Try Again escrita por Deh


Capítulo 1
Please don't leave me


Notas iniciais do capítulo

Realmente espero que gostem *-*

Obs: Capítulo editado no dia 09/05/2020!

POV Jenny



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“don't know if I could yell any louder

How many times have I kicked you outta here?

Or said something insulting?

Da da da da-da

I can be so mean when I wanna be

I am capable of really anything

I can cut you into pieces

When my heart is... broken”

Please Don't Leave Me - PINK

 

—Leroy Jethro Gibbs, você tinha prometido! -Anunciei furiosa, após apertar o botão de emergência do elevador.

—Descupe Jen. –Ele disse, embora seu tom de voz não me convencesse muito de seu suposto arrependimento.

—Tínhamos combinado de você ficar com eles hoje. –Eu disse frustrada, afinal de contas eu tinha um jantar na casa branca e ele tinha se disposto a passar a noite com eles, para que eu pudesse ir tranquila.

—Da mesma maneira que você ordenou essa missão há semanas diretora. –Ele disse simplesmente.

Bufei, ele é realmente um filho da mãe.

—Não exija dos outros, aquilo que não pode exigir de si mesma. –Ele disse simplesmente, antes de apertar o botão que há pouco tempo apertei.

Assim que as portas do elevador se abriram, não demorei em dizer:

—Tchau agente Gibbs.

E sai sem olhar para trás, afinal se ele não iria me ajudar eu deveria ir logo para casa e arranjar alguém que pudesse.

A verdade é que eu estava frustrada com ele, tínhamos combinado dele ficar com as crianças há semanas, para que eu pudesse ir a esse jantar na casa branca e o fato de Jessica estar com febre e a missão dele coincidir tudo no dia de hoje não ajudou.

Assim que adentro minha casa vou direto para a cozinha onde encontro a senhora Martinez preparando o jantar, ela me diz que as crianças estão no quarto de Jéssica e logo trato de pedir a babá e governanta que passe a noite hoje, pois não sei a hora que chegarei. Assim vou direto para lá, não deixando de estranhar o fato dos meus filhos não terei me recebido, como de costume.

Entro no quarto da minha caçula e a encontro enrolada em cobertas, enquanto Jasper está sentado na cama lendo uma história para ela.

—Papai está vindo? –É a primeira coisa que ela diz ao me ver.

—Ele teve que trabalhar querida, pedi a senhora Martinez para ficar com vocês. –Eu digo enquanto me aproximo da cama dela.

Jasper apenas assentiu a cabeça, enquanto Jessica fez bico e começou a protestar:

—Mamãe...

—Ei, prometo que estarei aqui logo, logo. –Eu a interrompi e em seguida lhe dei um beijo em sua bochecha e fiz o mesmo com Jasper. Afinal eles odiavam que eu não passasse a noite com eles.   

Embora tudo o que eu quisesse, era passar a noite com meus filhos, um jantar com o presidente não é uma coisa que se pode dizer não, sendo assim não me sobravam alternativas a não ser comparecer ao tal jantar. Tudo ocorria bem, até que o som de um celular se manifestasse, percebi então que era o meu, pedi licença para atender, enquanto rezava silenciosamente para que o que quer que Jessica tivesse, não fosse um resfriado e sim talvez uma crise de alergia, afinal essas são bem mais fáceis de se lidar, pois meus filhos doentes tem uma grande tendência a ficarem com os gênios mais difíceis, com certeza isso puxaram do pai.

Quando visualizei o identificador de chamadas percebi então que era DiNozzo, o que não deixou de ser estranho, mas no fim eu atendi:

—Shepard.

—Diretora, algo deu errado. Houve uma explosão, um agente foi morto e Gibbs foi seriamente ferido. –DiNozzo tentava soar sério, mas eu pude distinguir um certo tom de aflição em sua voz.

E assim, sem pensar duas vezes eu disse:

—Fique aí e comande a investigação, me manda o nome do hospital. E Tony? Pegue os culpados.

Logo que encerrei a chamada dei mais uma verificada em meus filhos e disse que teria de sair a trabalho, então só peguei minha bolsa e casaco e sai, avisando a senhora Martinez que não sabia o horário que voltaria.

