Herói às avessas escrita por Kae Barnes


Capítulo 3
Iniciativa.


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para voltar a postar, eu sei, se alguém ainda estiver acompanhando, peço desculpas ;-; sério mesmo.



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Já haviam se passado 2 semanas. Desde que Wanda e Clint foram abrigados na casa de Hank, de que Steve Rogers invadiu uma prisão de segurança máxima e os tirou de lá, de que Scott havia voltado para o que passou a chamar de casa.

Ele queria muito ver a filha, mas não pode. Ou não podia naquele momento. Sabia que agora estava sendo procurado por gente mais poderosa que antes e qualquer passo em falso poderia ir preso de novo. Isso seria trágico. Clint também queria ver a família mas essa sim era mais complicada.

Teria que sair da cidade e estaria o país inteiro procurando por ele. Ambos, Gavião e Formiga, aflitos pelo mesmo motivo.

− Por favor Hank, ela é minha filha! Coloque-se no meu lugar.

− Claro, me coloco. Hope, o que acha?

− Ela não pode opinar, isso aí parece um demônio.

− Já disse que não.

− Mas a Cassie vinha aqui algumas vezes não vinha? Qual o problema?

− O problema Scott – Hope se pronunciou de forma exausta pela primeira vez desde que aquela conversa havia começado – é que agora você está foragido. Ela vir aqui com você preso é uma coisa, ela vir aqui com você solto vão desconfiar e vai acabar sendo preso na frente dela. Entende a situação?

− Não – ele disse com convicção, respirando fundo de desfazendo a carranca – sim.

− Perfeito.

− Por mais que eu queira a Cassie aqui outra vez, saiba que me preocupo com a sanidade dela. Te ver sendo preso iria ser uma catástrofe – Hank tirou os óculos e esfregou o rosto.

− Sem chance então? – Scott fez uma última tentativa.

Hank negou com a cabeça.

Scott fez sinal de legal com a mão e saiu do cômodo.

− Pai, pense nisso. Talvez uma visita dela não seja tão ruim...

− Até você Hope? Pensei que concordasse comigo.

− Concordo, mas também concordo com ele. Se acha ruim, imagina o Barton que realmente precisa ver a família dele.

− Seremos presos se nos virem com eles.

− E nos sentiremos culpados por não deixarmos os caras verem os próprios filhotes!

− Eles não são animais.

− Fala isso pro codinome de cada um – ela revirou os olhos e saiu da sala.

Ela foi atrás de Scott. Ele estava no quarto, com as mãos na cabeça. Ela entrou com cautela.

− Já sei o que vai dizer, e saiba que não estou a fim de ouvir.

− Então me diga o que eu ia dizer – ela o desafiou, cruzando os braços.

− “É perigoso Scott” “Não faça isso Scott” “Quer ser preso de novo?” – ele falou com a voz mais fina, imitando o jeito de Hope falar. Ela segurou o riso ao ouvir.

−Eu ia dizer que ia te ajudar.

− O que? – ele realmente não esperava por aquilo.

− Hank está certo, é perigoso. Mas você também está certo e precisa ver a Cassie.

− Ficar em cima do muro não ajuda muito não.

− Apesar de achar errado, posso trazer ela aqui ou te levar lá.

− E qual a mais fácil?

− Nenhuma. Mas acho que trazer ela aqui faria o Hank brigar menos.

Ele levantou da cama, ficando de frente para ela, visivelmente animado.

− Isso é ótimo! Quando vai poder fazer isso?

− Hoje – ela disse de forma calma.

Ele sorriu. Ela também. Os dois encararam-se por alguns segundos, fitando os olhos um do outro.

Não havia palavras que pudessem descrever o momento ou que ele poderia dizer para agradecê-la. Apesar da carranca, Hope o ajudava muito até em coisas que não devia, e ele era imensamente grato.

Num ato de audácia, Scott puxou a cintura da mulher e a beijou.

Hope queria empurrá-lo de novo, mas no fundo também queria aquilo. Passou os braços para o pescoço do homem e retribuiu o beijo que lhe foi dado.

