Cinzas de Prata escrita por Petra del Rei


Capítulo 10
Capítulo 9 – Vulnerabilidade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente desculpe pela demora pela postagem, tenho o meu trabalho e minha faculdade que está no último semestre. Mas está ai mais um capítulo para vocês!

Boa Leitura



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Ashley agora estava em uma encruzilhada. Sabe que não deve mais se meter com os Rockets. Mas vendo um senhor indefeso em apuros instiga sua consciência para que não o abandone. Ela respira fundo, tentando se acalmar para não ter que tomar uma decisão na qual não se arrependa.

“Que faço agora”. Não parava de repetir isso em seu pensamento, suas pernas estavam trêmulas. Francisca via o medo na face de sua treinadora.

— Ashley, o que vamos fazer agora?

— Espere... eu... eu ... vou resolver isso já já...

— São os caras ruim nos quais você e aquele senhor falavam?

— Isso mesmo... – a garota ainda tentava raciocinar.

— Não vamos ficar paradas não, é? Se tem medo deles por que não pede ajuda.

— Isso mesmo Francisca! – Ashley sentiu uma luz em seu caminho com a sugestão da Chikorita e pegou seu celular, tentando desesperadamente fazer uma ligação.

— Vai falar com quem? – Francisca via os homens se aproximando.

— Para seu Walker, ele disse que qualquer problema eu podia ligar pra ele! – a treinadora não conseguia completar a ligação.

— DROGA! O mal tempo deve ter deixado o sinal ruim! – ela reclamava – acho que devo ir para cidade para que o sinal pegue melhor.

Ela virou o corpo em direção a cidade. Mas quando percebeu, havia dois homens próximos a ela, um de cada lado. A garota gelou quando um deles colocou a mão no ombro dela.

— Ora essa, pra quê a pressa? – o rapaz tentava puxar conversa.

— Com... com licença por favor... – a garota estava amedrontada e tentava se desvincular deles – preciso voltar para a cidade.

— A gente só quer um papo com você querida! – o outro estava rindo – peço que nos acompanhe, pacificamente.

Ashley estava tomada pelo pavor. Passou a idéia de correr e gritar por ajuda, mas um arrepio subiu lhe pelas costas quando viu Francisca com um Ekans e um Koffing ao lado dela.

— É melhor nos obedecer mocinha! – o capanga não deixava de rir com deboche.

— Ashley... que eu faço... – a Chikorita estava assustada.

— Francisca, não faça nada! – a garota começava a chorar – Por favor, não façam nada a Francisca!

— Vai depender de seu comportamento mocinha – nisso, um dos Rockets amarrou suas mãos atrás das costas dela e tomou o celular da treinadora – agora nos acompanhe.

Sendo obrigada pelos dois homens, a garota não teve escolha a não ser acompanhá-los. Kurt também foi amarrado e levado por eles. Assim, se dirigiram até o poço dos Slowpokes. Chegando lá, um deles amarrou mais uma corda na altura do tórax de Ashley para descê-la até o fundo do poço. Ela se sentiu bastante desconfortável descendo pendulada.

— Melhor do que sendo simplesmente jogada pra ai embaixo – falava um dos Rockets – uma queda dessas vai ficar com algumas fraturas no mínimo.

Quando todos desceram no fundo, Ashley e Kurt foram empurrados em direção a um túnel.

— Mexam-se! - ordenava um dos capangas.

Eles prosseguiam pelo túnel, que tinha algumas instalações elétricas para iluminar o local. Havia também mais capangas no lugar, homens e mulheres com o uniforme dos Rockets. Mas uma coisa deixou a treinadora e o artesão horrorizados. Diversos Slowpoke com a cauda cortada estavam ainda com a extremidade ensaguentada e estavam gemendo de dor.

— Como podem? – esbravejou Kurt – como podem fazer isso com criaturas indefesas? Vocês iram pagar por isso e... arg! – ele foi empurrado por um dos capangas.

— Cala boca ai vovô! Não devia ter se metido nessa para o começo de conversa! Agora, fiquem sentados ai que nosso chefe já vai conversar com vocês.

Os dois ficaram sentados em um canto, com as mãos atadas.

