Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 12
Reviravolta


Notas iniciais do capítulo

Esse cap ficou um pouco atrasado, e também um pouco mais longo do que eu havia prometido, hehe ( mas eu não pude evitar)
mais revelações bugadoras de cérebros!
boa leitura!



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Nick demorou para achar o furgão vermelho coberto de pinturas, mas, assim que achou, foi direto até a porta traseira.

Assim que Nick deu a primeira batida, ela abriu de supetão, e Finnick apareceu, segurando um taco de baseball.

— Quem incomoda? – ele gritou.

— E aí, Finnick? – Nick nunca admitiria isso, mas ele até gostava do seu antigo parceiro de golpes. Apesar de parecer grosso e durão, era só mais um coração mole. Como o chefe Bogo.

— O que você quer?

— Preciso de um favor, parceiro.

***

O furgão seguia sacolejando e soltando pequenas explosões pelo escapamento furado. Uma das rodas passou por um buraco da estrada antiga e Nick bateu a cabeça no teto. Finnick dirigia o furgão sentado em cima da pilha de livros no banco, com esforço pisando nos “pedais” improvisados presos aos pedais verdadeiros do veículo. Sempre que Nick via essa cena, lembrava da primeira vez que encontrara o parceiro. Quando notou seu olhar, Finnick se ajeitou no “banco” e revezou entre olhar para Nick e para a estrada.

— Escute, Nick, eu sou só seu ex-parceiro num negócio, ok? Não pense que estou fazendo isso por que sou seu amigo. Eu te devo uma, mas se alguém apontar uma arma pra você, não espere nada heroico da minha parte.

Nick sorriu de orelha à orelha. Seus pensamentos estavam apenas parcialmente ali.

— Você não mudou nada, Finnick.

— E você virou tira.

— É a vida... – Nick tirou o celular do bolso e ligou para Highhorn – tudo certo aí, Highhorn?

— Tudo – veio a resposta do outro lado.

— Vê se não chama reforços, ouviu? Eu sei que é tentador, mas o plano vai funcionar.

— Se o Doug fugir de novo, eu...

— Hey, pensamento positivo. É uma missão suicida, mas sem pressão, ok?

Highhorn desligou com um bufar irritado. Ainda não esquecera a forma como Nick o havia tratado, e , apesar de parecer arrependido, a raposa ainda não havia pedido desculpas. Se ele estragar tudo... Highhorn deixou o pensamento pela metade enquanto continuava dirigindo atrás do furgão.

Quando chegaram à ponte, o rinoceronte guiou o carro da polícia para baixo dela, conforme o plano. Dali, seguiria a pé.

Tudo isso porque ele não cabia no furgão.

***

Nick sentiu seu coração acelerar quando o furgão se aproximou da velha fábrica aparentemente deserta. Tinha que ser aquela. Ele respirou fundo o mais silenciosamente que conseguiu.

 3ª regra do Nick Wilde: Nunca se mostre tão inseguro.

 Era um bom conselho. Ou talvez não. Assim que o veículo parou num solavanco, Nick desceu. Carregando um par de chaves inglesas. Ele olhou ao redor, procurando algum movimento. Não havia ninguém. Esperou que Highhorn os alcançasse, e então parou diante da porta. A corrente enorme estava presa com um cadeado de aparência velha, mas Nick notou várias marcas de pneu no chão.

Se não fosse ali, então os mamíferos haviam sido abduzidos. Nick posicionou as chaves dentro do aro do cadeado. Ele sempre achara surpreendente o fato de que todos os cadeados aguentavam pressões imensas de cima para baixo, mas quebravam com um mínimo esforço para os lados.

 Ele usou ambas as chaves como duas metades de um alicate, encaixando cada uma numa extremidade do aro, e apertou. O cadeado quebrou de alto a baixo no primeiro apertão. Ele arrancou as correntes da porta de metal, fazendo barulho suficiente para alertar qualquer mamífero num raio de dois quilômetros.

5ª regra do Nick Wilde: Se você nunca fizer barulho, nunca será ouvido. E se nunca for ouvido, nunca vai poder falar nada.

Nick não teve pressa ao abrir o portão. Ele sabia o que iria encontrar. Ele escancarou a enorme porta de metal e fez um sinal para Finnick, que entrou de ré com o furgão, e Highhorn, que entrou olhando desconfiado para os lados. Assim que entraram, Nick fechou novamente a porta.

Só então ele olhou ao redor. A enorme construção parecia vazia, mas só para os observadores menos atentos. O chão de concreto velho estava repleto de marcas recentes de desocupação. Nick só teve tempo de piscar duas vezes antes dos capangas do Doug cercarem os três.

— O que foi que eu disse, Nick? – Finnick gritou – Por quê eu tinha certeza que isso iria acontecer?

Nick riu alto.

— Finalmente! – ele tentou soar o mais confiante que conseguiu. – Achei que ia ter que esperar pra sempre!

Do meio dos guardas, Doug apareceu ao lado de Bellwether, abrindo caminho. Nick caminhou confiante na direção dos dois, agitando os braços como se falasse com dois velhos amigos. Mas a frase que ele iria dizer ficou presa na sua garganta quando ela saltou entre os guardas e correu na sua direção.