Quando cheguei ao hospital uma enfermeira não queria colaborar, o que tornava a missão de verificar Jethro um tanto quanto difícil. Bufando, resolvi então puxar o crachá de diretora, afinal é melhor do que o de ex-esposa. No entanto, mesmo o crachá não garantiu a minha entrada e tive que apelar para um certo contato, para finalmente conseguir vê-lo.

Assim que adentrei o quarto em que ele se encontrava, não pude deixar de suspirar, de um lado por vê-lo ainda respirando, mas por outro por rapidamente notar seu estado deplorável. O médico que o atendeu imediatamente se volta para me encarar e diz:

—Senhora, não pode ficar aqui.

—Sou a diretora do NCIS e preciso saber o estado em que meu agente se encontra e a enfermeira lá fora não colaborou muito. –Eu disse friamente, o que de fato me surpreendeu, vez que por dentro eu sentia um misto de nervoso e medo por ver o sempre temido agente Gibss naquele estado.

—Bom diretora sou o Doutor Todd, cuidei do agente Gibbs há alguns anos quando ele ainda estava na marinha e estou cuidando novamente. –O médico disse e em seguida. –Conseguimos estabilizá-lo, agora precisamos esperar que ele acorde para sabermos se ele sofreu algum dano além do físico.

Eu assenti e não demorou muito para que ele me deixasse a sós com Jethro e ali sentada em uma cadeira fazendo uma vigília para o meu subordinado acabei passando a noite. 

Abri meus olhos quando os primeiros raios de sol invadiram o ambiente e foi só então que percebi que passei a noite ali. Antes que eu pudesse sequer me levantar uma enfermeira, a mesma que relutou em me deixar encontra-lo na noite passada veio checá-lo.

—Ele está bem? –Perguntei, enquanto via ela verifica-lo.

—Está no mesmo estado que há algumas horas. –Ela disse seriamente e então me encarou por alguns segundos.

—Ele deve ser um agente muito importante, diretora. –Ela disse por fim antes de sair, não me dando a chance de respondê-la.

Assim que a enfermeira saiu também fiz o mesmo, afinal eu ainda precisava verificar meus filhos e com certeza necessitava de um bom banho.

—Eu volto logo Jethro. –Sussurrei enquanto lhe dirigia um último olhar antes de sair.

Ao chegar em casa ouço o barulho do silêncio, o que significa que eles ainda estão dormindo. No entanto, posso escutar barulhos na cozinha e não me surpreendo quando encontro a senhora Martinez já preparando o café da manhã.

—Bom dia senhorita Shepard. –Ela diz assim que me nota.

—Bom dia senhora Martinez, quantas vezes já não lhe disse para me chamar de Jenny. –Eu disse com um pequeno sorriso.

Ela sorri em resposta e logo acrescenta:

—Já vou acordar as crianças, está quase na hora da escola.

—Maria, antes de acordá-los eu preciso lhe dizer algo. –Eu disse após verificar me relógio de pulso e ver que dava tempo para conversarmos.

—Sim senhora? –Ela não escondeu seu tom levemente preocupado.

—Jethro sofreu um acidente no trabalho ontem a noite e acho que provavelmente passarei mais horas fora, eu só queria saber se você não se importa com o aumento de horas. –Eu disse.

—Oh Deus, o senhor Gibbs está bem? –Ela demonstrou preocupação.

Eu suspirei.

—Ah Maria ele ainda está inconsciente, mas o médico diz que fisicamente ele está bem, se você desconsiderar o tanto de bandagens que ele está usando. –Expliquei a ela a situação.

—Jenny não se preocupe com os horários, cuidarei das crianças. –Ela disse prontamente e ainda completou –Você quer que eu os leve ao hospital após a aula?

—Não... na verdade eu gostaria que você não contasse a eles... –Eu disse, não queria soar egoísta, no entanto queria preservar meus filhos enquanto pudesse, sendo assim completei:

—Quero contar quando ele já estiver totalmente fora de perigo e já brigando para ter alta.

Prontamente ela concordou comigo:

—Está certa, não há o porquê preocupa-los agora.

—Obrigada Maria. –Eu disse agradecida.

—Agora se me der licença vou tomar um banho, pois pretendo retornar ao hospital após leva-los para a escola. –Expliquei à ela o que havia planejado.

