Itsudemo Sagashite Shimau escrita por KimieSchiffer


Capítulo 7
Ansiedade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70278/chapter/7

Antes de tudo, prestem atenção, por favor.

Eu não tinha um personagem com a personalidade que eu desejava. Então criei uma. Espero que não se importem. E que também não se importem se eu desenvolver um pouco do relacionamento dela com o Neji-kun. .

Seu nome é Yume Yamashita, uma antiga estudante de Konoha Boarding School. Yume era a melhor amiga de Hinata e namorava Neji quando ocorreu um acidente, onde sua mãe morreu. Yume teve de terminar seu namoro com Neji e saiu da escola para estudar em um lugar mais próximo de seu pai. Ao completar 16 anos, seu pai conseguiu uma transferência para uma cidade próxima e Yume não hesitou ao decidir voltar a estudar em KBS.


Ansiedade

Ânsia. Estado emotivo caracterizado por um sentimento de inquietação, insegurança.

Tentava ser o mais gentil e paciente possível, e ela sempre fora a pessoa mais paciente daquele lugar. Olhava e tentava variar os comentários de acordo com cada vestido que a amiga pegava. Era inacreditável como uma garota de 16 anos conseguia ter tantos vestidos e guardá-lo em um guarda-roupa só.

- E esse? – Ela perguntou, pela milésima vez.

- Está ótimo.

- Eu fico bem de verde, não é? – Perguntou, enquanto posicionava o vestido, em frente ao espelho, de forma que pudesse ter uma visão de um ângulo melhor.

- Claro. Claro. – Seus olhos brilharam, na expectativa de que aquele seria o vestido escolhido e que poderia se levantar daquela maldita cadeira.

- Não, não. Muito longo este. – Disse, por fim. E o jogou na cama, sobre uma pilha de vestidos que aumentava cada vez mais.

A pequena suspirou, pensando nas horas de espera e reclamações que estariam por vir. Sempre conseguia entender e esperar enquanto uma adolescente estivesse escolhendo uma roupa. Mas aquilo já estava virando um absurdo.

- Eu preciso de um vestido perfeito! Se não, como irei ao baile com o Sasuke-kun?

- Sasuke-kun...? Sasuke-kun te chamou...? – Hinata perguntou incrédula.

- Bem... Ainda não. Ainda! – Colocou um pouco de ênfase na frase. – Mas ele irá. Então estou me preparando. – Ela explicou, com um sorriso satisfeito no rosto e uma risada discreta por fim.

Hinata suspirou novamente, agora estava aliviada. Aquilo não passava de uma ilusão de Sakura. Achou um tanto cruel pensar assim, mas era a verdade, não era?


Era sábado. E faltavam apenas seis dias para o baile e Hinata não sabia nem se iria e muito menos com quem iria. Andava sozinha pelos enormes corredores da escola. Tudo parecia absurdamente quieto. Era sábado e os poucos alunos que permaneceram na escola não saiam de seus devidos quartos. Todos se preparavam tanto para o baile que pareciam sumir dali nos momentos de intervalo. Apertou os livros, que carregava, contra o corpo. Já estava acostumada a não ir em festas escolares, apesar de Kiba lhe convidar em todas as oportunidades. Mas, pela primeira vez, estava angustiada. Ansiosa. Não para ir ao baile, mas pela esperança de que quem ela queria, iria convidá-la.

- Nunca vai acontecer – Murmurou para si, abaixou a cabeça e suspirou.

- O que nunca vai acontecer? – Sasuke perguntou, ao seu lado. Hinata sobressaltou-se e parou de andar, virando-se para ele.

- V-Você tem que parar com essa mania de me assustar, Sasuke-kun!

- Desculpe, desculpe. – Ele riu discretamente e sorriu para ela. Aquele sorriso que ela adorava. E também adorava saber que era só pra ela que ele sorria.

- Er... – Balançou a cabeça, tentando fugir de seus devaneios e olhou para frente. – O que está fazendo aqui?

- Dando uma volta. – Ele disse, simplesmente. E voltou a andar. Hinata o seguiu, sem saber bem o que fazer.

- Uhm... Não sabia que você ia ficar na escola esse final de semana.

- Tenho coisas importantes a fazer aqui.

- Você sabe que me deixa extremamente curiosa quando faz isso, né? – Indagou e suspirou.

- Sei. – Ele sorriu satisfeito, o que a fez rir. – Hinata...

- Hai? – Ela respondeu e o encarou.

- Err... Saiba que isso é bem difícil pra mim... – E estava mesmo. Até uma música ele havia criado, mas não teria coragem de cantá-la para Hinata. Exatamente, Uchiha Sasuke não teria coragem para fazer isso.

