Only Yours Is My Love escrita por LivOliveira


Capítulo 22
Nós Somos Os Heróis


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, pessoal. Estive ocupada esses dias. Mas estou de volta, não é? Espero que gostem do capítulo. Boa leitura!



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Eu estava dormindo até duas crianças pularem em cima de mim gritando.

— Tchau, papai! — uma delas grita.

A outra, beija-me o rosto e sussurra:

— Te amamos.

Quero abrir os olhos mas a claridade não está ao meu favor. Espero alguns segundos até que abro. Mas quando olho para cima, a porta da casa acaba de se fechar.

— Ei, Killian. Dormiu muito hoje. — Henry aparece atrás de mim.

— Minha cabeça dói um pouco. — respondo me sentando no sofá onde eu passara a noite.

— Deve ser por causa da bebida. — responde ele. Henry se senta ao meu lado e amarra o tênis.

— Eu bebi?

— Tinha garrafas de bebida alcoólatra na mesinha de madrugada.

— Ah, é mesmo.

Agora me lembro da nossa "noitada".

— Tenho que ir. — ele toca meu ombro e se levanta.

— Até mais.

Ele sorri, pega sua mochila e sai pela porta.

Esse é o momento que fico em casa sozinho. O maldito momento.

Levanto-me do sofá e subo as escadas. Separo minha roupa de caminhada — uma camiseta, um casaco cinza e uma calça um pouco larga, sem contar o meu tênis especializado para isso — e deixo-a em cima da cama.

Pego meu celular e checo-o. Nenhuma mensagem. Nenhuma mensagem importante, para falar a verdade. Porque essas mensagens de operadora são muito chatas.

Adentro o banheiro e em poucos minutos estou de volta, totalmente limpo e cheiroso. Me visto e pego meu celular e minhas chaves. Quando percebo, já engoli uma torrada com geleia e meio copo de suco de laranja antes de sair da minha casa.

                                                             
❉              ❉              ❉


Correr.

É a única coisa que estou fazendo por quarenta e cinco minutos.

Isso relaxa e tira-me o estresse. Não que eu fique estressado nem nada, mas ás vezes preciso de um pouco de... Adrenalina.

Fora isso, Neal está esgotando a minha paciência à cada dia que se passa. E exatamente agora que me lembro que não contei nada para Emma nem David sobre o que Peter me contara.

Pego meu celular e ligo para Emma.

— Enfim acordou? — me pergunta ela assim que atende.

— Sim. Amor, preciso falar com você.

— Sobre...?

— Neal.

— Isso é sério? Por telefone?

— Sim. Com certeza.

— Onde está? Pode falar pessoalmente?

— Claro. Eu... Estou na floresta agora, mas estou a caminho das Docas. Pode me encontrar lá?

— Claro que sim. Estou a caminho.

E desliga.

É para as Docas que vou.

Meu celular atrapalha qualquer pensamento aleatório que que estive pensando. Nem precisei guardar-lo, pois ele tocou outra vez. "Liam", é o que diz na tela. Eu deslizo o dedo sobre a mesma e levo o celular à minha orelha.

— Como vai, Capitão? — ele me pergunta.

— Oi, Liam.

— Eu gostaria de conversar com você.

— Bem, estou meio ocupado agora.

— Por favor. Somos irmão, cara.

— Eu vou falar com Emma nas Docas daqui a pouco, acho que ela não vai se incomodar com sua presença.

— Obrigado.

E desliga.

Ele desligou e eu estou apenas olhando para a árvore em minha frente.

"Olhe como sua vida está, Killian. Você tem Emma, Liam e as crianças. Dane-se Neal, ele nunca vencerá.", diz algo em minha cabeça.

E por isso, eu apenas sorrio e continuo a minha corrida.

Depois de uns minutos reflexivos na minha pequena corrida para as Docas, finalmente chego em meu destino. Mas não encontro nenhum dos dois por aqui.

— Que legal, tenho de esperar. — digo para mim mesmo.

Observando o mar, a minha preocupação de esperar foi-se embora. Parece que ele me tira tudo de incômodo e traz paz para meu coração.

Sento-me na borda da Doca, com os pés próximos ao mar.

