Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 19
Capítulo XIX - Legado


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes, e sejam bem-vindos a outra nota desta autora que cisma em sumir do nada e volta com um capítulo novo pra se desculpar. Mas real, logo quando planejei voltar com a fic acabei tendo alguns imprevistos e fiquei com zero tempo para terminar de escrever este capítulo.

Nele vai haver bastante violência e possível morte de personagem. Então, caso não estejam confortáveis com isso, podem pular para o próximo, que vai ser uma continuação direta desse e vai falar superficialmente sobre o que rolou nele.

Tendo dito isso, espero que aproveitem esse capítulo!!



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Yuki sabia que o que estava procurando era um dos muitos mitos de Gotham City, ou uma organização controlada por pessoas tão poderosas que nem a polícia poderia fazer algo contra eles. Precisaria pesquisar anos de história para descobrir quando esse grupo começou a atuar, se ainda havia algum vestígio dele na cidade ou se haviam simplesmente desaparecido. 

O que a deixava mais irritada, no entanto, era não poder contar com a ajuda de Tony. Não conseguia pensar em um motivo para ele ignorá-la depois de ter falado sobre a Black Raven com ele no telefone, e o detetive não se dava ao trabalho de explicar. Depois de tanto tempo trabalhando juntos, ela pensou que ele gostaria de, no mínimo, assistí-la em sua primeira investigação caso ela precisasse. E ele com certeza sabia mais sobre Gotham do que ela. 

Mas não deveria gastar tempo se estressando com isso, logo precisaria ter sua atenção de volta na equipe, já que o novo grupo de criminosos poderia tentar atacá-los a qualquer momento. Precisava colher o máximo de informações o quanto antes, e às estava procurando nos arquivos de Tony, que antes pertenciam ao primeiro Questão. Ele havia lhe dado uma cópia da chave, então não se importaria que ela o fizesse, já haviam passado horas fazendo isso juntos.

Depois de alguns minutos verificando cada arquivo cuidadosamente, ouviu um som na janela e se aproximou lentamente dela. Quando a mesma se abriu, Yuki já tinha uma kodachi apontada para o intruso, até que reconheceu o visor da roupa de Batclaw do outro lado da lâmina. 

— Damian, ficou maluco?! O que está fazendo aqui? — ela abaixou a arma, resistindo a vontade de empurrá-lo pelo susto.  

— Não é bom sair sozinha depois do que houve com a Millennium ontem. 

— Eu posso me cuidar, fiz isso por anos sem você me vigiando — ela sentiu que sua resposta fora grosseira demais e suspirou. — Foi mal, isso não foi legal. 

— Só quero estar por perto caso precise de ajuda — era ainda mais difícil saber o que ele estava sentindo com aquela máscara, já que sua voz era neutra e séria em diversos momentos. 

Ele deixou a escada de incêndio, passando por ela para olhar o resto da sala. Algo dentro de Yuki lhe dizia que Tony odiaria tê-lo ali. Aquele era um espaço bem pessoal para o detetive, um que ele dividiu com Vic há alguns anos. Ela se sentiu levemente desconfortável por deixar que alguém entrasse sem a permissão do amigo. 

— Onde está o Bertinelli? 

— Não faço ideia, mas preciso voltar ao trabalho — ele não fez menção de se mover ou ir embora, então ela continuou. — Se quiser me seguir, pelo menos me ajuda a procurar em todas essas pastas algo sobre a Black Raven.

Ele assentiu, não tirando a máscara, provavelmente para procurar melhor. Talvez não fosse algo ruim ele estar ali, Tony entenderia que ela tinha a melhor das intenções. 

Trabalharam por alguns minutos, em silêncio, com Yuki ficando cada vez mais frustrada quando não encontrou nenhum sinal sobre a organização criminosa. Até meia hora depois, quando notou um padrão entre dois casos de assalto a banco, que eram comuns demais para terem sido investigados pelo primeiro Questão. 

Foram três bandidos, não usaram armas de fogo e apenas queimaram o dinheiro que roubaram. O banco era famoso por seus associados mafiosos, e Mark havia mencionado que a Black Raven desafiava a máfia, talvez um dos poucos grupos que fazia isso sem consequências. A única pessoa que ela imaginaria fazendo uma coisa dessa era o Coringa, porém o nome dele já era conhecido e certamente estaria no arquivo. Isso a fez pensar em Duela, o que também não fazia muito sentido, sabendo que na época em que aconteceu a jovem teria apenas quatorze anos. A mesma época em que andava com Cassy, pelo que ela sabia. 

