A competição - Swanqueen escrita por Agth


Capítulo 9
Capitulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702586/chapter/9

—Bem, acho que tenho que ir, meus pais já devem estar preocupados._ eu estava deitada com a cabeça no colo de Regina enquanto conversávamos com Zelena que estava gritando com a televisão ao mesmo tempo.

—Zel, não adianta gritar com a Meredith que não vai adiantar, eu já tentei._ Regina disse. Eu me levantei.

—Pronto, agora viciei duas loucas em Grey’s anatomy. Qual o problema de vocês duas? Nunca ouviram falar dessa série, é problema de família?

—Ai, Emma, espera esse episódio acabar._ a ruiva disse sem tirar os olhos do aparelho.

—Não, Zel. Tenho que ir, já tem um tempão que estou aqui e o modo como sai... Meus pais devem estar preocupados. _ percebi Regina afundando ainda mais o corpo no sofá como se quisesse esconder no meio da espuma.  Me levantei e olhei para ela. _ Você vem?_ estendi a mão e sorri. Ela olhou para mim com medo e culpa nos olhos castanhos.

—Emma, seus pais...

—Ah, qual é?_ balancei a mão novamente_ Vamos, mamãe conversou com ele._ eu tinha contado o que que havia acontecido entre mim e meus pais antes de sair de casa._ Eles gostam de você, vamos, deixa de ser besta._ ela olhou por detrás de mim procurando alguma reação da prima. Respirou fundo e colocou sua mão sobre a minha e entrelaçou nossos dedos. Um sorriso apareceu imediatamente em meu rosto e depois no dela. A puxei e a abracei.

—Nossa, vocês duas são mais melosas que um pote de açúcar. _ Regina se separou e mostrou a língua para a ruiva.

—Eu quero saber quem é o boy que te suporta, quando você vai nos apresentar?

—Quando eu decidir._ disse desafiando-a.

—Zel, obrigada._ a morena foi até a prima e a abraçou. Depois a imitei.

Estávamos a caminho de casa ouvindo musicas aleatórias no carro. Eu não estava com pressa de chegar logo, para falar a verdade estava com um pouco de medo da reação de meus pais, estava torcendo, pedindo aos céus, que minha mãe com todas as técnicas de psicologia que ela tinha conseguisse convencer o meu pai. Eu nunca imaginaria que ele tivesse aquela atitude, eu percebi a decepção em sua feição. Sua única filha apaixonada pela amiga que até pouco tempo odiava.

—Emma..._ Regina me chamou de modo doce._ Me desculpa novamente. Virei-me para ela.

—Regina, não foi nada, okay? Nada foi culpa sua e sim minha.

—Mas eu não precisava sair daquele jeito.

—Rê, você estava assustada, eu agi de supetão._ Voltei minha atenção para a rua que estava deserta.

—Sim, não posso mentir que eu não queria que agisse daquele modo, mas...

—Rê, vamos deixar para lá? O que importa é o agora certo?_ Estiquei minha mão e ela a pegou apertando-a em seguida.

Estacionei o carro de minha mãe atrás do de papai. Soltei o cinto de segurança e quando levei minha mão à maçaneta da porta percebi que Regina esta paralisada no banco.

Virei-me e destravei o seu cinto, suas mãos estavam postas em suas pernas, peguei sua mão esquerda chamando sua atenção.  

—Se você não se sentir confortável eu posso te levar para outro lugar, se quiser voltar para a casa da Zelena eu te levo. _ Ela encarava um ponto qualquer, talvez uma sujeira no para-brisa do carro, ou uma marca no painel do carro. Ela virou o seu rosto para mim.

—Só estava pensando..._ ela respirou fundo._ Se seus pais tiveram essa reação e se são seus pais, as pessoas mais doces que já conheci, imagina a reação da minha mãe...

—Pensei que já tivemos essa conversa._ coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha._ Não posso negar que a atitude de meu pai me deixou surpresa, mas tenho que entender o lado dele, foi um choque, ainda mais do jeito que as coisas aconteceram e afloraram. Mas, eles vão entender, são meus pais como você mesma disse. Eles me amam e te adoram._ eu segurava seu rosto enquanto acariciava sua bochecha com o dedão. Ela sorriu e me deu um selinho demorado. Nos separamos._ Vamos?_ levantei uma sobrancelha e ela concordou quando abriu a porta do carro.

Paramos na porta de entrada. Percebi que ela estava nervosa, peguei em sua mão e abri a porta.

Entramos e não tinha ninguém na sala.

—Mamãe?_ Ouvi vozes na cozinha. Praticamente arrastei a morena atrás de mim.

Papai estava sentado na cabeceira com a cabeça entre as mãos. Minha mãe colocava algo no forno. Tinha duas taças de vinho pela metade e uma garrafa aberta perto da pia.

