O grupo se aproximou do barqueiro, que logo foi recuando. Heitor de Leão foi logo tomando a frente, preparando um golpe devastador:

— Vai nos levar até o outro lado por bem ou por mal? - Heitor abriu um sorriso ao ver o espectro assustado, que preparou seu remo.

— Mesmo que me matem, não vão chegar lá! Tudo tem um preço. - Caronte de Aqueronte arrumou sua sacola com o dinheiro que ficava guardada na cintura.

— E qual seria? - Teengarden indagou, puxando Heitor para trás.

— Uma peça de roupa feminina! Hihihihihi - O espectro riu quando falou, mas parecia estar bem sério na sua proposta.

— Como ousa? - Heitor estendeu o punho a frente, extremamente carregado de eletricidade. Aurora de Aquário segurou seu braço e entregou seu sutiã para o espectro, embora ainda de armadura.

— Oh sim, isso serve! - O espectro agarrou o "prêmio", entrando no barco.

— Que cara pervertido ... - Heitor exclamou, cruzando os braços.

— Embora, minha canoa possa levar apenas 4 de vocês, escolham. Os outros terão de pagar outra peça!

E como prometido, após embarcarem: Aurora de Aquário, Heitor de Leão, Teengarden de Áries e Athena, o barqueiro voltou para buscar sua recompensa. Rose de Peixes deu a rosa de sua boca para aqueronte, que aceitou de bom grado e transportou: Rose, Carlos de Escorpião, Grande Mestre e Ílios de Lince.

— E agora, sobram vocês! - O barqueiro estendeu a mão para Diana e Klimber. Diana relutou e entregou o seu arco de cabelo prateado, que foi recebido de bom grado.

Klimber ficou extremamente bravo pelo que aconteceu com Diana, que logo foi entrando no barco. O dragão foi atrás e Caronte transportou eles até o resto do grupo.

— Prestem atenção. Daqui em diante estão as oito prisões, e vocês não passarão de nenhuma! Hahahaha -  O barqueiro remou enquanto se ocultou na neblina do Rio Aqueronte.

— Vamos prosseguir. - Athena tomou a frente ao ser acompanhado de seus cavaleiros, enquanto eles chegaram na primeira prisão.

O lugar parecia como um tribunal e tinha um templo gigantesco, que logo foi profanado pelo grupo. Conhecida como "A casa do Julgamento", é o lugar onde as almas são julgadas ao chegarem no inferno.

— Esse lugar me dá arrepios. - Klimber exclamou pra Diana, que estava calma e apenas o olhou com seu olho direito, pois o esquerdo era coberto pela franja.

O grupo se deparou com diversas fadas que percorriam o local, enquanto um homem que trajava uma armadura laranja e similar a uma fada surgiu na frente deles, tendo um cosmo poderoso:

— Eu sou Myu de Papillon, a Estrela Terrestre do Encantamento! - Uma forte onda telecinética inibiu os movimentos do grupo, até mesmo dos dourados que tinham um pouco de seu poder reduzido.

— O que é isso? Droga! - Heitor resmungou, enquanto o espectro preparava algumas colunas do templo para serem arremessadas nos cavaleiros.

Com isso, um ar gélido tomou conta do local. Aurora conseguiu se livrar da força telecinética e as borboletas ao redor foram congeladas, surpreendendo o espectro. A amazona arqueou os dois braços para cima como se formasse um jarro e os apontou na direção do espectro:

— Execução Aurora! - Uma poderosa rajada gélida saiu de seus punhos contra o espectro, beirando o zero absoluto. Papillon conseguiu esquivar por pouco, mas teve parte de seu corpo congelado.

— Prossiga, senhorita Atena. Eu cuidarei deste espectro! - A corajosa amazona assumiu a frente, abrindo passagem para o resto do grupo.

A equipe prosseguiu e Myu tentou impedir com sua telecinese, mas se viu com a outra parte do corpo congelada pelo golpe de Aurora. O espectro se viu obrigado a ficar na luta contra a amazona:

— Como você tem essa audácia? Fios de Seda! - Papillon dispersou diversos fios de sua boca, que ao se aproximarem da amazona ficaram cristalizados e congelados.

— Pó de Diamante! - A poderosa guerreira deu um soco no ar e cristais de puro gelo foram contra Papillon, que contra-atacou com suas fadas.

As fadas foram congeladas, mas algumas conseguiram paralisar a amazona. Papillon foi alvejado pelo golpe e começou a se cristalizar, ficando preso em um cubo de gelo.

— Talvez demore um pouco para me soltar ... - Aurora bufou, enquanto seus amigos foram na frente. Myu estava preso eternamente no esquife de gelo.

O grupo chegou na segunda prisão, exceto por Aurora que tinha ficado. Lá, se depararam com diversas tapeçarias egípicias. Um cão gigante guardava a entrada, dotado de um poder gigantesco e ainda mais forte por estar bem alimentado:

— Então este é o Cerberus? Não me parece grande coisa! - Heitor avançou contra o cão, dispersando um soco direto no ar na velocidade da luz, dispersando uma única e potente cápsula luminosa contra o monstro, que pareceu não se intimidar e enviou Heitor longe com uma patada.

— Não podemos subestimá-lo! - Teengarden moldou uma barreira na frente de Heitor, que o salvou do golpe do Cerberus. Com um salto no ar, diversos feixes luminosos englobaram o corpo da besta, teleportando-a para uma localidade aleatória.

