Try Again escrita por Deh


Capítulo 2
Remember when


Notas iniciais do capítulo

POV Gibbs

Espero que gostem *-*

Obs: Capítulo editado no dia 11/05/2020!



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“And life was changed, disassembled, rearranged

We came together, fell apart

And broke each other's hearts

Remember when”

Remember when – Alan Jackson

 

Não tenho vontade de acordar, tudo o que passa em minha mente é o que aconteceu com Shannon e Kelly, no entanto sinto um cheiro, esse cheiro me é familiar, mas não me lembro bem de onde, sinto alguém apertar minha mão e a fragrância de Chanel nº 5 fica ainda mais evidente, espera um minuto, desde quando eu entendo de perfume?

Abro os olhos lentamente, minha visão está embaçada, porém não tão embaçada a ponto de não distinguir a figura de uma mulher a minha frente, uma mulher ruiva, ela é...

—Shannon. –Eu digo apertando sua mão, mas ela faz que não com a cabeça.

—Não Jethro, sou eu Jenny. –A estranha, mas de voz familiar me responde e então sinto meu coração disparar, minha cabeça doer, fico agitado e os médicos correm para me sedar, mas não antes de ter um flashback.

Prenso a mulher na porta, ela enrola as pernas em minha cintura, enquanto beijo seu pescoço, ela murmura:

—Nada de marcas dessa vez Jethro.    

Não sei ao certo quanto tempo se passou desde que fui sedado. Quando acordei, ela estava sentada ao meu lado me observando, não demora para que ela pergunte:

—Você está bem?

—Não. –É o que respondo.

—O médico já deve estar vindo. -Ela disse me olhando de uma forma estranha, juro que é quase como se ela fosse capaz de ler minhas emoções.

—Você se lembra de mim? –Ela pergunta com seus olhos verdes brilhando em curiosidade.

Permaneci em silencio, e ela deu uma risada seca antes de dizer com um sorriso de canto:

—Você se lembrou de nós dois fazendo amor, não é?

Engoli em seco, mas não respondi sua pergunta.

—Você é minha esposa? –Perguntei, afinal a mulher daquela lembrança certamente era ela, no entanto não vejo em seu dedo nenhuma aliança.

Ela fez que não com a cabeça antes de responder um tanto quanto desinteressada:

—Sou uma de suas exs mulheres.

É impossível que eu não olhe um tanto quanto surpreso para ela.

—Uma das? –Digo estranho, até o momento em que acordei só me lembrava de Shannon e Kelly e de repente essa mulher me diz que tenho outras ex-mulheres.

Ela então me dirige um sorriso conspiratório antes de dizer:

—Sou a ex esposa número três, de quatro.

—Isso não é possível. –Eu digo, afinal, como assim eu me casei quatro vezes?

Ela abriu a boca para responder algo, mas logo o médico chegou e nos interrompeu. Ele disse que iniciaríamos alguns testes e pediu para a mulher, que agora sei que se chama Jenny esperar lá fora.

Ao terminar os testes ele chama Jenny para dentro novamente, com ela acomodada ao meu lado, o médico finalmente dá o seu veredito:

—Agente Gibbs, você está com uma amnesia. Sua memória parou em 91, os testes não revelaram nada sério.

Nada sério? Ele só pode estar de brincadeira, como assim uma amnésia não é nada sério?

—Ele vai se lembrar? –Jenny perguntou demonstrando sua evidente preocupação, começo a pensar que talvez ela tenha mentido quando disse sobre o nosso estado civil.

—Senhorita Shepard, ele precisará de estímulos, pessoas que ele se lembre e que tenham história com ele e seria bom se ele visse alguém que ele já conhecida na época.

—Senhorita Shepard é bom vê-la novamente! –Eu disse com certo sarcasmo.

—Agora é diretora Shepard, Gibbs. –A ruiva respondeu seca.

—Entendeu Gibbs? –O médico perguntou, me retirando daquela lembrança.

Fiz que sim, mas na verdade não tinha prestado atenção no que ele falou. Afinal o que o doutor queria dizer de forma bonita, era que eu não queria me lembrar, meu emocional estava bloqueando, as memórias.

Após o médico finalmente nos deixar a sós, Jenny não demora para dizer:

—Sua equipe vai querer ver você Jethro, não deixe escapar do nosso relacionamento.

Franzi o cenho e perguntei um tanto quanto confuso:

—Equipe?

Ela suspirou.

—Você sabe o que é NCIS? –Ela pergunta em um certo tom de descrença.

—Não. –Sou sincero com ela ao menos nisso.

—Serviço de Investigação Criminal Naval, investigamos crimes relacionados a marinha, você é um agente e tem sua própria equipe. –Ela diz.

—Investigamos? Você trabalha comigo? –Talvez a minha recente lembrança tenha haver com isso.

—Já fomos parceiros, mas atualmente sou a diretora, portanto sua chefe.

Não pude deixar de encarar ela fixamente.

—Uma mulher à frente de uma agencia armada? –Não contive meu espanto.

Ela ergueu a sobrancelha e não sei o porquê, mas algo me dizia que era melhor eu me calar e assim eu fiz. Logo, ela recebeu uma ligação e disse que tinha que ir.

Após a saída de Jenny, recebi a visita de uma jovem mulher de cabelos negros e trajes estranhos, ela se apresentou como Abbs. Ela me contou um pouco sobre a minha equipe e sobre os casos em que trabalhamos, mas sinceramente para mim tudo era como ficção, ela também me contou que fiquei em coma por dez dias.         