O mar sempre fora meu companheiro por toda a minha vida. Me lembro de um dos meus anos de aventura. Quando eu estava no Caribe, bebendo alguma bebida alcoólica — talvez rum, não sei — e pensando em Emma Swan, com o seu colar de cisne em minhas mãos. Naquela garota de olhar brilhante, cabelos de ouro e sorrisos apaixonantes. Ela era a garota dos meus sonhos.

Ás vezes fico pensando em como minha vida seria se eu não tivesse voltado para Storybrooke. Talvez eu estaria em algum lugar do mundo, deitado ao lado de alguém que não amo, ouvindo crianças chamando-me de pai, o pai que não queria estar ali, que não queria ter aquela vida, o pai que trabalha em um emprego fútil e sorri de maneira treinada e que estaria pensando em alguém do passado, alguém que tentou esquecer mas não para de lembrar-se disso todos os dias. Eu seria infeliz.

E é por isso que eu sinto-me realizado e agradeço em algo em mim por ter me levado para Storybrooke. Sem mais viagens, eu queria parar e respirar. Ver Emma outra vez foi como renascer. Ela continuava a mesma, embora mais difícil que antes.

Mas eu não acredito que o mar está me trazendo todas essas lembranças. Embora o mar cause mais que isso em mim, ele me faz sentir como...

Algo bate em minha cabeça e uma dor infinita a invade. Eu não consigo fazer nada, falar nada. Em um segundo, tudo acontece. Um tênis gruda nas minhas costas e me empurra para o mar.

É o meu fim.

A última coisa que vejo? Um rosto.

É familiar, mas não o reconheço, porque estou debaixo do mar e só sinto a água inundar o meu corpo, entrar em minhas narinas. Tento nadar, mas algo em mim me impede, quer que eu apenas feche os olhos. E eu apenas fecho os olhos. Eu não consigo gritar. Minha cabeça dói e eu quero voar para longe do mar. Porque sinto que é o meu fim.

É o meu fim...


❊ ❊ ❊
                                                             


Abro os olhos e me deparo com o céu azul borrado. Com o tempo, a minha visão melhora, deixando nítida a imagem do azul claro e nuvens acima de mim.

— Ele acordou. — alguém diz.

Uma mão tira o meu cabelo do rosto e me sacude pelo ombro. Mas o céu me hipnotiza e não consigo desviar o olhar.

Talvez eu esteja morto.

Me inclino para a frente e jogo para fora uma boa quantidade de água que estava dentro de mim. Deito-me outra vez e sinto meu corpo pedir mais ar. Enquanto tento retomar minha respiração ao normal, continuo olhando o céu.

— Killian! — alguém me chama.

Provavelmente eu esteja vivo.

— Olha para mim, por favor. Olha para mim. — alguém pede.

Duas mãos seguram o meu rosto e me viram para sua direção. É Emma.

Sim, eu estou vivo.

Ela sorri para mim. Um sorriso maravilhoso que me deixa feliz.

— O quê... — começo a falar. — Ai, minha cabeça. — direciono minha mão direita para a minha cabeça e a deixo ali.

— Você está bem? — Emma me pergunta.

Uma de suas mãos está apoiando minha cabeça, para eu não ficar desconfortavelmente com a cabeça no chão.

— Killian... — outro alguém sussurra.

Viro-me para sua direção. É Liam.

— Calma, está tudo bem. Chamei ajuda. — diz Emma.

Eu suspiro e volto a olhar para o céu.

 

        ❊          ❊          ❊

 

Nem percebi quanto foi que dormi na ambulância. Só sei que acabei de acordar em que, provavelmente, seja o Hospital de Storybrooke.

Minha dor na cabeça melhorou, graças a Deus. Então eu simplesmente me sento na cama e olho ao redor. Nem percebo quando Aurora vem, mas ela aparece ao meu lado direito, quando estou olhando para o esquerdo.

— Como se sente? — me pergunta.

Quase tomei um susto ao vê-la.

— Bem, eu acho. O que aconteceu?

— Você quase morreu.

— Morri?

Aurora balança a cabeça positivamente.

— Emma e Liam te salvaram a tempo. Se ficasse mais um minuto na água, poderia ter ido para nunca mais voltar.

— O que houve?

— Alguém te deu uma pancada com uma barra de ferro e você caiu no mar. Depois disso, provavelmente, você não se lembra mais de nada porque ficou inconsciente.

