Too Close escrita por ladywriterx


Capítulo 3
Amora


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Eu vim aqui com esse capítulo que já estava pronto há um tempo pra deixar um aviso importante: estou em meio a várias provas, mudanças (to mudando de apartamento), projetos e ligas da faculdade, ta uma correria. Como minha faculdade ficou de greve por cinco meses ano passado, ainda estamos terminando o primeiro semestre de 2016, e no segundo semestre - que começa mês que vem - eu to ATOLADÍSSIMA de coisas pra fazer. Por isso, vou deixar a fanfic em hiatus até dezembro, que é quando vou ter recesso de natal e as coisas vão estar normalizadas.

Enquanto isso, enjoy



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Eliza não se afetou com o comentário de Stark. Estava acostumada àquilo e, além disso, do pouco que o conhecia, sabia que quanto mais se mostrasse incomodada, mais ele falaria. Steve, por outro lado, ficou ainda mais quieto a sua frente, fazendo comentários pequenos enquanto andavam pelo centro, apenas indicando lugares importantes que ela tinha que saber. Mordeu o lábio inferior para se impedir de falar alguma coisa, irritada com aquela atitude dele. A última parada foi em seu quarto.

Parecia melhor que o seu quarto em Nova York. A cama de casal no centro do quarto era minimalista, com as colchas brancas e dois travesseiros. Na parede, uma televisão maior do que a que tinha em sua sala e um pequeno closet. A outra porta, deduziu que fosse um banheiro e teve que fazer mentalmente as contas de quantos banheiros existiam naquele lugar se todos aqueles quartos tinham um. Steve levou sua mala até perto do closet, desconfortável.

—Bem, sinta-se em casa. Se precisar de algo...

—Steve… você conhece Stark melhor que eu. Sabe que é besteira ficar assim.

—Eu sei. — A agente sorriu, dando-se por satisfeita. Não seria ela que falaria mais alguma coisa. Nunca foi de fazer isso. — Vou deixar você se estabelecer. Logo todos acordam e vamos começar o treinamento. — Ela gemeu, tirando um riso dele, que sussurrou um “até mais” e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Rogers não estava quieto apenas por causa do comentário maldoso de Stark. Estava confuso. Achava que nunca mais veria Lewis e ali ela estava agora, depois de dois encontros - bem sucedidos - e Steve não sabia o que fazer agora. Na década de 40, no seu tempo militar, se encontrava uma mulher que gostava, era só um dia, porque logo estava viajando para outro Estado, outro país, outra missão. Lembrou-se de Peggy e suspirou, confuso demais para pensar na antiga paixão que agora estava numa cama, debilitada e lembrava-se escassamente do que um dia quase tiveram.

Os Vingadores começavam a acordar enquanto Steve tomava seu café da manhã. Tinha certeza que Stark não havia dormido a noite pela quantidade de café que sobrara na jarra. Ele parecia bagunçado, com grandes olheiras roxas e cabelo mal penteado. Tinha alguma coisa errada com Tony, mas ninguém tinha conseguido tirar alguma coisa dele. A única coisa que fazia era dizer que estava tudo bem e depois se escondia em sua oficina. A primeira a aparecer na cozinha foi Natasha, já vestida e pronta para começar o dia.

—Bom dia. — O mal humor matinal de Romanoff era o maior medo dos Vingadores. O bom dia saiu seco, como se não quisesse estar ali. Steve respondeu com um resmungo, seu humor também não muito bom. — Vi Lewis. — Capitão apenas acenou com a cabeça. — Ela vai ficar? — Natasha não escondeu o desgosto.

—Sim. — Respondeu depois de um suspiro e um gole no café.

—Ótimo, não sei o que vai ser pior, ter o governo nos nossos cangotes ou você suspirando por ela. — Ninguém o deixaria em paz. Ela apenas riu, colocou o resto de café em uma caneca e saiu, sem deixar que ele retrucasse.

—Você está uma bagunça. — Tony se assustou com a voz atrás dele. Estava uma sala antes da cozinha, sentado à mesa de jantar e olhar perdido. Virou-se para encontrar Lewis, cabelo preso e uniforme da CIA. Ela estava trabalhando.

—Você acha? Achei que estava ficando cada dia mais charmoso. — Eliza rodou os olhos, já acostumada com aquela atitude dele. Tinha sido encarregada de acompanhar Stark por alguns anos, dois, se não estava enganada, até Fury colocar Natasha no caso, como agente infiltrada.

—O que foi?

