de gastronomia. Ele perguntou se eu podia passar pra você e eu disse que você não estava. Ele pensou que eu sou seu irmão, eu acho. Ele me perguntou se eu sabia se você está livre essa noite. Eu desliguei.

—Felix...- Eu tentei explicar pra ele, mas ele me interrompeu.

—Bridgitte quem é esse cara? Desde quando esses seus coleguinhas babacas tem intimidade o suficiente pra ligar no teu celular e perguntar se você tá livre essa noite?- Ele perguntou com raiva.

—Eu tenho amigos, sabia?- Perguntei ironicamente.

—O tom de voz dele não era muito amigável. - Felix falou cruzando os braços.

—Felix. Menos ciúmes, mais “eu te amo”. Obrigada. De nada. – Falei brincando. Tentei pegar meu celular, que estava na mão dele, mas ele não deixou.

—Você, por acaso está planejando ligar de volta para aquele seu coleguinha?- Ele falou coleguinha como se quisesse dizer outra coisa.

—Sim Felix. Eu vou ligar pra ele, por que ele provavelmente ia me chamar pra fazer o trabalho em grupo do curso. Note que eu disse GRUPO. Pode me entregar meu celular? –Perguntei calmamente.

— E eu por acaso poderia saber como fico nessa historia? Você tem que ficar aqui e cuidar de mim! – Ele falou irritado.

—Já conversei com a sua mãe. Essa noite você pode ficar sozinho e que eu me lembre nos primeiros meses em que fiquei cuidando de você isso era o que você mais queria né? Ficar sozinho. – Eu ri pensando na ironia.

—Mas agora eu quero ficar com você!- Ele falou como uma criança pirracenta.

—Também quero ficar com você Felix, mas esse trabalho é importante. – Falei tentando fazer ele entender.

—Tá. Vai lá fazer seu trabalho, mas não precisa mais voltar também. –Ele resmungou se deitando de costas pra mim.

—Felix! Para de agir como uma criança! – Falei seria.

—Quem tá agindo como criança? Eu não tô agindo como criança. Você é que está sendo egoísta! Me deixando aqui sozinho nesse estado... –Ele falou.

—Para com isso! Você sabe muito bem que se eu pudesse ficava aqui. E além disso é só de noite. Vou ficar o dia todo com você. – Falei passando a mão pelos cabelos dele.

—Bridgitte eu acho que você não está entendendo muito bem... EU NÃO QUERO QUE VOCÊ VÁ POR QUE EU NÃO QUERO VER VOCÊ SAINDO COM OUTRO CARA!- Ele falou se levantando e me encarando.

— Felix, isso é só um trabalho... –Falei seria.- Você por acaso acha que eu gosto de ter que ver você tirando fotos com aquelas modelos lindas?

—No meu caso é profissional. –Ele se defendeu.

—E no meu não é?- Rebati.

— Pelo amor de Deus Bridgite seja racional! Eu sei muito bem o que vai acontecer! O trabalho vai demorara acabar, quando acabar vai estar tarde, o cara vai se oferecer pra te levar em casa e você vai aceitar por que é incrivelmente educada e ingênua! Ai você e ele vão ficar de conversinha o caminho todo, vai rolar um clima do nada e aí ele vai te beijar. –Felix falou com cara de repulsa.

—Felix seja racional você! Isso nunca aconteceria! Eu sou doida por você! – Eu disse ficando nervosa.

—Se é tão doida por mim como fala por que não fica aqui comigo e esquece esse trabalho idiota de uma vez por todas?- Perguntou com uma sobrancelha arqueada.

—Por que esse trabalho é importante. E, além disso, por que você não pode me impedir de sair com os meus amigos!- Berrei.

— Sim eu posso! Você vai ficar aqui! – Ele gritou nervoso.

—E com que direito você acha que pode mandar em mim? – Gritei irritada.

—Com o direito que eu tenho por que eu- Felix começou a gritar, mas eu interrompi.

—POR QUE VOCÊ É O QUE? O MEU NAMORADO? NÃO, VOCÊ NÃO É!- Eu comecei a chorar – E O PIOR É QUE ISSOÉ UMA DECISÃO SUA!- Sai correndo e chorando.

Adrien já não estava mais em casa. Natalie me perguntou o que me aconteceu e eu só chorei mais ainda e corri até a minha moto. Eu não conseguia entender o porquê dele ter tanto ciúme. Eu não posso ter amigos? Eu não posso sair? Eu não sou nem namorada dele pra que tanto ciúme então? Eu cheguei em casa e meus pais me perguntaram o que aconteceu comigo. Eu só gritei “FELIX ACONTECEU!” e subi até o meu quarto e me tranquei lá, não antes de gritar um “NÃO QUERO FALAR COM NINGUEM, NÃO ME CHAMEM! ME DEIXEM SOFRER EM PAZ!”. Eu escutei a minha mãe falando algo do tipo: “Vamos deixar ela sozinha por enquanto até ela se acalmar.”  Eu não sei quanto tempo fiquei lá dentro. Só sei que fiquei o tempo todo murmurando coisas como: “Idiota. Babaca. Estupido. Tomara que a ressaca faça ele ter dor de cabeça pelo resto do dia. Eu odeio ele. Quero que ele morra solitário em uma casa cheia de gatos. Não... Quero que ele se case com uma péssima mulher e que ela transforme a vida dele num inferno e que ele passe a vida toda se lamentando por ter brigado com uma mulher maravilhosa como eu. Aquele babaca-idiota-estupido. Tomara que fique careca. Tomara que o café dele acabe. Tomara que-“

—Bridgitte abre essa porta!