— Isso aconteceu?

— Sim. Eu... Eu vou chamar Emma para te ver.

Concordo com a cabeça e lambo os lábios que estão secos.

Aurora se vira e se retira. Quando alguém se aproxima de mim, logo me dá um abraço apertado. Eu não confundiria seu cheiro e seus cabelos loiros com ninguém. É a minha Emma.

— Eu fiquei muito assustada! Eu não sei o que seria de mim se eu te perdesse, Killian. — ela diz ainda me abraçando forte.

É impossível evitar um sorriso.

— Eu estou vivinho, amor. — respondo.

— Mas quase se foi. Essa sensação é horrível, eu não quero te perder! — sinto algo molhado percorrer o meu pescoço.

Estaria o meu amor chorando por mim?

— Calma, Swan. Estou bem. — tento convencê-la que tudo está bem.

Afasto-a do abraço para olhar em seu rosto, que está molhado por suas salgadas lágrimas.

Me lembro do que meu pai falara, quando eu era criança. Eu estava lendo um livro que fui obrigado a ler pela minha professora. Nesse livro, uma moça chorou por reencontrar o seu antigo amor. O narrador escreveu algo relacionado com "lágrimas doces brotavam de seus olhos". Eu perguntei para meu pai se o escritor estivera bebendo demais, pois nenhuma lágrima é doce. Ele me explicou que quando choramos por algo espetacular do amor, na linguagem figurada, ela se torna doce; não que fosse realmente doce.

Agora isso tudo faz sentido para mim.

—Ei, você sabe que odeio quando chora. — digo.

— Você quase morreu e espera que eu sorria?

— Não. Mas não sou tão especial assim para arrancar suas lágrimas.

— É claro que é especial, Killian. Esquece que te amo?

— Não. Lembro-me disso todos os dias.

— Liam te viu na água. Tiramos você de lá. Então fiz respiração boca a boca. Foi o que te salvou.

— Se eu não estivesse inconsciente, teria aproveitado. — pisco para ela.

Ela sorri e me abraça outra vez.

— Que bom que você está bem.

Alguém se aproxima de nós e Emma se vira para vê-lo.

— Irmão... — Liam sussurra e me abraça. — Não nos deixe nunca mais.

— Sabemos que esse dia vai chegar, mas se depender de mim, não será hoje, nem amanhã ou qualquer dia desta época. Eu ainda quero ver meus filhos crescerem. — respondo retribuindo o abraço.

— Foi Liam que te salvou, Killian. — Emma conta.

Liam para de me abraçar e sorri, envergonhado.

— Não, eu não fiz nada. — diz.

— Ei, você fez sim! — Emma se vira para mim. — Ele te encontrou na água e pulou para te salvar. Foi ele quem te tirou no mar.

— Você fez isso, Liam? — pergunto — Muito obrigado, de verdade.

— Somos irmãos. Salvamos um ao outro. — ele responde colocando a não em meu ombro.

— Obrigado, irmão. Devo minha vida a você.

— Você não deve nada.

Logo depois de sorrio, Regina, David, Henry, Kyle , Emilie e Mary aparecem de uma vez.

— Pai! — grita Kyle. O carrego e deixo no meu colo. Beijo-lhe o rosto e o abraço.

— Papai, o senhor está bem? — Emilie me pergunta.

— Estou, minha flor-de-lótus. — respondo e coloco-a sentada ao meu lado.

— E então é verdade... — Regina comenta.

— Killian, o que aconteceu? — Mary me pergunta.

— Alguém tentou me matar. — respondo.

— Sabemos quem é... — diz Henry.

— Neal. — Emma fala baixo, mas capaz de escutar.

— Espera, temos que revisar tudo. Por que ele te mataria? — David pergunta.

— Ele tem dois objetivos: conquistar a cidade e Emma só para ele. — respondo.

— Se ele quer Emma, por que tentaria te matar? — Liam pergunta.

— Talvez não tenha sido ele. Talvez tenha sido alguém mandado por ele. — observa Henry.

— Mas uma coisa é certa: ele quer Killian morto. E eu sinto que ele não vai desistir. — fala Mary.

— Isso é verdade, papai? — Emilie pergunta.

— Eu não quero ficar sem o senhor, papai! — Kyle me abraça forte.

