Meios para um Fim escrita por Seed Gipsy


Capítulo 3
Parte III


Notas iniciais do capítulo

FINAAAAAAL!

Okay, Sara:
Obrigada por ter me proporcionado essa super oportunidade, eu realmente espero que você tire algo de bom disso!



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PARTE III

VOLDEMORT VIROU-SE ao ouvir o som de uma voz que não esperava. Já se conformara com as visitas dos mortos, dos fantasmas do passado e daqueles que havia ferido em sua ascensão, no entanto, não contava com a visita de um vivo.

Você morreu? não disfarçou a alegria que tomou conta de sua voz. Podia não ter conseguido o domínio sobre o mundo mágico, mas pelo menos seu inimigo não viveria para desfrutar a paz de sua ausência.

Paz essa que ele considerava ridícula e fantasiosa. Como podiam procurar paz, querer paz, se mesmo quando nenhuma ameaça estava a caminho não conseguiam acabar com a discórdia entre si? Não eram como ele. Eram frágeis, guiados por emoções, fracos. Clamavam por livre-arbítrio, mas quando o tinham não sabiam como lidar com ele, e então imploravam por ordens. Eles nasceram para serem comandados, e ele era feito para comandar.

O que você vê aqui é uma parte morta de mim, sim. A parte cruel. A sua parte. Parte que você matou naquele bosque Harry Potter falou, cortando seus pensamentos.

Ainda não entendera e nem pensara sobre os eventos que se passaram naquele bosque. O momento crucial que determinou a sua derrota. Não, não a sua derrota, porque não fora derrotado. Aquilo tudo era apenas um contratempo, uma punição temporária, um evento que se passaria para que chegasse novamente ao mundo mágico e concluísse o que estava destinado a fazer.

Desista, Voldemort. Renda-se agora e poupe-se da dor que está por vir. Não há nada que você possa fazer, feitiço, poção ou azaração, que vá tirá-lo daqui. Essa é a última parada, e é aqui que sua história acaba. Você nunca mais será temido, seu nome nunca mais será pronunciado. Mas não por medo, não, por que você não é digno de fazer parte da história da magia. Eu serei para sempre celebrado, e você será só isso: o vilão que eu derrotei.

Em um rompante de raiva, Voldemort direcionou toda a sua ira em um único feitiço, que Harry desviou com um gesto displicente da sua varinha.

Então faça-me sofrer, Potter. Você sempre foi fraco demais, acreditava na força do amor sucedeu o comentário com uma risada sarcástica e continuou nunca nem ao menos conseguiu fazer a maldição da dor em Bellatriz, ela matou seu amado padrinho, não?

Esperava alguma reação da parte do bruxo, um olhar dolorido ao menos. Precisava sentir que o havia feito algum mal, já que seus próprios feitiços não eram capazes de fazê-lo. No entanto, o bruxo nem piscou diante da ofensa. Potter empunhou a varinha com mais força e dirigiu-se à frente do inimigo.

A versão de mim que acredita na força do amor e da verdade está lá, no mundo mágico. Eu sou exatamente como você, e a única força em que acredito é na do poder da minha varinha.

E então, com mais um olhar de nojo, apontou sua varinha para a testa do Lorde das Trevas e falou com regozijo “crucio”, provocando uma onda enlouquecedora de dor no inimigo.

Voldemort passou os momentos que se seguiram imerso em tão profunda dor que não percebeu que, aos poucos, o local que antes era ocupado apenas por ele e por Harry, passou a ser ocupado por múltiplos espectros. Todos raivosos e sedentos por sangue, cercando o Lorde das Trevas, prontos para ter a tão sonhada vingança.

Quando milhares de espectros os cercavam, Potter interrompeu a maldição e passou a falar novamente.

Olhe ao redor. Cada um desses espectros é alguém que você matou, e cada um deles deseja ter sua vingança. Renda-se agora ou enfrente a ira deles.

Ainda sem fôlego e sem conseguir ficar em pé, Voldemort direcionou apenas um sorriso malicioso em direção a Potter, que deu de ombros, como se estivesse entediado.

