Caminhos da vingança escrita por Lana Gill


Capítulo 4
Capítulo 4 - Agora é rezar!




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A ambulância tentava chegar ao local do acidente desviando da grande quantidade de carros que estavam na via. Com o acidente, a Dutra, que já era uma via engarrafada no horário das cinco horas, estava parada. Pessoas saindo dos carros para ver de perto o acidentado e o estrago causado no carro pela fatalidade. Na outra mão da via, carros reduziam a velocidade para ver o que tinha acontecido. O caos era geral. A polícia também enfrentava os mesmos problemas do SAMU. Era preciso correr contra o tempo. Nesses casos o tempo é decisivo, pode salvar uma vida. Já passavam trinta minutos que o acidente tinha acontecido e vinte que o socorro foi acionado. Mesmo com dificuldades a equipe chegou à vítima. Parecia impossível que houvesse um sobrevivente dentro do carro, ou o que sobrou do gol. O carro parecia uma lata de refrigerante amassada. Foi preciso habilidade para tirar o homem das ferragens. Foram uns quinze minutos para conseguirem concluir o ato. O corpo mole, pálido não apresentava sinais de vida. No bolso da bermuda, acharam uma carteira. Aquele homem alto e moreno havia sido até aquele dia, Alessandro da Silva. 

Parecia que o caso era fatal. Não havia mais ninguém no carro. Caso encerrado. Removeriam o corpo e o carro. Transformariam Alessandro em um número. Vida que segue. A polícia estava contendo a multidão que se aglomerava, e também alguns repórteres que chegavam não se sabe como. Aqueles papa-defuntos. Era isso que o sargento pensava enquanto coordenava a operação. O saco preto já estava preparado para cobrir o corpo do rapaz que não tinha nem trinta anos.

A enfermeira gelou, seu susto foi tão grande que não emitiu nenhum som. Não conseguia. A mão do morto a segurou forte pelo pulso. Abriu os olhos e voltou a desmaiar. Toda a equipe se voltou novamente para Alessandro, medindo sua pulsação. Estava vivo novamente, porém inconsciente. Era um milagre. A ação se tornou mais rápida, agora precisavam preservar a vida do rapaz. O tempo corria. Os enfermeiros entraram no hall do hospital de Caxias abrindo caminho. A enfermeira chefe dava as coordenadas, gritava para a equipe levar a vítima para o CTI. Com quinze anos de profissão já havia visto muitos casos de milagres, mas nada como esse. No acidente Alessandro quebrou a perna em três partes, necessitando assim de uma cirurgia. Teve um traumatismo craniano e se encontrava em como.

Sérgio e Júlia assim que souberam do acidente correram para o hospital. Devido ao engarrafamento, quando chegaram, Alessandro já havia passado por todos os procedimentos. Ainda não podia receber visitas, mas seu quadro clínico era estável. Era um alívio para o velho Sérgio, pai de Alessandro e Tatiana. Era um homem gordo e já tinha tido um AVC. Achou que teria outro quando recebeu a ligação avisando do estado do filho. Exigiu que Júlia o levasse ao hospital. Queria ver o filho nem que fosse a ultima vez. Júlia sentia como se o coração fosse sair pela boca, estava se segurando, mais pelo sogro que já havia sofrido um forte impacto. Tentava se manter serena. Normalmente era assim. Quieta, doce, gentil e tranquila, isso já era parte da personalidade da moça de cabelos pretos encaracolados. Alessandro era seu único amor. Era criança ainda quando ficava da janela namorando o rapaz. Quando ela fez dezesseis anos começaram a namorar. Ele era três anos mais velho que ela. Agora ela tinha seus 23 anos e era casada com ele.

De repente sentiu uma mão tocar nos seus ombros. Olhou para trás. Era Victor, amigo de seu marido.

— Vim assim que soube. Como meu amigo está? – Perguntou com voz embargada Victor.

— Os médicos disseram que o quadro estava se estabilizando. Mas por enquanto não pode receber visitas no quarto. – Respondeu Júlia.

 Sérgio cumprimentou Victor, e com uma voz muito fraca e baixa disse: - Agora é rezar!


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