Pensou que Cassandra certamente concordaria com uma ideia dessas. Pelos registros, ninguém havia sido ferido, apenas os investimentos de criminosos e assassinos. Na verdade, foi um ato de provocação ousado, porém inteligente, sabendo que o que essas pessoas dependem mais é seu dinheiro do que qualquer coisa para se manterem fora da cadeia. 

Queimar dinheiro ainda era um crime bem grave, no entanto. Faria sentido pelo passado questionável da Wayne, como ela mesma o chamava, e o fato de alguém ter apagado todas as informações sobre a investigação que Batman estava fazendo. Alguém com acesso a Batcaverna conseguiria isso facilmente, e esse alguém poderia ter sido Cassy. Mesmo que só para proteger seus amigos. 

Era uma teoria válida. 

Nessa época, ela era amiga não só de Duela, mas dos Crane também, duas pessoas que Yuki tinha certeza não serem mentalmente estáveis pelo pouco que Tony lhe contou. E pela reação dele ao encontrar Janessa, concordaria com ela. O que indicaria que eles poderiam estar agindo junto com essa Black Raven. Pensou que Greg teria chance de estar envolvido também, porém não sabia tanto sobre ele e Mark para ter certeza. 

Antes que pudesse procurar por mais informações, sentiu Damian puxá-la bruscamente para o lado, segundos antes de uma explosão leve destruir a porta da frente. Ele caiu por cima dela no chão, porém logo estava de pé com sua espada em mãos, e ela fez o mesmo. 

— Como acharam esse lugar? — Yuki perguntou, não esperando ouvir uma resposta em japonês, de uma voz familiar. 

Não se surpreenda, seguir você é mais fácil do que parece — e viu Shi entrar, a espada Soultaker já em mãos. 

Damian fez menção de atacá-la, mas foi impedido quando uma flecha acertou em cheio seu ombro. Arqueira Noir não entrou, ficando de pé no corredor de forma que os visse bem. A flecha não pareceu ter passado da armadura, um tiro de aviso. 

— Não interrompa, garoto morcego, isso é assunto de família — Shi não olhou para ele, apenas girou a espada mantendo os olhos em sua prima. — Logo vai se juntar ao seu pai e sua irmã. 

De todas as vezes em que havia encontrado sua prima depois de tê-la visto roubar a espada, essa foi a primeira vez em que Yuki sentiu seu sangue ferver de raiva. Hoje, ela tiraria aquela arma dela de uma vez por todas. 

Quando avançou, logo desviou um golpe da katana, que veio rapidamente na direção de seu pescoço, e desferiu um de volta com a outra kodachi para tentar desarmá-la. Shi percebeu o movimento e acertou um chute no peito dela, a jogando para trás. 

Damian a segurou e tentou puxá-la para o lado, e ela se desvencilhou dele. 

— Eu vou cuidar disso sozinha! — ela voltou a avançar, e pareceu que Shi tinha a mesma ideia que ela, já que Arqueira Noir atirou mais flechas em Damian para mantê-lo ocupado. 

Elas treinaram juntas por anos, então conheciam o estilo de luta da outra. Mesmo assim, Yuki já havia notado algo diferente em sua prima, como se ela tivesse passado tanto tempo com a espada que começou a lutar de forma mais agressiva e desleixada que o normal, algo que elas foram treinadas para evitar. 

Um dos golpes da loira atingiu tão forte a mão da outra que sua kodachi caiu no chão e ela quase perdeu a mão a recuperando. Notou que estavam se movimentando pelo apartamento e derrubando todas as prateleiras nele, espalhando todos os arquivos. Só pararam quando as costas da mais nova bateram contra o vidro e Shi aproveitou para acertar outro chute no peito dela, fazendo-a atravessar o vidro. 

A escada de incêndio impediu que ela despencasse cinco andares. Ainda precisou se levantar rápido quando a katana desceu em sua direção, passando de raspão por seu braço e fazendo um corte superficial ali. Yuki começou a subir as escadas, procurando um terreno mais favorável para a luta, já que ali ficaria limitada. Shi não hesitou em seguí-la. 

