Milênio de ouro escrita por knives


Capítulo 2
Capítulo 2




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A manhã seguinte finalmente chegou sendo saudada com os raios de sol. Era um dia bonito com o céu azul com poucas nuvens, os pássaros gorjeavam alto e a relva era limpa e verde.

Dentro do palácio porém, a calma não era o elemento presente como lá fora. Havia uma correria de empregadas e empregados para arrumar tudo antes de chegada do Senhor Taisho. O cheiro da comida poderia ser sentido de qualquer lugar da casa.

Logo pela manhã o Rei saiu com a cavalaria para resolver assuntos na cidade antes que seus convidados aparecessem enquanto a Rainha ficara preparando suas filhas, cujo quarto de encontrava em completo caos. As empregadas tentavam a todo custo vestir as meninas, mas enquanto essas não parassem quietas era impossível. No meio da desordem, porém, Ritsuko percebeu que Kikyo não estava entre as irmãs e resolveu procurá-la, tinha alguma ideia de onde a menina estava.

Atravessou lentamente o campo brilhante que cercava o castelo e se dirigiu para o estábulo. Como esperado encontrou a jovem que acabara de desmontar de um garanhão branco, ajeitando as roupas. Fitou secretamente a filha por alguns segundos, ainda impressionada em como crescera rápido. Além do tamanho físico, Kikyo era a mais madura e mais reservada das irmãs. Aproximou-se lentamente da filha e com voz mansa perguntou:

— Você não vai se vestir? Todas as suas irmãs já estão quase prontas.

A menina se virou ao ouvir a voz da mãe e logo sorriu:

— Quem são essas pessoas mamãe? – falou um tanto apreensiva – Aquilo que o papai falou ontem não pareceu agradá-la.

— São velhos amigos do seu pai meu bem, não tem com o que se preocupar – falou cautelosamente – De fato não me agradou, mas isso foi porque não fui avisada. Eu realmente acho que seria bom uma amizade entre vocês e os filhos do Taisho. – completou com segurança.

—Mas talvez... – falou a menina incerta – deixe pra lá, vamos mamãe, quero que me ajude na arrumação!

O dia se passou lentamente. À medida que o sol ia escondendo seus raios, mais ansiosos os governantes daquele castelo ficavam afinal poucas vezes recebiam visitas. Na hora do chá o Rei ainda não tinha voltado da cidade e a ansiedade dava lugar à excitação. As meninas estavam arrumadas como bonecas, em suas cabeças havia arranjos de flores e pedras preciosas, seus vestidos em claros – cada um com uma cor – denotando pureza. E se antes não conseguiam ficar quietas agora se mexiam ainda mais freneticamente quase desarrumando o trabalho feito pela mãe pelas amas.

Quando a noite chegou nem o Rei nem o seu convidado haviam chegado, logo surgiram rumores acerca do paradeiro de ambos, porém muito incertos e fruto dos mitos sustentados pela população como estórias de monstros gigantes que habitavam as colinas que cercavam o reinado.

Já se passava da meia noite, já com todos fatigados da espera quando uma trombeta soou pelos vales. As meninas se dirigiram à janela rapidamente para ver o que estava acontecendo. Viram então entrar pelos portões do reinado um enorme grupo de pessoas com carruagens e homens montados em cavalos, avistaram também seu pai, que conversava alegremente com um homem de cabelos brancos presos para trás vestido em uma armadura. Kikyo percebeu o seu pai trazia um pequeno embrulho enrolado em uma capa preta perto do peito, pensou se tratar de algum presente para as filhas ou de alguma lembrança para seu convidado, mas de certa forma sabia que não se tratava nem de uma coisa nem de outra. Resolveu esperar.

Finalmente a cavalaria foi desmontada. Mulheres com os cabelos arrumados cheios de enfeites e vestidos volumosos e coloridos e homens dos mais elegantes vestidos em paletós e mantas, saíram de dentro das carruagens, sendo guiados pelos criados primeiro aos seus aposentos e depois ao salão. Com os cavaleiros idem. As princesas então correram todas ao encontro de seu pai, mas ao chegaram se depararam mais de perto com o homem de cabelos branco. Se pai tratou de apresenta-lhes:

— Meninas, esse é o senho Ino no Taisho, ele é um grande amigo meu. Senhor, essas são minhas filhas; está é Kikyo, Kagome, Sango e Rin.