- Hm...? – Perguntou, a ansiedade lhe consumindo.

- Você quer ir ao baile comigo? – Ele falou tão baixo que nem ele mesmo conseguiu ouvir. Ele jamais havia feito aquilo, nunca havia desejado convidar uma garota a ir ao baile, e nem mesmo sentido o que estava sentindo naquele momento.

- O que, Sasuke-kun? – Questionou. Realmente não havia entendido o que ele havia dito. Ele a encarou, o rosto do garoto estava perceptivelmente corado, enquanto Hinata exibia um olhar confuso.

- Não me faça repetir... – Ele implorou, olhando para o outro lado. Ele respirou fundo, tomou seu papel de garoto frio por alguns segundos e falou em um tom natural. – Quer ir ao baile comigo, Hinata?

- Claro, Sasuke-kun. – Ela respondeu sem precisar pensar, mas tentou disfarçar a animação. Não que tenha conseguido, é claro. Uma explosão de sentimentos acontecia no coração da pequena garota.

- Hinata! Hinata! – A voz de Sakura chamou ao longe. Ambos pararam de andar e a aguardaram, ela correu e se aproximou rapidamente. – Oi, Sasuke-kun.

- Oi. – Ele disse, indiferente. Seu olhar para ela era frio como na época em que nem se conheciam. A aproximação de Sasuke e Hinata, sem duvidas, a perturbava. Mas não se via capaz de magoar uma amiga, então fingia não perceber.

- Oi, Sakura-chan. – Hinata cumprimentou e tentou sorrir, apesar de se sentir absurdamente culpada.

- Yume está aqui!

- Yume...? – Hinata perguntou surpreendida. Seus olhos brilharam. – Tem certeza?

- Sim, não sei como, mas ela é nossa nova companheira de quarto. – Sakura afirmou. Hinata olhou para Sasuke, suplicante.

- Vai lá. – Ele disse e deu-lhe um pequeno sorriso.

- Até mais, Sasuke-kun. Arigato. – Sorriu para ele e correu para o quarto.

Sakura deixou Hinata na porta do quarto e foi para a sala, já que teria aula extra pelas notas ruins. Hinata agradeceu e abriu a porta. Yume estava sentada na cama do centro, que antes estava desocupada. Remexia a mochila, aparentemente procurando alguma coisa e pareceu não perceber a presença da amiga. Era possível perceber que seus cabelos negros haviam crescido, apesar de estarem presos em um coque com uma fita. Vestia uma saia vermelha xadrez, uma blusa preta com correntes e uma bota preta. Hinata estava paralisada, sentia uma imensa saudade da amiga e ela apareceu no momento em que Hinata mais precisava de alguém para lhe apoiar e aconselhar. Por algum motivo, Yume percebeu sua presença e um enorme sorriso surgiu em seu rosto.

- Hina! – Ela gritou, animada e correu em direção a amiga, lhe abraçando em seguida. – Que saudade! Como você está? Li suas ultimas cartas. Que história é essa de Sasuke, eim? Lembro dele e você nunca tinha falado com ele antes. O que houve com o Naruto-kun? – Continuou tagarelando suas inúmeras dúvidas, como sempre, falava demais. Afastou-se um pouco de Hinata e percebeu que lágrimas rolavam pelo rosto da garota.

- Yu-chan... – Hinata abraçou novamente Yume.

- Você é muito sentimental, Hina. – Ela brincou. Depois de se cumprimentarem e Yume explicar que estava ali por seu pai ter conseguido uma transferência no trabalho, Hinata começou a lhe explicar sobre o que acontecia com Sasuke.

- Sakura-chan ainda gosta do Sasuke-kun. E... Eu acho que também estou gostando dele. – Ela assumiu, com o rosto completamente corado. Estava sentada em sua cama, observando os movimentos da amiga. Nunca gaguejava ao conversar sobre qualquer coisa com Yume.

- Acha? – Yume riu, enquanto abria o pequeno frigobar e pegava uma garrafa de água. – Você é engraçada, Hina. Sakura já sabe que você gosta do Sasuke. Se fosse fazer algo contra isso, já teria feito.

- Sabe? – Perguntou e se encolheu ainda mais na cama. – Mas ela fala o tempo todo sobre as esperanças dela...

- Ela espera que você desista dele. O que você não vai fazer, porque não é louca. Não é? – Questionou e olhou ameaçadoramente para ela.

- Er... Não, não sou.

- Ótimo. A diretora me disse que vai ter o baile na sexta. – Comentou apenas.

- Sasuke-kun me convidou. – Contou e abaixou a cabeça. Yume quase cuspiu toda a água, tamanha surpresa.

