Herdeiros - Interativa escrita por MOON


Capítulo 4
Capitulo III - Vermelho Sangue


Notas iniciais do capítulo

Olá! Então me desculpem mesmo não ter postado antes é que eu estava sem internet. Então prometo que esta semana posto outro capitulo! Espero que gostem!!!!



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— Louie querida! Já vai começar a aula de pilates – Disse uma mulher animada de longos cabelos loiros com cachos perfeitos nas pontas.

Louie Greyforth estava deitada em sofá afundada em um mar de cobertas e almoçadas de pelos, seus cabelos estavam presos em um coque desajeitado. Sem mover a cabeça seus olhos seguiram demoradamente para sua mãe, ela estava ridiculamente vestida como uma ginasta de colegial, em uma combinação de rosa e branco.

— Mãe – Ela disse com um suspiro – Tem neve lá fora e você esta vestida assim. Isso não faz sentido algum.

A mulher loira bateu as mãos animadamente.

— Sexta é dia de pilates meu bem! E eu adoraria que você vinhesse comigo Louie – Ela piscou os olhos rapidamente.

Louie revirou os olhos com um sorriso de deboche no canto dos lábios. Estava com um saco de jujubas em uma das mãos e começou a comer compulsivamente enquanto encarava sua mãe.

— Mãe esquece, eu não vou a lugar algum. Nunca fiz aulas e nunca vou fazer – Louie voltou sua atenção para sua TV.

Porem sabia que sua mãe ainda estava parada próxima porta encarando-a, ela podia ouvir o som dos seus tênis tamborilando no chão, batidas constantes e irritantes, não a olhou novamente, apenas esperou ela ir para sua aula de pilates. Mas ela não foi.

— Louie – Ela choramingou encarando o rosto pálido da filha – Gostaria muito que fizéssemos coisas juntas, coisas de mãe e filha.

— A questão mãe é que eu não vou para aula de pilates com você, não vou à manicure, não vou fazer massagem nem fazer o cabelo... Olha, eu não gosto dessas coisas, você sim... Então não vamos fazer coisas de mãe e filha se for resumido a tudo isso.

A mãe dela a encarou como se fosse um animal de zoológico, um animal raro e diferente dos outros, que era incompreendido.  Por fim ela deu de ombros e saiu segurando uma enorme bolsa de couro rosa. Louie voltou sua atenção para TV, era típico de sua mãe querer ter momento de mãe e filha, mas sabia que logo passariam.

Louie pegou o controle remoto e ficou mudando de canal, já havia repetido a lista centenas de vezes e ainda não achara nada bom para assistir, já estava começando a pegar no sono quando ouviu fortes batidas na porta. Ela despertou no mesmo momento, seu coração estava tão acelerado que mal podia escutar seus próprios pensamentos, apenas fortes e abafadas marteladas em seu peito.

— Quem é? – Louie perguntou sentando-se no sofá.

Mas as batidas continuaram, demorou alguns segundos para ela perceber que não estavam pedindo alguma permissão para entrar, mas sim querendo arrombar a porta. Em um pulo ela saiu no sofá, seus pés nus tocaram o piso gelado e sentiu uma pontada de dor em seus dedos, já estava na metade no caminho para seu quarto quando voltou para cozinha e com as mãos tremulas pegou uma faca afiada.

— Vai embora! – Ela gritou antes de correr para seu quarto.

Ela pode ouvir o trinco da porta se romperem no momento que entrou no quarto, estava tremendo tanto que seus dedos mal conseguiram trancar a porta, ela deu alguns passos para trás ainda tentando assimilar tudo que estava acontecendo.

— Pensa, pensa, pensa – Ela sussurrou para si mesmo enquanto olhava em volta.

Um silencio ensurdecedor se instalou no lugar, como se nada estivesse acontecendo. Sua respiração ainda era ofegante e seus olhos arregalados e assustados ainda percorriam o quarto, como se estivesse tentando se convencer que nada era de sua imaginação. Poderia ser apenas uma ilusão o que estava acontecendo?