— Ashley, me perdoe por te colocar nessa situação, realmente não deveria ter agido como velho teimoso – Kurt estava cabisbaixo, se sentiu culpado por querer se meter com a organização criminosa – onde é que estava com a cabeça... – continuou murmurando.

— Tudo bem! Acho que também tenho culpa por te seguir sozinha sem pedir ajuda a alguém – Ashley não queria que Kurt se sentisse culpado, mas ela já está com o desespero tomando conta de sua mente. Depois de tudo quanto que é aviso, ainda assim acabou ficando ao poder de gente perigosa. Se seu antigo time estivesse com ela, poderia enfrentá-los, mas com apenas quatro Pokemon, que ainda estão em suas formas iniciais, não terá chance alguma contra algumas dezenas de Rockets.

Um homem, com uniforme negro levemente diferenciado dos demais se aproximava dos capitativos. Ele tinha pele clara e cabelos cianos ondulados. As garotas Rockets ficavam suspirando devido à beleza dele. Ele é Proton, um dos executivos dos Rockets e liderava essa operação.

— Então são vocês dois que estavam nos importunado não é? Senhor é o Kurt, não é? Por que não ficou sossegado fazendo essas Pokebolas antiquadas ao invés de querer se meter em nossos planos. Não vamos ter pena só causa de sua idade – dizia isso mostrando um canivete – E ainda traz uma menina junto e... espera ai...

Ele se aproxima para ver Ashley, que instintivamente virava o rosto para não olhar para ele – você me parece familiar.  Você não é aquela garota que estragou nossos planos em Silph Co e ainda esteve envolvida no incidente da cidade de Veridian?

— Não sei do que você está falando! – a garota tenta negar.

— Não se faz de sonsa! Sabemos que você é a Ashley Ranes de Pallet! Você se achava heroína, mas olha só pra você... está a nossa mercê, só com Pokémon fracos e ninguém pode te ajudar agora – Ele aponta o canivete para ela – talvez eu me divirta um pouco com você – estava com um olhar ameaçador e um sorriso macabro.

Francisca, que estava sob guarda de dois Pokémon, via que sua treinadora estava sendo ameaçada. Usou seus chicotes para atingir aqueles que a aprisionavam e correu em direção a sua treinadora.

— Deixe a Ashley em paz seus bandidos! – Francisca corria para atacar o Proton, mas um Zubat e um Koffing surgiram diante dela.

— Vocês dois, acabem logo com a plantinha – ordenou o executivo – isso vai ser rápido, já já vamos voltar para o nosso assunto – nisso ele passa o canivete na camisa de Ashley abrindo um pequeno rasgo.

A garota estava assustada não apenas no que pode lhe acontecer, mas também com a Francisca que está contra dois Pokémon cujos tipos ela possui desvantagem.

A Chikorita desferia suas folhas navalhas contra eles, mas parecia que não estava fazendo efeito, o Koffing experiu uma fumaça tóxica que deixou Francisca atordoada e o Zubat desferiu dardos venenosos contra a Pokémon de planta.

Pela primeira vez Francisca realmente sentia medo durante a batalha, não apenas pela clara desvantagem, mas também pelo que pode ocorrer com ela e com Ashley caso ela perdesse. Mas sabia que o melhor que tinha que fazer era continuar tentando, e mesmo ofegante e com seu corpo dolorido ela tentava dar investidas em seus adversários e sempre que podia usava sinestesia para agüentar o máximo que puder.

Mas Ashley via com desespero o quanto Francisca se feria na batalha. Ela gritava para a Chikorita parar mas esta estava determinada salvar Ashley.  A garota se lembrou de três anos atrás na luta contra Mewtwo e temia que aquilo pudesse se repetir. Nisso, Rochelle saiu de sua Pokebola e viu o que tava acontecendo.

— Não posso nem relaxar um pouco e vocês já se metem em encrenca de novo! – Nisso ela joga uma pedra que acaba incapacitando o Zubat.

A Geodude então vai para acudir sua companheira mas o Koffing começa a se inflar. Proton se agacha para se proteger. E imaginando o que estava por vir, Rochelle empurra Francisca o mais forte que pôde. A Chikorita fica confusa com a ação da companheira mas logo ouve um forte estrondo de explosão.

— ROCHELLE!!!

