Uma Canção para nos Dois. escrita por Kajji Snow


Capítulo 6
Minha Triste Imperfeição.


Notas iniciais do capítulo

Nossa chegamos ao sexto, quero primeiramente agradecer a vocês que estão acompanhando essa historia de corações machucado e de sonhos para se realizar.
No capitulo de hoje João terá uma surpresa que não esperava enquanto terá de lidar com as atitudes atípicas das garotas que o rodeiam.
Surgiu uma certa rivalidade, vocês torcem para quem?
Team Alice ou Team Lyah?
rrsrsrs



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Haviam se passado três semanas após o teste e depois daquele maravilhoso dia minha vida encheu-se de um colorido até então desconhecido.

As feridas estavam praticamente cicatrizadas, a não ser por uns poucos sangramentos que ainda ocorriam vez ou outra quando encontrava com Alice pelos corredores.

Depois daquele dia na loja a atitude dela havia mudado, agora todos os dias falava comigo, sentava-se perto e até mesmo me pedia alguns toques quando levava seu violão para a escola.

—Talvez ela esteja arrependida. – Começou Lyah durante o intervalo, Agora juntamente com Martim formávamos um trio de mosqueteiros. – Pode ser a sua chance de ter ela de volta.

Finalizou ela.

—Pensei que havia sido o único a perceber isso. – Começou Martim abocanhando seu sanduiche. – Ela está com os quatro pneus arriados por você João. – Finalizou ele de boca cheia, Martim não era muito educado nesse ponto.

Ao ouvir tais declarações senti um arrepio subir a espinha juntamente com uma pontada de esperança.

—Acho que não é pra tanto. – Comecei em tom despreocupado. – Talvez ela esteja pensando da mesma forma que eu, tipo, não é porque não estamos juntos que não podemos ser amigos.

Continuei tentando me prender ao fato logico mais plausível.

—Pode ser. – Falou Lyah dando de ombros. – Se você está dizendo isso.

Falou ela levantando-se.

—Agora preciso ir, tenho aula.

Falou ela dando seus tradicionais beijinhos no rosto.

—Pense bem a respeito. – Começou ela olhando em meus olhos. – Pode ser sua última chance.

Concluiu ela indo em direção ao prédio de aulas, para nossa sorte Martim e eu tínhamos o próximo horário vago.

—João.

Falou em tom de voz sério, Dificilmente vejo ele falar assim porem, quando fala é porque algo realmente delicado passou percebido por seus olhos.

—Sim?

Respondi olhando para ele.

—Tome cuidado com Lyah. – Falou ele olhando-me nos olhos. – Se continuar assim vai machuca-la.

Falou ele seus olhos estreitos eram apavorantes, aquela atitude me fez entender o que estava acontecendo.

—Martim você está achando que...

—Ela gosta de você.

Respondeu ele me cortando.

Será que isso era verdade? Lyah gostando de mim...

—Ainda não tinha pensado nisso...

Falei apreensivo.

—Comecei a suspeitar no dia do teste. – Começou ele explicando sua teoria. – Quando ela te levou os biscoitos feitos por ela. – Falou ele numerando suas provas com os dedos. – E pela preocupação dela com seu teste, a disposição de estar ali em um momento importante.

De repente me vi preocupado com aquela situação, de fato as coisas que Martim falou faziam um sentido perturbador.

—Isso até que faz sentido.

Martim então continuou.

—A o que parece ela gosta tanto de você que quer te ver feliz mesmo que seja com Alice.

Concluiu ele.

—A partir de agora pense bem, percebi que você está mexido com ela também.

Falou ele rindo.

Realmente Lyah me fazia muito bem.

—Não quero meter os pés pelas mãos.

Respondi enquanto ele levantava.

—Está na nossa hora. – falou ele enquanto me ajudava a levantar. – Tudo o que te falei agora é porque estou preocupado com meu amigo, preocupado que ele jogue fora a chance de ser feliz com quem realmente o ama.

Enquanto andávamos rumo a sala Martim não tocou mais no assunto

As aulas transcorreram massivas naquele dia, não haveria ensaio então poderia ir direto para a loja.

“A fuga para o pais das maravilhas” pensei rindo como boco.

Quando o sinal tocou me pus de pé em um salto.

—Vai pra loja? – perguntou-me Alice.

—Vou sim. – Respondi guardando minhas coisas. – Vai precisar de alguma coisa de lá?

Perguntei e me arrependi logo depois, “Que diabos está fazendo!” pensei.

—Posso ir junto? – Pediu ela me olhando com olhos brilhantes. – Preciso ver uma coisa com o Tonhão não é assim que ele se chama?

Perguntou ela.

—Hmm, pode sim. – Respondi sentindo um pavor por dentro. – Vamo então.

Enquanto saiamos encontramos Lyah no corredor.

—Já vai para a loja? - Perguntou ela olhando Alice. – Oi Alice!

Falou ela enquanto elas trocavam beijos no rosto, aquela situação de algum modo estava estranha.

—Sim... – Respondi desconcertado. – Te vejo mais tarde?

Perguntei, na verdade queria sair correndo dali.