— Está tudo bem. Eu não vou deixar vocês, nem a mamãe. — respondo afagando a cabeça de Kyle e acariciando o rosto de Emilie.

— Espera, o que queria me contar antes dessa loucura? — Emma me pergunta.

— Ah, sim... Ele tem um documento. — conto.

— Todos nós temos documentos.— Regina responde.

— Continue fazendo gracejos, Majestade, e não abra os olhos, que quando perceber, sua coroa foi-se embora. — respondo.

Henry me olha como se eu fosse um maluco e se aproxima mais.

— Como assim? — pergunta.

— O que sabe, Killian? — Regina pergunta.

— Ele vai te tirar do poder. Ele tem um documento que pode te tirar da prefeitura. E, você sabe, uma rainha sem coroa não é muita coisa por aqui. — conto.

— Não acredito! Ele vai jogar fora todo o meu trabalho de anos! — ela reclama.

— O que podemos fazer? — Henry pergunta.

— Roubar. — respondo.

— Vocês vão entrar no covil dele para pegar um documento? — Liam pergunta.

— Com certeza. — respondo.

— De jeito nenhum. Está louco? — Emma diz. — Você não vai.

— Emma tem razão. É melhor não abusar da sorte. — David fala.

— Não estou abusando da sorte. Vamos apenas pegar aquilo e pronto. — digo.

— Vão nós pegar... — Regina cantarola.

— Desculpe, moça, mas rainhas não vão para campo de batalha. — respondo.

— Como eu te aturo mesmo? — Regina se pergunta.

— Lista de quem não vai: Killian, Henry e Regina. — Emma deixa claro.

— O quê? Por que não eu? — Henry pergunta, indignado.

— Você só tem dezesseis e é meu filho. Não posso colocar tantas pessoas que amo em risco de uma vez só! — Emma responde.

— Quero dar a minha contribuição. — diz Liam.

— Você vai, companheiro. Bem-vindo ao clube! — David responde.

— Como vamos exatamente pegar esse documento? — Emma pergunta.

Todos começam a fazer teorias absurdas sobre como entrar e pegar o papel. Enquanto isso, me lembro de um dia, quando Emilie tinha dois anos e eu estava ajudando Regina na prefeitura. Ela me mostrou um documento que explica sua permanência na prefeitura e que só pode sair se outra pessoa se candidatar para uma votação. Talvez seja isso a distração.

— Pessoal! — chamo-os. — Tive uma idéia. Uma idéia maravilhosa!

— Conte. — pede Mary.

— Regina, seu documento de permanência... É isso! — digo, como uma excitação explícita.

— Entendi completamente o seu plano... — Regina diz com sarcasmo.

— Plano dois em um, prestem atenção.... Distração! Precisamos de uma distração para tirá-los da casa. Você, Regina. Você arma um encontro de negócios na prefeitura com Neal e os homens dele. Deixe claro para ele levar todos os homens dele, para você 'saber quem é quem para te certeza de que nenhum deles quebrará o acordo que irá fazer'. Mas na verdade, é para deixar a casa vazia, para entrarmos. — conto.

— E o que será esse "negócio" que iremos tratar? — Regina me pergunta.

— O documento de permanência. E isso não será armação. Chame-o para uma votação, ganhar a prefeitura honestamente. — respondo.

— Então qual vai ser o sentido de roubarmos o documento? — Mary pergunta.

— Para caso ele recuse a oferta da Rainha. E se roubarem o documento, ele será obrigado à aceitar e perderá. Quem, em sã consciência, vai votar em Neal? — digo.

— Bem planejado, Killian. Você é o herói da cidade. — diz Liam.

— Não. Nós é que somos os heróis... — respondo sorrindo.

E eu acho melhor eu ficar em casa mesmo, enquanto realizam o plano. Porque eu com certeza não conseguiria me segurar e iria para a prefeitura. E eu não quero ser preso por homicídio doloso.

A minha raiva por aquele homem se tornou um ódio. Já tentara me matar duas vezes, e, como David falara, eu não posso abusar da sorte. Por isso vou esperar pacientemente e terei prazer em colocá-lo atrás das grades. Sinto que não vai demorar muito.

Seu grande dia está chegando Neal, apenas espere...

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido. Vou tentar não demorar para postar o próximo e espero que tenham gostado desse. Bjs no core ♥ ♥



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