Ressurreição escrita por Eve brt


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!! Queria agradecer a Líria, Jackson Overland, Gabie Elsa e a Dreamer por comentarem! Não sabe o quanto é importante! Amo seus comentários ♥
OBRIGADA Jackson Overland por recomendar essa história!!!! Sério, sem preço ♥
Vamos ao capítulo!
Bjs, Eve



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No reino de Arendelle, naquela noite, ninguém poderia negar que era verão. Jack nunca foi fã do calor, acreditava que isso vinha até antes de se tornar guardião. O ar estava muito abafado, afinal, era o porão do castelo. A única abertura por qual passava algum vento ali eram três pequenas janelas com grades, não significavam muita coisa.

Jack se encontrava deitado na sua cama, rodopiava o seu velho cajado entre seus dedos. O objeto vinha sendo inútil fazia muito tempo, seus poderes de gelo e neve não eram os mesmos havia anos, porém, o ex guardião não poderia simplesmente largá-lo... Era seu bem mais precioso, além de uma esperança para voltar a ser quem era. Sorriu travesso ao imaginar refrescar aquele imenso porão com um pouco de neve...

O fato é que ele acreditava que não poderia sentir mais tédio. Vicent havia partido naquele final de tarde, rumo à reunião da Aliança dos reinos Nórdicos... Embora soubesse o quanto o amigo estava feliz com a oportunidade, Jack não podia deixar de sentir sua falta e também de desejar que ele estivesse ali... Pois é, isto é aquele profundo sentimento o qual chamamos de saudades.

Pois é, meu caro guardião.

São esses os laços...

Com os quais deve tomar cuidado.                                                              

                                                             ~~~~~*****~~~~~

Como odiava sentir calor, Jack já estava acreditando que morreria queimado naquele porão. Talvez caminhar à noite pelos corredores do castelo começasse a ser um fetiche seu.

Tinha que sair da sua “oficina” calorenta, então resolveu dar uma volta pelo palácio. O ex guardião sabia que dessa vez poderia não escapar de sérios problemas, mas realmente não estava dando muita importância a tais possíveis consequências naquele momento.

Com passos longos, ele caminhava por aqueles longos corredores... Uma infinidade de diversas obras. Jack não podia passar por elas sem admirá-las, não importava quantas vezes o fizesse. Esse encanto... Sorriu ao pensar que North tinha algo a ver com isso.

Após alguns minutos, chegou à parte da entrada do castelo. Era o pátio. Via diversas portas que levavam a diferentes aposentos, tirando os quartos que ficavam no segundo piso. Quando notou, já se encontrava no centro do lugar. Ele se sentia muito pequeno ao encarar aquela imensidão...

Jack foi tirado de seus devaneios quando ouviu um certo ruído, parecia até uma risada... Não tinha certeza, mas havia roubado toda a sua atenção. O barulho vinha de umas das portas, uma de madeira bem clara e decorada com detalhes dourados, diferente da maioria das restantes. O ex guardião não fazia ideia de que aposento poderia ser aquele, só se questionava quem estaria acordado tão tarde... Tinha impressão que já era quase de madrugada.

Sua curiosidade sempre falava mais alto do que seu bom-senso, isso não mudaria logo agora.

Foi em direção àquela porta com passos bem leves, como se temesse que alguém lá dentro pudesse escutá-lo. Ao se aproximar notou que estava entreaberta, percebia pela luz que vinha de dentro do aposento que, provavelmente, era gerada por alguma lamparina considerando o quanto estava quente. Encostou as mãos na madeira suavemente e levou um de seus olhos à abertura.

Jack começou a se questionar, não devia espionar quem quer que fosse. Fechou os olhos com força, decidindo ir embora dali. Para tudo tem uma primeira vez, e esta foi a da consciência do ex guardião conseguindo convencê-lo a não agir por impulso.

