Então ele me levou para um carro. Com motorista e tudo mais. Ele deslizou comigo pelo banco até estarmos completamente dentro do carro.

_Nos leve para aquele lugar...

_Tá legal maninho, fica quietinho aí.

Will revirou os olhos.

_Eu estou “quietinho”.

O motorista olhou para trás.

_Você nunca tá quieto Will!

_E você também é o anjo em pessoa né?_Ele disse bagunçando os cabelos do outro homem, de aproximadamente 20 anos._Já falei que odeio ser teu irmão?

_Hm... Acho que já._Ele garantiu e começou á dirigir.

Aquele homem tinha cabelos negros e olhos da mesma cor. Era bastante parecido com William, posso dizer que até mais bonito... Não sei por que, mas sempre gostei de homens mais velhos. Não que eu quisesse ter algo com o irmão de Will, mas... Enfim!

Logo chegamos em um restaurante. O Restaurante, para ser mais exata. Will me guiou até uma das mesas, depois que passamos pelo homem que estava na frente da porta, e nos sentamos. Logo os cardápios estavam em nossas mãos enquanto nossos olhos percorriam as linhas com caligrafia perfeita á procura de algum jantar realmente agradável.

Finalmente consegui optar por um prato, enquanto Will apenas me observava com a expressão indecifrável que ele tanto fazia. Ele estava com a cabeça apoiada em uma das mãos, olhando para o nada lá fora e bem relaxado. Pedi o meu prato e ele o dele. Quando ia voltar á olhar lá para fora ele pousou seu olhar em cima de mim. Will sorriu (n/a: Gostaram da rima? Hã, hã?) levemente.

_O que está observando?_Ele perguntou colocando os cotovelos na mesa e as mãos juntas sob a cabeça.

_Você._Falei ligeiramente corada.

_Estou lisonjeado._Ele falou com um sorriso de lado no rosto, voltando á sua posição anterior, me analisando.

Eu dei um sorriso fraco e cansado.

_Algum problema?_Ele perguntou colocando suas mãos sobre as minhas, me fazendo sentir uma corrente elétrica.

_Nenhum..._Sussurrei encantada.

Will chegou sua cadeira para frente, colando suas pernas nas minhas. Depois se afastou assustado.

_Ahm..._Falou constrangido, olhando para o lado._Desculpe-me, não vai acontecer novamente.

_Não precisa se preocupar._Eu lhe disse gentilmente, sorrindo doce.

Ele virou-se para mim e sorriu um sorriso brincalhão, cujo eu nunca havia visto formando em seus lábios.

_O que foi?_Perguntei sorrindo.

_Eu tenho sorte..._Ele meditou chegando mais perto e tocando meu queixo.

_De que?

_De ter você._Ele revelou tocando meus lábios com o dele.

Depois ele me deu um beijo delicado, suave, lento... E eu deixei ele atravessar minha boca com sua língua doce, com um sabor inigualável, tocando cada parte dela com suavidade. Depois ele desgrudou seus lábios dos meus, ainda com os olhos fechados, parecia que ele se deliciava com aqueles beijos. Eu pude ver isso, pois eu fiquei com os olhos abertos depois que ele desenlaçou gentilmente nossas línguas. Depois que ele abriu seus olhos incrivelmente verdes ele ficou na mesma posição, olhando para meus olhos com tamanha intensidade que... Parecia que ele podia ver o que eu sentia ou pensava. Depois ele apenas sorriu levemente, como sempre fazia. Ele era incrivelmente frio, sem coração, as pessoas percebiam isso, mas comigo era tudo diferente.

Eu gostava de seu jeito... E ele somente sorria para mim, aquele sorriso maior, para mais ninguém, eu não sabia porquê.

_O que está olhando?_Eu perguntei.

_Seus olhos são cor de mel?

Corei.

_Só na claridade... Deve ser a lua cheia.

Ele sorriu de lado.

_Você fica linda sob a luz da lua... Eu nunca havia reparado.

Eu sorri desconcertada.

_Obrigada.

Will se afastou quando o garçon chegou á mesa.

_Desculpem a demora.

_Tudo bem, não vimos o tempo passar mesmo._Will respondeu.

O jantar foi servido e começamos á comer. Eu estava constrangida, como (quase) sempre. Aquilo tudo era muito luxuoso para mim. Depois que o jantar acabou, fomos para o carro onde o irmão de Will estava.

Sentamo-nos na parte traseira do carro. Ele nos levou para a praça e depois foi para a casa dele.

_Gostou da surpresa?_Will perguntou pulando um tronco caído.

_Claro..._Pulei também com Will pegando delicadamente minha mão._Que sim._Sorri.

Ele sorriu para mim e me laçou pela cintura, caminhando para trás até encostar em um arvore, fazendo com que meu corpo pesasse no dele. O mesmo começou á fazer uma leve caricia na curva da minha cintura, olhando para mim.

_Acho que já está bom para hoje..._Ele disse olhando para baixo. Eu podia sentir o calor que seu corpo emitia.

_Sim._Eu assenti._Amanha começa a escola de novo.

_Sh, sh, sh..._Ele sussurrou colocando o indicador em meus lábios._Não estrague meu domingo.

Eu ri dando uma leve lambida em seu dedo para que ele tirasse de minha boca. Senti quando ele ficou levemente excitado, mas eu sabia que estava segura.

_Quer que eu lhe acompanhe até sua casa?

_Pode ser... Se não for muito incômodo.

_Não é._Ele disse sorrindo._Quanto mais tempo eu passar com você menos sentirei saudades.

_Não é o contrario?

Ele sorriu de lado, me trazendo mais para perto.

_Gosto de me alimentar com falsas esperanças.

Dito isso ele me beijou carinhosamente. Era o mesmo beijo, mas sempre uma sensação diferente, uma nova mensagem á dar. Ele me soltou quando precisou de ar e depois me acompanhou até minha casa.

_Boa noite._Falei quando chegamos.

_Boa noite._Ele me deu um selinho._Até amanhã.

_Vou esperar._Assenti sorrindo e fui dormir.