No Fim escrita por Flávia Monteiro


Capítulo 6
A rendição




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            – O que tem aqui?

            Jennifer e Mike estavam em um carro que ele alugara. Pela janela podia-se ver uma enorme casa de dois pissos.

            – Aluguei uma casa para poder ficar aqui por mais tempo. Sai mais barato que um hotel. O que acha? – Explica Mike.

            – É um pouco... grande.

            – É. Sete homens precisam de muito espaço.

“Acho que não vou querer saber para quê” – ela pensa.

            – Então- continua Mike – vamos entrar?

            – Hmm... Tudo bem!

            Eles entraram na casa. Mike já a alugara com a mobília. “como ele conseguiu isso no Brasil?” O térreo era enorme: duas salas (na frente e fundo da casa), quatro quartos, dois banheiros e uma grande cozinha. E, muitas vozes dizendo “Vai, acaba com ele” ecoavam pelo corredor.

            Suas pernas diziam para ela sair correndo enquanto sua mente, dizia para continuar pelo seu trabalho. Foram até a sala dos fundos onde Chester e Dave jogavam videogame enquanto Joe, Brad, Rob e Paul estavam na torcida.

            – Videogame novo. - Disse Mike com um careta para Jenny – Me desculpe.

            – É o único jeito que encontramos para passar o tempo! – gritou Dave lá do sofá antes de Jenny responder.

            Realmente uma cidade pequena nunca tinha atrativos suficientes para quem já estava acostumado com lugares grandes e bonitos. Mike guiou Jenny até a cozinha, onde se sentaram à mesa de mármore e Mike trouxe duas garrafas de Coca, colocando-as na mesa. Uma na frente de Jenny.

            – Está gostando daqui ou, só está aturando como a maioria dos visitantes? – disse Jenny enquanto pegava a garrafa com a bebida.

            – Aqui é tão ruim assim? – riu ele - Não vejo motivos para que esta cidade espante os turistas.

            – Você já deu um passeio por aqui, só para conhecer a cidade?

            – Não, ainda não.

            Jenny viu um certo brilho aparecer nos olhos de Mike e, então percebeu que tinha dado uma idéia a ele. Um motivo a mais para saírem dali.

            – Não está perdendo nada. – e mudou de assunto o mais rápido possível, vendo que Mike iria pôr seu plano em prática – Então... O que você está fazendo aqui? Quero dizer, qual é o motivo que te trouxe até essa cidade. Se fosse em Bonito, eu iria achar no mínimo... Normal.

            – Eu estou de férias. Quero ficar o mais longe possível das câmeras e, bom, aqui parece que ninguém vai me encontrar. – ele sorriu amigavelmente para Jenny e tomou um gole de seu refrigerante.

            – É sério, Mike. Não me trate como se eu não soubesse que isso é uma mentira.

            Mike pensou por um momento. Será que ele mentia tão mal assim ou, a história é que era ruim.

            – Você acreditaria se eu dissesse que, te vi em um site de relacionamentos e fiquei curioso para te conhecer.

            – A internet faz maravilhas, não é?

            Ele riu. Ela se lembrou do que ele disse naquela manhã.

            – Então você acredita?

            – Que Paul é meu amigo pelo Orkut? Sim. Que você moveu-se apenas pela curiosidade? Não.

            Ela também bebeu sua Coca, em frente aos olhos estreitos dele.

“Como ela consegue se concentrar em pensar em tirar a verdade de mim, quando ela está na casa de um estranho e cheio de estranhos a sua volta? Devia estar no mínimo, encabulada.”

            – Você está certa.

            – Eu sei.

            Ele a encarou pela interrupção e, ela logo percebeu que errara na hora de falar.

            – Desculpe. Continue, por favor.

            – Não foi apenas a curiosidade que me trouxe aqui. Eu ainda não sei direito qual foi o motivo, apenas senti uma súbta vontade de vir te conhecer que, não pude ignorar.

            Jennifer baixou a cabeça, deixando seus olhos pousarem ao longe, no chão da cozinha. Ela sabia exatamente o motivo que o trouxe aqui e, era o mesmo que fazia a sua consciência a arrastar para esta casa hoje. Como queria dar a ele a resposta para a sua dúvida, mas, ele a julgaria louca. Daria as provas, o que, provavelmente, o faria sair correndo.

            O celular de Jenny tocou a despertando de seus pensamentos, e, desculpando-se, saiu dali o mais rápido que pôde. Ela queria muito agradecer a quem a tinha tirado dali, mas, pelas únicas pessoas que tinham o número do seu celular, não deu. Enfim suspirou. O alívio, de não estar mais tendo que fingir calma quando ficava mais que nervosa na presença de Mike, a invadiu. Parou no fim do corredor onde não viu mais ninguém e atendeu o celular.

            – Discutir... – disse uma voz masculina no outro lado da linha.

            A velha senha que aprendeu quando criança para se ter certeza de quem ligava e de quem atendia.

            – Ou fazer? – terminou Jenny.


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Notas finais do capítulo

sinceramenti, digam oq pensam sobre como stou me saindo!!! preciso de incentivo!



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