- Porque não me contou? Na carta você dizia que ele nem falava mais com você! Ah! E quem é essa Karin desgraçada?

- Yu-chan! – Levantou a cabeça e repreendeu a amiga. – Karin nem está aqui, ela vai pra casa dos tios nos finais de semana. E deixe-a pra lá. Sasuke-kun voltou a falar comigo há algum tempo. Ele se sentiu culpado pelo que aconteceu.

- Sonhe que eu irei 'deixar pra lá'. Sakura já sabe que ele te convidou?

- Não... – Abaixou a cabeça novamente, se sentindo culpada mais uma vez.

- Você vai contar hoje, porque amanhã nos vamos sair para comprar um vestido pra você.

- Hoje? Vestido? E pra você? Não vai ao baile? – Hinata perguntou, olhando-a curiosamente. Yume riu de tantas perguntas.

- Ei, ei, pensei que eu era a curiosa aqui. Não sei.

- Como não? E o Neji-nii... Ahn...

- Não tem problema falar sobre ele. Ele nem deve saber que eu estou aqui, e nem precisa saber. Vamos até a sala de teatro? Quero te mostrar uma música que eu escrevi. Vamos, vamos! – Ela andou até a cama e puxou a amiga.

- Estou indo, Yu-chan. Estou indo.

Anoiteceu e ambas voltaram para o quarto. Sakura estava deitada na cama, observando o teto, pensativa. Yume foi até o banheiro e Hinata sentou em sua cama. Ficou uns instantes brincando com os próprios dedos e procurando um pouco de coragem. Respirou fundo e contou até 10.

- Etto... Sakura-chan... – Ela esperou uma resposta, mas ela não chegou. – Sasuke-kun me...

- Eu já sei, Hinata. – Ela disse se levantando. – Não se preocupe. Eu vou ao baile com o Naruto.

- Vai? Mas... Saku... – Hinata parou de falar quando Sakura saiu do quarto e fechou a porta bruscamente. Yume saiu do banheiro sentou na cama de Hinata, de frente para ela. Ambas mantiveram o silêncio, enquanto Hinata permanecia com a cabeça baixa. Yume lhe estendeu os braços e sorriu. A Hyuuga lhe abraçou e chorou.


Segunda-feira.

Estava sentada na sala de teatro, dessa vez estava desacompanhada. Sentada em frente ao piano, como costumava fazer. Ergueu as mãos lentamente e as apoiou sobre as teclas do piano. Fechou os olhos e começou a tocar. Alguns consideravam estranha a forma com que ela entrava em sintonia com o instrumento quando começava a tocar e cantar. Fechou os olhos e começou a cantar.

- It keeps coming back to me I remember this pain It spreads across my eyes. Everything is dull (Isso fica voltando para mim, eu me lembro desta dor. Estende-se pelos meus olhos. Tudo é estúpido.) – Ela cantava, sem deixar de tocar. Ficou um bom tempo ali, cantando a música que demorou tanto tempo escrevendo e a que mais envolveu seus sentimentos. – I'm lost in a deep winter sleep I can't seem to find my way out alone Can you wake me? (Eu estou perdida numa profunda hibernação. Eu não consigo achar a saída sozinha. Você pode me acordar?)

- Sua voz continua perfeita. – Uma voz, que não ouvia a muito tempo, comentou. Abriu os olhos e encarou Neji. Ele estava parado na porta do teatro. Realmente havia crescido bastante. Seus longos cabelos estavam completamente soltos, usava uma blusa branca de mangas, calça jeans e um tênis preto. Ele começou a andar em direção ao palco, onde Yume estava.

- Hinata lhe contou? – Perguntou. A cada passo que ele dava, seu coração parecia acelerar mais. Ele apenas sorriu, denunciando a prima. – Tsc. Traidora. – Brincou.

- Não pretendia me ver? – Neji questionou. Seu olhar era frio e indiferente, como de costume, apesar de sentir sentimentos diferentes pela presença dela.

- Talvez. Não devia estar com a Tenten? – Disse o nome com um tanto de repugnância. Chegou um pouco para o lado, no banco, para dar um espaço para que ele sentasse.

- Talvez. – Ele a provocou, sentando-se ao seu lado. Yume o encarou, perceptivelmente irritada ao tocar no assunto. Tenten sempre gostou do Neji, o que nunca deixou Yume muito feliz. – Ciúmes?

- Nunca. – Respondeu firme e riu. Abaixou a cabeça e tocou algumas notas, tentando diminuir a timidez. – Senti sua fal... – Sua frase foi interrompida quando ele estendeu a mão até sua bochecha e lhe fez o encarar.

- Também senti. – Afirmou. Logo se aproximou e seus lábios se tocaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!