Por um segundo, nada no mundo importava. Por um segundo, tudo estava no seu lugar. O único segundo que foi preciso para Judy alcançar Nick e abraçá-lo. A bolha de preocupação que ele nem sabia que estava ali simplesmente estourou.

— Ah, Nick... – Judy praticamente sussurrou. – eu sabia que você viria.

Nick não queria quebrar o encanto, mas afastou Judy rapidamente quando viu o olhar que Doug lançou sobre os dois.

— Ah, esses coelhos, - Nick sorriu ao relembrar a frase dita pertinho dali há muito tempo – eles são tão emocionais... Tá legal, cenourinha, eu sei que eu sou incrível e tudo o mais, mas já deu.

Judy afastou-se a contragosto, fazendo pouco caso das armas apontadas na sua direção.

— Raposa boba.

— Coelha ainda mais boba.

— Ei, pombinhos, já acabou o melodrama? – a voz de Bellwether se fez ouvir.

Nick não deixou que ela continuasse.

— Ah, sim, agora é a parte em que você faz seu longo monólogo de vilã antes de nos prender aqui pra sempre. – ele fez sua cara de entediado mais convincente – vá em frente, você é muito boa nisso.

Bellwether pareceu não ouvir. Ela fez um gesto para os guardas, que se separaram, revelando a multidão de coelhos sob a mira das armas. Haviam também alguns outros animais, e mais capangas do que Nick havia imaginado. Todos juntos somavam mais de cinquenta. O plano de Nick estava começando a ficar um pouco mais complicado do que era antes, mas ainda funcionaria.

Funcionaria, se a polícia não tivesse chego naquele exato momento, invadindo o local como uma onda.

Doug imediatamente se posicionou e disparou. Nick se jogou para o lado, puxando Judy com ele, mas a cápsula não era destinada a eles. Acertou o chefe Bogo antes mesmo de ele poder dar uma ordem. O búfalo caiu no chão.

— Se algum de vocês tentar uma gracinha – Doug disse aos policiais restantes, o efetivo completo do DPZ com exceção do Garramansa – os reféns já eram. Um por um.

Os pais de Judy soltaram uma exclamação de medo, que não passou despercebida.

Nick olhou para Judy por um momento, ainda deitado no chão. Então levantou.

— Façam exatamente o que ele disser – a raposa disse, tentando amenizar a situação. – eu já vi o que ele pode fazer.

Doug sorriu.

— Vocês ouviram a raposa. Deixem suas armas no chão e entrem devagar. Quero todos vocês ao lado dos reféns.

 Todos os policiais lentamente cederam, até que sobrou apenas Highhorn ainda perto da porta. O hipopótamo levou a mão ao cinto lentamente. Ele retirou de lá uma pistola que Nick não havia notado até então. Com muita lentidão, segurando a pistola pelo cano, a ergueu e abriu o compartimento de munição.

— Tudo bem, pessoal, a farsa acabou. –ele disse. Então estalou os dedos. Todos os capangas que antes apontavam as armas para os reféns, agora apontavam para Doug e Bellwether. Highhorn sorriu presunçosamente quando tirou do bolso um par de dardos. Nick os reconheceu. Eram os dardos que Highhorn mostrara a ele na noite anterior.

— Sabe, Doug, tenho pena de você. – ele colocou os dardos na pistola. – mas isso não vai me impedir.

Highhorn atirou, acertando Doug em cheio no pescoço. Doug caiu imediatamente, e Bellwether foi logo atrás dele.

— Foi mais fácil do que vocês imaginam – Highhorn disse.

Nick não estava entendendo bulhufas. Primeiro achou que Highhorn tinha um plano para prender Doug, mas o rinoceronte mandou seus capangas cercarem os policiais. Ele fez um pequeno movimento com a mão em direção à Bellwether, e uma das ovelhas a pegou e a carregou para fora. Highhorn sorria como um sádico quando foi até Doug e jogou a ovelha adormecida sobre os ombros.

O rinoceronte olhou para a cara de surpresa de todos no interior da fábrica.

— Ah, vocês querem saber como foi que armei pra todos vocês? – ele virou-se para Nick, com a expressão mais zombeteira que a raposa já vira desde aquele episódio envolvendo uma caneta- cenoura, um carrinho de bebê e um ex-parceiro.

 

— Explique pra eles, Nick. – Highhorn estreitou os olhos ao usar as próprias palavras de Nick – Vá em frente, você é muito bom nisso.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

então, como eu não gosto muito de escrever grandes cenas românticas, eu espero que me perdoem por esse encontro sofrível entre a judy e o nick, Ok? mas os "shippers" de plantão que não fiquem decepcionados, ainda tem muitos diálogos por aí!
(eu sei que estou pondo o nick pra arrombar muitas fechaduras ultimamente. Não, ele não é um simples arrombador, eu sei. nada de roubos, só golpes. mas eu não pude resistir, já que o nick foi malandro por tanto tempo... vai que ele aprendeu algumas coisinhas, né?
—ps: quem não entendeu o truque com o cadeado procura no youtube "truques surpreendentes com cadeados" você vai descobrir como a sua vida inteira você confiou numa das coisas mais inúteis da face da terra)
lembra que eu disse que os detalhes iriam começar a importar? pois é, eu quero ver alguém descobrir como Highhorn tramou tudo isso, me mandem suas teorias nos cementários!
Bye, Dumb bunnies!