Secrets escrita por K Valentine


Capítulo 11
Chapter X




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Adam não esperava que a esposa pedisse isso, ela o pegou de surpresa. E, por algum motivo, não queria permitir. Em sua cabeça, Ivy é dele. Só dele e de mais ninguém. O empresário odiava o fato de ter que compartilhar sua atenção com outras pessoas.

— No momento, está fora de cogitação.

— Já faz quase um ano que não os vejo, Adam! E agora, nem ligar para eles você deixa.

— Eles estão bem, disso você pode ter certeza. Não tem com o que se preocupar.

Ivy já estava tomada pela raiva. Sua vontade era largar tudo e ir embora pra sempre. Mas sabia que se fizesse isso, as coisas só piorariam para o lado mais fraco.

— Isso não está certo! Você não está honrando com o nosso acordo!

Adam dá um soco na mesa, visivelmente irritado, mas Ivy não recua.

— Não fale bobagens! O acordo dizia que você poderia visitá-los sempre que possível. E agora não é. Então não venha me cobrar nada com argumentos infundados. – afirma, com ar de superioridade. – Você devia é me agradecer, pois sem mim você e nem seus pais seriam ninguém.

Ela se levanta furiosa, joga o guardanapo na mesa e dá as costas para o marido.

— Onde você pensa que vai? Ainda não terminamos o jantar!

— Perdi completamente a fome. – ela responde seca, sem parar de andar e vai para a área externa da casa.

Eu, que estava na cozinha, a vi passar e fui atrás. Não poderia deixá-la sozinha nesse momento. Sei o que aconteceu, pois minha audição maravilhosa captou toda a conversa na sala de jantar. Ela finalmente parou de andar e sentou-se à mesa do lado da piscina.  À medida em que fui me aproximando, notei que chorava. A alcancei e me sentei ao seu lado, para tentar confortá-la. Ivy estava furiosa e indignada com as palavras de Adam. Ele passava dos limites na rigidez em assuntos que não eram de seu interesse.

Só que ela tinha um trunfo nas mãos que poderia ser usada ao seu favor: o amor dele. E eu, uma excelente ideia.

***

Tom chega em casa, após seu sumiço durante a tarde, sabendo que Ria devia estar furiosa atrás dele. Assim que passa pela porta de entrada, a primeira pessoa que vê é ela, andando impaciente de um lado para o outro. Bill, olhava a cena do balcão da cozinha.

— Onde você estava, Tom Kaulitz? – a moça esbraveja assim que coloca os olhos no namorado.

Ele ignora sua pergunta e sobre as escadas, indo em direção ao seu quarto. Ela vai atrás. O vocalista ri da atitude do irmão.

— Não ouse me deixar falando sozinha! Você me deve explicações. – entra no quarto e fecha a porta.

— Você sabe muito bem que eu estava trabalhando. E eu não tô afim de discutir agora.

— Eu te liguei várias vezes e você não teve nem a decência de me retornar! Fiquei aqui morrendo de preocupação!

— Para de drama, Ria.

— