Only Yours Is My Love escrita por LivOliveira


Capítulo 13
Portland


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoas. Tudo bem? Não demorei hehehe. Espero que gostem desse capítulo. Boa leitura.



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Minha cabeça está explodindo. Não era para eu ter bebido com Graham a tarde inteira e à noite com Emma, David e Mary. Nem me lembro de muita coisa. Só me lembro que estou dirigindo para Portland com Liam. Aliás, estou me lembrando de alguns lugares pelo caminho. 

Tipo a Biblioteca Municipal da qual eu e Liam íamos poucas vezes, já que odiávamos fazer resumos de livros e coisas do tipo. 

Reconheço também a rua que estamos passando. Andávamos por aqui para irmos à escola.  

— Ei, você viu? — pergunta-me Liam — Aquela era a lanchonete onde Harley trabalhava! Eu me lembro quando eu comprava suco de laranja só para vê-la me servir. — ele aponta para o estabelecimento. 

Balanço a cabeça positivamente e me concentro outra vez na pista. 

Harley era a garota da qual Liam gostava na adolescência, antes de partir. Ela era legal, eu não tinha muito convívio com ela. 

— O que vamos procurar exatamente? — Liam pergunta. 

— Não sei. Uma carta, um e-mail, uma foto, um vídeo, um documento... 

— E se não encontrarmos? 

— Se lembra daquela frase que sempre aparece no jogo de videogame quando você morre? 

Game Over

Game Over, então. Pronto. Fim de jogo. E eu com certeza direi: "se você procurou algo por anos e não encontrou nada, o que dirás uma procura de horas?". 

— Na verdade, eu não estive procurando por anos.  

— Não? — dou uma pequena olhada para ele e depois olho para frente. 

— Eu procurei por dias. 

— E depois? 

— Desisti. 

Desistiu? 

Não, nenhum Jones desiste. Pelo menos, foi isso que meu pai sempre me dissera. Se bem que é uma busca á tiro cego. Não sabia como começar, ficou sem rumo. Mas nem por isso. Ele fez o que fez para depois desistir? Liam está parecendo um perdedor. E os Jones também não são perdedores. 

Não acredito que me largou sozinho na vida, deu no pé atrás de uma busca quase impossível (sem nenhum registro e pistas, é quase impossível) e depois desistiu. E depois disso? Viveu a vida adoidado? Não, Liam não faria isso. Existe algo mais. Algo que não me quer contar. Algo que ele insiste em esconder. Um segredo? Não sei? Será que têm dinheiro envolvido? Também não sei. Uma mulher, talvez? Bem, talvez. 

Emma sempre me dissera —  desde quando nos encontramos em Storybrooke e me deu o título de "Ajudante do Xerife Por Um Dia".  — que eu era bom em adivinhar as coisas. No entanto, acho que estou perdendo esse dom — se é que é um dom —, pois não consigo descobrir mais nada.  

Talvez se ela estivesse aqui, seria mais fácil sabermos de tudo. Ela é boa em tudo. Ela sabe como agir em todas as dificuldades, mesmo fazendo aquela expressão de "estou num beco sem saída" e dizendo que não sabe o que fazer.  

Ela sempre sabe.  

Quase freei o carro. Mas apenas encostei-o na frente de um estacionamento de um supermercado. Virei-me para Liam e praticamente gritei: 

— Você desistiu?! 

— Sim. Que dizer, você não está entendendo. Eu vim que não ia dar em nada e apenas esqueci isso. 

— E depois? Despois de esquecer isso? 

— Eu... Eu vivi. 

— Viveu? Como assim? Explica direito. 

— Eu estava procurando algumas atividades trabalhistas do papai ou até o lugar do qual ele ia à noite. 

— Sim. E daí? 

— E daí que eu conheci Laurence. 

— Ah, eu não acredito! — suspirei. 

— Ela me convenceu que isso era loucura e disse para eu voltar e te procurar. E quando eu voltei, não te achei. Estavam á sua procura, sabia? A justiça. 

Balanço a cabeça positivamente. 

— Então Laurence disse que eu tinha que te procurar em outras cidades. Eu não dei muita sorte. 

