Herói às avessas escrita por Kae Barnes


Capítulo 4
Cassie.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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Cassie havia ligado o rádio do carro de Hope e escutava uma música animada. A menina ainda não sabia que iria ver o pai, não fazia ideia da surpresa que teria. Se remexia um pouco, dançando no banco do carona tão naturalmente que fez Hope sorrir. A mais velha adorava a companhia da mais nova, era algo mais simples, mais inocente.

− Chegamos! – a menina praticamente gritou de alegria e já tirava o cinto de segurança para poder sair do carro.

− Cassie espere! – Hope se adiantou, saindo do carro mais rápido que a menina e dando a volta no veículo – Desse jeito daqui a pouco me abandona aqui.

− Claro que não, não te abandonaria – a menina negava com a cabeça e segurou a mão da mais velha, a puxando com certa pressa – vovô Hank deve estar com saudade.

Hope sabia bem que sim, ele estava. Na verdade, até ela mesma estava com saudade da pirralha. Seguiu a menina até a porta e a abriu, dando espaço para Cassie entrar.

Esperava que o primeiro a aparecer fosse Scott, mas não foi. Foi Hank. Este que olhou para Hope com uma mistura de felicidade e repreensão, talvez um pouco de choque também.

− Cassie! Quanto tempo – ela já corria para os braços de Pym enquanto ele falava. O abraçou com força, o que fez o homem sorrir.

− Eu tava com saudade vovô Hank – ela disse bastante animada. Ao ouvir “vovô” ele franziu a testa, já ouvira a menina o chamar assim antes, mas sempre era estranho.

− Eu também, pequena. Não sabia que Hope a traria hoje – ele falou a última parte olhando para a filha, ela sabia que estaria bem ferrada depois disso, felizmente naquele momento ele não faria nada na frente de Cassie.

− Ainda bem que ela trouxe – a menor esticava os braços para frente enquanto falava – mamãe em casa só sabe falar mal do papai e dizer que “ainda bem que o marido dela existe”. Ele também só fala em prender o papai.

− Seu pai não vai preso de novo – ouviram uma quarta pessoa falar, a voz vinha das escadas. Cassie olhou para onde a voz vinha e viu seu pai á. Os olhos de Scott brilharam ao ver a menina.

− Papai! – ela correu para o pai, ele desceu correndo as escadas e a pegou no colo, dando um abraço bastante apertado na garota.

Enquanto os dois tinham o momento, Hank se aproximou de Hope e tentou manter uma postura educada para falar com a filha sem que chamasse atenção dos outros.

− Mas que diabos você estava pensando?!

− Ele precisava ver a menina. Fim.

− Mas não agora.

− Sim, agora. Scott não é a favor de ficar muito tempo longe e depois de tudo acho que nem você deveria ser.

− O que custava me obedecer?

− Quando não o faço geralmente as coisas saem melhor que o esperado.

− E eu achando que ele era o imprudente – Hank suspirou, desistindo de discutir com a filha. Ela não se gabou por isso.

Observaram pai e filha por um tempo. No fundo, Hank gostava de ver que Cassie estava feliz, e Scott também. Scott feliz era menos enchimento de saco.

Já estava perto da hora do almoço, e alguns já sentiam o efeito disso no estomago. Scott estava morrendo de fome. Porém, a comida ainda não estava pronta e dessa vez foi Hank quem se candidatou para cozinhar.

Durante o tempo que Pym preparava o almoço, Scott pôs o assunto em dia com sua filha, bom, pelo menos parte dele.

− Papai você gigantão! – ela levantava os braços teatralmente, lembrando do episódio no aeroporto.

− Sim! Foi irado não foi? Nossa, ficou tudo bem pequenininho.

− Sim! E teve aquele que jogava teia, o cara que jogava flecha, aquela mulher com poder vermelho... e você conheceu o Capitão América não foi?

− O Capitão é maior do que eu pensava, acredite.

− O noticiário falou de um cara com braço de metal também, e da Viúva Negra, de um Homem de Ferro cinza que caiu – ela citava os nomes e contava nos dedos ao mesmo tempo – e aquele cara com fantasia de gatinho...

− Sua mãe ta te deixando ver o noticiário?

− Não. Eu assisto sem ela saber. Ela passa também o tempo todo falando de você.

− Aposto que nada de bom, mas olha, eu não vou mais me meter nesse tipo de coisa – ele sorriu sem mostrar os dentes, tentando passar confiança.

− Tudo bem papai – ela o abraçou pelo pescoço, logo se afastando – agora me diz, e a tia Hope?

− Falando no demônio... o que tem ela?

− Você gosta dela?

− Por que?

− Responda.

− Mas tem que ter um motivo – ele bagunçou os cabelos da filha.

− Porque falei pro vovô Hank que você...

− Espera, vovô?! – ele fez uma careta, não sabia que ela o chamava assim, ficou realmente muito chocado.

− Sim. Me deixa terminar. Falei pro vovô Hank que a tia Hope falava de você e tinha saudade de você enchendo o saco dela, ele disse que ela sentia saudade era de você e ela atrás de portas – ela deu de ombros, não entendeu a que aquilo se referia, mas continuou – então acho que os dois se gostam, é verdade?

− Bom – ele coçou a cabeça um tanto desconcertado, rindo com o nariz em seguida – talvez.

− Sabia! Bem que eu disse pra mamãe que iam se casar!

− O que!? – ele arregalou os olhos e engasgou com a própria saliva, tossindo um pouco – Não é assim que funciona Cassie. Não vou casar com a Hope... não que não seja má ideia – ele balançou a cabeça, afastando o pensamento – mas não agora. Que história é essa de chamar o Hank de “vovô”?