—Estou cansado, Lewis. Só isso.

—Devia dormir, então. — Ela levantou as sobrancelhas e ele repetiu. Tony sabia que ela não aceitaria suas meias respostas como todos faziam.

—Vou seguir seu conselho depois que a cafeína sair do meu organismo. — E tomou mais um gole de café. — Ops.

—No meu relatório vai estar: “Stark: desequilíbrio emocional regado a cafeína”

—Nunca ouvi uma descrição tão perfeita. — Eliza riu.

—Idiota. Vou comer alguma coisa.

—Vai lá. Steve deve estar te esperando.

—Me recuso a responder. — Resmungou, já caminhando em direção a cozinha.

—Porque sabe que é verdade. — Resistiu o impulso de levantar o dedo do meio para ele.

—O que está acontecendo com Stark? — Foi a primeira coisa que perguntou ao ver Steve novamente. Viu-o dar de ombros.

—Está assim desde Ultron. — Ultron. Eliza lembrava da loucura que fora aquela época, os dias mais ocupados de sua vida desde que entrara na CIA. Talvez só perdia da invasão de Loki.

—Ninguém pensou em ver se há algo errado?

—Não é tão simples com Stark. — Lewis sabia. Lembrava de quando tinha que trabalhar com ele.

—Ok. — Suspirou. — Estou com fome e não sei onde ficam as coisas. — Sorriu quase num pedido de desculpas. Rogers riu e levantou-se, dando um tour rápido pela cozinha. Em minutos, Eliza estava ao seu lado, um copo de suco e um sanduíche a sua frente.

O treinamento era mais pesado do que tinha na CIA, constatou Eliza depois de algumas horas, jogando-se no chão, a respiração pesada e descompassada. Sentia-se suada e pegajosa. Steve parecia não ter cansado nem um pouco. Começaram com uma corrida e, a cada três voltas de Steve, ela, Sam e Natasha davam uma volta na pista ao ar livre. Era quase injusto como Rogers passava dando risada deles e aquilo tirava Sam do sério. Ela precisava lutar, corpo a corpo, e aquilo não era o seu forte. Talvez fosse por toda aquela novidade que seus músculos reclamavam enquanto estava deitada no tatame da sala de treinamento.

—Preciso respirar. — Falou, a voz pausada fazendo esforço. Natasha parecia acostumada, porque estava do outro lado da sala, tomando água, sem parecer abalada. Não tinha nem o que falar de Steve, que agora estava sentado ao seu lado, talvez achando graça na falta de forma dela.

Falta de forma, aliás, que ela não tinha. Corria todos os dias depois do trabalho na esteira da academia do prédio. Steve também admitia que ela podia ser tudo, menos fora de forma. Admitia que talvez estivesse puxando demais o treino para quem acabou de chegar, mas ela mesmo tinha dito, era uma espiã, não um soldado, e tinha que estar preparada para caso alguma coisa acontecesse. Eles nunca estavam seguros.

—Tudo bem? — Ela agora tinha o braço em cima do rosto. Só viu o aceno de cabeça, confirmando que estava tudo bem, apesar do cansaço.

—Podemos parar por hoje? Eu juro que se eu fizer mais um pouco de esforço vou vomitar tudo o que tenho. E não vai ser agradável. — Steve estendeu a mão para ajudá-la a levantar.

—Por que não fazemos uma pausa para almoçar e depois vemos o que podemos fazer?

—Sério, Rogers? — Aceitou a mão estendida e ele o puxou sem problemas nenhum, colocando-a de pé rapidamente. Começou a tirar as bandagens que protegiam sua mão, quase irritada.

—Lewis… — A agente levantou os olhos para ele. Ele parecia pensar, refletindo sobre a pausa que ela queria fazer. Pelo resto do dia, de preferência. Suspirou. - Que tal você tentar tirar de Stark por que ele está tão estranho?

—Ótimo. Adorei o plano. — Pode ver o alívio no rosto dela. — Então, almoço?

A oficina de Stark ficava último andar do subsolo do centro. Visão tinha informado que ele não havia comido nada já fazia algumas horas, por isso, naquela hora, Eliza tinha em sua mão um sanduíche. Tinha tomado banho, comido algo e agora estava indo cumprir sua parte do combinado com Rogers. O elevador abriu a porta e pode vê-lo vidrado em uma tela, sem perceber nada a sua volta. O mundo podia estar caindo, e ele continuaria daquele jeito, sem ao menos piscar. Ele passou a mão pelo rosto, frustrado com alguma coisa e Eliza respirou fundo, forçando um sorriso amigável conforme se aproximava.

