No início da estrada escrita por Queen Jeller


Capítulo 1
Desenhe nosso caminho


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira fanfic Bordeson de toda a internet. O shipp ainda está no início, mas tentei descrever como eu imaginando (mas claro, fazendo da Patterson um pouco mais ousada pois amo mulher ousada), então espero que gostem. Comentem, digam algo que gostaria de ver neles, tudo será bem vindo! ♥



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Era começo de tarde quando eu estava me transferindo do hospital psiquiátrico infantil do Brooklyn para o FBI. Minha rotina não era pesada, mas eu constantemente vivia num contraste entre lidar com crianças ainda se descobrindo e lidar com adultos com problemas pesados. Não que eu achasse ruim, adorava meu trabalho no FBI, mesmo nunca tendo me adaptado a lidar com pessoas passando calmamente com armas ao meu lado, mas era estranho.

 

Boa parte da minha vida, mesmo lidando com o ser humano, eu busquei a calmaria, mas só me encontrei na sala de consulta mais ‘pesada’ de Nova York: a sala do FBI. Não era fácil de lidar com relatos de pessoas que não dormiam porque não conseguiram evitar um desastre, ou mesmo com pessoas que elas próprias mataram, mas foi num dia desses qualquer que eu encontrei o maior caso da minha vida: O caso de Jane Doe.

 

Jane apareceu sem nenhum identificação, memórias ou pessoas procurando por ela, e meu desafio era fazê-la se sentir bem a ponto de que ela pudesse colaborar com seu auto-conhecimento. Trabalhar com auto-conhecimento nunca foi um grande desafio para mim, até que eu tive que fazer tais exercícios com uma pessoa que tinha sua memória bloqueada por uma substância.

 

Era um desafio, e eu estava pronto para lidar com ele. Dias de estudo e conversas com ela, ver o seu caso evoluir, me fez sentir-se bem em meio a tantos relatos de violência que saiam daquela sala. Era prazeroso ver uma pessoa reconstruindo sua personalidade, criando laços e redescobrindo novas vontades. Dentro do consultório, eu e Jane acabamos virando grandes amigos, e nossa amizade me abriu novos horizontes dentro do FBI.

 

Por conta da complexividade de seu caso, era normal que eu tivesse que conversar com outros agentes para saber como estava seu comportamento, maneira de se relacionar com outras pessoas de modo informal. Foi numa dessas consultas que eu conheci ela.

 

Patterson era agente forense do FBI. Ela que lidava com o caso esse lado dos casos, decifrava as tatuagens e salvava a equipe na maioria das vezes. Nos aproximamos por conta do caso da Jane já que sua equipe antes de tudo era acompanhada por outro consultor. Quando podia, ela passou a também me pedir ajuda com alguns casos médicos. Jane, FBI e alguns acasos da vida fizeram com que nós virássemos amigos, e também fizeram com que inexplicavelmente eu me apaixonasse por ela. Não era normal, e eu havia conversado com meu psicólogo sobre isso, mas não consegui evitar. Meus sentimentos por ela porém ainda estavam lá e floresciam a cada vez que nós eventualmente nos encontrávamos nos corredores do prédio. Mesmo nos seus piores dias, quando seu ex-namorado David faleceu, ela nunca deixou de ser ela. Nunca deixou de ser a agente doce e concentrada que ela era. Não foi fácil para ela se recuperar de tudo, mas ela tinha uma força esplêndida para lidar com aquele luto. Pouco a pouco nós nos aproximamos, e uma vez, em um caso que trabalhamos juntos com uma garota chamada Maya, eu tive a oportunidade de conhecê-la ainda melhor, o que piorou minha queda por ela. Eu, porém, não havia criado coragem de dar qualquer passo, embora ela tenha sido super aberta comigo. Eu a conhecia e queria respeitar seu espaço, não queria jamais parecer invasivo ou qualquer coisa de ruim aos olhos dela.

 

Naquela tarde eu estava lá apenas para uma consulta com um agente de outro time quando Tasha me abordou no corredor.

—  Doutor, nós estávamos procurando por você nos últimos dias. —  Ela disse me puxando pelo braço. Eu dei um leve riso a ela sem entender a situação. —  Chegou uma carta pra você.

Como eu era consultor, eu não tinha qualquer referência ou caixa de correspondências no FBI. Era estranho receber qualquer coisa, mas fui até o local de correspondências com ela. Ao chegar lá, por ser agente oficial, ela assinou o recebimento e me entregou. Eu agradeci e ela subiu.  Ao olhar para o envelope, tudo em letras estranhas. Eu estava ficando nervoso com a possibilidade de não entender o que havia ali escrito até abrir a carta. Não havia nada escrito, mas havia traços. Era um desenho, e pela memória fotográfica perfeita, era um desenho de Maya.