—Emma..._ papai disse quando levantou a cabeça e me viu parada. Percebi seu olhar passar de meu rosto para a minha mão entrelaçada a de Regina. Minha mãe se virou e seu olhar estava sereno e sorriu quando nos viu juntas. Ela veio em minha direção e me abraçou.

—Oh Emma, ainda bem que deu tudo certo._ me apertava muito forte._ Regina!_ me soltou e abraçou a morena. _ Eu fiquei tão preocupada._ Colocou uma mão em meu rosto e a outra no rosto de Regina e sorriu._ Agora._ virou para meu pai que apenas assistia._ O senhor David quer falar com você.

Mamãe abriu espaço dando um maior campo de visão pra ele que levantou e parou a três passos de distancia de mim.

—Minha filha, desculpe-me pelo meu surto mais cedo, não sei o que deu em mim, é que eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer, mas quero que saiba que eu..._ pegou em meus braços_ eu estou aqui sempre._ o abracei.

—Tudo bem, pai._ eu me afastei dele e ele abraçou Regina.

—Então, vamos comer uma macarronada?_ Dona Mary perguntou.

Não posso afirmar que aquele foi o melhor jantar que já tivemos. Ainda percebia uma atmosfera diferente da que estava acostumada naquele horário, normalmente éramos alegres e conversadores sobre todos os tipos possíveis de assuntos, vez ou outra mamãe conversa algo que não durava muito. Regina respondia um pouco recatada ainda, como se fosse a primeira vez que estivesse ali. Meu pai permaneceu calado apenas ouvindo as pequenas frases e o tilintar de talheres nos pratos.

Depois de lavar a louça com a ajuda de Regina, subimos para o meu quarto enquanto que meus pais foram para a sala.

Joguei minha jaqueta no sofá e Regina me abraçou por detrás, apoiou seu queixo em meu ombro depois de tirar meu cabelo do caminho.

—Obrigada por ir atrás de mim._ beijou meu pescoço e eu arrepiei.

—Era o mínimo que alguém racional poderia fazer._ me soltei de seu abraço e virei-me._ Percebi que você ficou bastante calada durante o jantar. Tem algo te incomodando?

—Isso é tudo muito novo para mim, Emma. E o seu pai parece ainda não ter aprovado.

—Ei, não tem nada disso, okay? Vamos voltar a ter nossas conversas e tudo ficará normal._ ela me abraçou do nada e ficamos abraçadas até ela soluçar._ Regina, não chore..._ passei a mão em seu cabelo.

—Eu ainda estou preocupada com a minha mãe, Emma.

—Não precisa se preocupar, está bem?_ eu tentava passar confiança para ela, entretanto por dentro eu estava tremendo de medo. Regina estava realmente com medo da mãe e isso não é algo que surge do nada apenas como medo da rejeição de descobrir que a filha está se relacionando com outra menina, era medo mesmo, ela poderia fazer algo tão ruim a própria filha? Ela usara o verbo matar, não chegaria a esse ponto, ao menos é o que espero, ela fugiu daquele jeito por estar preocupada comigo também, não poderia deixar de ficar um pouco feliz com aquilo, sentir amada de um jeito diferente do modo paterno. Ela suspirou fundo e se afastou de mim secando o rosto.

—Vou tomar um banho rápido.

Apenas concordei e comecei a arrumar o quarto para dormirmos.

Regina não demorou muito e eu entrei logo depois dela.  Quando sai ela estava lendo um livro deitada em minha cama.

—Posso te fazer um pergunta? Por que me beijou na festa?

— Acho que sempre gostei de você, porém não fazia ideia desses sentimentos, então vi a oportunidade e aproveitei do momento._ ela fechou o livro e me olhou.

— Você sabe que me deixou louca, né?_ sentei ao seu lado.

—Que bom que causei isso em você._ ela sorriu.

—Regina! Eu estou aqui me abrindo! _ Ela pegou minha mão.

— O que interessa é que somos correspondidas, Emma. _ ela sorriu, a cada vez que sorria eu me derretia, era inevitável. Dei um selinho nela.

—Vamos dormir porque amanha temos que estudar.

—Sim, o dia hoje foi cansativo, mas bom.

Ela desceu mais o corpo e colocou o livro no chão, virou para a minha direção enquanto eu ainda me ajeitava. Quando me virei ela estava rindo.

—O que foi?_ perguntei quase incrédula.

—Você é muito desajeitada às vezes._ ela ainda ria.

—Ei! Então tá._ comecei a me mexer na cama feito uma minhoca para me virar de costas para ela porém fui impedida pela mesma.

—Deixa de drama. Eu gosto desse jeito atrapalhado Emma Swan._ Beijou minha testa e fechou os olhos._ vamos apenas dormir assim, nessa posição.

Ela fechou os olhos e eu fiquei observando seus traços, como ela ficava serena enquanto dormia, como os fios de cabelo se comportavam. A mão esquerda por debaixo da bochecha, um pequeno bico em seus lábios. Fiquei a observando até eu pegar no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A competição - Swanqueen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.