Pelo Polar escrita por Luna


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

História para o Jean (Edgar Varenberg). Espero que gostes!



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Querido diário,

Eu estou apaixonado... E sei que desta vez é diferente. Para começar, eu conheço a pessoa. Conheço mesmo! Não é ninguém que só conheço há dois dias ou com quem eu comecei a falar no Net Friends (a Chloe disse que não é seguro eu continuar a sair com pessoas que conheço na net e, desde aí, o Pardo não confia em ninguém que eu conheça através de uma rede social). Na verdade, eu estou apaixonado pelo Polar.

Eu já te falei do Polar: alto, loiro, olhos cinzentos. Lindo.

Eu sei que o Polar é meu irmão ou, pelo menos, nós sempre nos tratamos como tal, visto que nos conhecemos desde bebés, mas isso não significa que as coisas não possam mudar.

Certo?

Eu não sei quando isto começou, mas sei que me tem consumindo. Eu não tenho conseguido dormir por causa disto. Em vez disso, tenho passado a noite acordado, a pensar nele e nas coisas que eu comecei a reparar nele. Por exemplo, como ele é inteligente e sabe um pouco sobre tudo. Para além disso, ele é tão preocupado: está sempre a garantir que eu e o Pardo estamos felizes e bem alimentados.

O problema é… Eu não sei se vou aguentar muito mais tempo sem lhe contar como me sinto. O Pardo já desconfia que se passa alguma coisa comigo. Acho eu. Parece que sim, pelo menos. Mas sabes, diário, eu tenho medo. E se isto acabar com a nossa amizade? E se um de nós se tiver que sair de casa porque isto causa problemas? Eu não sei o que faria se isso acontecesse, diário!

Eu sei pode ser estranho eu e o Polar estarmos juntos, afinal, eu gosto de falar e o Polar nem por isso, para além de todas as outras diferenças que existem entre nós, mas eu tenho a certeza que, se ambos quiséssemos, isto podia resultar! Eu sei que sim! Eu sonho que sim, pelo menos…

Mas, e se ele não gostar de mim assim diário? E se ele deixar de querer estar comigo se eu lhe contar a verdade? Eu não vou aguentar! Eu quero tanto estar com ele, quero tanto que ele goste de mim também!

Há momentos em que eu penso que talvez ele também goste de mim… Sabias que na semana passada ele convidou-me (também convidou o Pardo, mas isso não interessa) para ir ver um espetáculo de patinagem com ele? Por acaso até foi divertido: nós fomos jantar à pizzaria e depois fomos ver o espetáculo. O Polar estava tão animado! Os seus olhos brilhavam e, no fim, não parava de sorrir. Também te contei que há dois dias ele me emprestou os seus apontamentos porque eu estive doente e não pude ir às aulas? Eu nem tive que pedir! Eu entrei no meu quarto e os cadernos dele estavam pousados na minha secretária. Ele também tem vindo a tocar-me mais vezes nos últimos tempos. Nada de grande, mas mesmo assim. São coisa tipo pousar o braço nos meus ombros ou passar a mão pelo meu cabelo, mas para mim isto é importante. Estes toques aquecem o meu coração. Eles têm que significar alguma coisa, não? O Polar não é uma pessoa especialmente tátil, logo isto tem que significar alguma coisa. Qualquer coisa. Por favor.

Será que eu estou a ler demasiado nestas coisas? É que eu só quero que ele goste de mim, como namorados. Eu quero poder estar com ele à noite, abraçados no sofá a ver televisão e quero poder andar com ele de mãos dadas na rua. É pedir muito diário? Para além disso, eu sei que ele nunca me magoaria. Eu acho que não, pelo menos.

Ontem ao jantar ele preparou o meu prato preferido, sabias? Talvez ele sinta mesmo qualquer coisa por mim. Ou talvez ele simplesmente tenha notado que eu tenho andado em baixo. Eu não quero pensar que este é o caso. Ou até quero. Talvez ele também sinta algo por mim e, ao notar que eu estava triste, me quis alegrar.

É que eu tenho andado mesmo um bocado em baixo. É só que eu não sei o que fazer com a situação… Devia contar-lhe? Devia contar ao Pardo? Devia continuar a guardar tudo para mim? É que, embora eu queira muito que ele goste de mim como eu gosto dele, algo dentro de mim diz-me que isso não é o caso, e eu não consigo deixar de ficar triste.

Enfim. Eu vou dormir, querido diário. Ou, melhor, vou tentar dormir. Até amanhã.

#

Diário,

Hoje eu decidi contar o que se estava a passar comigo ao Pardo. Ele disse-me que talvez eu devesse falar com o Polar, mas acho que afinal não é preciso. É que nós estávamos num café perto da escola, quando eu vi o Polar na rua, a sorrir para a rapariga que trabalha na loja do outro lado. Ele tinha aquele olhar. O mesmo olhar que no dia da patinagem.

Acho que afinal não lhe tenho que contar nada.

Agora tenho que sorrir e tentar estar feliz por ele. Mas isso é muito difícil. O meu coração dói, diário. Mas eu tenho que tentar ser forte. Pelo Polar.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais, espero que tenhas gostado. Eu tenho que admitir que, por um lado, até estou contente com o resultado final, porque é muito melhor do que tudo o resto que eu tentei escrever sobre o tema mas, por outro, não sei se é algo que vais gostar e não estou completamente satisfeita com o resultado.
Eu sei que a capa é meio meh, mas foi o melhor que consegui arranjar. Por favor, finge que está bem.
Aproveito para pedir desculpas por não ter falado contigo durante tudo isto e isso não aconteceu porque eu não tinha dúvidas sobre o que fazer, pelo contrário, mas sim porque eu não sabia o que perguntar.
Eu não sei se isto é o teu género de leitura ou o que tu esperavas receber, mas espero que, mesmo assim, tenhas gostado. Eu vi grande parte dos episódios de We Bare Bears, mas tenho que admitir que não sabia o que fazer a partir daí. Estava perdida e isto foi o que saiu. Diz-me o que achaste.
A história está escrita em pt-pt; espero que isso não te incomode.
E espero mesmo que tenhas gostado. Foi escrito com essa intenção, pelo menos.
Boas férias!



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