No Fim escrita por Flávia Monteiro


Capítulo 2
Devagar a gente chega lá




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Algumas semanas depois, Jennifer está na sala de aula, esperando o professor entrar. Estava tentando se recuperar dos ataques constantes que DP tinha sempre que a encontrava. Agora ela estava longe dele por algumas horas e tentava viver alguma coisa interessante naquela sal. Estava sentada ali, na sua entediante cadeira quando uma amiga sua chega com uma revista na mão lhe dizendo:

            – Adivinha quem vai vir aqui no Brasil nas férias?

            Como poderia pensar se sempre vinha alguém tentando conversar? Espere um pouco, o que ela queria mesmo?

            – Quem? – disse automaticamente sem realmente ouvir o que a garota dizia.

            – Lin-kin Park!

            – Nossa, que legal.

            Jennifer não demonstrava nenhuma excitação na voz, apesar da noticia que deveria fazê-la sair dançando por aí.

            – Não é você que era apaixonada por eles?

            Era mais que claro que todos soubessem de seu interesse desenfreado pela banda, mas sem querer esqueceu-se dela por algum tempo. Como isso foi acontecer?

            – Sou, mas as probabilidades deles virem aqui no estado não existem. E, além disso, não vai adiantar ficar sonhando mesmo.

            – Hiiii, que ânimo, hein? Vou embora para não ficar assim, viu? Bye, bye.

            Ficar assim como? A sua vida tem tudo o que ninguém imagina que sequer existisse e, tudo o que todos dariam a vida para ter. Poderia ser um conto de fadas. Um conto de fadas sangrento, na verdade. Poderia ser maravilhoso ou assustador, dependendo da escolha que a pessoa fizesse. Mas ela já estava mais que cansada dessa vida. Ser uma garota normal parecia ser uma boa Idéia, se fosse possível. “Ficar assim” era o único jeito de esquecer o que a aborrecia tanto e ser parecida com alguém normal.

            O professor já entrava na sala de aula e, o máximo que Jennifer poderia esperar dali em diante era o recreio. Logo ali, bem perto da sua sala estava o Linkin Park na sua escola.

 

#Entrada da escola#

 

            – Sinceramente, por que você quer conhecer uma garota que você viu em um site? Você nem sabe se a foto é dela mesmo. –Perguntou Chester aborrecido com a loucura súbita do amigo.

            Ele acompanhava Mike e Paul a uma escola sem compreender o quê eles queriam com a garota.

            – Para ela ser além do Paul nossa tradutora.

            – Hey! – Paul tinha ouvido e virara para trás para encarar Mike – Você quer conhecê-la só para isso? Tem certeza?

            – Tenho, vamos?

            Ele não tinha que dar explicações para eles, não por enquanto. Como explicaria uma paixão à primeira vista pela internet? Não deveria ser paixão à primeira conversa instantânea? Ao entrarem na secretaria da escola, Paul foi adiantando:

            – Oi!

            A secretária que estava no computador se virou e disse cordialmente:

            – Bom dia, posso ajudá-los?

            –Paul, the manager! – Alertou Mike

            – Me desculpe – começou a secretária educadamente, sem entender nada – mas o quê ele disse?

            – Queremos falar com o diretor ou diretora.

            – Ah, sim. Vou chamá-la.

            A secretária entrou em uma sala ao lado e logo saiu de lá dizendo:

            – Podem entrar.

            Eles entraram em uma sala nada pequena e encontraram a diretora os esperando. Ela os convidou-os para se sentarem, mas não tinham cadeiras suficientes para todos. Então começou:

            – Vocês são americanos?

            – Eu não, mas eles são.

            A diretora os olhava com interesse dizendo:

            – Eu os conheço de algum lugar.

            – Linkin Park.

            – O que têm? São eles?- a diretora arregalava os olhos.

            Paul deu um sorrisinho.

            – São. E estão procurando por uma menina...

            – Pra quê? Para alguma apresentação?

            A diretora se mostrava entusiasmada com a idéia.

            – Não, não é nada disso. Nós só sabemos que o nome dela é Jennifer.

            – Ah, a Jenny!

            De repente ela afundou na cadeira, decepcionada.

            – Você sabe quem é?

            – Claro! Aqui só tem uma. Não é um nome muito comum aqui, não é?

            – Será que a senhora poderia nos levar até ela ou trazê-la até nós?

            – Humm... Sabe, é que no momento a turma dela acaba de sair para fazer uma visita a uma academia de dança.

            – E quando ela volta?

            – Não se preocupe. Ela está chegando na hora do recreio que, a propósito é daqui a alguns minutos. Querem esperá-la?

            Paul se virou para a banda e depois de conversarem por algum tempo ele disse à diretora que ele e Mike esperariam.

            Chester não quis esperar por Jenny e foi para uma casa que Mike alugara descansar. O que tinha dado em Mike? Não era o feitio dele recusar um hotel.

 

# Mais tarde, dentro do ônibus escolar#

 

            Jenny olhava pela janela, como sempre estava pensativa. Não foi tão ruim o escorregão que seu colega de classe, Henrique, tinha levado ao tentar dançar com a bailarina que ele tanto tinha xavecado. Ninguém sabia que a culpa era de Jenny e, ela também gostava de brincar com as pessoas, embora seus amigos não achassem correto fazer “aquilo” com inocentes. Por que a parte que tornava a sua vida divertida tinha que ser reprimida? DP já colou nas provas, aquele safado. Agora ele a proibia de fazer o mesmo. Jenny pensou que a justiça faltava nesse ponto.

            O ônibus estava parando e algumas pessoas se levantaram. Jenny olhou com mais atenção pela janela e descobriu que haviam chegado à escola.

Henrique passou por Jenny correndo e tropeçou nos próprios pés. Jenny sorriu e passou pelo amigo que estava coma cara no chão. Dessa vez não foi sua culpa.


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