A brutalidade com a qual decidiu ir embora foi fatal. Seu primeiro passo fez muito barulho, naquele momento, Jack começou a rezar aos guardiões para que lhe tirassem dali. Se afastou daquela porta bem apressado, porém, já era tarde.

“Jackson?!”

Aquela voz doce... O ex guardião a reconhecia...

“Princesa Anna!” Disse ao se voltar para a garota loira morango. “P-Perdoe-me! Não queria incomodá-la!”

Jack estava paralisado, aguardando a princesa se pronunciar. Ela usava um vestido vermelho, seus cabelos estavam soltos e as bochechas um pouco rosadas... Tudo pareceu uma incógnita para ele.

“O que faz aqui... E a essa hora?” Questionou Anna. Jack notava olhar confuso da princesa, que não era pra menos. Era um funcionário, não devia perambular pelo castelo.

“E-Estava muito calor... Então saí do portão. Q-Quer dizer... Porão! Desculpas.” Seu nervosismo estava nas alturas.

Viu outra pessoa passar por aquela porta, o porte físico era inconfundível. Kristoff. Este chegou até eles, com uma expressão ainda mais confusa do que a da princesa.

“Ahn...? O que está acontecendo?” Perguntou ele. O ex guardião notou os trajes do vendedor de gelo, eram bem diferentes das roupas que estava acostumado a vê-lo usar por aí. Vestia uma camisa azul elegante e calças pretas, realmente não entendia o que poderiam estar fazendo.

“O Jack, posso chamá-lo assim?” Questionou Anna para o castanho, este acenou com a cabeça. “Ele estava caminhando por aqui...” Disse Anna para o noivo com um belo sorriso e, em seguida, voltou-se para o ex guardião mais uma vez. “Estamos reunidos na sala de música! Por que não nos acompanha?” Disse a princesa.

Jack ficou surpreso... Não sabia se devia ir, afinal, eram da família real. Mas realmente se sentia muito solitário naquela noite, a partida do amigo lhe fez sentir dessa forma. Resolveu, enfim, dar uma resposta à Anna.

“Eu adoraria.” Disse sorrindo para o casal.

Os três andaram de novo em direção ao cômodo, foi Kristoff quem abriu a porta. Jack adentrou desatento no aposento e, pela terceira vez desde que chegou ao reino de Arendelle, demorou a notar a presença de uma certa rainha...

Não devia estar surpreso.

                                                  ~~~~~*****~~~~~

O ex guardião viu a princesa se sentar no tapete que cobria o chão do lugar, ao lado de quem parecia ser uma empregada do castelo, ele se questionou o porquê dela estar ali... Talvez fosse um costume convidar funcionários para festas noturnas? Ele não sabia dizer, viu Kristoff se juntar a elas. Notou outras duas pessoas perto da lareira apagada, se recordava que um era o conselheiro real que havia visto quando estava com Elsa, o outro era o ministro Olin. Este havia chegado naquele mesmo dia, ele conversou com Vicent e terminou por convidá-lo para que mostrasse seus projetos para outros reinos. Jack não conversou com o ministro, mas se recordava da sua aparência. Tinha cabelos loiros e bigode bem característico, era um pouco robusto e trajava roupas pretas bem elegantes.

O ex guardião concluiu que ali, realmente, devia estar havendo alguma festa noturna.

Finalmente, no canto da sala, sentada numa poltrona, estava a monarca. Ela usava um coque meio bagunçado e roupas bem leves, ele sorriu ao imaginar que ela havia sido retirada da cama por sua irmã caçula. Segurava um taça, que parecia ser de vinho, enquanto lia um papel que tinha na outra mão. Não sabia a quanto tempo estava observando a figura da rainha.

“Jack! Junte-se a nós!” Foi desperto pela voz de Anna. Observou com o canto dos olhos Elsa direcionar o olhar à sua direção, notando sua presença. “Não quer vinho?” Ofereceu a princesa. O ex guardião só acenou com a cabeça.