O impacto da explosão empurrou Ashley e Kurt contra a parede da caverna. A garota começa a se desesperar para saber o que houve com as duas Pokémon e lágrimas caiam de seu rosto – FRANCISCA! ROCHELLE!

Com a fumaça se dissipando, Francisca se recupera do impacto e se aproxima do local de explosão e se depara a Geodude imóvel, com o corpo cheio de rachaduras.

— Rochelle... não me diga que você...

— Arg... cof... cof... – a Geodude tenta tirar o excesso de poeira em si – essa passou perto... – ainda bem que sou do tipo pedra... senão eu já estaria conversando com o Arceus.

Francisca respirou aliviada. Rochelle esta viva, mas acabou bastante ferida. Mas de repente, a Chikorita sentiu um mal estar.

— Me sinto estranha!

— Francisca, não é por causa do veneno daqueles Pokemon? – Rochelle fica preocupada.

— Não sei... mas meu corpo que esticar... – nisso, o corpo de Francisca começa a crescer rápido e a folha de sua cabeça começa alongar. Francisca estava evoluindo para Bayleef.

— Então... isso é o que evolução? – Francisca se sente maior e mais forte e sua confiança é restabelecida.

— Não ache que irá vencer só porque evoluiu – Proton voltou apontar a canivete em Ashley, mas Francisca não se intimidou e deu uma investida no executivo, fazendo ele derrubar sua canivete.

— Francisca... – Ashley chorava, ainda estava atordoada pelos acontecimentos.

— Ashley, vamos fugir daqui – afirmava a agora Bayleef.

— NÃO TÃO RÁPIDO! – gritava Proton.

Nisso, elas se viram cercadas por diversos Rockets e seus Pokémon, em sua maioria, Rattatas, Raticates, Zubats, Ekans, Koffings e Houndours. Pokemon que Francisca possui desvantagem em sua maioria.

— Agora encarem essa! – dizia um dos capangas – não é porque que a plantinha evoluiu que vai poder lidar contra todos nós.

Ashley sabia que Francisca, mesmo evoluída, não podia lidar com todos esses adversários sozinha. Rochelle estava muito ferida devido a auto-destruição do Koffing e Alfred e Rouge não tinham experiência suficiente em batalhas. A Pokémon de grama engoliu seco por saber que ainda estava em grande desvantagem, mas ela lutaria até o fim.

Ouviu-se barulho de desmoronamentos, e gritos desesperados.

— ESTAMOS SENDO ATACADOS!

Nisso vários Rockets e Pokémon são jogados para o setor onde Ashley se encontra, e logo em seguida, um Heracross se aproximava com certa tranqüilidade.

Vendo o invasor se aproximando, alguns Pokémon se moveram para atacá-lo, mas o Pokémon inseto derruba todos com Pressão do Braço. Ashley percebe pelo chifre do Pokémon em forma de coração que era um Heracross fêmea.

— Heracross são fracos contra voadores, mandem os Zubats pra cima dela! – Gritava um dos capangas.

Um bando de Zubats voava sobre a inseto, mas ela não se abalava e desferiu um Desmoronamento de Pedras, que acabou soterrando todos os Zubats.

Mas um deles acabou desviando e já estava preparando um Ataque de Asa contra a Heracoss. Mas um Scyther surge e o abate com Ataque Rápido.

— Mas você é egoísta Alice, quer acabar com todos esses bandidos sozinha! – Pela voz feminina e abdômen comprido, percebesse que o Scyther também é fêmea.

Em seguida, uma criança aparece correndo e ofegante – vocês duas são afobadas mesmo – ela reclamava para suas Pokémon.

Ashley não conseguia perceber se essa criança é garoto ou garota, mas parecia ser um treinador forte para ter Pokémon tão eficientes.

— Blade, cuide dos reféns! – o treinador ordenava à Scyther – eu sou Bugsy, o líder da cidade de Azalea, e eu estava a dias investigando a causa dos Slowpokes estarem perdendo suas caudas. Então parece que remanescentes dos Rockets vieram para atacar aqui em Jotho, mas como líder de ginásio, não vou permitir isso.

— Fique na sua moleque! – Proton se levantava e se preparava para lutar, mas surgia policiais com seus Pokemon no local.

— Não vamos permitir que continuem com seus negócios sujos. Vocês estão todos presos! – Walker anunciava.