— E então vocês se apaixonaram? 

— Ela era uma bela jovem determinada e independente que fugira de casa com dezessete anos e que estava louca de amores por mim. Eu me apaixonei. Ficamos juntos por anos, até que ela disse que havia se cansado de mim e se mandou.  

— Ela foi há quanto tempo? 

— Sete anos atrás. 

— E o que fez nesse meio tempo? 

— Como eu havia falado no dia em que nos reencontramos: fico com alguém, penso que é o amor da minha vida, quebro a cara... Então eu havia decidido retomar as minhas buscas por você. No terceiro ano de buscas, desisti outra vez. Vida curta, Killian, mundo grande. Decidi que eu deveria viver. Conheci o mundo, conheci pessoas e comi de tudo. Até que decidi voltar para o Maine e tentar conhecer cada cidade daqui. Me lembrei de uma antiga fotografia que eu tinha comigo, da placa de "Storybrooke" no fundo. Foi assim que cheguei à cidade e te encontrei. 

— Você não deveria desistir tanto. — comento ligando o motor e inserindo o carro de volta no pequeno tráfego por conta da sinaleira. 

— Eu sei. Mas Laurence me ensinou que abrir mão ás vezes é preciso, mas desistir, nunca. Não desistiu de nada, certo? 

— Desisti de comer ovos no café da manhã de hoje. — respondo. 

— Eu queria ter tido essa mesma garra. 

— Comeu ovos no café da manhã? 

— Ah, você entendeu.... 

Eu sorrio.  

 

                                                               ❉              ❉              ❉ 

 

— Está preparado? — pergunto enquanto seguro a chave na fechadura. 

— Sim. — responde Liam. 

— Então... Lá vai! — giro a maçaneta e abro a porta. 

Memórias veem e me trazem de volta à infância.  

Me lembro das pizzas no café da manhã quando papai não estava em casa. Me lembro de vomitar as pizzas horas depois, em algumas vezes. 

Me lembro de correr pelo apartamento com uma espada de madeira na mão e irritar Liam enquanto ele tentava se concentrar na televisão. Me lembro de ficar quase uma hora no banho, na banheira, brincando com meus navios de brinquedo.  

Me lembro de ter queimado o livro de matemática, uma vez. Eu estava estudando e deixei meu livro em cima do fogão. Então decidi fritar bacons. Só o que eu não havia lembrado é que meu livro estava ao lado e acabou encostando no fogo. Consequentemente, ele virou uma fogueira ambulante. 

Estou me lembrando de tantas coisas... 

— Quanto tempo se passou, Killian? — pergunta Liam. 

— Eu não sei. Parece que foi ontem. — respondo. 

— Parece que eram outras pessoas, não nós. Não somos mais aqueles garotos. É como se eles fossem... 

— ... diferentes de nós. — completo. — É, eu sei. 

— Parece que somos intrusos. Posso vê-los correndo pela casa, esperando o pai chegar do trabalho ou de qualquer lugar que estivesse. Eles eram tão crianças, tão meninos, tão... Inocentes. Não acredito que cresceram e se tornaram nós. 

— Aquele Killian iria ficar feliz por saber que ia se tornar um cara diabolicamente lindo feito eu.  

— Killian, desde pequeno você era bonito. Só que não enxergava isso ainda. Não via como as meninas da escola babavam quando te viam? 

— Não. Mas também, tanto faz. Eu só queria aproveitar a infância. Só quando completei dezessete anos eu fui me apaixonar. E estive apaixonado pela mesma pessoa por toda a minha vida. 

— Emma é uma pessoa incrível. Fico feliz que tenha tido mais sorte que eu. 

— Não perca as esperanças. 

— Não vou. Não vou desistir de novo. 

Sorrio para ele e o abraço. Um abraço de irmãos, um abraço mais intenso do qual ocorreu quando nos reencontramos: repleto de saudades, amor e esperança. 

 

                                                               ❉              ❉              ❉ 

 

— Se lembra desse CD? — amostro um CD que vivíamos ouvindo quando eu tinha sete anos. 

— Eu detestava esse CD. — responde Liam. 

