A Esperança traz o Fogo escrita por Raquel Potter


Capítulo 4
Escolhas


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, mas semana de trabalhos é foda kkk bem aqui está mais um capítulo amanhã estarei postando um novo espero que gostem.



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Depois daquela manhã movimentada preferi me manter em casa, fiquei refletindo as palavras que Gale praticamente berrou para mim, eu não era tão cega e ingênua para não notar o certo ponto de ciúmes que Gale sentia quando eu apenas mencionava o nome de Peeta, e era ainda mais evidente ao vê-los frente a frente, se Peeta também notou preferiu não demonstrar.

   Eu quis socar a minha cara, tudo o que eu tentava conseguir após voltar era paz e por mais que eu tentasse eu sempre conseguia fazer uma besteira que a levasse pra bem longe de mim, e a culpa era inteiramente minha, fora eu que jogara com os sentimentos de Peeta embora não de proposito, sou eu quem continua enganando Gale porque não posso simplesmente lhe falar toda verdade mesmo que queira, ele acredita que aconteceu mesmo algo entre eu e o garoto do pão, não podia culpa-lo por pensar isso, mas havia a questão até onde isso era verdade? Oque aconteceu entre eu e Peeta, isso era uma questão que eu não podia evitar pensar e que quanto mais tentava resolve-la mais confusa ficava.

Estava prestes a dormir novamente quando alguém irrompeu pela porta da frente, não pude deixar de levar um susto ao sentir Prim entrando num rompante e indo direto até a despensa onde minha mãe guardava os alimentos e onde mantinha uma pequena despensa medica, levantei e a segui.

— Oque foi?- Perguntei vendo ela vasculhar o lugar.

— Mamãe estava tratando o paciente quando se lembrou de um remédio que seria mais eficaz e me mandou buscar.- Disse sem olhar para mim, por fim pareceu achar oque procurava e então se virou com o frasco na mão- Há é mamãe mandou avisar que não poderemos voltar cedo, então não nos espere para o almoço.

—Ok mas não deixe de se alimentar Prim, precisa cuidar de você também se você se cansar volte para casa entendeu.- Disse pondo a mão no ombro de minha irmãzinha que parecia tão diferente da menina que eu salvei dos Jogos ano passado, então me lembrei do recado de Peeta. – Quase me esqueci ,Peeta passou por aqui atrás de você pediu para avisar quando poderá ir lá novamente.- Falei tentando manter minha voz indiferente.

— Havia me esquecido, pode avisar a ele que amanhã pela tarde eu irei lá para aprender a fazer aqueles bolinhos deliciosos.- Disse com um brilho doce no olhar, era praticamente impossível resistir a amabilidade de minha irmã, ela então me olhou e soltou um suspiro.- Vocês se falaram?- Ela perguntou me olhando firme.

    Eu quis ignorar a pergunta a me lembrar da tragédia que tinha sido hoje cedo, mas por fim disse: - Não há nada pra ser dito.- Falei no mesmo tom de voz que ela usou.

— Você pode fugir disso o quanto quiser Kat mas uma hora vocês precisaram conversar.- Ela disse isso, então deu um beijo em minha bochecha e saiu me deixando para refletir nas suas palavras, eu sabia, precisávamos conversar e teria de ser logo, mas eu não via como, não era boa com palavras, esse era o talento de Peeta e ele parecia não querer gastar as suas comigo.

Subi ao meu quarto e me vesti adequadamente, uma calça jeans preta uma blusa simples de mangas até o cotovelo de tecido macio branca e uma confortável sapatilha cinza, penteei meus cabelos e fiz minha trança. Assim que cheguei a porta de sua casa minha coragem se esvaiu, como eu iria conversar com ele depois de ele me mostrar que não estava disposto nem a me olhar?! Oque eu poderia falar que o levaria a me entender, e até me perdoar?! Preferi não pensar mais, toquei a campainha e esperei, 10 segundos, 20, 30 e então me arrepende de estar ali em sua porta esperando poder conseguir ter o garoto do pão a meu dispor, me virei para ir embora quase sua voz doce me atingiu.

