Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 3
Telefonema


Notas iniciais do capítulo

mais um cap pros fãs desse filme maravilhoso, com um clima de mistério!
vejo vocês lá em baixo!



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—... Parabéns pra você!!! – os 359 coelhos na sala (só os filhos de Bonnie) e os 150 convidados ( os amigos da família) tentavam cantar juntos, sem muito sucesso, a última estrofe.

Logo em seguida, explodiram palmas, assovios e risos. A multidão se revezava entre tentar chegar até Bonnie com seus presentes e se acotovelar em volta da imensa mesa cheia de petiscos e tentar provar um pedaço do famigerado bolo de cenoura.

 Logo, porém, os pequenos coelhos mais novos saíram a correr, diminuindo drasticamente o número de animais no grande salão. Bonnie, já experiente em aniversários em Bunnyborrow, aproveitou essa oportunidade para sair às escondidas do salão lotado para um jardim afastado perto das plantações de mirtilo, conversando com Judy.

— Eu até gosto da homenagem, sabe, mas passar o dia tentando lembrar o nome de cada pessoa que me entrega um presente é um pouco exaustivo. E só de pensar na bagunça que vai sobrar quando todos eles forem embora...

— Nah, eu ajudo com isso. – Judy entregou um delicado pacote lilás para Bonnie – Esse é o meu presente...

A mãe de Judy abriu o pacote e abraçou a filha. Depois tirou do pacote um bonito pingente prateado.

— Ele é lindo! – Exclamou.

Judy deu um meio sorriso, satisfeita com a reação da outra coelha.

— Que bom que gostou. – ela disse – E esse... É o presente do Nick.

Bonnie pegou a pequena caixa, desconfiada. Depois parou de andar tão subitamente que Judy deu dois passos antes de perceber que sua mãe havia ficado para trás.

— Vocês dois estão namorando, Judy?

Judy ficou tão surpresa com a pergunta, que demorou um tempo antes de responder.

— Não, é claro que não, mãe. Somos só colegas de trabalho. De onde você tirou essa ideia?

Bonnie não parecia ter ouvido a resposta, por que estava no meio de uma frase.

—... Trabalhar com uma raposa, eu até entendo, mas namorar uma raposa? Vocês são de espécies diferentes! Não...

— Mãe! Eu não estou namorando o Nick! Nós somos só amigos e colegas de trabalho!

Bonnie finalmente pareceu ter ouvido o que Judy disse, mas ainda soava desconfiada quando disse:

— Só amigos? Então porquê o seu “amigo do trabalho” me mandou um spray anti-raposas?

— O quê? Ele mandou um pra você também? Ele tem muito o que me explicar amanhã.

As duas coelhas seguiram rumo ao grande prédio enfeitado com balões coloridos, ignorando totalmente a van preta enorme parada ao lado dele. Nem notaram quando o motorista, um elefante que parecia um tanto contrariado, pegou o celular e deu um telefonema urgente.

***

Nick Wilde caminhava ao lado de um dos guardas da prisão, um rinoceronte, enquanto tentava organizar as suas ideias.

— À que horas isso aconteceu?

— Por volta das dez e meia. Dez e vinte e cinco, para ser mais exato.

— Por que o alarme não tocou antes?

— Eu já expliquei tudo isso para os outros agentes. Às 10:25 da noite, a força foi desligada.

— E o gerador de emergência?

— Os outros dois perguntaram exatamente a mesma coisa. Existe um gerador à gasolina, capaz de sustentar todo o prédio por duas horas. O gerador foi acionado automaticamente, e o alarme começou a tocar. Na verdade, tocou por exatamente dezessete segundos. Logo depois o prédio voltou a ficar às escuras.

— Como assim?

— Há um sistema de segurança que trava automaticamente todas as portas das celas em caso de queda de energia, impedindo que sejam abertas tanto com o cartão de acesso quanto com a senha. Assim sendo, quando o gerador começou a funcionar, a porta da cela em questão foi aberta usando– se o cartão e a senha, o que também faz parte do protocolo de segurança. Logo depois, o gerador foi desligado, trancando todas as outras portas e facilitando a fuga.

— Onde fica a sala do gerador?

— Os outros dois perguntaram isso também. Fica por aqui.

Nick seguiu o guarda até uma pequena sala de manutenção, onde o gerador de energia estava. Um trambolho enorme com vários avisos colados em volta. “Perigo – Alta tensão”, e “Cuidado – Inflamável” eram os mais evidentes. Porém, o gerador não parecia em ordem. Vários cabos estavam desconectados e jogados no chão. A válvula de entrada do combustível fora arrancada, e havia uma poça de gasolina no chão. Nick se perguntou o que aconteceria se por acaso o gerador soltasse uma faísca. Depois teve uma ideia.

