Thunder Chronicles escrita por Kerzus2000


Capítulo 2
A Primeira Missão I: Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Eae galera!

Gente espero que estejam gostando da história, estou me empenhando ao máximo para continuá-la. Sei que deve estar meio monótono por enquanto mas garanto que as lutas vão compensar todo o começo lento... Elas estão bem próximas!

Obrigado e boa leitura!



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O dia tinha acabado de se iniciar e os oficiais do exército e da FT foram chamados por Yamamoto para uma reunião séria. Não apenas os oficiais da área militar foram convocados mas pessoas como Ganya, com funções importantes no reino também deveriam comparecer. Era uma reunião emergencial.

 

O dia começou frio, o céu estava nublado e a probabilidade de chover era alta. Os mares que envolviam Pilastra eram rasos, por isso a chuva não costumava preocupar, elas não enchiam os mares, não os deixavam nervosos e o sistema de escoamento era avançado, impossível de alagar.

 

—A situação é séria, amigos. -Yamamoto não se importava de ser formal com os oficiais de seu reino assim como não se importava que fossem com ele, era um homem liberal. -O Zodíaco começou a se mover.

 

O Zodíaco era uma organização criminosa que já existe há quase trinta anos, os únicos que já rivalizaram eles alguma vez foram Dakko e Waryoku, ambos mortos. Composta por doze assassinos, não se sabe ao certo seu objetivo, apenas que não querem a paz e sim a guerra e a morte, e que seus membros são poderosos o suficiente para causar destruição em massa..

 

—Como soube disso, meu senhor? -Perguntou Silas, o encarregado das finanças.

 

—Informações que vieram diretas do Ninho. -O Ninho era uma minúscula ilha localizada no centro de uma correnteza instável no maior dos Oceanos. Nessa ilha moram os profetas, pessoas supostamente dotadas de poder e que procuram alcançar e manter a paz no mundo. -Não conseguiremos pará-los sozinhos, creio que uma primeira ação sensata é conseguir a aliança de Mithra, a rainha do Reino de Âmbar.

 

—Mithra possui a maior quantidade de dinheiro dentre todos os reinos, e nunca negamos ajuda a ela e vice versa, acredito que é realmente nossa melhor opção. -Disse Dina, a comandante da Força Tática.

 

—Todos concordamos com isso então? -Perguntou Ganya. Todos assentiram.

 

—Ótimo. -Finalizou Yamamoto. -Zulk, quero que mande Yara, Dina, quero que mande Tatsuo, os dois irão para Âmbar falar com Mithra. -Zulk não gostou da ideia. Dina também ficou preocupada.

 

—Com todo respeito, senhor… -Antes de terminar, Yamamoto o mandou parar de falar e disse para todos com exceção dos dois, se retirarem da sala. Quando saíram, ele falou.

 

—O Zodíaco ficou afastado por 19 anos, sabem por quê? Eles sabiam que Dakko e Waryoku eram mais poderosos que eles, e que se tivessem deixado descendentes seria perigoso para eles, por isso esperaram, queriam que os filhos dos dois se revelassem para os matarem enquanto ainda eram crianças, sem dar a chance para serem adultos e se fortalecerem. -Zulk e Dina apenas ouviam. -Não podíamos fazer nada, nem pegá-los de surpresa enquanto não agiam… Não sabíamos onde ficavam, fora que ninguém nesse reino conseguiria rivalizá-los.

 

—Mandar ele é arriscado. -Disse Zulk.

 

—Tatsuo é a nossa esperança. -Yamamoto se levantou, sem perder a paciência. -Mas por enquanto ele é mais fraco do que qualquer de nós. Com o risco do Zodíaco atacar, eu prefiro que ele esteja em mar do que em terra… Fora que se ficar aqui não adquirá experiência.

 

Dina e Zulk perceberam que argumentar não ia adiantar, Yamamoto não iria ceder. Eles entendiam o motivo do governante de Pilastra fazer aquilo, Tatsuo precisava treinar, adquirir experiência, mas se o Zodíaco realmente estiver se preparando para agir, é arriscado para ele ficar no reino, porque pode atacar a qualquer momento.

 

Algumas horas depois as ordens já haviam sido dadas, Yara e Tatsuo arrumavam suas coisas para colocar no navio e irem para Âmbar conseguir uma aliança com Mithra, cada um em seu dormitório, do exército e da FT.

 

—Com licença, Yara. -Samuel entrou no dormitório de sua companheira. -Sei que não preciso lhe dizer isso mas… Tome cuidado e conta daquele garoto.

 

—Sam, não se preocupe. -Ela sorriu para seu amigo, transmitindo confiança. -Eu sei o que está em jogo, sei que Tatsuo é importante e além disso… Eu já devo estar até mais forte do que você!