— Pensei que gostava. Você sempre ouvia e cantava comigo e ás vezes dormíamos ouvindo essas músicas patéticas. 

— Eu sabia que você gostava e então eu fingia gostar também só para te agradar. 

— Me enganou muito bem. — guardo o CD na caixa com outros CDs e me levanto do sofá. — Tenho que me focar. Estou me distraindo com essas lembranças. 

— Não é algo ruim. — comenta ele enquanto revira uma caixa com documentos do papai. 

— Eu sei. Eu saí com um álbum de fotos para me lembrar, mas lá não tinha muitas. Aqui deve ter mais. Depois procuramos. Primeiro devemos focar na nossa missão. — ando pelo apartamento e vou para o quarto de meu pai.  

Abro o guarda-roupa dele e começo explorá-lo, atrás de algo.  

Nada. 

Vou para debaixo da cama, as caixas que tem lá e as vasculho. 

E nada outra vez. 

Procuro no criado-mudo também. 

Nada. 

Por fim, vou até o armário de madeira que tem no quarto. Tento abri-lo, mas está trancado. Quebro a tranca e abro-o. Vasculho e vasculho e nada. Sobrou-me apenas uma caixa de madeira antiga. A pego e abro-a. Tem uma aliança, uma caneta e dois envelopes pequenos no fundo. Pego o primeiro envelope que já deixa claro que é uma carta. Abro-o e logo em seguida, a carta. 

 

"Querido amor,  

Sinto muito por ter que te deixar. Não era para termos nos apaixonados. Você sabe que sou casada. Você sabe que tenho uma filha de três anos. Por que insistiu tanto em nosso amor? Meu marido quase descobriu sobre nós, sabia? Por conta dele, Killian Jones. Tive que me afastar do meu marido, de você, de todos. Ninguém pode saber que tive um filho. Killian Jones é nosso filho. Este bebê que você acabou de achar na frente de sua porta é o fruto de nosso amor, de uma traição. Oh, sinto muito. Tenho que voltar para Storybrooke. Talvez eu suma de lá também. Minha vida é horrível. Não quero que sofra por mim. Tive esse filho ás escondidas, apenas você e eu sabemos. Diga para o seu Liam a verdade: que se apaixonara por uma mulher e tiveram um filho. Mas não agora, ele é muito novo. E também não o conte que sua mãe morrera no seu parto, não faça isso com o garoto. Por favor, cuide de Killian para mim. Cuide dele, pelo nosso amor. Não era para eu ter engravidado. Não era para eu ter te encontrado naquele dia, naquela festa. Eu vou te esquecer. E, junto, terei de esquecer Killian também. Mas, eu o amo. Ele é meu filho e eu o amo. Ele é tão lindo... Puxou um pouco á você e pouco menos de mim. Parece um pequeno príncipe. Ah, sinto muito. Terei que ir embora da cidade, ir embora da sua vida, ir embora da vida de Killian. Escrevi uma carta para ele também. Por favor, entregue-lhe quando tiver idade o suficiente para me entender. Adeus, 

 

Cora

 

— Liam! Liam! Liam! Liam! — grito por ele. Ofegante, ele aparece ao meu lado. — Leia isso, Liam. Minha mãe! Minha mãe! — entrego a carta para ele. — Fala também sobre a sua. Sinto muito. 

Ele começa á ler atentamente a carta. Enquanto isso, pego o segundo envelope e abro a carta. 

 

"Querido Killian, 

Você deve estar com uma imensa felicidade por saber algo de mim, sua mãe.  Não me odeie por eu não estar com você. Apenas me entenda. Não posso viver com você. Tenho outra pessoa, que me ama. Ele mora em outra cidade, e temos uma filha. Você tem uma irmã, Killian. Legal, não é? Talvez um dia vocês possam se conhecer. Vou falar com seu pai quando você estiver maior. Não ache que te abandonei, porque não fiz isso. Eu só não podia ficar com você. E eu te amo, Kililian. Você é meu filho. Espero um dia te conhecer. Espero um dia lhe encontrar. Mas, enquanto esse dia não chega, teremos que viver separados. Sinto mito.  

