You're a terrible liar escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 2
Nova York


Notas iniciais do capítulo

Heyyy, bailarinos e bailarinas
Quero agradecer pelo imenso apoio de vocês no capítulo anterior! ♡ Vocês são uns fofossssss
E aqui estamos com mais um capítulo fresquinho!
E aqueles que acompanham Castle, Eres, Island, Crossing Lines, A Primeira Vez, não se preocupem, logo sai mais!!



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A noite estava esfriando. Cada vez mais se aproximava do inverno e a noite ficava mais fresca. Mas Steve estava lá, acordado de mais um de seus pesadelos, sentado na cama encarando a parede.

Ele sempre fazia isso. Todas as vezes. Encarava a parede e esperava aquela sensação avassaladora passar. As paredes parar de fechar. O ar voltar a seus pulmões.

E derrepente ouviu uma música. Baixinha, nada de incomodar ninguém. Se não fosse seus sentidos mais aprimorados ele não teria ouvido. Uma música de Ballet. Ele se levantou, com o cenho franzido, e foi até a janela. E ela está lá. Ouvindo música as quatro da manhã enquanto balançava, sentindo a música nos ossos. Steve viu como isso faz parte dela, aquela melodia de ballet que ele não conhecia se envolvendo como oxigênio para a bailarina ruiva.

Ele não conseguiu desviar os olhos, apenas... a observou, dançando sozinha na madrugada gelada.

E ficou assim por bastante tempo, as músicas rolando pela noite, e o loiro sorrindo, vendo-a dançar. Até que ela saiu, sem desligar a música, e Steve se recompôs, balançando a cabeça.

— Não se espia pessoas escondido, Rogers. - Steve disse a si mesmo, e foi até a cozinha. Fritou um ovo, fez suco de maracujá e se sentou novamente na cama, na esperança de ver a ruiva de novo. E a viu surgir com um short saia vermelho sangue, um casaco branco e carregando tênis da mesma cor. A ruiva parou na janela, fez um rabo alto e colocou um arquinho preto. Ela iria correr. E por coincidência, Steve fazia isso toda manhã também.
(...)

Ela não gostava tanto de correr, mas para uma bailarina é importante ter bons pulmões. Mas ela realmente não é a melhor corredora do mundo. E isso ficou claro quando Steve passou por ela correndo.

— A esquerda. - Ele murmurou, abrindo um sorriso. Natasha revirou os olhos e continuou no mesmo ritmo. Depois de um tempinho novamente Steve estava ali. - A Esquerda.

E isso aconteceu de novo.

— A Esquerda.

E de novo...

— A Esquerda.

— Você é péssimo, Rogers! - Ela gritou, com raiva e sem fôlego. Quando ele veio novamente ela aumentou o ritmo, correndo seu máximo, e Steve ergueu as sobrancelhas impressionado, aumentando o ritmo também.

E isso durou só até Natasha parar, se abaixando na grama verde, com a mão na garganta. O loiro para de correr na hora.

— Você está bem? - Steve perguntou, se abaixando preocupado ao seu lado, e colocou uma mão em suas costas. O gesto faz Natasha se deitar para tentar buscar algum ar mal conseguindo respirar. Steve estava estático, tocando seu braço e buscando algo que ele pudesse fazer. Os dedos da ruiva tateiam os bolsos, e logo percebe que está sem sua bombinha.

— Asma... - Ela murmurou, apontando para a árvore onde sua bolsa estava. Steve se danou a correr, e chegou lá em apenas alguns segundos, já voltando.

Ele entregou a bombinha cor de rosa em sua mão, e ela a coloca na boca, respirando fundo.Assim que isso acontece, ela sorri, aliviada, já respirando normalmente.

— Nunca estive melhor. - Natasha começou a rir, e Steve ergueu as sobrancelhas, se sentando também.

— Bem? Caramba, eu achei que você ia morrer! - Ela sorriu, ainda rindo. - Não ria, eu fiquei desesperado!

— Rio sim. Isso acontece só as vezes... E quando acontece, é divertido assim.

— Acho que você precisa de água. - Ele sorriu, e ela manteve o seu, negando com a cabeça.

— Eu só preciso disso. - Ela apontou para o nascer do sol dourado atrás das árvores do Bryant Park, e sorriu novamente.

— Nossa. - Steve comentou, sorrindo também.

— As pessoas deviam olhar mais para o céu. É tão bonito. - Ela disse, sem desgrudar os olhos do mesmo.