— Não pode fugir pra sempre, Yuki! — Shi gritou, fazendo questão de ir mais devagar, como se estivesse perseguindo uma presa indefesa. — Está mostrando ser covarde, assim como o seu pai. 

Yuki havia acabado de pisar no terraço quando a ouviu e congelou. Ela ainda se lembrava daquela noite, quando viu seu pai morrendo ao tentar protegê-las, seu tio puxando sua irmã, uma criança, pelo cabelo e atravessando a Soultaker pelo peito dela. Sua mãe a jogou para fora da casa, ela correu para dentro da mata mais próxima e se escondeu. Seu pai não era um covarde, muito menos sua mãe, mas ela havia sido quando correu. 

Respirando fundo, ela deu alguns passos para frente e se virou para a escada, preparando suas kodachis e esperando. Não iria mais fugir, acabaria com aquilo hoje, mesmo que não sobrevivesse. 

Quando Shinigami apareceu, estava tão confiante quanto antes, com sua katana embainhada e uma das mãos relaxando sobre o cabo. 

— Agora, prima, eu vou matá-la. E mandarei seu corpo para a sua querida mamãe. 

— Você não tem o direito de odiar a minha mãe depois de tudo o que ela fez. Ela te criou, te alimentou, te ensinou tudo o que ela sabia sobre luta! E é assim que você retribui? — Yuki retrucou, começando a se mover para se afastar da borda do prédio. 

— Aquela desgraçada assassinou o meu pai!

— Depois que ele matou o marido e a filha dela! Ele não tinha honra! Matou o próprio irmão e uma criança por ciúmes, e perdeu em uma luta justa contra a minha mãe e teve o destino que mereceu! — ela berrou, sentindo sua garganta queimar não só pela força dos gritos, mas também pela vontade de chorar. — Você não pode passar o resto da sua vida indo atrás de uma vingança quando tudo o que sempre teve foi amor. Essa espada te corrompeu, eu sei, porque você foi a irmã que eu não tive enquanto crescia! Você sempre cuidou de mim, até o dia em que tocou nessa maldita arma.

Ambas ficaram se encarando em absoluto silêncio, tanto que conseguiram ouvir o som de trovões ao fundo, indicando que uma chuva se aproximava. Shi ainda estava com ódio, porém, não o mesmo de antes, o que foi o necessário para Yuki dar um passo para frente, abaixando suas armas.

— Eu quero perdoá-la, Shi, é tudo o que eu mais quero no mundo. Quero que voltemos juntas para a nossa casa e que expliquemos a situação para a minha mãe, pra que ela nos perdoe. Mas eu não posso fazer isso se continuar com eles, — ela apontou para baixo, onde Arqueira Noir lutava com Damian. — Se continuar a atacar os meus amigos, se machucá-los de alguma forma, eu nunca vou te perdoar. Então, por favor, eu preciso que você me escute e pense! Por que quer tanto me matar se eu nunca fiz nada contra você?

Ela hesitou, porém respondeu com a voz firme. 

— Porque Katana merece sentir a dor que eu senti! 

— Não é a sua dor! A alma do seu pai te induziu a isso, é o que ele quer! Se eu pudesse, já teria destruído ela há muitos anos porque tudo o que vem dela é ruim. Se você ficar mais algum tempo sem tocá-la vai entender. 

— E se eu não quiser entender? — suas palavras não soavam mais tão certas quanto antes. 

Yuki jogou uma das kodachis para ela e guardou a outra, erguendo as mãos em sinal de rendição. Com um suspiro, a respondeu:

— Então pode acabar com isso. Se ainda quiser me matar, mesmo sem a influência da espada, vá em frente. 

Shinigami ficou claramente surpresa, porém pegou a espada e continuou olhando para a prima. Isso significava que talvez o plano desse certo, e ela torcia para que desse. 

— Você sempre foi muito inocente — Shi disse, andando na direção da mais nova e a puxando pela gola do uniforme, em seguida a jogando contra a parede de tijolos da pequena cabine que levava as escadas internas do prédio. — É patético como você vai morrer acreditando que alguém que te odeia pouparia a sua vida. 

— Você não me odeia, — mesmo com a kodachi apontada para a sua garganta, Yuki não demonstrou medo. — Você é a minha irmã e eu não vou desistir de você até o meu último suspiro. Isso não é inocência, é amor. 