“Eu coloco para você, meu jovem.” Ouviu a moça que estava com o casal dizer, levantando-se. Ela exibia um sorriso amável, ele o retribuiu imediatamente. “Nada como uma bela taça de vinho para comemorar!” Disse ela.

“Gerda!” Exclamou o conselheiro da rainha. A mulher colocou a mão sobre a boca.

“Oh! Perdão!” Desculpou-se. Jack estava meio apático, teria ela digo algo que não devia?

“Tudo bem, Gerda.” Disse a princesa que havia se levantado também, pousando a mão no ombro da outra. “Estamos aqui para celebrar o nosso noivado!” Disse ela ao ex guardião, este notou Kristoff chegando ao lado de Anna. “Mas o anúncio é só amanhã! Não conte a ninguém, por favor.”

Jack ficou levemente surpreso. Então eles iriam se casar? Não os conhecia muito, mas eles realmente pareciam muito felizes um com o outro. Abriu um grande sorriso.

“Uau! Meus parabéns!” Disse com a as mais sinceras palavras. Recebeu os sorrisos dos noivos em troca.

“Bem!” Se pronunciou o ministro Olin, atraindo todas as atenções para si. “É uma bela festa e tudo mais, porém, quero ter minha oportunidade de tomar a palavra aos noivos!” Deu uma pausa para tomar um gole de vinho. “Kristoff, se machucar minha menina, vou te mandar para o exílio.” Completou sério. Todos ficaram num silêncio mortal por alguns instantes, o vendedor de gelo já estava suando frio.

“Caso aconteça, terei a obrigação de ajudá-lo.” Falou Kai. Ambos soaram bem ameaçadores. “Elsa?”

Todos os olhares se voltaram à figura da rainha. Jack a analisou bem, ela encarava o cunhado com um olhar mortal... Mas pôde notar um quase imperceptível sorriso travesso no canto dos seus lábios, ele não conseguiu deixar de sorrir com aquilo.

“Farei o que Anna desejar.” Disse finalmente. “Mas, por favor, seja criativa.”

Todos olharam em direção a Kristoff, Jack notava as mãos dele trêmulas. O ex guardião começa a acreditar que nunca entenderia aquelas pessoas pois, no segundo seguinte, todos – com exceção de Kristoff – estavam soltando gargalhadas. Talvez tudo não havia passado de uma piada? Bem, ele tinha a impressão que não. Começou a rir também.

Elsa se descontraia naquela noite, era muito bom ver que Anna estava certa de se casar apesar do que houve com Hans. Se recordava de ontem à noite, quando Kristoff havia a acordado no meio da noite e quanto ela se espantou ao vê-lo no seu quarto. Ria mentalmente do jeito atrapalhado com o qual ele requisitou sua permissão para pedir Anna em casamento, foi hilário. Agora estavam ali, celebrando aquela notícia da melhor forma possível. Nem seu sono seria capaz de fazê-la deixar de apreciar o momento com as pessoas mais importantes da sua vida. Sua irmã, o noivo dela, Kai e Gerda – os quais considerava como pais – e o ministro Olin, eterno amigo da família real de Arendelle. Mas havia um “intruso” naquela festa, Jack. Sua presença nem poderia deixa-la surpresa, parecia que estava destinada a encontrá-lo em todo lugar. Aquele viajante a intrigava de uma maneira estranha... Teria que conhecê-lo de verdade, mais cedo ou mais tarde.

Após aquelas gargalhadas Gerda, Anna e Kristoff voltaram a se sentar, dessa vez, acompanhados por Jack. Aproveitaram mais alguns minutos da festa até a princesa se pronunciar.

“Elsa, será que poderia tocar algo para a gente?”

O ex guardião percebeu como a rainha levantou o olhar de súbito, parecia um pouco surpresa e... Receosa? Foi por um instante, até ela recuperar a compostura.