Steve apenas sorriu, mudando o olhar para ela. Depois de alguns segundos Natasha o encarou também, apertando os braços envoltos pelo casaco.

— Quer comer alguma coisa? - ela falou, e Steve congelou. Oh, ele vai sair com uma garota? - Vamos lá, vai ser divertido.

— Sim, eu quero. - Ele balançou a cabeça com um sorriso, e Natasha só aumentou o seu, erguendo as mãos, claro sinal que era para ele puxa-la. Steve obedeceu, erguendo-a do chão, e os dois foram até a mochila rosa de Natasha, e de lá, ela tira a câmera.

— Eu sou baixinha demais, não vai ficar legal. - Ela abaixou os olhos, analisando a própria câmera.

— Quer que eu tire? - Steve perguntou, e Natasha dá um sorriso travesso.

— Quero que me levante. - Steve riu, corando.

— É sério? - Ele pressionou os lábios, sem evitar de sorrir.

— Só se você não se importar. - Ela disse, e Steve riu, negando com a cabeça. Se abaixou um pouco e abraçou suas pernas nuas, tirando-a do chão com facilidade. Ela fica muito mais alta que ele, disparando o flash algumas vezes.

— Prontinho. Se não quiser me abaixar tudo bem. - Ele a deixa escorregar para baixo, parando-a a centímetros do próprio rosto. - Obrigada.

— De nada. Eu acho. - Ela sorriu, puxando seu braço.

— Minha cafeteria preferida é perto daqui, você vai gostar, provavelmente nunca foi nela.

Steve assentiu, seguindo-a pelas árvores do parque. Ela encarava as árvores, totalmente distraída e animada. O loiro sorriu, observando-a. Ela é sensacional.

— Você trabalha com o que? - Steve pergunta, fazendo-a se lembrar que tem companhia.

— Sou veterinária. - Steve ergue as sobrancelhas.

— Sério?

— Sim. - Ela sorriu. - É outra coisa que eu amo, além de Balé. 

— Eu também adoro animais. - Steve comenta, e ela sorriu.

— E você, o que faz? - ele esqueceu que uma pergunta gerava outra, e pergunta são ruins. Ele ficou nervoso na hora, tentando não mentir descaradamente.

— Bem... Eu pinto e vendo na internet, e... - A parte de pintar é verdade, mas vender...

— Você pinta? - Ela perguntou, sorrindo, completamente absorta do fato que vender pinturas na internet mal dar dinheiro.

— Sim. Um pouco, nada profissional... Mas minha mãe me ensinou. - Ela sorriu, assentindo. - Quando você trabalha?

— A noite, sexta, sábado e domingo. Quase ninguém quer esse turno, você sabe porque. - Steve assentiu, sorrindo.

Natasha sinalizou para uma cafeteria com luzes azuis e vermelhas neons, e Steve abre a porta para ela entrar, e isso arrancou um sorriso dela na hora.

— Eai, Riley? - A ruiva cumprimentou a loira no balcão, que sorriu e acenou.

— Como vai, Tasha?

— Bem, obrigada. E você? - Ela parou, se apoiando no balcão, ela dá um sorriso.

— Mike não saiu do meu pé ainda.

— Ah, entendi. Que coisa.

— Quem é ele? - Ela apontou para Steve, que acenou com uma mão.

— Steve. - Ele falou, meio deslocado, e Riley sorri.

— Nossa... Prazer, Steve. - Ela sorriu, se apoiando na mesa, e Natasha abriu uma carranca.

— Okay, podemos sentar agora. - Ela puxou o braço de Steve para a mesa mais no canto, e ele puxou a cadeira para ela sentar. - Você é tão fofo. Não é fácil achar um cavalheiro em 2015.

— Ah.. É só um habito que minha mãe me fez cultivar.

— Ela deve ser maravilhosa. - Ele abriu um sorriso triste.

— Ela.. morreu. Muito, muito tempo atrás.

— Eu... Entendo. - Ela deu um sorriso triste, respirando fundo. - Meus pais morreram também. Num incêndio, na Rússia. Se serve de consolo... Eu sei como é.

Steve abriu um sorriso, cruzando os braços.

— Você é russa?

— Eu sei, não tenho sotaque, então não dá pra perceber. - Natasha sorriu de novo, se debruçando na mesa. - Aquela loira oxigenada não vai vir aqui não?