— Quem mais estava na ala da Bellwether?

O guarda tinha uma expressão entediada.

— Os outros dois também me perguntaram exatamente isso.

— Eu não estou nem aí pra o que os outros perguntaram! Apenas responda.

— Havia apenas um prisioneiro na cela ao lado. Ele e todos os guardas foram alvejados com cápsulas de soro tranquilizante.

— Quem é ele?

— Leonardo.

— Ótimo. Eu não vou ter que oferecer uma redução de pena pra fazer ele falar... – Nick de repente se abaixou, desviando cuidadosamente a poça de combustível e pegou algo que estava enroscado no gerador, a cerca de quinze centímetros do chão.

 Levantou- se e ergueu como um troféu um tufo de lã. Depois encarou o guarda com uma expressão vitoriosa.

— Os outros dois agentes não fizeram isso, fizeram?

***

O ex-prefeito estava sentado no outro lado da mesa de metal da forma mais digna que conseguia – com os dedos entrelaçados sobre a mesa e perfeita postura – enquanto Nick estava relaxadamente sentado do seu lado, segurando um copo de café.

— Então o alarme me acordou. Eu fui até a porta da cela para descobrir o que estava acontecendo e vi uma ovelha enorme segurando uma pistola. Então Bellwether saiu da cela dela. Eu... eu perguntei ao sujeito enorme quem ele era, e por que ele havia soltado Bellwether. Ele disse “Doug. Meu nome é Doug. Diga isso quando a raposa vier perguntar.” Então bellsuéter, digo, Bellwether, pegou a pistola e...

— Espere. Você disse “raposa”?  

— Sim, ele disse que eu deveria falar isso quando a raposa viesse perguntar.

Nick franziu o cenho. Doug queria que eu soubesse que foi ele. Mas por quê? Seus pensamentos foram interrompidos pelo súbito toque em seu celular. Ele olhou rapidamente quem era. Cenourinha. Nick levantou-se e saiu da sala rapidamente, dizendo:

— Desculpe, eu tenho que atender. Só um minuto!

Ele tocou o botão verde na tela e levou o celular ao ouvido.

— Hey, Judy, você não vai acreditar no que eu descobri. Doug soltou a...

— Nick! Nick, isso é sério.

— Judy, você está b...?

— Preste atenção, Nick. Eles pegaram minha mãe. Não sei onde está meu pai. Estão levando todo mundo. Nick!!! Venha rápido! Traga o DPZ. Avise Bogo que...

A frase foi subitamente interrompida, e um incômodo som fez Nick imaginar que Judy havia escondido ou derrubado o celular no chão. Ele ouviu uma respiração acelerada por alguns segundos.

— Judy? Você pode me ouvir?

—(...)

— JUDY!

A respiração cessou de repente, e ouviram- se ruídos de luta.

— Nick! – a voz de Judy soava abafada e distante, como se estivesse distante do aparelho. – Rápido! Você tem que...

A voz dela sumiu novamente, substituída por outra desagradável série de ruídos. Nick imaginou alguém pegar o celular no chão. Então ouviu-se outra respiração, essa mais profunda. Nick foi tomado pelo desespero. Judy sequestrada? Então, não sabendo de onde veio a onda de raiva que o invadiu, ele falou com a voz mais aveludada e cheia de veneno que sabia fazer.

— Eu sei quem você é. E não importa para onde a leve, eu quero que saiba uma coisa. Meu nome é Nick Wilde. Eu vou achar você. E vou coloca-lo atrás das grades.

A respiração no outro lado da linha parou por um minúsculo instante antes da resposta.

— Boa sorte.

A linha ficou muda. Nick passou um segundo inteiro imóvel antes de sair correndo.


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Notas finais do capítulo

sério, gente, eu tive que colocar a referência à Taken (perseguição implacável) por que é outro filme incrível, que eu recomendo.
eu sei que o sequestro de Judy é meio que um tema recorrente em fanfics de Zootopia, mas não pude evitar, já que é essencial pro desenvolvimento da história.
mais uma coisa:
como a minha ideia original era escrever um roteiro, não uma fic, algumas partes ficaram meio descritivas demais, mas lembrem de imaginar essa história como um filme!
mais uma outra coisa:
eu meio que escrevi a história original em portinglês (mais inglês do que português) mas usei os nomes de personagens da versão dublada, apesar de preferir muito Clawhawser, Lionheart e outros nomes no original em inglês, achei que talvez ficasse um pouco confuso. é isso aí! continuem lendo!