No Fim escrita por Flávia Monteiro


Capítulo 7
A salvação


Notas iniciais do capítulo

Estou tentando, axo q está qse boa, + vai mesmo assim!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70220/chapter/7

– Ah! Olá Jenny!

            – Oi, Papi! – respondeu Jennifer sorrindo. Ela adorava irritar Chefe, quem a criou desde seu nascimento. Ele sempre ficava vermelho quando se irritava e, certamente agora ele estaria um pimentão.

            – Por favor, não me chame assim! Tenho uma coisa para te dizer.

            – E o que é?

            – O escolhido já chegou.

            – Eu sei, estou com ele agora. E era sobre isso que eu queria falar com o senhor. Não era para ser apenas quando eu tivesse quinze anos?

            – Nós erramos Jenny. Pensei que DP já tivesse te dito isso uma vez.

            Ele teve uma visão sobre isso também?

            – Eu sei, mas... Ah, não!

            Agora Jenny a ficha caiu, tinha certeza que não poderia mais adiar o serviço.

            – O que disse?

            – Nada não. Mais alguma coisa?

            – Você está atrasada para sua aula de ginástica, lembra?

            “A salvação” – pensou ela.

            – Ah, é. Valeu Papi. Tchau.

            Jenny guardou o celular no bolso, novamente pensando longe. O quê faria a seguir?

            – Aconteceu alguma coisa? - Mike estava parado atrás dela. – Seu rosto não é dos melhores.

            O coração de Jenny acelerava com a aproximação repentina dele e, disse nervosa:

            – Aconteceu, e eu tenho que ir. Tchau.

            – Espere! Por que você não vem aqui amanhã?

            – Ok, pode deixar. Tchau.

            Jenny se despediu á moda brasileira de Mike (beijinho na bochecha). Sabia que essa era a única coisa que podia ter feito para não deixá-lo na mão. Por que os estrangeiros não entendem essa despedida como algo amigável e não “olha, eu gostei de você”? Enquanto descia a rua, Mike a seguia com os olhos, ela podia sentir isso. Ao chegar ao fim do segundo quarteirão, virou a esquina e entrou em um carro que estava estacionado ali.

 

# Na floresta #

 

            Jenny não tinha a mínima vontade de se enfurnar em um ginásio e “aperfeiçoar seus movimentos”, como dizia DP. Estava muito melhor empoleirada naquela árvore, lendo o seu livro. Ficar sozinha era muito mais reconfortante do que em companhia de pessoas que sempre ficavam lhe dizendo o que fazer e, aqui no silêncio profundo da floresta era mais fácil de perceber se teria visitas indesejáveis se aproximando. “Crash”. Jenny olhou casualmente para baixo, sem se preocupar muito com quem ou o que teria feito aquele barulho.

            Uma respiração um tanto ofegante chegou aos seus ouvidos, fazendo-a olhar mais uma vez a sua volta. Guardou o livro em uma pequena mochila que estivera dependurada em um galho a seu lado e, postou-se de pé no velho e torto galho. Algo se arrastava a sua volta e parava de tempos em tempos. Resolveu subir mais para poder ter uma melhor visão do que estava ao seu redor. Suas mãos foram rápidas e ágeis ao se prenderem às cascas da árvore, puxando o peso de seu corpo consigo. Seus pés deram o impulso necessário para continuar a escalada. Virou-se com destreza. Suas costas roçando nas cascas ásperas da árvore, suas mãos agarrado-as com firmeza logo acima da cabeça e suas pernas juntas e flexionadas em um banco para si mesma.

            Ouviu o galho em que estava estremecer mais de dois metros abaixo de si. “Então resolveram me procurar longe de casa, finalmente.” Pensou Jenny sorrindo. Ouviu DP sussurrar xingamentos no ar e, teve que reprimir uma risada.

            – Por que você não aparece de uma vez e cumpre com suas obrigações? – esbravejou ele.

            Droga, esqueceu-se de limpar a mente de novo.

            – É isso mesmo, você esqueceu e eu te achei. Agora, será que dá para descer, por favor?

            Bufando, Jenny desprendeu suas mãos e deixou-se cair. Ouviu DP descendo da árvore, também. Pulando o mais rápido que conseguia, galho por galho. Riu. Seus pés pousaram no chão com força e ela rolou sobre seu ombro, esparramando-se dramaticamente no chão.

            – Você chegou tarde demais. Eu morri. – Disse Jenny, sorrindo.

            DP pulou da árvore e postou-se aos pés dela, seus olhos a reprovando. DP era um rapaz extremamente branco, chegando a estar pálido por não pegar sol e passar o dia inteiro enfurnado naquela sala abaixo de seu quarto. Cabelos negros e lisos que, desciam desfiados dos olhos ao queixo, destacavam seus olhos azuis. Corte que Jenny o tinha feito há alguns meses para o amigo.

            – O que deu na sua cabeça? Você pulou de quase 4 metros!

            – Sério? Não eram cinco? – brincou ela.

            DP fitou-a por alguns segundos e seus olhos se suavizaram junto com sua voz.

            – Você se machucou?

            – Não sei ainda. Provavelmente sim.

            – Eu falo sério.

            – E eu também.

            Jenny estendeu a mão para DP a ajudar a se levantar e, ele a ajudou a ficar em pé.

            – É, eu acho que agora meu ombro dói. – Jenny falou pensativa para si mesma.

            – Isso por que você não é uma boa menina.

            – Hmm. Você quer que eu vá para casa, não é?

            – Precisa perguntar?

            Jenny deu as costas para DP e dirigiu-se novamente à árvore.

            – Aonde você vai? – perguntou DP.

            – Pegar minhas coisas.

            – Não, depois eu pego. Agora você vai voltar para casa.

            O tom autoritário de DP fez Jenny virar-se furiosa para ele.

            – Qual é o seu problema?

            – Você não obedecer às regras é o meu problema. – DP continuava calmo e impassível.

            – Se você pensa que eu vou passar a noite naquela enfermaria idiota, você está muito enganado.

            – Não estava pensando em te mandar para lá hoje. Você apenas vai ficar trancafiada dentro de sua enorme casa.

            – É tão difícil assim você entender que eu quero ficar sozinha, afastada de todos?

            – Então, porque você não fica sozinha, afastada de todos no seu quarto? Eu não posso ficar correndo atrás de você o tempo todo.

            – Eu não quero que você fique atrás de mim o tempo todo.

            – E eu também não quero que você fique perto do Mike, mas é preciso, não é?

            Jenny engoliu a raiva a arrastou-se até a casa. Mais tarde iria descontar sua raiva em algum objeto de DP.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

deixem reviews, please?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.