—Sempre. – Respondeu ela me beijando no rosto. – Sempre que quiser.

Falou ela olhando para Alice, mas o que? Ela estava provocando Alice?

Parece que funcionou, Alice me pegou pela mão e me puxou marchando como um touro pelo corredor.

—Até mais João!

Gritou Martim rindo, maldito está achando isso engraçado?

Quando chegamos no portão ela parou de repente.

—Você está namorando a Lyah? – Perguntou ela a meia voz.

O que está acontecendo? As garotas resolveram enlouquecer hoje?

—N... Não, claro que não! – Respondi nervoso. – E se estivesse... porque você está brava? – Perguntei quando ela se virou.

—Eu me importo que alguém esteja interessada em você!

Explodiu ela vindo para cima nossos rostos ficaram tão próximos que podia sentir sua respiração.

—Sua declaração não condiz com suas atitudes...

Respondi virando o rosto.

Ela se afastou pegou minha mão e continuou me puxando, aquilo me fez lembrar de quando namorávamos e ela ficava zangada, saia me puxando pela mão fazendo bico.

Enquanto esperávamos o ônibus ela ficou na minha frente, de costas para mim batendo o pé e confesso... Acabei rindo daquilo parecia que nunca havíamos nos separado era como se estivéssemos ... Juntos.

— O que você quer com Tonhão?

Ela me olhou com uma cara ameaçadora.

—Não te interessa! – falou ela. – Vai ser uma surpresa.

Concluiu ela. Continuamos o percurso de ônibus calados e então chegamos na loja como de costume abri a porta e o sino tocou.

—Querida, cheguei!

Falei enquanto Tonhão veio me cumprimentar.

—E ai pivete, estava quase te demitindo pelo atraso.

Falou ele quando viu Alice atrás de mim.

—Olá querida Alice. – Falou ele apertando a mão dela. – Trouxe tudo o que lhe pedi?

Perguntou ele enquanto Alice retirava um envelope da mochila.

—Os originais estão aqui também.

Continuou ela.

—Certo, certo.

Estava voando ali, Tonhão conhecia Alice? Desde quando? O que era aquele envelope? Que diabos estava acontecendo ali?

Todas essas perguntas foram respondidas quando Tonhão examinou os documentos de Alice.

—Pivete, seu pai havia lhe informado sobre o fato de termos contratado uma nova atendente?

—S... Sim ele havia dito. – Gaguejei enquanto lembrava do que meu pai me disse na última sexta sobre uma possível atendente e de que eu precisava ser maduro o suficiente pra lidar com aquilo, disse também que Tonhão podia contratar um funcionário também.

—Mas não disse que era você. – Olhei para Alice como se fosse um animal pego em uma armadilha. – O que há com você? – perguntei olhando para ela.

—Tenho despesas, nada mais justo que ganhar minha independência trabalhando. – respondeu ela olhando para mim vitoriosa.

Trinquei os dentes, uma raiva profunda tomando conta de mim.

—Tonhão, vou concluir a instalação dos captadores da Telecaster daquele cara de ontem. – Comecei ainda olhando para Alice, o que ela queria afinal? Me atormentar? – Ele vem buscar ainda hoje.

Finalizei indo para a oficina.

—Tudo certo, há eu usei seu ferro de solda pois o meu sofreu um pequeno acidente...

Falou ele rindo.

—Sentou nele de novo? – perguntei rindo – Já é o terceiro esse mês.

Respondi enquanto seguia pelo corredor até a fábrica dos sonhos, é isso mesmo realmente batizamos a oficina de fábrica dos sonhos até fizemos uma placa para ela.

Quando entrei dei alguns murros na mesa, precisava extravasar aquela raiva.

—Não bastou ainda? – Comecei. – O que mais você quer de mim!

Explodi esmurrando a mesa.

—O seu perdão.

A voz de Alice me fez olhar na direção dela.

—Você já tem meu perdão. – falei indo em direção a ela. – Você já tem minha amizade. – Continuei enquanto a encostei na parede, só ali percebi que havia perdido o controle de mim. – O que mais você quer de mim?

Perguntei olhando em seus olhos, não havia deixado espaço para ela sair da minha visão e ela também não demonstrava interesse em sair dali.

—Quero seu coração de volta. – Falou ela enfim segurando meu rosto nas mãos. – Deixar você foi a pior coisa que fiz na minha vida.

Continuou ela deixando uma lagrima rolar.

—É um pouco tarde demais não acha? – Questionei não conseguia tirar os olhos dela. – Talvez eu já não tenha um coração pra você requisitar.

Falei enquanto ela acariciava meu rosto.

—Talvez Lyah seja a nova dona do que sobrou do seu coração que eu mesma destruí. – falou ela se aproximando mais. – Mas vou lutar pra telo de volta.

Nossos lábios juntaram-se, não pude resistir porque simplesmente eu queria aquele beijo mas, bem no fundo havia algo dentro de mim que não me permitia entregar-me por completo a Alice.

E ali sucumbi mais uma vez a minha triste imperfeição.


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Notas finais do capítulo

Nossa rolou um beijo? Mas tem algo acontecendo ai.
As garotas estão mostrando suas vontades!
Até a próxima!



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