Os dias se passaram e ficar ali era agoniante, e eu não hesitava em deixar isso claro, para quem quer que fosse. Em uma certa tarde, enquanto jantava a gororoba do hospital, Jenny passou para me ver.

—Quando vou receber alta? –Foi a primeira coisa que disse ao vê-la, afinal o médico continuava a me enrolar.

Ela rolou os olhos e disse em um falso tom de simpatia:

—Bom te ver também Jethro. Como está se sentido?

—Um prisioneiro, que precisa de um bife. –Respondi simplesmente recebendo em resposta apenas um arquear de sobrancelha.

Ela então se sentou na cadeira ao lado da minha cama e juro que eu podia ver um vestígio mínimo de um sorriso em sua face.

—Se lembra quando você casou com Diane? –Ela me perguntou, e eu a encarei instantaneamente, como ela conseguia chegar nesses assuntos aleatórios?

—O que foi? O médico disse, para falarmos de coisas marcantes. –Ela se fez de ofendida.

—Diane o que? –Falei ignorando o tom de voz dela.

Ela deu de ombros antes de dizer:

—Não sei o sobrenome de solteira dela, ela se casou com Fornell.

Fornell, Diane, FBI, algo veio em minha mente rapidamente:

—Ela levou o relógio do meu avô.

—Tobias também se arrependeu de casar com ela. –Ela disse e riu ao final.

E assim ficamos em silêncio por um tempo, o qual voltei minha atenção para a gororoba do hospital.

—Se lembra quando nos conhecemos? –Ela disse pondo fim ao silêncio que reinava no quarto.

Olhei para ela em um misto de curiosidade e confusão, forcei minha memória, no entanto o que vinha a minha mente, eram imagens nossas em uma cama e não sei o porquê, mas acho que não nos conhecemos nela, então deixo esse fato de lado.

—Não, desculpe. –Digo à ruiva.

—Não se desculpe, é um sinal de fraqueza. –Ela disse e por alguns segundos tive a impressão de ter ouvido isso antes.

—Com licença. –O médico disse entrando e, consequentemente, nos interrompendo.

—Como vai agente Gibbs? –Ele perguntou.

—Esperando poder comer um bife. –Dividi com ele minha insatisfação.

—Em alguns dias Gibbs.

—Algo errado? –A sempre preocupada Jenny perguntou.

—Não, na verdade estou aqui para avisar que amanhã ele estará recebendo alta. –O doutor falou o que poderia ser a melhor noticia que eu recebia em dias.

—Finalmente. –Demonstrei minha alegria em poder estar longe desse lugar em breve.

—No entanto, existe uma série de cuidados a serem tomados. –Ele começou, e então suspirei, definitivamente eu odeio médicos, mais do que odeio advogados.

—Quais? –Jenny foi rápida ao perguntar, pergunto-me se ela realmente está preocupada comigo ou se está aqui todos os dias por alguma espécie de desencargo de consciência.

—Tomar os remédios e não ficar sozinho e claro ajudaria se fosse em um ambiente que lhe é familiar. –O doutor disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Antes que eu pudesse sequer questionar, uma enfermeira nos interrompeu:

—Doutor Todd, urgência!

Todd. Um flash me veio à mente, uma mulher morena, levando um tiro por mim e em seguida levando um tiro na testa.

—Kate. –Murmurei, enquanto agarrava o lençol, instantaneamente Jenny me olhou preocupada.

—Está tudo bem Jethro? –Ela perguntou-me.

—Kate, ela... ela morreu. –Eu disse, de repente sentindo uma profunda dor no coração.

—Sim e você pegou seu assassino, está tudo bem Jethro. –Ela disse em um tom tranquilizador, pergunto-me como consigo distinguir seus diversos tons de voz facilmente.

Ela aperta meu ombro antes de nos encararmos fixamente.

—Jethro, sobre o que o médico falou, você pode ficar na minha casa. –Ela disse.

—Não quero lhe incomodar. –Digo por educação.

—Não será incomodo. Tenho que trabalhar durante o dia, mas minha governanta fica em casa, você não ficará sozinho. –Ela diz como se fosse a coisa mais natural do mundo o ex-marido sem memória ficar em sua casa.

—Eu... –Começo a dizer, na esperança de ter uma boa desculpa, mas ela me interrompe.

—Por favor Jethro, me deixe ajuda-lo. –Ela pede e olhando fixamente seus olhos verdes, cedo a sua vontade, não que eu já não quisesse ficar próximo a ela, o que eu ainda não consigo entender.

—Tudo bem Jenny. –Digo me dando por vencido e juro que posso ver seus olhos brilharem vitoriosos.

Após mais alguns minutos, ela disse que precisava ir, ela se aproximou e deu um beijo em minha bochecha.

—Até amanhã Jethro. –Ela diz suavemente

O contato da sua boca com minha pele, sua voz e suas palavras fazem com que um flash dela me beijando aparecesse repentinamente.

—Até amanhã Jen. –Falou automaticamente, ainda preso a memória de segundos atrás.

No entanto ainda sou capaz de ver ela arregalar os olhos, sendo assim pergunto:

—Algo errado?

—Não. -Ela diz negando com a cabeça e logo ela vai embora, me deixando sozinho nesse quarto de hospital com milhares de pensamentos e algumas teorias na cabeça.


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Notas finais do capítulo

Alguém está lendo isso? Por favor sejam sinceros comigo e digam o que estão achando.

Bjss e até breve :*