Faces de Pedra escrita por Agatha Wright


Capítulo 11
11-Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Escudos no máximo pq ai vem tiro!

Gente, mil perdões por esse atraso violento! Mas chegou o famigerado FIM DE SEMESTRE e acabou folga, acabou vida social, acabou vida! Estou atolada até a alma de coisa pra fazer e estou tendo que roteirizar toda essa fic para uma HQ que estou fazendo.

Então meio que Faces me impediu de escrever Faces XD

Mas como meu professor decidiu cancelar a minha aula hoje, eu sentei na minha rede tomei um solzinho e escrevi ensandecidamente e aqui está o capítulo.

Espero que gostem! E boa leitura.



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A tensão no ar era tangível enquanto todos olhavam com espanto a gigantesca quantidade de dados que estava brotando na tela da estação de comunicação. Sevel decidiu não esperar e pediu que a nave tentasse transmitir em todas as frequências.

“Eu sou o Capitão Sevel da nave da Federação Unida dos Planetas, USS T’Partha. Mando essa mensagem exigindo que acabe com qualquer investida contra essa nave ou então seus atos serão interpretados como um ato de guerra contra a Federação.”

Eles ficaram sem resposta durante ao menos um minuto, Robin ia abrir a boca para dar uma sugestão quando sentiu uma violenta pontada na cabeça e toda a sua visão se tornou escura.

Foi como se seu cérebro tivesse sido passado por um triturador e depois colado de volta peça por peça. O fantasma da dor ainda estava lá quando ela abriu os olhos e o choque violento que ela recebeu quando viu que não estava na ponte.

Ela estava na Engenharia.

Cercada por vários oficiais.

Que tinham phaser apontados.

Apontados para ela.

Ela lentamente levantou as mãos com uma expressão de total confusão que fez com que alguns dos oficiais hesitassem em suas posições.

“Dra. Wolf?” Questionou Kovar, o Engenheiro-chefe.

“Quem mais seria?” Questionou Robin quase entrando em pânico pela total estranheza da situação.  “O que está acontecendo? Como eu vim parar aqui?”

Ninguém respondeu, apenas olharam para o capitão que também mantinha uma arma apontada para ela.

“Capitão, o senhor poderia me dizer o que significa tudo isso, por favor.”

Sevel não respondeu, apenas fez sinal para T’Aria que estava atrás do círculo armado avançar. Ela se aproximou cuidadosamente de Robin com um tricorder na mão e sondou o redor de sua cabeça.

“Seus padrões de onda cerebrais parecem normais para uma humana, senhor.”

“Alguém vai me fazer o maldito favor de dizer o que está acontecendo aqui?” Explodiu Robin avançando em direção ao Capitão que manteve sua posição impassível.

“Assim que tentamos entrar em contato com o ser que estava drenando energia de nossa nave, ele invadiu sua mente e tentou falar por você.”

“Você quer dizer que eu fui possuída por esse alienígena? O que ele disse?”

Sevel e todos os outros hesitaram por alguns instantes antes de responder.

“Essa entidade é quem está por trás da falha dos sistemas na nave.”

“Certo, e ele disse por que?”

“É um teste, uma experiência com a tripulação. Eles querem repetir os acontecimentos nas naves vulcanas que adentraram a Expansão no século passado.”

“O senhor quer dizer que eles armaram tudo isso? O sistema de defesa naquele planeta? Causaram a morte de três oficiais e atacaram abertamente uma nave da Frota Estelar? Isso é um ato de guerra contra a Federação, por que alguém faria isso?”

“Parece que essas criaturas não fazem parte da nossa dimensão. Eles precisam de uma enorme quantidade de energia para se manter no nosso universo, energia essa que pode alimentar uma nave espacial inteira. De qualquer forma, não foram eles que construíram as instalações que estão nesse planeta. As nossas suspeitas de que essa é uma antiga base científica Romulana estavam corretas.”

“Eles apenas aproveitaram o que havia aqui para nos transformar em seus ratinhos de laboratório” Resmungou Robin.

“Vulcano nunca explorou esse setor depois do final da guerra da Terra contra Romulus, e logo após isso a Federação foi fundada...”

“E com todo o trabalho para estabelecer a Federação, as chances de uma nave Vulcana passar por essa área eram quase nulas. Mas isso não explica o motivo dos ataques, se o plano era contaminar a nave e ver o que acontecia, por que desativar nossos sistemas? As naves vulcanas que estavam na expansão foram danificadas pelos próprios tripulantes.”