“Hum, Anna... Sabe que não toco há muito tempo.” Respondeu ela.

“Sabia que diria isso...” Murmulhou a princesa, mas Jack conseguiu ouvir e teve a impressão que a monarca também. Ele também notou o olhar de relence de Elsa à um quadro a cima da lareira que, ao que parecia, era de um rei e uma rainha.

Ela se levantou, e foi em direção ao que parecia um grande móvel coberto por um lençol branco, o qual ela retirou, revelando um belo piano. Jack não sabia o porquê na época, mas aquilo tomou completamente sua atenção, que o fez levantar-se imediatamente.

Mil sensações dominavam a rainha naquele momento. Sabia tocar piano... Sua mãe havia a ensinado há muito tempo, antes do acidente. Elsa sempre se interessou pelo instrumento e a rainha Idun era uma musicista esplêndida, então esta resolveu ensiná-la a tocar bem jovem... E Elsa nunca mais esqueceu. Quando estava presa no seu quarto, após o incidente, às vezes Idun chamava a filha para irem tocar piano na sala de música enquanto todos dormiam para não correrem riscos. Afogar sua mágoas nas teclas do instrumento foi muito bom por um tempo... Até seus pais falecerem. Depois disso, a princesa e futura rainha de Arendelle nunca mais tocou naquele piano.

Seus dedos vagavam pela extensão do instrumento, ficou um tempo nisso até, enfim, sentar-se no banco. Agora eles passavam pelas teclas, nada havia mudado, não conseguia estranhá-las. As partituras estavam a sua frente, passou algumas páginas até chegar numa música que sua mãe sempre tocava, ela deixou um sorriso escapar.

Jack se intrigava novamente. Como cada dia, cada vez que se encontrava com a rainha ela conseguia surpreendê-lo mais? Não voltou para seu lugar como esperava, foi em direção ao piano. O ex guardião ainda não tinha entendido o porquê, mas aquele instrumento lhe trazia uma sensação... Nova? Talvez essa fosse a palavra a se usar.

Ele não podia parar de encará-la, seu rosto concentrado nas partituras, decidindo que música tocar... Sentia que devia estar em transe, mas isso foi até ela começar com a primeira nota. Não conhecia bem a música, talvez já tivesse a escutado em algum momento, mas nada relevante. Mas, de fato, agora estava hipnotizado. Parecia que seus dedos sobrevoavam sobre as teclas, pôde vê-la fechar os olhos em vários momentos, sentindo sua própria música. Mais magia a rodeava? Perguntas sem respostas, mas podia jurar que sim. Não sabe quando nem como, mas num momento já se encontrava na frente da rainha, com sua mãos apoiadas no instrumento e seus olhos atentos observando cada expressão que ela fazia ao tocar. Ela também havia notado a presença dele, mas aquilo não a incomodou, estava sendo levada pela música. Jack reparava nos sorrisos que ela exibia quando tocava, como eram belos... Talvez indescritíveis. Ele estava crente que havia aberto o maior sorriso de toda sua vida, devia também ser o mais bobo, afinal, parecia que a energia dela tocando havia o dominado por inteiro.

O tempo passou, e a música acabou. Elsa voltou a realidade, reparando todos os olhares voltados para si. Podia ver o imenso sorriso da irmã, conseguiu o que tanto queria. Os outros também exibiam largos sorrisos, observou cada um até chegar no de Jack que, na verdade, estava bem a sua frente. Seus olhos castanhos tinham um belo brilho, seu sorriso parecia o mais leve do mundo, parecia gostar muito de música.

Ninguém se pronunciou por alguns minutos, apreciaram aquele silêncio confortável até todos começarem a conversar novamente. Era um clima muito bom... 

Ninguém sabe o quanto mais aquela festa durou...

Mas algo é certo:

Naquela noite, Jack não se importou com tempo.


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Notas finais do capítulo

Obg por lerem até aqui!
Bjs, Eve



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