—Ok Jenny. –Ela concordou, enquanto colocava a água para o café para ferver.

Eu já estava saindo quando ela disse:

—Senhor Gibbs é um homem forte Jenny, logo ele estará pronto para lhe estressar. Mas de qualquer forma colocarei o nome dele em minhas orações.

Em resposta eu apenas sorri agradecida, afinal há momentos em que as palavras não são o suficiente para demonstrar a gratidão que temos pelas pessoas.

Não mais de vinte minutos após nossa conversa, eu já descia as escadas preparada para o dia e antes mesmo de adentrar a cozinha eu já podia ouvir as vozes de Jasper e Jéssica conversando animadoramente e essa era a minha confirmação que eu não precisava preocupa-los a toa, afinal Jethro é Jethro e logo, logo, estará me irritando novamente.

Como uma deliciosa panqueca preparada pela senhora Martinez, além de claro uma boa xícara de café, antes de ter que novamente sair, mas dessa vez acompanhada de meus filhos.

Diferentemente do habitual, hoje estou dirigindo, o que não deixa de passar despercebido por Jasper que pergunta pelo paradeiro de Marvin, em resposta apenas digo a ele que hoje Marvin está de folga.

Acabo por deixar os dois na escola, agradecendo a Deus por Jéssica ter melhorado seja lá o que ela tivesse, afinal se ela estivesse realmente doente, complicaria muito a minha missão de ficar no hospital com Jethro.

Acabei passando o dia com Jethro no hospital, sendo atualizada constantemente por DiNozzo e também resolvendo as pendencias do NCIS por telefone. No entanto, apesar de minha companhia, Jethro não demonstrava sinais de melhoras, afinal até agora não havia acordado, o que eu começava a perceber que já estava preocupando os médicos.

Era por volta de cinco e meia quando o médico mais uma vez veio até o quarto de Jethro verifica-lo. Eu claro, o observava atentamente.

—Ele já não deveria ter acordado doutor? –Demonstrei minha preocupação.

—Cada paciente tem uma forma de se recuperar única diretora, então não há como eu dizer que ele já deveria ter acordado ou que ele ainda vai demorar horas, infelizmente isso é difícil de prever. –Ele me respondeu e devo dizer que sua  resposta não me agradou muito.

Foi então que o doutor me perguntou:

—Desculpe a intromissão, mas o quão bem você conhece o agente Gibbs diretora?

Ponderei bem antes de responder, afinal com certeza ele deveria estar achando estranho a diretora do NCIS ali por causa de um agente, não que eu não me preocupe com todos, no entanto por mais que eu devesse ter puxado a desculpa de ser apenas uma diretora preocupada, me vi confessando:

—O quanto é permitido uma ex esposa saber.

—Oh eu não sabia. –O doutor disse, parecendo então um pouco constrangido com a resposta.

Me aproveitando do seu aparente desconforto, eu disse então:

—Poucos sabem e eu aprecio se continuasse assim doutor.

—Ele tem família? –Ele me perguntou.

Ao ouvir o médico perguntar isso eu não pude deixar de me sentir um pouco ofendida, afinal o que significa eu estar ali senão isso? Na verdade esse último pensamento me fez foi ficar irritada com Jethro e as coisas que ele provoca.

—Mais três ex mulheres, mas você não deve estar se referindo a ex’s, o pai dele mora na Pensilvânia... –Disse antes de desviar o olhar para a janela, pensando então na “verdadeira” família dele, composta por um bando de agentes peculiares e pensando se eu e meus filhos nos encaixávamos, ou talvez o que estivesse começando a me incomodar era o fato que eu não estava nesta lista de pessoas importantes. Afinal obviamente Jasper, Jéssica, Abby, Tony, McGee, Duck e até Ziva compõe o núcleo que Jethro considera família, tanto é que eles estão trabalhando incessantemente até encontrarem os culpados por tudo isso.

—Mais alguém? –Ele perguntou me tirando de meu devaneio.

Respirando fundo, peguei uma fotografia em minha bolsa e então o entreguei.

—Nossos filhos. –Eu finalmente respondi a primeira pergunta dele.