“Mesmo em um setor tão remoto, a T’Partha facilmente conseguiria escapar e buscar ajuda com a Frota Estelar. Não seria as mesmas variáveis da Expansão, e como ela foi destruída, isso é o mais próximo que eles conseguiriam chegar.”

Robin fez o sinal com a cabeça que entendeu, então olhou para todos ao seu redor e disse:

“Bem, eu acho que vocês podem abaixar os phasers agora.”

Todos olharam para o capitão que acenou em concordância com a médica e fez sinal para que abaixassem as armas. O que foi prontamente obedecido.

Exceto por T’Lyra.

A jovem oficial era quem estava mais afastada de Robin e seu rosto parecia bastante assustador com um grande hematoma esverdeado cobrindo metade dele combinado com um brilho assustador em seus olhos.

“Tenente, abaixe seu phaser. Isso é uma ordem.” Disse Sevel que pressentiu o mesmo perigo que Robin.

A vulcana olhou para o capitão como se não acreditasse que ele havia proferido essas palavras.

“Ela foi abduzida por uma entidade hostil! Que garantia temos que essa não é só mais uma parte da experiência e a criatura está fingindo ser a doutora Wolf?”

“Ela foi escaneada, não há nenhuma evidência de alterações em seus padrões sinápticos.” Respondeu T’Aria.

“Se essa criatura foi capaz de alterar os sistemas de contenção do núcleo de dobra e desligar quase toda a nave, o que a impede de modificar um tricorder?”

Robin estava ficando cada vez mais apavorada, não havia treinamento da Frota que preparasse alguém para um cerco de vulcanos bastante perturbados.

“T’Lyra, você me conhece, eu juro que eu sou quem digo que sou.” Disse ela tentando manter a voz firme e calma.

Mas isso só serviu para irritar ainda mais a jovem engenheira.

“Que você é? Ninguém sabe quem você é! Você não está nessa tripulação há mais de três meses! Nada impede que essa criatura tenha possuído o corpo da doutora Wolf desde que chegamos nesse planeta! Quem aqui conhece essa humana bem o suficiente para dizer a diferença?!”

Todos permaneceram em silêncio.

“Havia alguém...” Murmurou Robin pra si mesma.

Mas T’Lyra fora capaz de ouvir com sua audição vulcana.

“Sim! Havia alguém! Alguém que foi convenientemente morto!”

“Tenente Varen foi atingido pelas torretas de phasers na sala de carga porque ele ficou para trás tentando baixar o maior número de dados possível da instalação e acabou acionando os sistemas de segurança. Dra. Wolf nem estava com ele na hora, ela veio com o segundo grupo avançado.” Argumentou o Capitão.

“Mas foi ela quem esteve com ele em seus últimos momentos. Varen não morreu na hora como os outros oficiais, ele teve a chance de passar seu katra para alguém!”

“Katra?” Perguntou Robin, a palavra era familiar.

O som dos disparos de armas, o cheiro de sangue, Varen caído em seus braços enquanto ela desesperadamente tentava conter a hemorragia massiva que havia atingido vários órgãos internos. Mesmo em um estado tão debilitado, ele ainda estava muito agitado.

“Robin... K...K...Katra... Sanoi...”

“Robin, Katra, por favor...”

Essas foram as últimas palavras de Varen que ela nunca prestou atenção ou se preocupou em saber o significado pois estava tão concentrada em mantê-lo vivo até o transporte.

E agora essa desatenção parece ter consequências bem mais graves do que ela pensava.

“Ele tentou passar seu Katra para você, Dra. Wolf?” Questionou T’Aria.

“Ele mencionou algo assim...”

“E você claramente não o recebeu!” Esbravejou T’Lyra.

“Eu realmente não sei do que...” Começou Robin.

“Você o deixou morrer sem sequer lhe dar a chance de ter algo a mais após sua vida! Por que? Para eliminar a única pessoa que poderia notar que Robin Wolf não está mais entre nós?”

Robin estava sentindo as correntes do pânico apertarem seu peito e também podia sentir que a paranoia de T’Lyra estava se alastrando pelos vulcanos presentes. Lentamente, um a um, os phasers voltaram a apontar para ela.