Eu dei um pulo de susto e cai da cama.  Era o Felix. Ele estava mesmo ali. Ah, mas o que aquele babaca-idiota-estupido queria agora? Eu não fazia ideia, mas também não queria saber.

—Vai embora!- Falei secando as lagrimas.

—Bridgitte, nós precisamos conversar. – Ele falou seriamente.

—Eu não tenho nada pra falar com você! Não vou falar com você até você me pedir desculpas. – Eu choraminguei.

Eu ouvi ele suspirando pesadamente.

—Bridg, me desculpe. –Ele meio que sussurrou. Meu coração deu um salto. Felix me pediu desculpas mesmo? Tão fácil assim?- Pode abrir a porta agora?

Eu abri a porta meio relutante. A cena que vi me deixou muito surpresa. Felix estava com os olhos inchados de choro e com as bochechas vermelhas. Ele segurava um buque de rosas e uma caixa de chocolates. Aquilo não podia ser real. Não mesmo. Cavalheirismo e gentileza eram coisas que eu nunca esperei de Felix.

—Toma. - Ele me entregou as coisas que segurava – Não espere que eu fique fazendo coisas assim sempre! Natalie ligou pra minha mãe depois que você saiu e a minha mãe ficou me enchendo até eu vir aqui com essas coisas. Eu espero que você me desculpe, por que eu não quero ter passado a vergonha de comprar esses trecos e ficar sendo encarado por um bando de gente na rua pra nada!

—Felix... – Eu não sabia o que dizer. –Obrigada... Mas eu ainda estou com muita raiva de você!

—Ah, pelo amor de Deus! O que eu tenho que fazer agora mulher? Me jogar na frente de um carro? –Perguntou impaciente.

—Não seu babaca-idiota-estupido. Eu só quero que você diga que vai parar de ser tão ciumento por nada!- Eu falei.

—Eu vou parar... –Ele sussurrou.

—E quero que você diga que vai me deixar ir encontrar meus amigos do curso de gastronomia. –Eu disse.

—Tá... Você pode ir. –Ele falou relutante.

—E quero que você diga que me ama e me peça em namoro. – Falei torcendo para que ele fizesse isso mesmo.

—Aí já é demais né não?- Ele resmungou.

—Tchau Felix. Espero que encontre outra babá e que a sua vida seja cheia de arrependimentos por não ter feito o que eu disse. - Falei indo entrar no meu quarto, mas ele me puxou.

 -Bridgitte... Eu... Te amo!- Ele falou vermelho como um pimentão. –Você... Quer namorar comigo?

—Sim. Sim. Sim. Sim. Sim! – Falei largando as rosas e os chocolates no chão e pulando no pescoço dele. – Eu não consigo acreditar que você falou mesmo! – falei abraçando ele.

—Eu falei. –Ele falou parecendo meio incrédulo. –Bridgitte eu falei. Eu não acredito que falei! – Ele falou meio que entrando em desespero.

—Felix, calma. Não vai acontecer tudo de novo. Você sabe que eu não sou como ela. –Eu falei deitando a cabeça no peito dele. –Eu te amo. De verdade. Você sabe disso não precisa ficar com medo.

—Mas... Aquilo tudo- Os olhos dele ainda mostravam desespero, mas eu não deixei ele ficar assim por muito tempo.

—Vai ficar tudo bem. Você acredita em mim? –Perguntei segurando o rosto dele.

—Acredito. - Ele disse depois de um tempo.

Eu beijei ele e senti lagrimas rolarem lentamente  pelo meu rosto. Lagrimas boas. Lagrimas de felicidade.

—Felix... - Eu falei depois que nos separamos.

—O que?- Ele perguntou meio ofegante.

—Eu tenho que contar pro mundo inteiro que nós estamos namorando!- Eu falei saltitando animada.

—Mereço... - Ele resmungou.

Eu não deixei ele falar mais nada. Puxei ele pela mão e corri escadas a baixo.

—Mãe! Pai! – Chamei entrando na cozinha da padaria onde eles estavam- Vocês não vão acreditar!

—Você e o Felix começaram a namorar? – Os dois perguntaram com os olhos brilhando.

—SIM!- Gritei animada- Espera... Como vocês sabiam?

—Nós podemos, ou não ter escutado parte da conversa de vocês... –Minha mãe falou com um sorrisinho malandro.

—Vocês são bem curiosos hein? –Eu falei rindo um pouco.

—Nós vamos fazer um bolo pra vocês! Pra comemorar o primeiro dia de namoro! – Minha mãe sorriu docemente.

— Está bem. Vem Felix! –Eu puxei ele pela mão até a sala.

— O que vai fazer? –Ele perguntou e eu peguei meu celular.

—Já disse. Vou dizer ao mundo todo que estamos namorando! Agora é a vez de contar pra minha irmã! –Falei e rapidamente digitei o número dela.

—Alô?

—Mari! Vem pra casa agora! Você não vai acreditar no que aconteceu!

—Bridgitte? O que aconteceu?

—O Felix me pediu em namoro, Marinette!