— Como conhece as pessoas aqui?

— Trabalhei aqui enquanto fazia faculdade... Eu estou varada, será que ela não pode vir nos servir?

— Oh, merda. - Steve comentou, Natasha franziu as sobrancelhas, olhando para onde Steve encarava fixamente.

— ISSO É UM ASSALTO! - um homem grande e encapuzado berrou, fazendo todos no café olhar para o balcão, já assustados, algumas crianças começaram a chorar, e os adultos se encolheram.

— Riley. - Natasha murmurou, vendo o homem apontar a arma pra ela e para o chef que saiu da cozinha e tentava dialogar com o homem gritando ordens.

— Coloca todo o dinheiro no saco! Agora!

Natasha fez menção de se levantar e ir proteger a amiga, mas Steve segurou seu braço.

— Quando eu mandar você abaixa, e liga pra Polícia.

— O que você vai fazer? - Steve não responde, apenas continua analisando a situação. Mais dois homens entraram no café, e Riley colocava todo o dinheiro no saco do primeiro.

— Se alguém ligar pra Polícia leva chumbo na cabeça! - O barbudo disse, se aproximando. Ele carrega duas pistolas, e os outros dois mais duas.

Steve analisou suas opções. O mais novo vigiava a porta, o mais velho manteve Riley e seu chefe de reféns, e o barbudo se aproximava.

— Coloquem seus celulares, carteiras e jóias nesse saco, agora! - Ele gritou, se aproximando da primeira mesa, e o casal obedeceu, colocando tudo no saco.

 – Steve, eles estão armados. - Ela disse, se aproximado de seu rosto sério.

— Está tudo bem. - Ele murmurou, encarando-a.

— Não. - Ela negou, pressionando os lábios. - Não faça nada idiota, por favor.

— Quando eu der o sinal você abaixa. - Ela fechou os olhos, suspirando.

— Como eu vou saber qual o sinal, Rogers?

— Quando o primeiro tiro disparar. - Natasha arregalou os olhos, e antes que pudesse bater nele, Steve se levantou, indo até o homem recolhendo os celulares. - Ei, amigo...

Antes que o barbudo pudesse fazer algo, Steve acerta um soco com toda força no homem, que se berra a gritar, com o nariz sangrando.

— TODO MUNDO PRA DEBAIXO DA MESA! - Steve gritou, vendo os outros dois mirarem nele, sobressaltados. Um segundo depois, ele lançou o barbudo na direção dos homens, desviando os tiros disparados para o teto.

Algumas pessoas gritaram, já tremendo debaixo das mesas, e o mais novo se levantou, jogando o corpo contra Steve, que nem se mexeu.

Steve apenas acertou um soco em seu nariz, desacordando-o como os outros. Foi fácil. O loiro se virou, vendo Natasha o observando assustada debaixo da mesa, com as mãos ao redor dos joelhos. Ele foi até ela, se abaixando também.

— Ligou pra Polícia? - Ela assentiu, sem desviar os olhos dele, totalmente sem palavras.

— Você está bem? - Natasha perguntou, engatinhando pra fora da mesa, e Steve puxa-a para cima.

— Sim. Temos que ir.

Natasha não contestou, apenas deixou Steve coloca-la de pé, e saiu o mais rápido possível com ele. De mãos dadas; Steve a arrastou pelas ruas por algum tempo, depois de ver a polícia avançando em direção ao café.

— Espera, Rogers, já estamos longe do café! - Ela o forçou a parar, se sentando num banco verde enfrente uma banca de jornal. Ele se sentou ao lado dela, observando as mãos insanguentadas. Natasha tocou seu braço.

 – Tem certeza que não se machucou? Os tiros não pegaram em você?

— Não, eu estou bem. - Steve sorriu, o que fez Natasha sorrir também.

— Você é doido. - Ele riu, e ela tapou um olho com a mão. - Podia ter morrido, não é engraçado. 

— Tem razão. - Ele pressionou os lábios, tentando parar de rir, e isso só fez Natasha começar a gargalhar.

— Onde aprendeu a lutar desse jeito?

— No exército.

— Você é do exército? - Ela quase grita, erguendo as sobrancelhas.

— Já fui. - Steve sorriu, analisando o céu azul.

— Por que saiu? - Ele mordeu os lábios, encarando-a.

— Aconteceu um acidente. No Alasca.