“Dra. Wolf, acredito que o melhor a se fazer perante a essa situação é confina-la na prisão até que tudo seja esclarecido.” Disse Sevel.

“O que? Senhor, eu sou a única pessoa imune ao Trellium-D, claramente a intoxicação está causando alguma espécie de histeria. Me confinar em uma cela só vai colocar a tripulação em risco.”

“Que conveniente!” Debochou T’Lyra.

“Silêncio, tenente!” Exclamou o Capitão. “Dra. Wolf, eu ordeno que coopere.”

Mesmo rodeada de oficiais instáveis armados, Robin arrumou um pouco de coragem para enfrentar as ordens diretas de seu Capitão.

“Com todo o respeito, senhor. Eu não irei cooperar, pois acredito que nenhum oficial dessa nave está apto para o dever dado o estado de degradação neurológica causado pelo Trellium-D. Como oficial médica chefe, eu estou removendo todos de seus deveres até que eu possa descobrir um modo de estabiliza-los.”

Essa não era a primeira vez que Robin demonstrou insolência e retirou o capitão de seu posto na frente de vários oficiais, mas dessa vez ela não tinha a proteção do controle vulcano de Sevel.

“Doutora! Eu atirarei em você se for preciso e mais uma palavra e irei garantir uma Corte Marcial quando voltarmos para a Terra.”

“Se você me prender, nós nunca voltaremos para a Terra, Vulcano ou qualquer outro maldito planeta! Porque estamos à deriva sem motores e com suporte de vida mínimo! Eu não vou ficar sentada numa cela enquanto todos vocês enlouquecem e destroem essa nave comigo dentro!”

Essa foi a gota d’agua para Sevel. Cada vez mais ele concordava com a teoria de T’Lyra. Nada impedia que aquela estranha entidade ainda estivesse possuindo sua oficial médica. Era bastante lógico para ela usar a desculpa da intoxicação para remover todos do comando e guiar essa nave para o sádico experimento que os alienígenas estavam rodando.

Analisar o real potencial da arma que os Romulanos estavam desenvolvendo. E checar o quão dependente do controle emocional a espécie Vulcana era.

“Kovar! Escolte a Dra. Wolf para a prisão e use qualquer forma de força caso ela resista.”

O Engenheiro-chefe olhou longamente para Robin com uma expressão misteriosa em seu rosto antes de segura-la pelo antebraço com força a puxando para trás dele. Assim que a médica abriu a boca para protestar, o impensável aconteceu.

Ao invés de arrastar Robin para fora da engenharia, ele apontou seu phaser e disparou.

Contra o capitão.

E então um pandemônio aconteceu.

Parecia que o discurso de Robin havia dividido as opiniões do grupo e uns começaram a atirar contra os outros.

Ela só podia rezar que todas as armas estivem configuradas para tontear.

“Fuja daqui!” Exclamou Kovar lançando Robin em direção a saída com sua força vulcana o que a fez tropeçar por um metro antes de ganhar o equilíbrio e correr sem olhar para trás.

Os sons de disparos estavam cada vez mais distantes e por sorte ninguém a perseguiu, mas ela sabia que se alguém saísse de lá inteiro, essa era só uma questão de tempo. Assim que a fatiga tomou conta dela, ela se viu frente a frente com um armário de armas. Por sorte o Dr. Sakht lhe havia passado os códigos dos oficiais superiores e ela foi capaz de abrir e pegar um phaser. Após estar armada, ela subiu no primeiro tubo Jefferies que encontrou para fazer o longo caminho por 13 deques até chegar na ponte e de lá tentar descobrir uma forma de lidar com essas criaturas.

Vulcanos eram pelo menos duas vezes mais resistentes, velozes e fortes que um ser humano bem treinado e não demorou muito para Robin ouvir o som de alguém se deslocando em sua direção.

“Bem vinda ao inferno.” Murmurou ela pra si mesma.


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Notas finais do capítulo

O bagulho pegou fogo! Os vulcanos finalmente piraram! E agora Robin está presa com apenas um phaser pra se defender. Coisas loucas aguardam nossa adorada médica. Quem disse que tem que estar numa Enterprise pra viver altas aventuras?

Eu não prometo um cap pra semana que vem, mas farei o meu melhor, pois os prazos finais estão me perseguindo igual os vulcanos atrás da Robin.

Vou agora responder os comentários do cap passado pq nem isso eu tive tempo, sorry. Por favor não me abandonem! XD



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