Se Ela Dança, Eu Danço. escrita por CeciTezuka


Capítulo 1
Capítulo 1 - Wild Flower


Notas iniciais do capítulo

-Primeiro capitulo da fanfic que introduz os personagens e cenários da historia!



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Ela se movia conforme a melodia do violino.

A musica soava alta porem branda pelo ambiente.

E ela dançava como se sentisse, absorvesse a musica.

Com movimentos que refletiam graça e delicadeza.

Parecia um pássaro alçando vôo.

Uma borboleta quando sai do casulo assim que a primavera chegava.

Sozinha naquela grande sala, cercada pelos espelhos que refletiam sua imagem, Mei Lien se sentia feliz.

Sempre que dançava, se sentia em conexão com os pais que nunca chegara a conhecer quando havia nascido.

Ela era órfã e havia sido abandonada na porta da academia de dança pelos verdadeiros pais , que eram doentes e não tinham condições de criá-la.

Mei Lien havia passado boa parte de sua infância recebendo incentivo de seus amigos da academia e de seu pai adotivo, que a acolhera e a criou como se fosse a filha que nunca havia tido.

Jiang Li ,um antílope de boa índole e personalidade benevolente se sentia fascinado por ter tido a chance de criar a pequena cabrinha quando a vira ali sozinha e desamparada na porta da academia e decidira adotá-la.

E sua esposa Chun se sentia muito afeiçoada pela pequena cabritinha.

Como se ela fosse destinada a ser sua filha algum dia.

Todos do vilarejo onde ele e Mei Lien moravam conheciam muito bem sua historia de vida.

 Por mais que tentassem saber quem eram seus verdadeiros pais, ninguém conseguia saber a respeito deles.

Raras eram às vezes em que ela desejava saber sobre os pais biológicos.

 

Porem, mal sabiam eles que ela dançava por querer se sentir diferente das outras garotas do pequeno vilarejo chinês de onde moravam. Durante todo aquele tempo, MeiLien pensava que nunca seria capaz de ser feliz como sempre sonhara.

Porem para eles, a felicidade era ver Mei Lien dançando na sala naquele exato momento.

O casal tinha o constante costume de observar a cabrinha dançando e se sentirem fascinados com o talento natural que ela herdara conforme os anos.

Enquanto espiavam atrás da porta de entrada da sala, não conseguiam evitar em se emocionar diante da linda dança da filha que adotara e havia criado com todo o amor que sentia por ela.

Mei Lien parecia um cisne flutuando. 

E a musica que soava branda e retumbante pelo ambiente era harmoniosa como a coreografia que ela estava a executar.

Quando a musica acabou, a cabrinha desligou o aparelho de som portátil e se preparou para sair da grande sala espelhada.

E quando viu que estava sendo observada, se sentiu envergonhada.

—Não acredito que estavam me espiando de novo!- bradou ela visivelmente constrangida.

—Não estávamos te espiando, e sim observando sua linda dança!- diz o antílope com um sorriso enquanto olhava para ela com um olhar de orgulho e fascinação.

A cabrinha passava suas horas livres dançando e ensaiando.

Ou de vez em quando cantava para seus pais adotivos quando estavam preparando o jantar ou cozinhava cupcakes e biscoitos.

Mas seu hobby verdadeiro era pintar os vasos de cerâmica que eles faziam.

Chun e Jiang Li de fato adoravam trabalhar com cerâmica e eram bem conhecidos naquela pequena vila chinesa pelo seu trabalho admirável.

Muitos vinham de longe para apreciar os lindos vasos, tigelas e vários outros utensílios de cozinha que eles faziam.

E o que deixava atraentes aquelas lindas louças eram as flores que Mei lien pintava com todos os detalhes possíveis.

Haviam rosas, tulipas margaridas, petúnias e madressilvas.

Mas as louças detalhadas com um lótus rosa eram as que Jiang Li e Chun tinham mais orgulho de vender.

Todos elogiavam o belo trabalho de Mei Lien assim ela em troca era bondosa e gentil com todos a sua volta.