Por alguns segundos ele analisou a foto, onde mostrava Jasper abraçando Jessica, ambos sorrindo em frente a árvore de natal, lembro bem de ter tirado essa foto enquanto aguardava Jethro chegar de um caso, eles estavam tão ansiosos para ver o pai, que foi difícil capturar o momento.

—São crianças muito bonitas. –Ele me elogiou ao entregar a fotografia.

Em resposta eu apenas sorri, afinal era lógico que eles são lindos, afinal de contas são meus filhos.

—Pacientes em coma, ainda podem ouvir. Você deveria tentar conversar com ele, quem sabe trazer as crianças? –O doutor falou.

Talvez fosse verdade, talvez eu poderia fazer isso, no entanto...

—Ainda não contei a eles. –Confessei e na verdade eu não sabia se queria contar e muito menos se queria que eles vissem seu herói nesse estado.

O médico limitou-se a assentir, então pegando sua prancheta de anotações, ele disse antes de sair:

—Tenho alguns pacientes para verificar, qualquer mudança não hesite em chamar a mim ou uma enfermeira.

—Obrigada doutor. –Respondi a ele.

Ao ser deixada sozinha com Jethro, me acomodei novamente na cadeira ao seu lado e o encarei por longos segundos.

—Jessica melhorou, acho que era apenas alguma alergia ou talvez fosse o emocional. –Comecei incerta.

E apesar de não obter resposta continuei:

—Você precisa acordar logo, não posso perder você também Jethro. –Eu disse enquanto apertava sua mão, na esperança que ele me desse algum sinal que estava me ouvindo.

—Por favor Jethro acorde logo, não posso dizer as crianças que o você não vai voltar. –Falei já com a voz embargada e lutando para não me desfazer em lágrimas ali mesmo. Afinal de contas o que estava acontecendo comigo? Desde quando eu era tão emocional quando se tratava dele?

E assim fiquei em silencio apenas o observando por um longo tempo, e um pensamento estranho me ocorreu quem diria que um dia eu me casaria com meu mentor casca grosa?

Não demora muito e meu celular começa a tocar, suspiro antes de dizer a ele:

—Preciso voltar a trabalhar Jethro.

Horas mais tarde, finalmente chego em casa, as crianças estavam me esperando para assistir um filme. Assistimos a Procurando Nemo pela centésima vez, quando o filme terminou Jéssica já estava cochilando e Jasper sonolento.

—Hey garoto, vamos para cama? –Eu o cutuquei, afinal eu já não estava conseguindo carrega-lo escadas a cima.

—Tá bom mãe. -Ele disse um pouco sonolenta, mas ainda sim se levantou e subiu as escadas, rumo ao quarto, desliguei a TV e peguei Jéssica.

—Você está ficando pesada mocinha. –Digo enquanto levo minha caçula para a cama.

Quando coloco Jéssica em sua cama, a cubro com seu edredom lilás e lhe dou um beijo de boa noite.

Ao adentrar no quarto de Jasper, ele já está na cama, me aproximo dele e antes de lhe dar um beijo eu digo:

—Boa noite honey.

—Boa noite mãe. –Ele responde sonolento, mas ainda sim me encarando com aqueles olhos azuis de Jethro, ele realmente é a cara do pai e isso foi o suficiente para que eu sentisse uma pontada de culpa no coração, afinal se Jethro estava naquele estado no hospital a culpa era minha e de meu projeto de vingança.

Já em minha cama, estava eu olhando alguns arquivos, no entanto minha atenção estava voltada para o porta-retrato em cima do meu criado mudo, havia ali uma foto tirada no último natal, onde eu estava com Jéssica no colo, enquanto fazia cócegas em Jasper que estava ao meu lado. Quem havia tirado a foto foi Jethro, sempre fazíamos o possível para comemorar feriados e os aniversario juntos com eles. Levantando da cama, procuro no fundo da gaveta uma fotografia antiga, de outros tempos, em outra cidade, no que parece ter sido em outra vida. Nessa fotografia estava eu e Jethro durante nosso período de disfarce em Paris. E aqui em meu quarto, em uma noite chuvosa, eu suplico:

—Por favor, não me deixe.             

 

 


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Notas finais do capítulo

Então???

Até qualquer hora ;)



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