Scott dava-se por vitorioso. Ela não recusar era milagre ainda mais depois dele ter feito algo.

Continuaram com o beijo por alguns minutos, quando o ar faltou e tiveram que se separar. Ambos ofegantes, ele ainda com as mãos na cintura dela e ela com os braços no pescoço dele.

− Vou encarar isso como um agradecimento – ela disse de forma irônica.

− Então posso agradecer mais qualquer dia desses?

− Menos Scott – ela suspirou, olhando para ele em seguida – vou pensar no seu caso.

Ela desvencilhou-se dele e virou-se de costas, saindo do quarto. Ele apressou-se e segurou o braço de Hope, a puxando de volta e colocando uma mão no rosto da mulher, a beijando novamente. Dessa vez foi algo mais breve, como uma despedida, ou um começo.

Terminado o momento, ela apenas sorriu sem separar os lábios, saindo do quarto.

Scott jogou-se na cama novamente, com um sorriso largo de vitória.

Hope desceu as escadas de forma pensativa, sorrindo ainda. Estava procurando as chaves de seu carro em meio a bagunça que haviam deixado na mesa.

− Que sorriso mais bonito – Wanda disse, Hope tomou um susto ao notar que tinha companhia.

− Meu Deus! Não faça isso de novo, quando chegou aqui?

− Eu estava aqui desde sempre, você que chegou tão distraída que não notou.

− Não estava distraída, só pensando – Hope deu de ombros.

− Isso não tem a ver com o Lang, tem?

− Claro que não – Hope tentou desconversar, mas disse de forma suspeita.

− Se diz... o que o Sr. Pym acha disso?

− Ele definitivamente não aprova. Scott tem tendência a se meter em crimes de uma forma estupenda.

− E você gosta – Clint entrou na sala, estava com o rosto sujo, parecia que algo tinha explodido no rosto dele – semana passada ouvi uma conversa dos dois, pareciam que iam se pegar a qualquer momento. Onde que fica o armário das toalhas mesmo?

− Primeira porta à esquerda do corredor – ela olhou para o Gavião de forma tenebrosa – Scott irrita. Qualquer um perderia a paciência com ele.

− Mas você não perde, acho isso uma fofura – Wanda prendeu o riso ao falar.

− Já vi que isso é um complô. Vou sair, se o Hank perguntar diga que fui comprar coisas essenciais para a vida higiênica de uma mulher.

Ela passou pela porta e suspirou de forma aliviada. Gostava de ter companhia na casa, mas sabia que os dois eram tão cara de pau quanto Scott. Clint se igualava, Wanda ainda tinha salvação.

Entrou no carro e o tirou da garagem de forma apressada. Passava pelas ruas e notava que muitos dos noticiários ainda falavam sobre a separação dos Vingadores.

Pelo que tinha visto pela TV, na luta do aeroporto eram 6 contra 6. Sabia que 3 estavam em sua casa, um 4° os havia deixado lá e depois iria para onde o Capitão estava. Isso daria 5. O Soldado Invernal estava provavelmente com o Capitão e isso chega a 6. Uma equipe formada.

Quanto a outra, Stark continuava invicto. Máquina de Combate era o melhor amigo do Stark então deveria estar bem também. Visão estaria provavelmente de volta à antiga base dos Vingadores. 3 pessoas. O aranha parecia ser um pivete, deveria ter voltado para a escola e como estava do lado do Stark provavelmente estava bem. 4 pessoas. Pantera estava ajudando o Capitão, Wakanda parecia muito bem protegida. 5 pessoas.

Faltava 1.

Hope lembrou que em uma das conversas com os novatos em sua casa, Clint comentou sobre a ruiva. Natasha talvez, não recordava o nome muito bem. Ela estava do lado do Stark mas no meio da briga mudou de lado e sumiu do mapa.

Tinha um treinamento pesado, provavelmente sabia se virar e estava bem também. Assim esperava, pelo menos.