 

Sorri ao ver o desenho, e ter qualquer sinal que ela estava bem, pois havia sido um caso especial para mim por lidar ao mesmo tempo com crianças e com o FBI. Mas não só por isso, mas por conta do conteúdo do desenho. Era eu e Patterson, sentados e conversando na sala de minha falecida casa antes dos bandidos de Franklin aparecerem. Havia algumas coisas escritas, mas não conseguia decifrar. Pensei em jogar em qualquer programa de tradução, mas por sorte, acabei esbarrando com Jane no elevador.

— Boa tarde, doutor. — Ela disse parecendo animada.

— Boa tarde. — Eu disse apenas acenando com a cabeça. Ela sorriu olhando para o desenho.

— É a carta de Maya? — Ela perguntou apontando para o papel. Eu sorri.

— Sim, mas como… — Eu disse já perguntando como ela sabia.

Ela deu um riso.

— Eu ia mencionar isso na próxima sessão, mas eu entendo um pouco da língua. Não li a carta, mas vi pelo remetente.

O elevador chegou no andar, e quando entramos no corredor, eu decidi pedir a Jane para que ela traduzisse o conteúdo para mim.

— Posso tentar. — Ela disse puxando o papel de minhas mãos.

 

“Caro Doutor e Patterson, Maya está bem e deu muitos sinais para que eu lhes enviasse esse desenho. Ela ficaria feliz em saber como vocês estão, pois ela guarda muitas memórias fotográficas de vocês do FBI. Se puder, mande notícias.”

 

Jane sorriu e me entregou.

— Parece que a avó dela quem escreveu. — Ela disse olhando pra mim.

— Sim. — Eu respondi assentindo.

— Você vai mostrar para Patterson? — Ela perguntou. — Ela vai adorar ver.

— Depois, agora tenho uma sessão com Stuart. — Eu disse e ela assentiu com a cabeça e se foi.

 

Já era começo da noite quando todos estavam voltando as suas rotinas, eu estava a sair da sala quando esbarrei com Patterson. Era o destino.

— Hey. — Eu disse chegando perto dela enquanto esperava o elevador.

— Olá. — Ela disse com a animação contagiante. — Como você ta?

— Bem. — Eu disse sorrindo e ela retribuiu o sorriso. Sorriso que mexia com todo meu coração. — E você?

— Estou bem, apenas um pouco cansada, mas estou indo descansar.

O elevador logo chegou e apenas nós entramos.

— É… Hoje eu recebi uma carta aqui no FBI. — Eu disse tirando o envelope de dentro da bolsa.

— Não é pra você sair né? — Ela perguntou demonstrando preocupação e eu fiquei um pouquinho feliz por ver que ela me queria por perto.

— Não. — Eu disse tirando um papel de dentro do envelope e revelando o desenho. — Era de Maya.

Ela tomou o desenho de minha mão com uma agilidade e ficou olhando o desenho sem dizer nada, até que ela virou para mim.

— Maya é tão talentosa, e fofa! Que desenho lindo! — Ela disse super animada. — Você vai responder?

— Vou, só não sei como. — Respondi a ela. — Eu não sei desenhar.

Ela riu de mim e eu fiquei desajeitado.

— Manda uma foto nossa, ué. Peça a Jane para escrever algo atrás. — Ela respondeu direta.

— Ta, então você me passa uma foto sua depois? — Respondi e ela riu mais uma vez.

— Ou podemos tirar uma foto juntos. — Ela sugeriu.

Eu já estava tirando o celular do bolso quando o elevador chegou no estacionamento e ela segurou minhas mãos.

— Não qualquer foto. Maya merece uma foto mais bonitinha. — Ela respondeu bloqueando a tela do meu celular.

Eu ri em resposta pra ela.

— Qualquer foto com você sai bonitinha.— Respondi com sinceridade e ela novamente sorriu.

— Não seja bobo. Eu odeio ficar envergonhada. — Ela disse bufando e colocando a mão no rosto, rindo ao mesmo tempo que eu.

— Não quis intimidá-la. — Respondi.

— Ok, mas agora eu irei intimidá-lo. — Ela respondeu quando chegamos na frente do meu carro. — Que tal se nós saíssemos amanhã a noite para jantar? Assim poderemos tirar uma foto decente e não com fardas do FBI juntos.

Meu rosto inteiro sorriu involuntariamente. Meses tentando me aproximar, juntando coragem de onde eu não tinha para fazer um convite a ela, sempre com receio, e agora eu estava escutando o convite vindo dela. Era melhor do que um sonho, embora fosse apenas um convite para jantar.

— Ok. — Eu respondi sorrindo e ela me deu um abraço. — Amanhã?

— Sim. Você escolhe o restaurante. — Ela respondeu afastando seu corpo do meu. — Boa noite, Robert. — Ela disse se afastando.

— Boa noite. — Eu respondi com um sorriso enquanto entrava dentro do carro com um sorriso de invejar qualquer um. E aquela era realmente uma boa noite, a noite em que eu havia escutado o primeiro sim da mulher que eu gostava.





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Notas finais do capítulo

As coisas serão docinhas entre eles, mas espero que aqueça o coração de vocês! Não deixem de favoritar e comentar!



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