O Milênio escrita por Gabriel


Capítulo 2
A descoberta


Notas iniciais do capítulo

No capitulo anterior, vimos que os cientistas sem querer abriram um portal no espaço tempo. Neste episódio, o mistério aumenta com revelações e descobertas sobre alguns dos personagens. Eles não foram enviados ali atoa.



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07 DE MAIO DE 1700

FAZENDA DOS ANTUNES

Não saberia descrever o que vi hoje. Nem poderia imaginar que estás seriam as primeiras palavras que escreveria em meu diário. Hoje era para ser um dia como todos os outros, porém algo fora do comum ocorreu. Começarei do princípio. Os escravos andavam de um lado para o outro, empolvorosos devido aos preparativos da festa de casamento de minha irmã, Maria Joaquina. Haviam flores e arranjos por todos os lados. Convidados iam chegando pouco a pouco. Logo, o noivo chegou, seguido da noiva, e a cerimônia de casamento se seguiu, ali mesmo ao ar livre. Olhamos todos para o céu e percebemos que algo estava errado. O céu antes limpo, fora coberto por nuvens tempestuosas, então seguido de um vendaval que arrancou a tenda onde os convidados estavam. Todos correram sem direção. Eu me escondi embaixo do casarão e, não acredito até agora no que os meus olhos viram, pessoas eram arremessadas violentamente para todos canto. Adormeci ou acho que desmaiei, não sei bem ao certo. Só o que sei é que apaguei. Um corpo com a boca rasgada ao pé das orelhas me fitava gélido e frio. Corri para dentro de casa. O sol já não iluminava nada. Não havia sinal de escravos, pai, mãe, minha irmã. Ninguém. Ao chegar na porta senti um golpe de vento. Olhei bem para entre as árvores e o foi...  Não consigo descrever o que ou quem era aquilo. Estendeu a mão como se apontasse para mim. Não me contive. Entrei dentro de casa e tranquei a porta com um pedaço de madeira. Trêmula de tal forma que mesmo de ouvidos tapados podia-se ouvir o bater de meus dentes. Subi as escadas e escondi-me dentro de um enorme baú dentro do quarto de mamãe. Tentei controlar-me para que do lado de fora ninguém me ouvisse. Olhei uma vez pela fechadura do baú, não havia ninguém. Tampei minha boca. Ouvi um barulho. Olhei novamente, entretanto nada. Rezava para que tudo aquilo não passasse de um sonho.  De repente o chão começou a tremer. Olhei pela fechadura e um clarão iluminava tudo do lado de fora, uma luz tão forte que por um momento pensei ter ficado cega. Gritei. Não um grito comum. Um grito tão alto que senti um frio na barriga. Abri o baú e me levantei. Eis a seguinte imagem: Algo pairava no céu. Nunca vi uma coisa dessas antes. E o baú então, juntamente com a casa agora em pedaços, corpos, foram jogados no ar. Não me lembro do que veio a seguir. Só que acordei aqui. Neste lugar tão estranho. Esqueci de me apresentar. Meu nome é.…”

2999 – ALGUM LUGAR NO ESPAÇO TEMPO

Charlotte abriu os olhos, respiração ofegante. Sem perder tempo retirou uma bombinha de oxigênio da mala de apetrechos e sugou uma, duas, três vezes. Estava mais tranquila. Demorou alguns minutos para sua visão ficar novamente nítida. Aos poucos, levantou-se. Na direção do horizonte. Lembrou então do cabo de aço. Verificando, percebeu que o mesmo tinha se rompido. Acessou o relógio, nível de poluentes. ZERO. Concluiu que aquele possivelmente foi o que a fez passar mal. O sol nascia. A luz era vinte vezes mais forte do que a do sol, mais não era quente. Era frio. O capacete bloqueava a luz para que não prejudicasse a sua visão. Uma rajada de gelo vinha em sua direção, pontiagudos feito lanças. Charlotte correu, retirando com dificuldade o traje espacial. Quando ia ser atingida, atirou o traje no ar e jogou-se no chão. Aquele espaço era mais quente. Em sua frente um outro astro reinava calores. Voltando-se para trás viu seu traje perfurado no meio. Os apetrechos, tão úteis, foram congelados. Tinha que achar os outros. George, Benjamin, Greta, Sebastian e Sara.