− Ele é velho, briga com você como se fosse seu pai e é pai da sua namorada, então é avô – ela disse com determinação, isso fez Scott sorrir um pouco – pelo menos foi isso que o tio Luís disse.

− Luís lá sabe o que fala, fala até demais aquele perturbado.

Nesse momento, Hope entrou no cômodo em que os dois estavam. Cassie sorriu ao ver a mulher e Scott suspirou.

− Hank pediu que chamasse vocês, o almoço está feito – ela sorriu sem separar os lábios – e adivinha? Ele fez o que você mais gosta Cassie.

− Não acredito! – ela deu um pulinho de alegria. Lasanha era um prato especial para a menina.

Antes que os dois pudessem ir junto, Cassie correu para a cozinha, deixando Hope e Scott para trás. Os dois se divertiam ao ver a animação da menina. Scott levantou de onde estava e foi até a porta, parando ao lado da mulher.

− Obrigado – ele a olhava bastante agradecido.

− Não é nada Scott, era o mínimo que eu poderia fazer.

− E ainda assim foi contra o que o Dr. Pym mandou...

− Ele não mandou, ele proibiu – ela o corrigiu – mas ele gostou, de qualquer forma.

− Eu também – ele abraçou a cintura da morena, depositando um beijo em sua bochecha, logo se afastando um pouco, vai que corria o risco de levar um soco, nunca se sabe – vamos?

Ela apenas assentiu com a cabeça e foi junto dele para a sala de jantar.

Clint e Wanda já estavam presentes, junto de Hank e Cassie, ou seja, apenas os dois estavam atrasados e isso gerou algumas expressões faciais bem sugestivas da parte dos dois vingadores. Também fez Hank olhar feio pros dois atrasados.

− Que bom que chegaram – o Pym mais velho disse – pensei que só viriam pro almoço de amanhã.

− É que ela me agarrou no corredor, sabe como sua filha é depravada não é Hank? – Scott dizia com extrema naturalidade – Sério Hope, esse tipo de coisa é ótima, mas olha o estado que deixa o idoso.

− Aham – ela o olhou incrédula e estreitou os olhos. Odiava quando ele fazia esse tipo de coisa, mas ao mesmo tempo queria rir de tamanha cara de pau. Também cogitava bater nele, o que já fez uma vez, uma segunda vez não seria tão chocante assim.

− Você é um cretino Scott – Hank concluiu, com isso Hope olhou para Cassie e indicou que a menina não prestasse atenção no que o Pym mais velho dizia.

Durante o almoço, Clint e Wanda foram devidamente apresentados à filha de Scott. Clint lembrava de sua própria filha, o que o fazia ficar feliz e triste ao mesmo tempo. Cassie ficou encantada com os dois, disse que era fã de ambos e ficou muito animada ao saber que o Gavião havia atirado seu pai em uma flecha. As histórias do Homem-Formiga a encantavam o suficiente para ela desejar um dia ser exatamente como seu pai. Menos pela parte do imã para prisões, é claro.

Após o almoço, Hank colocou Scott para lavar a louça, dizendo que já estava velho demais para tal serviço. Claro que Lang reclamou, ou não seria ele.

Durante a tarde, Cassie estava dividida entre a atenção de seu pai, a de Hank e sua curiosidade sobre os novos colegas de Scott.

Enquanto Hank e os dois vingadores falavam algo, a menina notou certos olhares entre seu pai e Hope. Sorriu timidamente ao ver aquilo, mas preferiu fingir que nada tinha visto, logo voltando a atenção para os outros que ali estavam. Estava muito feliz por seu pai.

À noite, Cassie teria que ir para casa. Scott insistiu até que Hope deixasse que ele fosse com ela deixar a menina, prometendo que ficaria dentro do carro e nem daria as caras. Pediram que Cassie não contasse que ele havia ido e a menina obedeceu, sabia que a situação do pai era delicada.

Hope deixou Cassie na porta de casa, literalmente, dando um abraço na pequena e a entregando para a mãe. Scott, que olhava a cena de longe, sorria feito um retardado. Hope falava alguma coisa com a mãe de Cassie, Maggie, e logo deixou as duas e voltou para o carro. Scott não chegou nem a tentar esconder a empolgação.

− Que dia hein – a mulher fechava a porta do carro e olhava para o homem ao seu lado, suspirando não de cansaço, mas sim como um “enfim”.

− Alguma chance do Hank nos matar quando chegarmos?

− Provável – ela respondeu ainda olhando para ele, ligando o carro e logo dando a partida. Hank não sabia que ela havia levado Scott e provavelmente armaria um barraco.

− Como posso te agradecer? Sério, ta sendo incrível o que ta fazendo hoje e...

− Scott – ela o interrompeu, não o repreendendo, mas só para que ele parasse de falar – você já está me agradecendo desde manhã, não precisa fazer mais nada.

− Eu sei. Mas você sabe o quanto a Cassie é importante pra mim e ta correndo esse risco todo – ele gesticulava com as mão enquanto falava, estava realmente emocionado depois daquele dia – e eu não sei como retribuir isso tudo.

− Não precisa retribuir nada, ok? Ver ela feliz é o que importa. Você também é mais suportável quando ta de bom humor – ela agora falava olhando para a frente, para rua.

− Então se importa comigo... quem diria.

− Menos – dessa vez foi repreensão. Ele sorriu de forma divertida ao ouvir isso.


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