As jovens fizeram uma nobre reverencia ao homem, enquanto este apenas acenou levemente a cabeça. Ele então chamou por três nomes e três rapazes, um pouco mais velhos apareceram, o homem logo tratou de apresentar-lhes:

— Este é Sesshomaru – falou se referindo ao menino mais velho, que vestida uma roupa militar e tinha os cabelos longos e brancos. Era inegável sua aparência com o pai. – Este é Inuysha – se referiu ao outro rapaz, um pouco mais novo que o primeiro, também de cabelos brancos, mas de vestes mais simples – E este – se referiu ao último rapaz que em nada se parecia com os dois primeiro com seus curtos cabelos pretos ao invés do branco prateado dos cabelos do outros rapazes – Se chama Miroku.

Os três rapazes em bonitos e bem cuidados, suas expressões e eram tão apreensivas quanto à das moças. Inuyasha era o mais bonito e logo ganhou a atenção de duas moças: Kikyo e Kagome.

Depois das apresentações era a hora de cear. Os convidados se dirigiram para o grande salão e foram se acomodando nas cadeiras altas de pouco em pouco, Kikyo lembrou-se novamente do embrulho que seu pai trazia antes, mas agora não mais estava com ele. Decidiu se esquecer do caso e sentou-se. O jantar foi rápido e com poucas palavras, apesar da animação do Rei, o cansaço era a força mais forte na casa, logo depois os convidados se dirigiram à seus aposentos e o sono tomou de conta da casa como a luz da lua que entrava pelas janelas. Na cabeça das quatro moças as imagens dos rapazes ainda era presente, depois de tiraram suas roupas discutiram sobre seus modos e sobre suas belezas e lamentaram não terem conversado mais com os jovens culpando a viajem pelo caso. Dormiram serenamente sonhando com o dia seguinte.

Na manhã seguinte as meninas acordaram lentamente ouvindo um som tão lindo como o canto dos pássaros. O som subia as escadas sinuosas, passava pelos corredores decorados e chegava ao seus quarto baixo, porém mantendo a beleza da canção. Depois de se arrumarem rápidamente, ansiosas pelo o que encontrariam nos andares abaixo ao seu, saíram seguindo o som e o saboreando como uma fruta fresca. Chegaram a o grande salão de visitas: Suas paredes eram decoradas de pinturas belas, do teto pendiam lustres que brilhavam como estrelas, nas janelas gigantes de vidro pendiam cortinas cheias de adornos, o chão era de madeira brilhante e no meio da sala havia um piano o qual estava à sua frente uma mulher de voz e aparência belas, com o cabelo liso e a pele clara; vestia-se de branco como uma deusa deveria se vestir. Reconheceram o lindo rosto o qual se acostumaram desde que nasceram. A mulher terminou sua canção sendo aplaudida por todos da sala – onde se econtravam umas trinta pessoas – e se dirigiu as filhas.

Se acomodaram para ver a apresentação de outra senhora que agora se sentava ao piano. No meio de tantos rostos bonitos porém desconhecidos, Kagome foi a primeira a avistar os rapazes a quem foram apresentadas no noite anterior. Estavam sentados em uma mesa junto de outros três cavalheiros e vestiam-se pouco diferente da noite em que se conheceram: O pai e o filho mais velho vestiam roupas no estilo militar – um casaco branco adornado por uma armadura e detalhes em cores frias como o azul, junto de calças simples brancas e botas cor de terra – Miroku, o mais novo, vestia um sobretudo preto com adornos roxos, sua calça, suas botas e a gravata eram igualmente pretos como a noite; apesar das roupas mórbidas o rapaz inspirava jovialidade e animação, conversava com todos na mesa alegremente diferente dos parentes mais velhos; mas foi no filho mais novo em quem os olhos jovens e delicados de Kagome se detiveram. Sua roupa nada mudava da de Miruko senão pelas cores: O sobretudo era vermelho, a gravata e as calças brancas e suas botas pretas. A menina percebeu que o seu olhar era devolvido pelo menino de olhos cor de âmbar, ao se encontrarem ela sorriu de forma infantil tendo recebido o sorriso de volta. Pouco tempo depois, com a permissão da mãe, estavam brincando nos grandes vales verdes que cercavam a região tendo o céu azul e o sol brilhante como cúmplices de um grande laço que acabava de ser construído.