 

—Isso eu duvido. -Ele também sorriu. Samuel foi até ela e a abraçou. -Boa viagem Yara… Não sei o motivo, mas estou com um mau pressentimento.

 

Ele saiu do dormitório, deixou Yara terminar de arrumar seus pertences.

 

Agora era a vez de Dina ver como estava o seu mais novo recrutado.

 

—Acorda agora agente Hirako, falta pouco mais de uma hora para a partida e você está aí sem fazer nada, suas coisas nem estão arrumadas ainda! -Ela percebeu que o garoto era preguiçoso logo no primeiro dia, eram quase meio dia, as ordens já haviam sido repassadas e Tatsuo tinha voltado a dormir. Era esse mesmo o rapaz que o governante coloca tanta esperança?

 

—Eu estou cansado Dina. -Ele bocejou e sentou na cama. Dina acertou um tapa no seu rosto. -Ei, isso doeu!

 

—Levanta agora e arrume o que precisa arrumar, eu vou te ajudar para não se atrasar.

 

No mesmo instante ele se levantou e foi organizar tudo com sua comandante. Era estranho mesmo como em menos de um dia os dois já conversavam e respeitavam o outro daquela maneira, talvez o apreço de Dina por Tatsuo tenha se desenvolvido tão rápido por causa das palavras de Yamamoto no dia anterior, quando disse que iria designar o rapaz para sua divisão.



“Tenho observado-o desde seu nascimento… Cuidei sempre para que ele recebesse sempre o que precisava, não em abundância mas que não faltasse. Eu nunca me revelei para ele, não é o que Dakko queria, só que eu fui o homem que tomou conta dele, eu me sinto como se fosse o pai daquele rapaz, Dina… Ele não passou no exame de Zulk. Não me surpreendo. Mas ele tem que entrar na Força Tática. Ele tem um poder imenso que deve ser melhorado e usado em prol do reino, da paz, da preservação da vida… E ele é meu filho, preciso dele perto de mim agora, debaixo de minhas asas… Ou quase, vai ficar debaixo das suas também… “

 

O respeito dela pelo seu mestre fez com que sentisse um carinho pelo garoto que nunca imaginou que ia sentir.

 

—Dina. -Ele não trava ela com formalidade. E isso não a incomodava. -Só te conheci ontem a noite e já vou para uma missão fora do reino. -Ele sorriu. -Quando eu voltar, quero treinar com você. -Ela se sentiu importante. O poder que ele tinha de fazer as pessoas sentirem esse afeto por ele era impressionante.

 

A hora chegou. Yara, Tatsuo e mais cinquenta homens do exército colocaram suas coisas num navio, que seria usado para navegar no Mar Vasto de Pilastra até Âmbar. A navegadora era Yara, suas habilidades nos mares eram as melhores.

 

Todos os oficiais estavam ali, Zulk, Dina, Yamamoto, Ganya, todos estavam ali para vê-los partir e desejar boa sorte. O capitão do exército, como sempre, vestia sua semi armadura completamente vermelha, essa semi armadura tinha uma ombreira direita, uma placa que protegia o tórax e outra na cintura que tinha vários pedaços de lâminas de metal penduradas. Como os soldados eram diferentes dos espiões… Dina estava usando roupas de seda normais, uma blusa e uma saia, seu cabelo curto cinza contrastava as cores fortes de suas roupas. Principalmente o azul, sua cor favorita.

 

—É um prazer conhecê-lo, governante. -Tatsuo estendeu a mão para Yamamoto, que cumprimentou de volta, com um sorriso de satisfação no rosto.

 

—Tatsuo Hirako, você tem tudo para ser o próximo no meu lugar. -O sorriso do rapaz foi substituído pelo brilho nos seus olhos ao ouvir aquilo do governante.

 

—Esse é o mapa mais atualizado que consegui, possui todo tipo de informação, rochas, ilhas, sentido e intensidade de correntes… Ele vai ser de grande ajuda. -Ganya entrega um mapa para guiar Yara nas suas navegações.

 

—Obrigado, Ganya.

 

—Você, menino. -Samuel chegou, sempre com sua armadura dourada com prateada. O desenho no abdome de sua armadura de uma pedra de lágrima azul escuro era o detalhe mais bonito e importante da peça. Ele possuía cabelos loiros assim como Tatsuo. Será que era só o cabelo que era parecido? -Cuide bem dela, se algo acontecer a ela, eu terei que te matar. -Seu olhar ficou sério por alguns segundos, mas a risada logo saiu.

 

—Você me assustou por pouco, Samuel.

 

—Não… Mas é sério mesmo. -Ele novamente ficou sério. Lá no fundo ele sabia que Tatsuo não deixaria nada acontecer a sua companheira.