Chegou ao bairro da casa da mãe de Cassie. Estacionou o carro em frente à casa e seguiu caminho para tocar a campainha. Antes que pudesse apertar o botão, a porta foi aberta e Cassie saiu de dentro da casa, pulando em cima de Hope.

− Tia Hope! – Cassie a abraçou com força.

− Ei, oi Cassie – Hope a abraçou de volta, um pouco sem jeito – como sabia que era eu?

− Reconheci seu carro. Vem, entra, mamãe está na cozinha.

Hope gostava da menina. Era simpática e quando Scott estava preso, passava horas cuidando da menina. Maggie, a mãe, tinha arranjado um emprego e não queria que a menina ficasse em casa sozinha. Era muito nova. Assim pediu ajuda para Hank e Hope, já que ele era chefe e amigo de Scott. Maggie compreendia que algo rolava entre Hope e Scott mas preferia nunca comentar nada a respeito.

Chegaram à cozinha, Maggie estava fazendo algo comestível.

− Oi Hope! Tudo bem? Não avisou que viria.

− Foi meio que uma ideia de última hora...

− Quando vou poder ir ver o vovô Hank de novo? – Cassie perguntou de forma animada.

− Filha, ele não é seu avô.

− Mas tem idade para ser – a menina insistiu – e além disso, papai vai casar com a tia Hope, aí ela vira minha segunda mãe e ele vira meu avô, né?

As duas riram. Maggie por diversão com as suposições da menina. Hope por vergonha mesmo.

− De qualquer forma, queria saber se posso levar ela hoje para passar o dia lá em casa.

− Posso mãe? – Cassie tinha um sorriso grande.

− Claro minha filha. Vá arrumar suas coisas – Maggie assentiu com a cabeça e a pequena correu para seu quarto para preparar uma bolsa com roupas.

Vendo que a menina já havia ido, Maggie resolveu comentar.

− Scott voltou, não é?

− Sim.

− Sabe que deveríamos denunciar isso. Interpool, FBI... estão procurando por ele e todos os dias nos jornais está saindo fotos do episódio no aeroporto.

− Sei, mas não vou fazer isso – Hope tinha uma voz firme – ele foi metido aonde não devia. As pessoas naquela briga estavam lutando por motivos errados. Scott voltou tem duas semanas. Por isso não deixei que Cassie fosse vê-lo tão cedo, poderiam a rastrear para chegar até ele.

− Isso é contra o governo – insistiu Maggie.

− Se quiser te explico a situação. Não quero mentir. E acho que saber que o pai da sua filha pode diminuir e ficar gigante por meio de um noticiário policial já foi bem ruim.

− Tudo bem. Continue.

− O acordo manteria sim todos a salvo, mas cada um que fizesse parte deixaria de lado a própria liberdade e deixariam de ser responsabilizados por qualquer coisa que fizessem. Transferência de culpa. Scott não precisava fazer parte de nada disso, mas ele conhecia um dos vingadores e esse cara em questão pediu ajuda. Não só dele mas também de outro que já havia se afastado. A confusão era bem maior que isso, envolvia também um velho amigo do Capitão e esse sim deu o que falar. Não vou entrar em detalhes. Mas tinha um 3° elemento, um civil que se envolveu nisso e revelou ao Stark algo que não deveria, não daquele jeito. Antes disso Scott só foi chamado para ajudar o Capitão para o estrago fosse menor.

− Estou ainda tentando compreender isso. Tem muita coisa aí que precisa de explicação mas eu sinceramente não quero ouvir. Resumindo, Scott só queria ajudar.

− Exato. Mas sabe como ele é, até um avião acabou vandalizando.

As duas riram baixo.

−Ele foi mandado para uma prisão de segurança máxima mas foi salvo, o deixaram lá em casa com mais dois da equipe e sinceramente eu não sei muito bem o que fazer. Mas ele queria ver a Cassie.

− Eu entendo. Bom, pode levar. Mas prometa que minha filha vai estar segura.

− Eu prometo.

− Aliás, outra pergunta. O que há entre você e o Scott?

Hope realmente não sabia como responder aquilo. Apenas deu de ombros, dando a entender que não fazia ideia.


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