— Entendi. - Ela falou, encarando seus olhos azuis. - Bem.. Eu ainda estou morrendo de fome, aqueles criminosos estragaram nosso café. Quer ir pro meu apartamento? Eu juro que cozinho bem.

Steve abriu um sorriso, admirado que mesmo depois de presenciar um assalto armado, ela continua com determinação e um sorriso no rosto.

A muito tempo ele não conhecia alguém assim. Steve tem seus amigos, Os Vingadores, é claro. Mas ter alguém fora disso? Alguém inocente e sem super poderes? Que seja só um ser humano extraordinário? Natasha é assim.

— Quero.
(...)

 Steve sorriu, analisando mais uma vez o apartamento de Natasha. As paredes são de um amarelo bonito, os móveis coloridos. Natasha disse ter reformado toda a mobília velha com as próprias mãos, enchendo a casa de quadros e flores em todo o canto. Aquilo era exatamente o reflexo da alma da ruiva.

— Então, você luta boxer? - Natasha pergunta, de costas para ele, inclinada sobre uma frigideira onde seu omelete ficava quase pronto.

— Hm... E outras coisinhas. Tem certeza que não quer ajuda?

Natasha o encarou.

— Ninguém toca nos meus temperos. - Steve riu pelo nariz, voltando a observar a cozinha incrível de Natasha.

As paredes tinham piso azul de lajotinhas quadradas até certo ponto, e tinta amarela até encontre o teto branco. Sua mesa combinava com as lajotas nas paredes, e os armários eram brancos com detalhes verde água.

De frente para a pia tinha uma janela onde habitava um lindo jardinzinho de temperos, e a bancada de mármore branco se encontrava cheia de ingredientes e sujeira.

E o avental vermelho de Natasha usava por cima da blusa de mangas compridas listrada de azul marinho se destacava em suas calças jeans. E por algum motivo peculiar, Natasha usava botas de chuva vermelhas. Steve não disse nada sobre o fato de estar sol, apenas achou encantador.

Seus olhos pararam nos milhares de imãs de geladeira, até que achou um mais interessante. O escudo do Capitão América. O seu escudo.

— Você é fã do Capitão América? - Steve perguntou, sentindo uma formigação na barriga.

— Ele é um herói. - Ela falou, ainda remexendo o omelete na frigideira. - Me salvou na batalha de Nova York.

Steve arregala os olhos e quase engasga com o próprio ar. Ele agradeceu muito por ela estar de costas.

— Oh... Sério? - O loiro tentou manter o tom normal.

— É. - Ela se virou, com a frigideira nas mãos, e colocou os omeletes nos devidos pratos. - Eu... Estava indo pra uma apresentação de Balé no teatro... de taxi. E foi quando aliens começaram a sair do céu. - Ela riu pelo nariz, abrindo a geladeira, e saiu de lá com uma jarra de suco de laranja.

Steve a ouvia falar com toda atenção do mundo.

— É o tipo de coisa que faz você repensar tudo. E bem, um deles caiu bem em cima do meu táxi. Matou o motorista na hora, mas eu só me machuquei. Consegui sair, mas tinha outro. Eu estava aterrorizada, e aquela coisa me encarava se preparando para me matar... E ele apareceu.

Jesus Cristo. Óbvio que ele se lembra da bailarina no meio do caos de Nova York. Se lembra com clareza do seu olhar assustado, meia calça, tutu e tênis all star. Uma combinação que o manteve no chão enquanto coisas voavam sobre sua cabeça.

— Me salvou, e só parou quando eu estava segura escondida em uma loja. Eu... Achei que ia morrer, e só estou aqui hoje graças a ele. E... Eu espero que ele saiba que é um herói.

Ela sorriu, levantando o olhar para ele, percebendo só agora a forma de como ele a fitava. Seus olhos brilhavam. O canto da boca erguido num sorriso e a mão apoiando o queixo.

A ruiva se sentou de frente para ele, sem largar o sorriso.

— Você está bem? - Steve saiu de transe, piscando os olhos ardendo, e sorriu mais.

— Eu... Estou. É uma boa história, nossa. Nem consigo imaginar estar no meio daquilo tudo e sair... como você.

Ela sorriu.

— Ainda tenho pesadelos com isso.

Ele sorriu também. Ele também.

— Nossa, isso está com uma cara ótima.

E comeram juntos aquela refeição inocente.


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Notas finais do capítulo

GENTE EU AMO ESSA FANFIC, a Nat é tão fofaaaa socorro!
Comentem!



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