Deu alguns passos em direção a porta e como se fosse feita de papelão voou em direção a Louie, foi lançada em direção a garota que com o susto e impacto caiu para trás, suas costas colidindo com a quina de sua cama.

— Encontramos a garota – Disse uma voz abafada em algum tipo de radio.

***

— Como você fez aquilo?  - Perguntou Mitsue com uma voz ofegante.

Mitsue, James e Natalie corriam por entre alguns becos de Nova York, novamente a neve começava a cair fazendo os braços descobertos de Mitsue tremerem a cada toque dos flocos, lagrimas escorriam por seu rosto, passaram-se apenas alguns minutos até descobrir que estava chorando, estava tão imersa em pensamentos que não notou.

— Simples, eu consigo controlar fumaças e gás venenoso.  Na verdade controlar e produzir – Ela finalizou com orgulho em sua voz.

James parou assim que chegaram á uma estação de trem, que para sua surpresa estava mais vazia que o normal. Com as mãos no joelho, tentava recuperar o fôlego, o ar entrava e saia de seus pulmões com tanta rapidez que chegava a doer. Mitsue fez o mesmo, não via a hora de alguém parar para descansar, não queria ser á primeira a parar de correr, não queria ser a fraca.

— Você quer dizer que foi você quem jogou aquela fumaça na lanchonete? – Perguntou James ainda ofegante.

Natalie olhou para ele com olhos cansados como se tivesse acabado de explicar o obvio. Estava com a mão na cintura, também recuperando o fôlego.

— Não, foram os soldados de Vincent. Apesar de eu também conseguir produzir, mas não foi o caso. Eu só controlei pra você não desmaiar como os outros – Seus olhos seguiram para Mitsue – Eu me lembro de você...

— Não conheço você – Disse Mitsue com a voz baixa encarando a garota.

Natalie soltou uma risadinha olhando Mitsue com compreensão.

— Com certeza não, mas eu conheço você e sei por que não desmaiou com a fumaça – Disse Natalie piscando para Mitsue.

James sentou-se em um dos bancos pequenos e amarelos, estavam cobertos de poeira e chicletes brancos. Ele apoiou as mãos na cabeça como se aquilo fosse apenas um sonho ou um pesadelo tirou os óculos de grau esfregando os olhos.

— Do que você esta falando – Ele perguntou com a voz abafada.

Natalie começou a tamborilar seus dedos no banco, era notável que ela estava se controlando para não dizer nada que não devia.

— Isso que eu tenho é uma habilidade fora do comum – Ela respirou fundo colocando novamente as mãos na cintura – E sei que vocês também tem, podem negar o quanto quiserem eu não ligo, preciso apenas que confiem em mim.

James pegou seu casaco e colocou sobre os ombros de Mitsue que tremia ao seu lado.

— Obrigada – Ela sussurrou.

Um silencio se instalou no lugar por alguns minutos, não era um silencio que incomodava, estavam apenas cada um com seu próprio pensamento, imersos em seus medos e passados.

— Quem é Vincent? – Perguntou James pausadamente com a voz rouca

Natalie suspirou e estremeceu.

 - Não posso dizer agora – Ela disse com calma e olhou em volta – Precisamos encontrar o Chris e os outros de nós.

***

Cinco homens entraram no quarto de Louie de forma tão rítmica e ordenada que pareciam flutuar, estavam com uniformes pretos com capacetes e ombreiras de cor cinza, parecia até mesmo uma armadura, não podiam ver seus rostos pois estavam cobertos pelo capacete, o primeiro pensamento que venho em sua cabeça foi Star Wars e sabia que estava sendo idiota em pensar nisso. Empunhavam algum tipo de arma que Louie não pode identificar, não era nenhuma arma de fogo que conhecia.

— Quem são vocês? È algum tipo de pegadinha? – Sua voz era baixa e podia sentir que suas palavras tremiam na ponta da língua.