Os dois antílopes se sentiam muito feliz por tudo o que tinham e amavam sua filha adotiva como verdadeiros pais fariam.

E ela os amava como se fossem seus verdadeiros pais, sempre os ajudando nas coisas em que precisasse de ajuda.

Todas as manhãs, quando ia para a academia de dança treinar, Mei Lien passava ao lado de outra academia onde era possível ver através das janelas de vidro aonde alguns animais iam para praticar artes marciais.

Muitas deles estavam ali em busca de saber auto defesa ou muitas vezes buscar filosofia.

Mas também haviam aqueles que usavam as arte marciais para atacar os mais inocentes.

Mei Lien ignorava os elogios vindos de um grupo de lutadores que lhe diziam que era linda e a convidavam para sair.

—Bom dia!- cumprimentava Mei Lien alegre por onde passava.

E as outras pessoas também a cumprimentavam com um sorriso ou um aceno.

De repente alguma coisa bateu de frente com ela e a fazendo a tropeçar e perder o equilibrio.

Porem antes de o corpo colidir no chão, sentiu um par de patas macias a segurando fortemente.

—Minha nossa! Você está bem?- perguntou aflito, um panda que a ajudou a recolher sua mochila que havia caído no chão.

—Sim eu estou bem. Mas vê se olha por onde você anda!- respondeu Mei Lien apressada e saiu correndo em direção a academia.

“Esse panda bobo foi me atropelar justo na hora em que eu estava chegando!” Pensou ela enquanto abria a porta e acendia a luz da sala.

E assim que se viu refletida nos grandes espelhos novamente, começou a ensaiar sua dança.

Porem, a energia foi cortada subitamente e o aparelho de som também se desligou.

Mas a pequena cabra não se deixou levar pelo desespero.

Abriu sua mochila e iluminou o ambiente com uma lanterna de bateria recarregável que sempre carregava em caso de emergência.

As quedas de energia daquele vilarejo eram constantes, mas ela, Jiang Li e Chun já estavam acostumados a isso.

E ela tinha a musica em seu celular.

Gostava muito de ouvi-la e memorizar os passos mentalmente quando ficava sozinha em seu quarto ou no quintal.

Deu o play e assim que a melodia soou, se deixou levar na dança.

Ainda eram 5 da manhã e a cidade continuava com o céu escuro.

E Mei Lien adorava aproveitar aquele pouco tempo que tinha para ensaiar antes das aulas e depois teria que seguir para seu trabalho de meio período numa pequena cafeteria.

O salário que ganhava era suficiente para pagar as aulas de dança que tanto amava.

Sua professora também tinha muito apego a ela, sempre sendo atenciosa e lhe dando conselhos e a corrigindo quando errava algo na aula, fazendo com que a aluna aprendesse a fazer do jeito certo da melhor maneira possível.

—Sua dança é extraordinária! Podíamos fazer dela uma dança romântica.- sugeriu a professora para Mei Lien após ver a coreografia que ela vinha ensaiando há dias.

—Romântica? Como assim romântica? Trocando a musica por outra que falasse de amor, ou acrescentando mais movimentos que remetam ao meu charme e sensualidade?

—Não, querida. Que podíamos colocar um parceiro para dançar com você! Como num verdadeiro Pax de Dieux.

—Um parceiro? Não! Eu não acho que a dança precise ser romântica. Pra mim já esta ao do jeito que está!

—Mas querida. O publico que assiste um espetáculo de dança sempre se sente mais atraído por um casal que dance um passo a dois! Eu quero que ver a sua dança ser algo que represente o amor! A coreografia está perfeita.Tudo o que você precisa agora é de um parceiro.

“Poxa vida o que eu vou fazer!” Pensou Mei Lien ao sair da sala.

E assim que chegou em casa contou tudo a seus pais.

E eles, felizes com a idéia da professora, disseram que a ajudariam a encontrar um parceiro ideal para que a dança fosse mais romântica do que nunca

—Eu não queria ter que concordar com a idéia da minha professora. mas parece que eu não tenho mais escolha. É desistir ou persistir.