Com um amor imenso no coração, 

Sua mãe, Cora." 

 

— Meu Deus, Killian! — diz Liam após ler a primeira carta. — Sua mãe, ela... 

— Eu sei.  

— Ela deve ser aquela mulher! Ela deve ser aquela que estava com papai nas Docas de Storybrooke! 

— Com certeza. 

Exausto, sneto na cama. Preciso colocar os pensamentos no lugar. 

Agora eu entendo tudo. Papai nunca gostara de falar sobre minha mãe. Mas, tudo faz sentido. Liam disse que não se lembrava de papai com outra pessoa, isso porque eram ás escondidas. E eu não acredito no que li. Só preciso desvendar que é essa Cora. Eu preciso encontrá-la. 

Por que ela nunca entrou em contato comigo? Dissera que talvez eu poderia conhecer minha irmã e que nos encontraríamos um dia. Ela escreveu isso! Por que nunca foi atrás de mim? O que aconteceu com ela? E onde ela está agora? Talvez ela esteja em Storybrooke. Talvez eu a conheça de vista. 

— O que vamos fazer agora? — Liam pergunta sentando-se ao meu lado. 

— Procurar algo sobre a morte de nosso pai e depois ir para Storybrooke. Eu tenho que encontrar minha mãe. 

— Certo. — ele concorda. 

Eu tenho que encontrar a minha mãe... 

— Posso te mostrar algo? Algo muito importante? — ele me pergunta. 

— Sim, claro. — respondo. Ele tira um papel do bolso e me entrega. 

— Parece que nosso pai depositou duzentinhos mil na conta de um tal de Gold. — comenta ele. 

É um papel que confirma uma transferência de duzentos mil reais na conta de Gold. Do nosso amado e falecido Sr. Gold. 

Olho para Liam que está me fitando também. 

 Parece que temos uma pista, não é? 

 

                                                               ❉              ❉              ❉ 

 

— Estou exausto. — comenta Liam enquanto abocanha um pedaço da sua torta de maçã. 

Estamos em uma lanchonete perto do apartamento do meu pai. Daqui vamos direto para Storybrooke. Ficamos o dia inteiro procurando algo mais que possa nos dizer como continuarmos nossa investigação. Já sabemos que teremos de dar uma olhada na mansão de Gold quando voltarmos. 

— Eu também. Que tal dormimos no apartamento hoje e voltarmos amanhã? — respondo. 

Termino de tomar o meu sundae e observo Liam. 

— Boa ideia. Pelo menos não vamos gastar dinheiro com um hotel. 

— Verdade. 

Tiro meu celular do bolso para checar minhas mensagens. 

A primeira é de Emma. 

Estressadinha – Amor, Emilie está com saudades. Acredita que ela chorou por você não estar aqui hoje? Volta logo. Foi um terror não te ter aqui. 

Sorrio ao ler sua mensagem e lembrar de Emilie. Logo em seguida, tem uma de Regina. 

Rainha Má - Assim que chegar em Storybrooke, venha falar comigo. Preciso falar com alguém, sem ser Emma, que consiga me entender. 

E tem uma de Aurora. 

Aurora – Oi, Killian. Bem, preciso te contar algo muito importante. Assim que puder, entre em contato comigo. 

Acabei de perceber que sou muito badalado no quesito de conversa. Tenho que ficar com minha família,  falar com Regina e depois com Aurora. Eu não sabia que precisam tanto de mim assim. 

— O que acontece se descobrirmos? 

— Hã? — Tiro os olhos do celular e olho para Liam – Sobre... sobre o quê? 

— Sobre nosso pai. O que acontece se descobrirmos? 

— Não sei. Não vou procurar vingança. 

— Nem eu. 

— Aqui está a conta. — a garçonete aparece com um papel na mão. 

— E então? Vamos descansar um pouco? — pergunta Liam tirando a carteira do bolso. 

— Absolutamente. — respondo com um sorriso e me levanto. 

Eu tenho que encontrar minha mãe...


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Notas finais do capítulo

Então... É isso. Espero que tenham gostado e comentem a opinião de vocês, se puderem. Até o próximo e bjs no core ♥ ♥ ♥ ♥



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