Os policiais rapidamente subjugaram os Rockets, que já estavam com poucos Pokémon para batalhar graças as ações de Alice. Mas Proton sorrateiramente conseguiu fugir através de uma passagem secreta.

Blade cortou as cordas que prendia os reféns e Ashley foi correndo para abraçar Francisca e Rochelle, que estavam bastante debilitadas. A garota soluçava de alívio. Achou que ia presenciá-las morrerem.

— Você não tem jeito mesmo garota – Walker entregava o celular que recuperara dos Rockets – sei que não deveria te dar sermão agora que ainda está assustada, mas que idéia é essa de enfrentar os Rockets tendo apenas Pokémon não evoluídos!? Pelo menos tentou ligar para mim, não é? Vi uma chamada sua não atendida e rastreei o sinal do seu celular para chegar até aqui.

— Senhor Walker, peço que não seja tão duro com ela – Kurt intervinha – fui eu que queria enfrentá-los sozinho e ela tentou me impedir. E anteriormente ela me disse para deixar isso com as autoridades.

— O senhor é outro que age por teimosia aff... – o policial suspirava.

— É, eu errei, mas vocês estavam demorando para capitulá-los! – recrutava o artesão.

— Tinha toda uma operação para fazer isso senhor! Estávamos a dias trabalhando nisso. Com essa antecipação súbita alguns conseguiram fugir. Mas felizmente o resultado foi satisfatório – Walker tentava explicar ao artesão que os procedimentos dos policiais não são tão simples como parecem.

Enfim, todos saiam do poço dos Slowpokes, Ashley estava cabisbaixa, se não fosse por Bugsy e seus Pokémon, suas companheiras poderiam estar mortas e ela a mercê de bandidos. A garota chorava pela impotência que teve durante esse acontecimento. Ela não deveria ter se metido nessa situação perigosa, e que nesse momento não tinha meios de escapar dela. Mas o momento agora não era de se martirizar e sim de cuidar de suas Pokémon que deram tudo de si lutando contra os Rockets.

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Não muito longe daí, um garoto de cabelos ruivos observava a movimentação próxima ao poço dos Slowpokes. Policiais estavam levando os algemados Rockets sob custódia e via também a Ashley, que estava cabisbaixa e enrolada em um lençol.

— Não me diga que essa já se meteu com Rockets! Mas pelo estado que se enconta, ela deve ter passado por maus bocados! – murmurava o garoto – agora essa “doce garotinha ingênua” vai ver como o mundo é cruel com os fracos.

— Ei Silvestre, o que você está querendo com os Rockets? – de repente é ouvida uma voz masculina.

Silvestre se virou e se deparou com um rapaz de blusa e calça negras. Possuia pele clara e tinha cabelos azulados na altura do pescoço e olhos verdes. Suas feições são delicadas, mas não deixam de serem másculas.

— Já falei para não se meter com os Rockets! – avisava o rapaz.

— Quem é você para se meter em minha vida? – Silvestre falava com raiva – Tenho meus Pokémon e, felizmente não dependo mais de você. Vai ver só como um dia eu destruo essa sua equipe idiota.

— Eu já não tenho mais nada ver com essa equipe! – recrutou o rapaz – Mas não tem como um pirralho como você lidar com uma organização criminosa como essa.

— Não preciso de seus conselhos. E sai de perto de mim! Não quero mais nada de você! – nisso Silvestre saiu correndo para se distanciar dele o mais rápido que puder.

Quando se viu sozinho o rapaz olhou para cima e suspirou:

— Sei que prometi toma conta de seu irmãozinho... mas isso é muito mais difícil do que imaginei...

 

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GLOSSÁRIO

Fumaça tóxica - Smog

Dardos Venenosos - Poison Sting

Fotossíntese - Synthesis

Auto-destruíção - Self-destrucit

Pressão do Braço - Arm Thrust

Desmoronamento de Pedras - Rock Slide

Ataque de asa - Wing Attack

Ataque rápido - Quick Attack

 


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Notas finais do capítulo

Bem, vimos que tivemos um pouco mais de ação nesse capítulo!

Por favor digam se gostaram do capítulo e também no que eu posso melhorar. Estou aguardando nos comentários.

Obrigada por lêrem! E até mais! XD



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