—Está a quanto tempo sem comer? — Tony nem virou o rosto.

—Não preciso de babá, Lewis.

—O governo diz o contrário. — Estendeu o sanduíche para ele e, quando ele virou-se meio a contra gosto, percebeu como seus olhos estavam vermelho. — Você realmente deveria dormir.

—Não consigo. — Ele parecia dizer a verdade. — Antes que diga que é por causa do café, acredite, já tentei ficar sem. — Eliza suspirou e puxou a cadeira ao lado dele para sentar.

—O que está acontecendo, Tony? — Deixou que os olhos caíssem nas anotações dele e depois na tela do computador. Não entendia todos aqueles cálculos, então voltou a encará-lo.

—Pepper está morando em Los Angeles. — Ele começou a falar. Sua voz estava amarga, como se revelar aquilo já fosse dolorido demais para ele. — Com especificações para eu não falar com ela se não for da empresa. — Eliza não soube o que responder.

—Ouch.

—Ouch. — Ele repetiu, balançando a cabeça como se quisesse que aquilo fizesse algum sentido. — Então eu estou afogado em trabalho pra ver se eu esqueço que em volta de mim tem pessoas tão descontroladas emocionalmente quanto eu.

—Ouch, de novo. — Eliza tentou rir. — Você realmente devia tentar dormir. Já pensou em tomar um calmante ou algo assim? — Com os olhos castanhos mortos, ele a encarou, tirando mais uma risada da agente. — Ok. O que falo para Steve?

—Foi ele que te mandou aqui?

—Parcialmente. E porque é meu trabalho. Não sei se você tá sabendo.

—Sério, Lewis, você e Cap? — Foi a vez dela ficar quieta sem ter o que falar. Apenas cruzou os braços, desconfortável.

—Não vamos falar disso.

—Você desceu no meu inferno, querida. Vamos falar do que eu quiser.

—Socorro!

A rotina no centro de treinamento era quase monótona. Nada acontecia. A não ser pelo seu despertador, que tocava às cinco e meia da manhã, para, às seis, estar pronta para mais um dia cansativo de treinamentos e mais treinamentos. A noite, quando estava já de banho tomado e pronta para fazer outra coisa que não fosse lembrar que agora era uma Vingadora, seu celular apitava lembrando-a que tinha um relatório diário para preencher e enviar diretamente para secretário Ross. E então passava quase uma boa hora fazendo aquilo, antes de se ver livre para fazer o que quiser.

De algumas vezes, ela se jogava na sala de televisão e se juntava com as pessoas normais daquele lugar – não que ela, Sam e Tony fossem minimamente normais – para assistir algum filme. Quando não fazia isso, provavelmente estaria em seu quarto dormindo, ou na banheira cheia de gelo para as dores musculares do treinamento intenso, ou no quarto de Steve. E não se orgulhava muito daquilo.

Sabia que seria um buraco que cairia e não teria mais volta. Eliza e relacionamentos não caminhavam bem juntos porque, apesar dela sentir muito – e até demais –, expressar sentimentos nunca fora algo que ela soube fazer. Podia se lembrar claramente da única vez que tinha dito “eu te amo” para alguém, sua mãe, no dia que ela entrou em coma. Três dias depois, ela estava preparando o funeral, e não tinha deixado uma lágrima cair durante toda a cerimônia.

Por isso esperava que as proteções que ela sempre tivera em sua volta fossem o suficiente para deixá-la intocada por tudo aquilo que acontecia entre ela e Rogers. Não queria complicar as coisas – não queria sentir.

—Anabelle hoje, Lewis? — Sam parou ao seu lado depois de correrem as últimas voltas do dia.

—Hoje não, Wilson.

—Vamos lá, sabe que Tony odeia filme de terror. Vai ser legal. — Negou com a cabeça e arrumou o cabelo que começava a sair do rabo de cavalo. — Hoje é dia de Steve?

—Vocês tem que parar com isso. — Retrucou. — Hoje é dia de dormir.

—Na cama de Steve. — Eliza riu.

—Na minha cama. Sozinha. Porque eu estou cansada de vocês falando na minha cabeça. Por que não enchem o saco das outras mulheres desse lugar?

—Você já viu Natasha de mal humor? — Ela levantou as sobrancelhas. Tinha trabalhado com Natasha durante alguns anos. É claro que sabia como ela ficava de mal humor. — E, só me diz, você em sã consciência tiraria a Wanda do sério?