O que ela viu nos olhos da prima foi algo rápido, quase imperceptível, mas ela a conhecia. Shi não queria matá-la, não havia se esquecido de tudo o que passaram juntas, apenas estava ignorando. Ela não moveu a kodachi, apenas permaneceu prendendo Yuki contra a parede e olhando nos olhos dela, parecendo quase implorar para ela revidar. 

Quando a mais nova abriu a boca para continuar a falar, outra lâmina apareceu e atravessou o peito de Shi, fazendo o sangue espirrar no rosto de Yuki. A loira soltou a kodachi, seu corpo perdeu as forças e caiu quando a lâmina foi arrancada com extrema violência.

Em choque, Yuki só conseguiu se abaixar ao lado da prima e segurá-la antes que caísse por completo no chão. 

— O quê…? — a Yamashiro olhou para cima e viu Damian de pé ao lado delas, sua lâmina ainda pingando com o líquido escarlate. — O que você fez?! 

— Ela estava prestes a te matar, eu não ia ficar assistindo — ele respondeu com frieza. 

— Você matou a minha prima! — Yuki não pôde controlar as lágrimas que começaram a sair quando ela gritou. 

— E mataria de novo pra te proteger.

E essa foi a gota d’água. Yuki se levantou e o empurrou para longe com toda a sua força, que não se comparava a dele, porém a surpresa o fez dar alguns passos para trás. 

— Saia daqui! Eu nunca mais quero olhar na sua cara! — ela gritou, e quando ele tentou se aproximar, ela puxou a Soultaker, que estava na bainha do corpo de Shi, e apontou para ele. — Saia antes que eu acabe com você. 

— Você não quer dizer isso, Yuki — ele, agora, parecia menos indiferente. Um tanto desesperado. — Ela mereceu isso, você não pode…!

— Não fale uma palavra sobre ela — ela vociferou. — Eu nunca vou te perdoar por isso. 

As palavras dela pareceram atingi-lo mais dessa vez, e ele removeu seu capacete para encará-la. Agora sim ela via que ele estava desesperado. 

— Você está em choque, eu entendo, e sinto muito por ter feito isso na sua frente. Mas ela não iria parar até te matar, floco de neve. 

Dessa vez, Yuki avançou e tentou desferir um golpe em direção ao rosto dele, que o Wayne desviou usando sua manopla. Aproveitou pra prender a lâmina ali. 

— Você não sabe nada sobre ela! Não ligo se pensou que estava me protegendo, eu não preciso da sua proteção e não quero mais te ver. Nunca. Mais. — ela disse a última parte com um ódio que ele nunca havia visto antes. 

— Yuki, eu…

— Você é um monstro. Ela tinha razão, eu sou mesmo muito inocente por acreditar que poderia mudar — ela ainda estava chorando, mas, agora, começava a soluçar. 

Soltou a espada e se afastou dele, voltando para onde o corpo de sua prima estava, deitado em uma poça grande de sangue. A Yamashiro a ergueu para abraçá-la, colocando sua cabeça em seu ombro e a apertando com força. Não ouviu mais Damian depois disso. 

 

 

Ele sabia que não havia agido de forma lógica ao matar Shi, aquilo foi puro instinto de proteção ao vê-la tão perto de cortar a garganta da mulher que ele amava. Achou a reação dela extremamente desnecessária, mas sabia que mudaria de ideia. Resolveu, então, dar o espaço que ela precisava. 

Para a sorte dela, Arqueira Noir havia fugido, ou teria o mesmo destino da colega criminosa dela. Mesmo assim, Damian ficou por perto em um prédio vizinho, vigiando a área para que ninguém mais tentasse um ataque contra Yuki. 

— Aquilo foi dramático — ele precisou respirar fundo para não se virar acertando um soco na Talon quando reconheceu sua voz. 

A ruiva estava de pé ao lado dele, o sorriso sádico em seu rosto indicava que ela havia testemunhado o que houve no prédio vizinho. 

— Pelo visto eu estava certa, você é um monstro, e agora a sua namoradinha percebeu isso também. 

— Estou disposto a cortar você em pedaços para calar a sua boca. 

— Não seja tão agressivo, eu só quero ajudar. Na verdade, vim exatamente para isso — ela andou para longe da borda, virando as costas para ele. — Posso te levar a um lugar, e lá vai conseguir os meios para proteger a sua Yuki. Esse não será o último ataque contra ela, vão querer vingança pela morte de Shi. 

