A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, aqui já é a sutekilullaby de novo. Este capítulo é mais um pra encher linguiça, mas espero que gostem. Pra este cap. eu reli os capítulos de O Ladrão de Raios em que eles vão ao Mundo Inferior, porque eu queria que a descrição do lugar ficasse bem fiel ao livro. Também me baseei na parte em que Annabeth brinca com Cérbero com a bola do parque aquático.



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  — Onde estamos? Por que estamos aqui? — Perguntei ao Percy, que estava parado no assento dele, ouvindo música no que era de novo um aparelho velho de som. Estava tocando uma música do Nightwish, Planet Hell.

 

  — Na entrada do Mundo Inferior, oras. — Ele respondeu, já saindo do carro.

 

  — Thalia? Tá acordada? — Perguntei, recebendo um “hmmm” como resposta. Saí do carro também. Já era dia, e estava um sol dos infernos. Meus olhos doeram com a claridade. Abri a porta do banco de trás e cutuquei a cabeça de Thalia.

 

  — Acorda, criatura. Já chegamos. — Falei tentando acordá-la. Thalia resmungava sonolenta e às vezes me dava uns choques leves para que eu parasse de incomodar.

 

  — Ótimo. — Falei no tom de quem desistia. — Vamos lá, Percy. Vamos salvar Annabeth, Nico e Heidi. Sozinhos.

 

  Bastou eu dizer isso para que Thalia se sentasse, esfregando os olhos.

 

  — Tá, tá, estou indo. Deuses, como vocês são impacientes.

 

  — Quem falando! — Eu disse com um riso. Thalia saiu do carro e nós fomos até Percy, que estava parado em frente a um lugar onde dizia algo como TIDESOSÚ ROTOM OA HECARG.

 

  — Tide o quê? — Perguntei.

 

  — Tide, Melanie? — Percy perguntou com um riso. — Aí está escrito “Estúdios Morto Ao Chegar”. Você deve ter lido algo diferente por causa da dislexia.

 

  — Ah. Sim. Claro. Mas o que estamos fazendo em um estúdio?

 

  — Você vai ver.

 

  Percy entrou no tal estúdio, e eu e Thalia o seguimos. Lá dentro tinha uma decoração normal, com sofás, mesinhas, plantas etc. e tocava uma música de fundo agradável. A diferença era que havia várias pessoas amontoadas lá... Várias pessoas meio transparentes. E parado ao lado do elevador, usando um terno que devia ser bem caro, estava um homem aparentemente normal, de pele morena, usando óculos e com o cabelo loiro cheio de gel.

 

  — São as almas. — Percy falou. — Elas estão esperando para Caronte levá-las até o Mundo Inferior.

 

  — Caronte? Aquele ali é Caronte? — Perguntei, apontando o homem ao lado do elevador. — E desde quando as almas andam de elevador? Não era um barco?

 

  — Calma, garota. Você vai descobrir a resposta para isso tudo logo, logo. — Então Percy se voltou para o homem. — E aí, Caronte!

 

  O homem olhou para ele com desprezo. — Ah. Você. De novo. Suponho que ainda não esteja morto. O que você quer?

 

  — Queremos ir ao Mundo Inferior, oras. — Thalia respondeu. Ela já não parecia mais tão sonolenta.

 

  — Ah, vejo que você trouxe amigas diferentes dessa vez. Filha de Zeus. E filha de... — Ele voltou os olhos para mim, e a frase ficou no ar. — Por Hades! — Ele exclamou. — Você é filha de Nyx.

 

  — Oi, mano. — Respondi com ironia.

 

  — Não é porque sou seu irmão que você acha que vai ter algum privilégio por aqui, mocinha. Vocês só podem descer se estiverem mortos. Entenderam? Se querem tanto, vão se matar ali rapidinho e voltem. Aí talvez vocês consigam um elevador neste século.

 

  — Caronte, nós queremos falar com Nico. — Eu falei, ignorando ele.

 

  — Nico? O filho de Lorde Hades? — Caronte ergueu uma sobrancelha.

 

  — Sim. E você pode ligar pra ele se quiser. — Eu disse, apontando um telefone cinza escuro em cima de uma mesinha.