Kikyo avistava do alto de uma janela a cena entre o menino e sua irmã e sentira-se desconfortável por algum motivo que sua cabeça pura e infantil não entendia. Procurara o pai a manhã inteira, sentia falta de seu melhor amigo e confidente que desde o dia anterior lhe dirigia poucas palavras por causa dos convidados. Na intenção de procurá-lo e juntar-se a ele naquele momento que julgava opotuno, menina conseguiu fugir espertamente dos braços da mãe e secretamente, desceu as escadas agora vazias do palácio por causa da festa, que desembocavam um uma sala térrea se aparencia rústica; encontrou uma das grandes portas de vidro do castelo abertas dando vista ao córrego atrás da casa. Antes de sair porta afora com a intenção de encontrar seu pai porém, a jovem escutou ruidos e pragas vindos da cozinha. Cautelosamente andou na direção da porta alta de madeira hesitante com o que encontraria; pôs primeiro a cabeça no canto e tentou sondar o lugar, seu olhar bateu exatamente com o que procurava: Seu pai. Atirou-se porta adentro no intuito de abraçar seu genitor que a tratara recíprocamente de forma carinhosa sentindo o cheiro dos cabelos da filha que exalavam um frescor se jasmin. Ao romperem o abraço, Kikyo novamente olhou ao redor a cozinha tentando reconhecer o lugar, seu olhar estacou ao ver algo que parecia não pertencer àqueles conjuntos de porcelanas e pratas: Um menino, de aparencia maltrapilha estava assistindo a cena, parecia esperar por algo pois além da dúvida em seu olhar por causa da visão da menina, havia também uma certa reticência. Sua roupas estavam em farrapos e seu cabelo preto emaranhado; sua pele alva estava marcada de preto de algo que parecia o carvão. Não deveria ser mais velho que a jovem três anos. O pai tratou de romper o embaraço que se estalara entre as duas crianças:

—Kikyo, este é Naraku. – falou calmamente – eu o encontrei nas ruas da cidade com fome e frio e o trouxe para cá.

— Naraku... – repetiu com se assimilando a informação – Era ele quem o senhor trouxe no dia que veio da cidade, errolado em um pano preto?

—Isso mesmo. Falou admirado com o senso de percepção da menina.

— Ele permanecerá conosco? Indagou a mocinha que, direfente do que o pai pensava, não tratou o rapaz com asco.

— Não sei ainda, provavelmente o mandarei junto com o senhor Taisho, pra que seja um militar.

A menina pareceu pensar por alguns minutos:

— A mamãe já sabe? Inquiriu lhe dirigindo seus grandes olhos castanhos.

— Ainda não – respondeu o homem nervoso – mas logo ela saberá, eu contarei a ela ainda hoje, que acha?

A jovem não respondeu, continuou fitando o menino até que foi interrompida por uma empregada que atravessou o comprimento da cozinha na intenção de agarrar seu alvo: Naraku; atrás da mulher robusta de rosto corado pelo fogo da lenha, havia um grande balde de àgua com uma esponja de aparencia àspera. O menino tentou fugir mas não adiantou, a mulher agarrou seu pequenos braços com força e o arrastou para dentro do balde. Kikyo não viu o resto da cena que apesar de turbulenta se passou silenciosa, seu pai a tirou de lá e a levou de volta para o grande salão. Ao passar pelas janelas, a jovem olhou para fora avistando os campos e mais uma vez viu a cena que a incomodara momentos antes entre sua irmã e o rapaz de cabelos prateados, decidiu seguir com seu pai ao encontro das outras irmãs.

A manhã avançou e com o seu fim veio o fim do almoço. Os covidados agora se dirigiam para os gramados que rodeavam o palácio; as damas levavam consigo sombrinhas decoradas e leques e os homens jogavam ao ar livre. Todos pareciam felizes e gozavam do belo dia que a natureza os proporcionara; em um canto mais afastado estava um grupo de crianças conversavam alegremente sob o olhar do Rei, da Rainha e do senhor Taisho: eram seus filhos.

A conversa girava lenta, a timidez cobria os rostos infantis tanto quanto os sorrisos. Kagome e Inuysha pareciam mais desembaraçados por causa da intimidade que geraram antes que os outros; conversavam sobre os animais e plantas que havia visto enquanto brincavam, sobre o canto dos pássaro e a calma do córrego. Inuysha constantemente falava sobre sua cansativa viajem e Kagome falava sobre sua vida no castelo. Os outros participavam da conversa com mais ou menos interesse. Duplas de interesses foram se formando: O caráter cômico e calmo de Miroku parecia bater com o stress e vivacidade de Sango, a educação e o tom fechado de Sesshomaru combinavam perfeitamente com o desembaraço de Rin. Kikyo eventualmente participava da conversa com Inuyasha e Kagome, já que o jeito arredio e estressado do menino combinava com o tom calmo da jovem que a cada minuto achava o rapaz mais bonito.

Sem perceberem a tarde chegou ao fim, o grupo se dirigiu ao salão de volta a mesa para a ceia, pareciam todos felizes por causa da amizade que havia se formado, aquela comemoração durou todo o momento que passaram sentados à mesa. Os pais olhavam com certa satisfação o conjunto que unido chegou e assim permaneceu até a hora de irem para seus quartos. Secretamente cada um ansiava o dia de amanhã que não tardaria a chegar.


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