—Quer dizer que eu sou o alvo fácil? — Ele assentiu com a cabeça, braços cruzados e um sorriso quase malicioso no rosto. — Eu me recuso.

—Anabelle, hoje. Por favor! — Sam quase implorou. — Eu juro que te tiro daquele quarto, Lewis, e não vou me responsabilizar se eu arrombar aquela porta e ver Capitão América pelado. — Rolou os olhos antes de dar dois tapinhas no ombro dele, pronta para sair dali.

—Tudo bem, chorão. Daqui uma hora. E se não tiver pipoca, refrigerante e quem sabe um pouco de vodca, eu vou embora.

Era tarde da noite quando pulou da cama, assustada com um barulho que a fez acordar do sono turbulento que estava tendo. Eliza colocou-se sentada, sem saber o que estava acontecendo, e alcançou a arma que sempre deixava na cômoda ao lado da cama. Talvez estivesse um pouco impressionada com o filme que tinham visto. Era a única explicação para seu coração estar tão acelerado daquele jeito e se sentiu idiota por agora segurar a arma apontada para o nada. Respirou fundo e abaixou a arma. Antes que pudesse se convencer que estava fincando louca, o barulho se repetiu, mais alto e claro, denunciando que vinha do quarto ao lado. O único quarto ao seu lado ocupado tinha um habitante que nunca dormia, Visão, mas nunca tinha sido acordada no meio da noite. Ele ficava quieto, assistindo televisão, talvez lendo, treinando, mas nunca fazia nenhum barulho.

—Visão? — Perguntou, do lado da parede, esperando que ele a ouvisse. Não recebeu nenhuma resposta. Com a arma apontada para frente, saiu do quarto e colocou-se em frente a porta dele. Antes que pudesse entrar, Rogers estava a sua frente, recém-acordado, mas mais alerta que ela própria. Acenou com a cabeça e, com um chute bem dado, a porta se escancarou.

Uma luz extremamente amarela e irritante aos olhos a fez fechar os olhos e abaixar a arma. Steve pareceu não se incomodar e, antes que Eliza pudesse perceber, ele já corria até o centro do quarto. A luz cessou quando ouviu um gemido feminino e voltou a olhar o quarto quando viu Visão tombar para o lado, ofegante, e Steve prendia uma mulher no chão.

De cabelos extremamente loiros e olhos azuis penetrantes, o sorriso de desafio que ela lançava era petulante. Parecia saber de algo que eles não sabiam e antes que qualquer um dos três Vingadores pudesse ter uma reação, Capitão viu quando ela virou fumaça em suas mãos, sumindo sem deixar nenhum rastro e o quarto estranhamente quieto. De joelhos, ele virou-se para encarar a moça que entrava correndo, colocava a arma em sua cintura e caía ao lado de Visão, suportando-o e levantando-o.

—O que aconteceu aqui? — Steve e Eliza se encararam antes de responder à Natasha, que agora parava na porta do quarto, também com arma na mão. Visão parecia abalado demais, sem conseguir responder.

—Não faço ideia.

Todos estavam quietos demais na sala de reunião. Talvez fosse o sono, ou talvez fosse a mulher misteriosa que tinha conseguido invadir o centro dos Vingadores e havia conseguido atentar contra a vida de Visão, o único que todos tinham certeza que conseguiria se virar sozinho. O silêncio era tão pesado que parecia espesso, dificultava respirar e parecia espreitá-los como se o perigo estivesse na sala ao lado. Eliza foi a última a entrar e fechou a porta atrás de si. Saíra do quarto de Visão só quando teve a certeza que ele estava bem, apesar do susto.

—Ele disse alguma coisa? — Negou com a cabeça, jogando-se em sua cadeira antes de coçar os olhos.

—Nada. Disse que estava bem, só. — Virou-se para Steve, que também parecia sonolento demais. — Quem era? — Apenas deu de ombros, um claro sinal que ele não sabia, ninguém sabia.

—Ela tem mágica. — Tony bocejou antes de continuar. — Nós só conhecemos uma pessoa que tem mágica. Talvez se conseguíssemos falar com a loirinha…

Thor nunca tinha estado tão ocupado em toda a sua vida – e começava a entender o porquê seu pai sempre estava tão mal humorado – e Heimdall acabara de chamá-lo com algum assunto importantíssimo. Conseguiu se desvencilhar de algum compromisso que precisaria ir para se ver caminhando em direção à cúpula da Bifrost. Não se lembrava mais qual fora a última vez que estivera ali – talvez para supervisionar a nova reconstrução depois da invasão dos gigantes. Invasão que resultou no exílio de Loki, na morte do seu pai e na sua nova posição de rei de Asgard. Não gostava de lembrar daqueles dias.