 

Após as formalidades terem sido feitas, o navio com os 52 tripulantes partiu para o reino de Âmbar, enquanto outros ficavam no reino para cuidar de outros assuntos também muito importantes.

 

—Hoje não está sendo um bom dia. -Quando todos já estavam se retirando, Yamamoto colocou a mão no ombro de Zulk, o capitão então parou de andar e se virou.

 

—O que aconteceu, governante?

 

 

O céu escureceu ainda mais, trovões e raios passaram a ser constantes, obrigando Yara a tomar precauções com a tempestade que poderia vir. Realmente suas habilidades como navegadora impressionavam qualquer um, não tinham se passado nem uma hora mas isso já era nítido, sua calma ao dar ordens, suas decisões firmes, tinha o dom de ser uma líder.

 

Todos os soldados tinham guardado suas armaduras e armas em uma sala mais embaixo no navio, enquanto na maior ficavam bebendo, comendo e conversando. Só se ouvia o som das risadas deles.

 

—Essas foram minhas missões, já fiz de tudo garoto, infelizmente nunca consegui ser de um cargo alto, mas eu tenho esperança. -Dizia um soldado mais velho a Tatsuo. O homem tinha barbas e cabelos negros com alguns fios brancos, era o mais ou um dos mais fortes fisicamente ali.

 

—Incrível! -O rapaz conseguia se empolgar com pouca coisa. -Um dia vou ser forte igual o senhor, não, mais forte, eu serei mais forte do que Zulk, do que o governante Yamamoto! -Nesse momento a risada de todos ecoou.

 

Yara que tinha acabado de entrar na sala também ouviu aquilo e resolveu chamar o mais novo membro da Força Tática para conversar. Eles desceram um lance de escadas acabaram num corredor com vários cômodos. Entraram no último a direita. Era um escritório com uma janela para fora, uma mesa com alguns papéis, estantes e cadeiras.

 

—Mais forte do que Yamamoto? -Perguntou Yara, enquanto trancava a porta. Tatsuo não entendeu o que estava acontecendo. -Nossa nação é a que possui a maior força militar, e acredite ou não, nosso governante faz parte dessa força… Ele é o homem mais forte do reino, nem mesmo Zulk tem chances de vencê-lo em uma luta. -Ela estava séria. Tentava fazer o garoto desistir de seus sonhos?

 

—Faltei com o respeito com o governante realmente… -Tatsuo fica cabisbaixo, arrependido de suas palavras. Yara riu.

 

—Estou apenas brincando, Tatsuo! -Ela colocou a mão em seu ombro. -Mas é verdade que você nunca será tão forte quanto o governante, você nem mesmo pode me derrotar. -Ela deu alguns passos para trás e Tatsuo entrou na brincadeira, rindo também.

 

Um raio antecedido de um alto trovão atingiu uma vela do navio, queimando-a. Com os ventos aumentando, uma vela a menos poderia significar que o navio fosse afundar e, a chuva que há pouco começara, não ajudava nem um pouco.

 

Todos foram para o convés, tentar dar um jeito de solucionar o problema pois o navio já estava se desestabilizando.

 

Mais um trovão e em seguida… Mais um relâmpago, atingido dessa vez o casco do navio, causando maior desequilíbrio.

 

—O que faremos agora capitã?? -Perguntava um soldado que tentava recolher os pedações de madeira queimados do chão.

 

—Não tenho a mínima ideia. -Ela se segurava no mastro, não tinha como fazer mais nada.

 

Seus olhos estavam enganando-a?

 

Tatsuo era o único que conseguia ficar em pé no convés sem se segurar, estava com um semblante sério, furioso. Ele levantou seus braços e concentrou sua energia, aquilo parecia ser resultado de um esforço sobrehumano, porque ele gritava intensamente. Em cima dele, no céu, na direção de suas mãos, as nuvens começaram a “enrolar” formando algo parecido com a concha de um caracol, e bem do meio saíram raios muito mais fortes que os anteriores bem onde Tatsuo estava. Yara gritou.

 

—Tatsuo, o quê está fazendo? Saia daí!

 

Ela e os outros logo perceberam que os raios não o machucavam, mas sim o deixava mais forte, era como se os relâmpagos transferissem sua energia elétrica ao Tatsuo, como se a energia do céu estivesse sendo transportada de um recipiente para outro. Aos poucos o céu foi ficando azul, logo os raios pararam e a concha sumiu também. Não havia nenhuma nuvem no céu.

 

Eles não sabiam o que pensar, até que ele disse…


—Acho que esqueci de avisar, eu controlo trovões e relâmpagos, esse é o meu poder, um poder do tipo abstrato!


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