— Você vem com a gente – Disse um dos homens calmamente, sua voz era não firme e confiante que sentiu um frio na espinha.

Louie tentou correr em direção a janela de seu quarto, mesmo sabendo que seria inútil, por um lado sabia que jamais iria conseguir escapar de cinco homens enormes e por outro morava no 16° andar de um edifício com longas janelas de vidro, ou seja, nenhum parapeito ou varando que pudesse utilizar para tentar a fuga.

Mal conseguiu se aproximar da janela e uma mão enorme a agarrou, dando uma volta completa em seu antebraço.

— Me solta! – Ela se chacoalhou feito uma boneca de pano.

Ele a arrastava para a sala novamente enquanto ela se debatia e gritava, foi quando Louie percebeu que ainda segurava uma faca pontuda e brilhante, sem pensar ela passou pelo seu próprio braço efetuando um grande rasgo, sentiu seu sangue automaticamente ser expelido para fora de seu corpo, um liquido grosso e quente escorrendo em seu braço. O homem alto a largou no chão no mesmo momento, claramente assustado com a atitude da menina, esperava que ela fosse atacá-lo, mas não que tentaria o suicídio.

Foi quando seus olhos focaram na poça de sangue que estava se formando em volta da garota, ela estava ajoelhada com uma respiração rouca e acelerada, aos poucos o sangue começou a tomar forma, como se cada gota tivesse algum tipo de ima juntando-se desesperadamente, criando um volume e em seguida uma forma.

Um lobo

Um lobo de pelagem vermelha vivo... Ou melhor vermelho sangue, colocou-se de posto em frente á Louie como se a estivesse defendendo, seus dentes extremamente afiados e grandes rugiam para os homens esperando qualquer movimento para atacar. A garota que estava de joelhos levantou-se lentamente dando alguns passos para trás em sua cabeça formando um plano de fuga, sairia pelo elevador de serviço do apartamento e caso conseguisse estaria longe do prédio em minutos.

Um dos homens pegou seu braço em um movimento tão rápido que nem mesmo ela pode notar e como se fosse um imã o lobo agarrou-lhe o braço de armadura e ao que parecia os dentes do lobo vermelho era muito mais afiado do que o material resistente do uniforme do soldado.

Seu plano não estava dando certo, toda vez que tentava correr fortes mãos a agarravam, levantavam e até a jogavam de um lado para o outro. Sabia que o lobo estava lá, tentando protegê-la com seus dentes afiados, mas não era o suficiente, Louie estava ficando fraca, suas mãos e seus pés estavam cada vez mais pesados seus olhos estavam pesados e simplesmente tentou para de lutar.

— Mãe - Ela sussurrou baixo.

Foi quando sentiu uma dor latejante em suas costas, algo que em questão de segundos a paralisou por inteiro, 50 mil volts percorrendo todo seu corpo, podia sentir a corrente elétrica em suas veias em seus ossos em seu sangue.

Um grito estridente saiu de seus lábios, podia ate mesmo sentir sua garganta estremecer e arder com o som, no mesmo momento tudo se silenciou, seu corpo magro e pálido ainda ensangüentado estava estirado no chão paralisada, lagrimas escorriam por seu rosto como se nunca mais fossem parar. Louie aos poucos abriu os olhos sentou-se com calma com a mão na cabeça, latejava de tanta dor que parecia que ia desmaiar, em seus pés estava um dos homens de armadura preta, o capacete estava jogado ao lado de seu corpo, o rosto do homem estava branco como folha de papel, suas veias saltando e de seus olhos nariz e boca saindo um liquido vermelho vivo que fez o estomago de Louie revirar. Sangue

— Eu fiz isso – Louie choramingou para si mesma.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam!!! Eu ia colocar mais 2 persongens na historia mais ai o capitulo ia ficar mega enorme e se eu diminuisse não iriam ter a atenção que eu queria! Então proximo capitulo mais persongens!!!!

Espero que tenham gostado!