— Já que seria difícil derrotar, a teleportei com a Extinção Estelar.

— Estão ouvindo esta música? - Sellos ergueu o dedo indicador para o alto e fez a afirmação.

Todos no local se viram paralisados pela melodia obscura que chegava ao seus ouvidos. Um espectro no centro da sala dedilhava sua harpa, trajando uma sapuris que simulava uma esfinge. Uma balança negra surgiu atrás do espectro que desdenhava dos golds caídos:

— Eu sou Faraó de Esfinge, guardião da Segunda Prisão. Eu irei pesar o coração de vocês um a um! Se seus corações forem mais pesados que a Pluma de Maat, serão pulverizados! Hahahahaha - O espectro riu sarcásticamente, enquanto o coração de Klimber foi arrancado de seu corpo, indo até a balança.

— D-droga! - Klimber caiu no chão sem seu coração, que por sinal pesou mais que a pluma na balança. Pouco a pouco, sua alma e corpo eram destroçados.

— Klimber! - Diana berrou por seu amigo e tentou fazer algo, mas também estava parada. Seu coração foi retirado e posto na balança que pesou, fazendo-a sofrer como o dragão.

— Hahahah! Os cavaleiros de Athena são mesmo culpados! - O Faraó riu da desgraça dos cavaleiros.

Em pouco tempo, ele pesou o coração de todos os dourados que agonizavam no chão, restando apenas Teengarden e Athena. O Áriano tomou a frente de sua deusa com a cabeça baixa.

— Oh, então você quer ir antes? Pois bem! - O faraó dedilhou sua harpa e uma música ainda mais sombrio foi contra o cavaleiro de Áries, que parecia imóvel.

No local, todo "tempo" parecia parado, e apenas um pingo de suor escorreu do rosto do Faraó ao cair no chão. O peito do espectro estava com um buraco no lado esquerdo de seu corpo, e ele via seu coração na balança, abismado:

— O que você fez, MALDITO?! NÃO PODE SER! - O faraó berrou, e o Áriano apenas deu um leve sorriso.

— Eu usei a Muralha de Cristal, uma técnica intransponível não importa a força do golpe, não vai quebrar. Eu refleti sua própria música contra você! É hora de você ser julgado por seus crimes! - O Áriano exclamou enquanto limpou sua capa. O coração do Faraó na balança pesou mais que a pluma, e o espectro teve corpo e alma destroçados.

— EU TE AMALDIÇOO! SEU DESGRAÇADO! VOCÊ SOFRERÁ ETERNAMENTE EM SEUS PRÓPRIOS DEVANEIOS! - Assim que o corpo do espectro foi destroçado, uma peça no colar ficou negra. A maldição do espectro atingiu o cavaleiro de Áries, que ficou imóvel e caiu com os olhos abertos após salvar seus amigos, sofrendo mentalmente.

— Teengarden! - Athena foi até seu cavaleiro, segurando-o nos braços. Nem mesmo seu cosmo divino foi o suficiente para remover a maldição do Faraó. Suas lágrimas caíram sobre o corpo do Áriano, que conseguiu proferir algumas palavras:

— P-prossigam, por mim e por Athena! - Teengarden continuou sofrendo mentalmente, mas suas palavras encorajaram os então derrotados cavaleiros de Athena.

— Nós voltaremos para te buscar, meu amigo! - Sellos, um dos mais antigos cavaleiros respondeu ao chamado de seu amigo, guiando o grupo até a próxima prisão.

Na localidade, os mortos rolavam pedaços gigantescos de rochas. A equipe prosseguiu ainda com danos após a luta com o Faraó. Nesse momento, todos entraram em choque ao sentir um cosmo gigantesco, equivalente a dois cavaleiros dourados:

— Que cosmo ... é esse? - Sellos exclamou enquanto se virava para trás. Um homem alto e robusto trajando uma armadura completamente negra e com longos chifres.

— Eu sou Radamanthys de Wyvern! Um dos tres juízes do inferno e guardo a Terceira Prisão!

— Pouco me importa quem você é! Relâmpago de Plasma! - Heitor socou o ar e dispersou diversas cápsulas amareladas e eletrificadas contra Wyvern.

— Rosas piranhas! - Rose com a rosa vermelha em sua boca efetuou giros majestosos no ar, arremessando 5 rosas de tom negro que destruiam tudo no caminho.

— Pó de Diamante! Cólera do Dragão! - Diana e Klimber também exclamaram seus golpes, enquanto Carlos de Escorpião permaneceu de braços cruzados.

— RUGIDO DE WYVERN! - Radamanthys deu um poderoso grito que simulou um canhão sonoro, e uma tremenda onda de impacto devastou todos os golpes e ainda acertou os cavaleiros, arremessando-os longe e criando uma cratera.

— Impulso da Luz de Quíron! - Sellos bateu as asas de sua armadura dourada majestosamente, e uma tempestade de ventos dourados colidiu com o golpe de Wyvern, livrando os cavaleiros da maioria dos danos.

— Eu irei segurá-lo aqui! - O sagitário olhou para seus amigos confiante e determinado, e o grupo prosseguiu.

Wyvern permanecia indiferente, mas assumiu uma expressão violenta no rosto enquanto caminhava até Heitor, que posicionou a flecha em seu arco.