—Vossa Majestade… — Thor suspirou com aquele título. Tinha vindo muito cedo, antes do que ele esperava, e, definitivamente, de um jeito que não imaginara.

—O que foi, Heimdall?

—Os Vingadores precisam de você. — E tantas coisas para fazer…

—Tudo bem, só avise Fandral e os outros que vou ficar fora por algumas horas.

O centro dos Vingadores estava estranhamente quieto, um clima estranho de alerta que o deixava desconfiado. Antes que pudesse dar o primeiro passo, já ouvia algo vir em sua direção em alta velocidade. Aquilo não estava certo. Levantou os olhos, cobrindo o rosto para evitar o sol, para ver Stark pairar alguns metros do chão em sua armadura.

—Loirinha. Você realmente devia mandar uma mensagem antes de chegar desse jeito.

—Stark… — Tony riu, tirou o capacete e aterrissou ao lado de Thor. — Bom te ver. — O deus deu alguns tapinhas nas costas dele, que quase caiu tamanha a força. — O que está acontecendo?

—Seu irmão por acaso não assumiu a forma de uma mulher loira muito bonita, não? — Aquilo fez o estômago de Thor revirar. Não podia ser. A última vez que tinha falado com os dois, eles estavam indo para Vanaheim e eles pareciam aliviados, principalmente Sigyn. Heimdall não havia dito nada. Apesar disso, os dois tinham magia, e se odiava por agora estar sendo corroendo por todos aqueles pensamentos de desconfiança. — Thor? — Percebeu que estava muito quieto quando já alcançavam a entrada do centro.

—Vamos conversar melhor sobre isso.

A primeira pessoa que Thor notou foi a morena no canto da sala que olhava curiosa para ele conforme entrava. Não a conhecia e não lembrava de tê-la visto antes, mas seu foco se desviou quando percebeu o clima da sala. Visão parecia muito abalado, com seu jeito quieto e pensativo, além de tocar várias vezes na gema em sua testa, quase como se quisesse ter a certeza que ela ainda estava ali. Todos estavam quietos demais, e Thor se incluia naquilo, ainda tentando tirar da cabeça a ideia que Sigyn e Loki estavam em Midgard.

—Capitão. — Cumprimentou-o, colocando-se ao seu lado e encarando todos a sua frente.

—Thor. — Ele respondeu no mesmo tom, preocupado. — Ontem tivemos uma invasão aqui. Ela sumiu como mágica.

—Conseguiu vê-la?

—Cabelos loiros e longos, olhos azuis gelados. — Aquilo confortou seu coração. Loki não era estúpido de só disfarçar os olhos de Sigyn, e sabia que aquela não era a essência da magia da deusa. Talvez, se ela se esforçasse, conseguiria mudar a cor dos seus olhos, mas, de novo, Loki não era burro. — Bem bonita, na verdade. — De canto de olho, Steve encarou Eliza que conversava com Tony baixinho, talvez perguntando sobre Thor para ele. —Conhece alguém assim? — Ia negar com a cabeça quando se lembrou.

Fazia tantos anos que não a via, desde que tinha sido exilada de Asgard por Odin, que sua memória sobre ela já tinha quase se apagado. Eram novos, irresponsáveis, quando Loki se apaixonou perdidamente pela filha de um dos nobres de Asgard. Escondidos, tinham pego uma maçã de Iddun e Amora tinha se tornado imortal – e feiticeira – enquanto ainda namorava Loki. Seu pai havia descoberto um bom tempo depois, tempo o suficiente para Loki ensiná-la tantos truques que ela já era poderosa o suficiente para apenas rir do exílio e seguir sua própria vida. Amora. Tinha se esquecido dela porque ela nunca mais incomodara Asgard. E Loki também havia.

—Amora.

—Sabe como resolver? — Acenou positivamente com a cabeça.

—Mas vocês não vão gostar. — Capitão o encarou de canto de olho, os braços cruzados e a testa franzida. Precisava parar de encarar tanto Eliza, precisava focar no que estava acontecendo ali. Demorou algum tempo para entender o que Thor queria dizer. Abriu um pouco o queixo para deixar uma leve exclamação sair.

—Se é o único jeito.


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Notas finais do capítulo

Apesar do hiatus, não se esqueçam de comentar ♥



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