Medo.

Traição.

Sede de sangue.

Há cerca de um ano atrás, essas eram as forças que dominavam nosso mundo. As presas viviam com medo, e os predadores tinham uma vontade incontrolável, biológica de caçar, mutilar, e matar.

Nesse tempo, ela apareceu. Judy Hopps. Com seus sonhos de ser uma policial de verdade. Ela descobriu uma trama diabólica para tomar o poder, curou os predadores e prendeu parte dos responsáveis. Ela e aquela raposa sarcástica e cínica, Wilde.

Eu os odeio por isso.

A cela estava quase totalmente escura, deixando entrar apenas um pequeno feixe de luz de algum lugar. Só tinha uma porta, e nenhuma janela. Tinha também uma cama embutida na parede, na qual a ovelha estava sentada, encarando as barras da porta de aço. Bellwether esperava o momento certo. E ele havia chegado. Em um instante, a pequena nesga de luz que restava apagou. Então acendeu novamente, junto com as luzes vermelhas de emergência.

Um alarme monótono e alto começou a tocar. O momento havia chegado.

Um disparo abafado foi ouvido, e em seguido um baque. Bellwether viu um guarda cair em frente à sua cela. Uma ovelha alta com uma expressão assassina tirou do bolso um cartão de acesso e passou pela abertura no trinco da cela. Em seguida digitou uma sequência de quatro números no painel ao lado.

A cela abriu, e Bellwether saiu, colocando- se em pé ao lado da ovelha maior. Ouviu-se um gemido acima do barulho do alarme. O prisioneiro da cela ao lado segurava as barras de sua porta e gritava.

— Quem é você? Por que a soltou?

A ovelha alta chegou mais perto, para poder ser ouvido.

— Doug. Meu nome é Doug. Diga isso para a raposa quando ele vier perguntar.

Bellwether sorriu quando pegou a arma que Doug estendeu para ela.

— Foi um prazer, Leitãonardo.

O alarme parou de tocar no exato momento em que o ex-prefeito tombou no chão.