—Persista! Faça da sua dança algo que represente uma historia de amor! Você sabe que o publico sempre se emociona com as danças românticas!- diz Chun com um sorriso para filha.

Mei Lien sorriu pra os pais e decidiu que transformaria a coreografia solo em uma dança romântica, mesmo contra a própria vontade.

Tudo o que precisava agora era arranjar um parceiro e começarem a ensaiar como uma dupla.

Naquela tarde, o movimento da pequena cafeteria em que ela trabalhava estava bem tranqüilo.

E também havia recebido um adiantamento no salário por ter feito boa parte da limpeza na semana passada.

—Vejam só aquelazinha no canto limpando o balcão! Que roupas ridículas que ela usa!- disse uma voz que aos ouvidos de Mei Lien era algo desagradável de se ouvir.

Ignorou as risadinhas estridentes de Bing Qing e suas cinco irmãs e continuou trabalhando.

Mesmo que ela fosse a mais rica, e bem falada do vilarejo por causa de sua fama de modelo e empresaria, vendendo milhares de produtos que ela e suas irmãs designavam,MeiLien sempre seguia os conselhos de Jiang Li.

“Os mais ricos sempre te julgam pela aparência, nunca pelas suas ações. E nem vale a pena discutir com eles. O melhor mesmo é deixar pra lá.”

E passou pela mesa onde as seis ovelhas de lã branca como a neve estavam sentadas.

—E aquele panda gordo e feio ali! Deviam tirar ele daqui! Esse lugar fica horrível com esses dois!- disse uma das irmãs de Bing Qing apontando para aonde o panda que havia a atropleado estava trabalhando na limpeza de outra parte da cefeteria.

 E então todas caem na risada.

—Não ligue para o que elas dizem. São ricas, mas só ficam falando besteira mesmo!- dizia o gerente da cafeteria e chefe que sempre que passava por ali para acompanhar o trabalho dos empregados.

Porem naquele meio tempo, a cabrinha só conseguia pensar no como arranjaria o parceiro ideal para a dança romântica.

No final de seu turno, a cabrinha foi andando sozinha até sua casa e novamente passou pela academia de artes marciais e pela grande janela de vidro reconheceu no meio dos praticantes de Take Won Do,o panda que a atropelou a caminho da escola de dança e que também esteve trabalhando na cafeteria.

Viu o momento em que ele estava conquistando a tão cobiçada faixa preta, e se sentindo triunfante com os outros alunos o aplaudindo.

Assim que ele a encarou pela janela com os olhos arregalados e a boca aberta de espanto, parecendo reconhecê-la de imediato, Mei Lien saiu correndo.

Não queria ter a obrigação de falar com ele de novo depois do que havia acontecido naquela manhã.

Afinal nunca fora boa de entrosar, ou conquistar amizades com facilidade, como a rica porem falsa da Bing Qing fazia.

Mei Lien na maioria dos casos preferia ficar sozinha pelo medo de ter amizades falsas ou relacionamentos que iludissem.

Em um cantinho onde pudesse estar sozinha para dançar e se sentir livre.

Tinha o sonho de viajar para lugares legais como há muito tempo queria fazer.

O que ela mais desejava naquele momento era que seus grandes sonhos fossem reais e não algo que todos achavam ser impossível ou tachassem como uma ilusão.

Porem ela não sabia das coisas que estavam prestes a acontecer durante aquela semana que estava só começando.

E que tudo iria mudar de pior para melhor.


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Notas finais do capítulo

SIGNIFICADO DOS NOMES CHINESES:
—Mei Lien - Lindo Lirio D'Água
— Jiang Li - Rio Formoso
—Chun - Primavera
—Bing Qing - Clara Como O Gelo

Espero que estejam gostando!

— Se sim, deixe seus comentários.

— Se não, cai fora e me deixa em paz! :(

Até o próximo capitulo!



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