— Katniss, você aqui?- Perguntou ele parado a porta. Eu quis correr de volta a minha casa tão perto dali, mas engoli em seco e me virei para encara-lo.

— Vim só trazer um recado de Prim, ela falou que se puder amanhã pela tarde ela virá aqui e que mal espera para aprender fazer aqueles bolinhos deliciosos- Eu dei meu máximo pra evitar qualquer traço de fraqueza na voz, mas era audível minha apreensão.

—Há tudo bem, obrigado, diga a ele que ficarei satisfeito em lhe ensinar.- Ele falou normalmente, por um instante vi alguma coisa em seu olhar, que agora sustentava o meu, quebrando o contato visual me virei e disse:

—Eu a digo, bem tchau.- Disse pronta para ir embora sem terminar oque vim aqui pra fazer.

— Kat... espere- Não pude deixar de arrepiar ao sentir a mão de Peeta puxar delicadamente meu pulso me fazendo ficar.- Será que poderia entrar, nós precisamos conversar.

    Eu respirei fundo, não esperava que ele daria aquele passo, mas fiquei contente por ser ele a ter a iniciativa afinal eu não saberia como começar, apenas inclinei a cabeça em resposta e adentrei sua casa, ele veio logo depois e fechou a porta, passou a minha frente e me guiou até um sofá grande e felpudo de um azul muito claro. Ele se sentou a minha frente e por um instante ficou apenas ali me olhando eu estava prestes a dizer algo quando ele se manifestou.

— Me desculpe.- Ele falou se rendendo, seus olhos duros pareceram relaxar como se um peso fosse tirado dele.

  - Como...?- Eu não entendi o porque dele se desculpar, era eu quem devia estar de joelhos implorando seu perdão.

— Katniss você foi pratica e fez o necessário para sobrevivermos, eu posso ter começado isso mas foi você quem nos salvou, eu nunca iria ter a mesma perspicácia que você ao usar aquelas bagas, se eu tivesse que fazer algo provavelmente nós dois agora estaríamos mortos.

Eu fiquei sem fala, desde que pensei em finalmente ter aquela conversa de todas as reações que eu pensei que ele teria, aquela nem passou pela minha cabeça. Eu meneei a cabeça e disse:

— Não, não, você não tem que se desculpar.- Eu disse pegando sua mão entre as minhas.

— Sim tenho, você fez oque era certo, se eu fosse um pouco mais esperto teria percebido oque estava acontecendo.- Ele falou pondo sua outra mão acima da minha, e foi só nesse momento que eu notei que segurava sua mão com força, do mesmo modo que a apertei quando demos as mãos na Capital no primeiro dia.

    Eu afrouxei meu aperto e ele retirou sua mão de cima da minha, mas não retirou a outra nem eu, ficamos nós dois ali olhando para nossas mãos unidas, quando subimos o olhar eu senti um arrepio, Peeta parecia me ler por dentro, e bem eu nunca tinha me sentido tão aberta a alguém, nem ao Gale.

— Será que ainda existe a possibilidade de sermos amigos?- Peeta perguntou com sua mão ainda na minha brincando com seus dedos nos meus.

—Se você aceitar minhas desculpas sim.- Eu disse por fim conseguindo chegar ao que eu vim aqui pra fazer.

— Eu aceito Kat- Ele disse e foi como se um peso saísse de minhas costas, eu estava bem com Peeta e não tinha como negar que isso realmente me fez bem.

   Por fim conversamos um pouco e ele chegou a me dar um tabuleiro cheio dos bolinhos que Prim parecia amar, e tive de concordar com ela, eles eram muito deliciosos. Foi só quando cheguei em casa que então lembrei de Gale e o modo como ele tinha saído hoje mais cedo daqui, e senti uma leve pontada de culpa, eu havia recuperado Peeta, mas tinha a impressão de ter perdido Gale novamente era como se o destino estivesse me fazendo escolher, me mostrando que eu nunca poderia ter os dois em minha vida, e mesmo que não revelasse isso nem a mim mesma, no meu íntimo eu sabia que escolheria Peeta.


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Notas finais do capítulo

Um beijo e obrigado por ler, qualquer sugestão estou a aberta a opiniões bye



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