George caminhava fazia horas. Também procurava por Charlotte e os outros. Sentia fome, sede. O capacete tinha uma pequena ruptura. Retirou-o, colocou a mão frente ao rosto e tossiu. Sangue. Algo se mexia numa relva próxima. A relva diferentemente das que se costumava ver na terra tinha cerca de um metro. Foi se aproximando, lentamente com cautela. Chegando bem próximo logo percebeu do que se tratava. Ali estavam Benjamin Greta e Sebastian.

— Ainda bem que os achei. Estava preocupado. – Disse George. – Vocês têm alguma noção de onde estamos?

— Ainda bem que é você meu caro amigo. Como consegue respirar sem o capacete? – Perguntou Sebastian intrigado.

— Esqueceu que estamos na terra? Pode-se respirar oxigênio e segundo o relógio o ar é cem por cento puro, limpo de qualquer resquício de poluição. Mas tenham cuidado antes de abrir o capacete. Nosso organismo não é capaz de respirar um ar tão puro por muito tempo. Pelos meus cálculos daqui a meia hora, devemos usar a bombinha de ar oxigênio.

— Esse lugar não parece nem um pouco com a terra. Vejam só o tamanho desta Poaceae. É a grama mais alta que já vi. – Greta pegava amostras.

— Gente. A Charlotte. Precisamos acha-la. Se o George estiver certo daqui a menos de meia hora... – Benjamin sentiu uma forte dor na cabeça.

— Benjamin, Benjamin. O que se passa contigo? Fala comigo.

Imediatamente George retirou o capacete de Benjamin. Este tremia convulsivo no chão. Greta picou o seu dedo para uma análise rápida do sangue.

— Saiam de perto. – Gritou ela. – Saiam AGORA!

— O que está acontecendo?

— Eu não sei. Entretanto o DNA dele está em mutação.

— Como assim mutação?

Os olhos de Sebastian abriram-se. Totalmente negros. Só ele podia ter aquela visão. Subiu as alturas. Além da atmosfera. Não se tratava da terra. Acima dali um portal girava. Um portal para 2999. Greta se afastou de Benjamin. Espinhos saíram de seu rosto, seus cabelos ficam espetados. Virando de bruços foi tomado por mais placas alaranjadas. Suas nadegas foram crescendo até se transformarem em um enorme ferrão. Benjamin impulsionou seu corpo para frente ficando de pé com apenas um pulo. Estava irreconhecível. Desfigurado.

— Precisamos sair daqui. – Disse Greta.

— Não posso abandonar o Benjamin... – Sebastian não conseguia conter as lágrimas.

— Este não é mais o Benjamin.

Pestanejando, em dúvida entre salvar a vida ou deixar o companheiro, Sebastian correu para dentro da relva. Greta e George em direções opostas. Os três sentindo ser perseguidos, pensavam mil e uma coisas. A paranoia subia as vossas cabeças. Chamavam uns pelos outros desesperados. Charlotte sentiu a cabeça rodar. Uma dor no coração. Ouvindo os gritos de desespero dos amigos olhou para todos os lados. Tapou os ouvidos, zonza, amedrontada, e deu um grito. Um grito tão forte que destruiu o que havia ao seu redor, mas do que uma bomba atômica poderia destruir. Greta, Sebastian e George voaram longe. A relva arrancou-se literalmente da terra. Charlotte, em choque olhou suas mãos. Veias a mostra. Vozes resmungavam em seus ouvidos. Logo seus olhos ficaram negros. Sete luas nasciam por trás de elevadas colinas. 

 


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Notas finais do capítulo

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