Damian sabia que não seria a última vez que ela seria atacada, e obviamente faria tudo para protegê-la, mesmo que contra a vontade dela. Mas não confiava nem um pouco em Emma, já que ela tentava, de todas as formas, deixá-lo como ele. 

— O tempo está passando e minha oferta não será para sempre. Essa é sua última chance, ou vai perdê-la mais rápido do que imagina. 

— Isso é uma ameaça? — ele vociferou, se virando para ela com sua espada já em mãos. 

— Não sonharia com isso, Dami. Apenas um aviso, de uma amiga que só tentou de ajudar até agora — ela sorriu, antes de colocar sua máscara novamente. — Você vem? Sem compromissos. 

 Ele continuou com a espada em mãos, porém fez sinal para ela mostrar o caminho que ele a seguiria. Se ela tentasse algo, sempre poderia cortar sua cabeça sem que ela percebesse. 

Eles correram pelos telhados até chegarem a uma casa antiga, que assim que entraram, ele percebeu ser uma sede da Corte das Corujas. Dentro de uma sala havia uma foto na parede de alguns membros mascarados cercando um Talon, em outro havia o símbolo deles pintado com tinta na parede. 

Desceram até o porão, onde ela abriu uma escotilha e desceu ainda mais para o que pareceu ser um enorme corredor de mármore branco. Ele reconheceu o local como parte do labirinto onde ele foi testado pela Corte, onde quase havia morrido após passar dias lutando contra diversos deles. 

— Se isso for outro teste, farei questão de matar não só os seus empregados — ele disse em alto e bom som, para que os membros da Corte o ouvissem. 

— Você já foi aprovado, Damian — Emma comentou, sem se virar. 

— Não quero participar do show de aberrações de vocês. 

Ela entrou em uma sala diferente, que se iluminou aos poucos, revelando diversos caixões organizados por ela. Todos estavam fechados, exceto por um, cuja tampa estava virada. 

— Tem algo semelhante ao poço de Lázaro aqui? — ele perguntou, conforme andavam pela sala. 

— Não, não, o poço de Lázaro é falho. O que fazemos aqui é pura ciência — ela retirou sua máscara, revelando seu rosto pálido com algumas veias azuis. — Sem muitos efeitos colaterais, apenas melhorias. 

— Não preciso de melhorias, já sou o melhor. 

— Não duvidamos disso, Damian — ela deu um leve sorriso de canto e o levou até o caixão aberto. — Você é o melhor dos melhores. O assassino perfeito, um monstro sem sentimentos e sem coração. Você faz o que os outros não tem coragem de fazer. Por isso, queremos você. 

— A resposta ainda é não — ele não havia tirado a mão do cabo da espada, porém, agora, estava prestes a puxá-la. 

— Não foi uma pergunta — assim que ouviu a voz atrás de si, se virou para acertar a espada nela, e Emma apenas segurou a lâmina com sua mão direita e usou a outra para cortar a garganta dele com suas garras. 

O corte profundo logo começou a sangrar, e ele precisou levar uma das mãos até a garganta para estancar o sangue. Agora sim estava com raiva. Estava pronto para voltar a atacá-la, mesmo ferido, quando outra garra acertou suas costas e a dor o fez cuspir sangue. 

Outro Talon apareceu atrás dele, e outro pela lateral, o acertando em sua barriga. Ele mal conseguia se mexer, mas ainda olhava para Emma com ódio e determinado a matá-la. Até sentir que todos se afastaram e seu corpo caiu dentro do caixão. Em segundos, o mesmo já estava cheio do sangue dele. 

— Você será um Talon maravilhoso, Damian Wayne — foi a última coisa que Emma disse, antes de fechar o caixão e tudo ficar escuro.


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Notas finais do capítulo

Muita coisa aconteceu, eu sei!! Mas eu juro, tá planejado desde 2017 isso, e vai ter um grande impacto na história. Não matei o Damian só porque não gostava dele, na real eu gosto dele, mas o nosso garoto fez algumas escolhas questionáveis desde o começo da fic, essas foram as consequências.

Lembrando, o próximo vai sair logo e vai contar o que o Tony estava fazendo de tão importante que não pôde ajudar a Yuki :3

Até a próxima!!



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