 

  Em resposta, Caronte pegou o telefone em cima da mesa e fez uma ligação.

 

  — Alô, Tisífone? Aqui é Caronte. Poderia chamar Senhor Nico? Há algumas pessoas aqui... Querendo vê-lo. Ah, bom dia, Senhor Nico! Bem, há algumas, ahn, pessoas aqui, querendo falar com você. Ah, quem são? Um é aquele filho de Poseidon, outra é aquela filha de Zeus e a outra é... Uma filha de Nyx. — O rosto de Caronte ficou surpreso quando ele ouviu a resposta.

 

  — Pois bem. — Ele nos disse após desligar o telefone. — Sr. Nico quer vê-los. Mas vocês precisam me pagar.

 

  — Ah, merda. — Thalia disse, revirando os bolsos. Percy e eu fizemos o mesmo. Nenhum dracma. Nem mesmo dinheiro humano.

 

  — Ah! Não têm dinheiro? Que pena. Parece que não vou poder levar vocês. — Ele disse com falso pesar.

 

  — Escuta aqui, ô barqueiro. — Disse Thalia. Ela parecia bem determinada. — Se você não nos levar, o seu Senhor Nico vai falar muito mal de você pro pai dele, e você vai ser demitido, entendeu? Porque a nossa visita é realmente importante. Então nos leve. Agora. — Só para completar, ela o pegou por um braço e soltou uma descarga elétrica que fez os cabelos com gel de Caronte ficarem espetados. Tive que rir com essa imagem.

 

  — Se você pensa que pode conseguir o que quer eletrocutando as pessoas, devo dizer que está errada, filha de Zeus. Eu...

 

  — Meu nome é Thalia, seu fresco de terninho italiano.

 

  Caronte rosnou. Digo, rosnou mesmo. — Não me interrompa, garota petulante! Eu ia dizer que, como eu já disse, vocês podem dar um jeito de arranjar dinheiro, e depois se matar rapidinho e voltar. Como Sr. Nico autorizou, poderiam passar vivos. Mas sem dinheiro, nada feito.

 

  Quando ele terminou de dizer isso, o telefone tocou.

 

  — Estúdio de Gravação MAC. — Caronte atendeu, e sua expressão ficou lívida. — Oh! Lady Perséfone! A que devo este telefonema? Ah, sim, sim, eles estão aqui. Três crianças estúpidas e vivas. Eles disseram que querem falar com o filho de Lord Hades, mas eles não têm dinheiro para a travessia. — Ele ficou quieto, ouvindo o que Perséfone falava do outro lado da linha. Sua expressão ficou paralisada por alguns segundos, e então explodiu em alegria. — Está falando sério, minha senhora? Mesmo? Oh! Certo, então. Vou deixar estes viventes passarem. Tenha um bom dia!

 

  — Meus caros! — Caronte estava tão feliz que só faltava saltitar. — Minha senhora, Perséfone, disse que eu deixasse vocês atravessarem, mesmo vivos e sem dinheiro. Ela quer falar com vocês. Vou ganhar um aumento de salário! Finalmente! Agora entrem de uma vez. O barco já vai zarpar.

 

  — Ei, espera aí. — Eu disse. Caronte me olhou com as sobrancelhas arqueadas. — Perséfone não deveria estar com Deméter esta época do ano? E o que ela quer conosco?

 

  — Lady Perséfone tem feito várias visitas ultimamente. Agora, o porquê das visitas e o que ela quer com vocês, eu já não sei. Agora vamos, não temos tempo a perder!

 

  Caronte abriu o elevador para nós. Lá dentro havia várias almas. Com uma expressão de nojo, ele arrancou três delas de lá e fez um movimento com os braços indicando que era para entrarmos. O elevador era pequeno e estava praticamente cheio, mas entramos. Caronte entrou logo atrás e passou um cartão em uma fenda no painel do elevador, e começamos a descer. Logo, o elevador começou a ir para frente e coisas estranhas começaram a acontecer. Os mortos usavam mantos cinza, assim como Caronte, que já não era mais um “cara fresco de terninho italiano”, e sim um esqueleto. O elevador se transformou em barco, e estávamos navegando pelo rio Styx.