O primeiro espírito veio em frente com um sorriso dissimulado no seu rosto mutilado.

“Sabe quem eu sou? Você não deve lembrar, eu sou só uma de muitos. Meu nome é Burbage, Caridade Burbage. Você me matou na mansão Malfoy, para se exibir para os seus comensais, e depois deixou sua cobra se alimentar do meu corpo. Quer ver como é a sensação?”

E assim ela atravessou seu corpo, fazendo com que ele experimentasse cada uma das coisas que sentiu durante sua morte. Ele provavelmente teria gritado de dor, mas quando se preparava para fazer isso, outro espírito o atravessou  o de um garoto, dessa vez  e seus pulmões passaram a se encher de água. Ele então se lembrou quem era o menino, e uma memória veio a sua mente.

Devia ter aproximadamente sete anos, e fazia um passeio com as crianças de seu orfanato pela praia. Havia esse menino, ele era maior e mais velho, e gostava de empurrá-lo pelos corredores e segurá-lo para fora das janelas. Lembrava de estar nadando e o garoto segurou sua cabeça debaixo da água até quase o fazer perder a consciência. Mesmo sem saber como naquela época, um jato de água veio e submergiu o garoto. Ele lembrava de segurá-lo lá embaixo, de como se sentiu poderoso, e de como se sentiu bem quando o garoto nunca mais voltou.

Ele agora sentia a morte de muitos dos espectros que ali estavam. Já havia se afogado, sido atingido por diferentes maldições, queimado por fogomaldito e passado por toda sorte de dor. O alívio que sentiu quando a dor parou repentinamente foi melhor do que podia colocar em palavras. O momento de tranquilidade logo foi substituído pela voz de Potter.

Isso não foi nem metade do que podemos fazer, Voldemort, tem certeza que deseja continuar?

Ele teve que cuspir um pouco de sangue para conseguir falar, e mesmo quando externou seus pensamentos, soava fraco e quebrado.

Eu... voltarei. Eu vou dominar... eu vou...

Então outro espectro parou a sua frente. Esse não era desconhecido, na verdade, era um rosto muito familiar. Severo Snape estava parado a sua frente.

Agora você vai ver como é morrer pelas mãos de alguém que você não esperava. Agora você vai sentir como seria ser morto pelo seu próprio bichinho que você tanto amava.

E o fantasma o atravessou, sendo seguido por cinquenta outros.

Ele já estava imerso em tamanha dor e loucura que não podia mais diferenciar o que era realidade do que eram apenas visões proporcionadas pelo seu passado. Achava que podia fazer aquilo, achava que podia sobreviver àquilo e ainda voltar ao mundo mágico. Apenas quando o fantasma de Lilly passou a assolar-lhe, percebeu que a luta era infrutífera, e que era hora de dar um fim a tudo aquilo.

Sentiu o medo, o pânico e a dor da perda que a mulher sentira ao ser ataca por ele, assim como sentiu as dores de cada um que veio antes e de cada um que viria depois. Imerso em tamanho horror, gritou em alto e bom som “eu me rendo” e, de repente, não havia mais dor. Não havia mais nada.

Seu corpo foi esfarelado e disperso por que ele não era forte o suficiente para sentir em sua pele o sofrimento que havia proporcionado.

O mundo continuaria, as cicatrizes das batalhas desapareceriam, e, um dia, todos esqueceriam quem ele foi. Menos ele. Ele continuaria disperso, a vagar pela terra sem nunca ter um descanso, por que tamanha dor e maldade jamais seriam dignos de paz.

E assim deu-se o fim de Lorde Voldemort.

Fim.


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Notas finais do capítulo

UHUUUUL!

então. essa foi minha forma de dar um novo fim ao nosso tão conhecido vilão. Sei que ele já tinha tido um "fim" na saga, mas acho que ele merecia um que fosse digno dele e que ele fosse o único principal.
Não que tenha ficado digno de J.K mas, né, a gente tenta XD