 

  — Você mergulhou nisso? — Perguntei ao Percy, indicando o rio. Era completamente poluído.

 

  — Foi preciso. — Foi simplesmente o que ele respondeu.

 

  — Estou ficando enjoada. — Thalia falou com a mão na boca.

 

  — Ah, não! — Caronte exclamou. — O rio já está bem sujo com todos os sonhos de vida que os mortos jogaram através dos séculos. Não precisa do vômito de uma garota viva.

 

  Thalia estava ficando verde e parecia que ia cair. Eu a segurei pelos ombros e mandei Caronte calar a boca. Percy riu e Caronte fez um som parecido com o rosnado de um leão e tentou bater com o remo na minha cabeça, mas eu me abaixei antes que ele me acertasse.

 

  Chegamos à terra, e saímos do barco junto das almas. Víamos de longe três longas filas de almas, duas praticamente paradas e uma andando rápido. A fila rápida dizia MORTE EXPRESSA. Nós íamos passar pela fila, atravessando as almas à nossa frente, quando algo se materializou e rosnou muito, muito alto. Olhei para cima e vi um rottweiller gigante de três cabeças. Cérbero.

 

  — Ah, não. — Percy resmungou. — Alguém tem uma bola de borracha aí?

 

  Não entendi o que ele quis dizer. Eu estava olhando Cérbero, que me fitava. Suas três cabeças traziam expressões diferentes. A da esquerda parecia com raiva, a do meio parecia curiosa e a da direita parecia meio alegre.

 

  Sem saber direito o que estava fazendo, minhas asas surgiram e eu voei devagar até a cabeça da direita. Um rosnado se formou na garganta da esquerda enquanto a do meio ficava quieta. Os olhos gigantes da cabeça da direita brilharam quando levei a mão ao seu focinho, fazendo um carinho. Comecei a falar com ele em uma voz carinhosa até a cabeça da esquerda ficar quieta. Dei um pouco de atenção a cada uma das cabeças, e quando parei, elas latiram alegremente.

 

  — Parece que ele gostou dela. — Ouvi Thalia dizer.

 

  — Quer brincar, Cérbero? — Perguntei a ele com uma voz alegrinha. Tirei meu bracelete e apertei um dos espinhos, fazendo surgir um escudo enorme e preto. — Quer? Então pega o escudo, Cérbero! Pega o escudo!

 

  Atirei o escudo longe, e este saiu rodando como um frisbee. Olhei para Percy e Thalia enquanto a cabeça da direita mordia o “brinquedo” novo, e disse a eles através do olhar que era para eles passarem. Fiquei brincando com Cérbero enquanto eles passavam pela fila da Morte Expressa, até que um alarme soou. As três cabeças de Cérbero rosnaram, e eu vi Percy e Thalia correndo para os Campos de Asfodelos.

 

  — Eu ainda vou voltar pra brincar com você, tá? — Falei ao cachorro, que me olhava como se estivesse dizendo “Desculpa, mas eu tenho que fazer o meu trabalho! Depois você vai brincar mais comigo, né?”. Transformei-me em uma sombra e fui voando atrás dos meus amigos, que estavam fugindo de alguns espíritos de segurança. Materializei-me e peguei as mãos deles, e então transformei a nós três em sombras, o que não é muito difícil no Mundo Inferior, que não tem quase nenhuma luminosidade. Ouvi eles agradecerem, e voei na direção que eu acreditava ser a sala do trono de Hades.


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Notas finais do capítulo

Pessoas, sobre uma coisa que a iza perguntou no capítulo anterior: a Melanie vai ser, sim, uma das personagens principais. Talvez não a única, mas uma das. E terão vários personagens criados por mim, talvez mais do que personagens do Rick. Ok, agora não falo mais nada. q

Sobre a música que aparece no capítulo: leiam a tradução de Planet Hell, do Nightwish. Vocês vão ver que tem tudo a ver com O Último Olimpiano, e daria uma boa inspiração pra uma fic. Eu poderia escrever uma, mas tenho uma preguiça incrível pra isso (é, sou preguiçosa.)

Reviews? =)



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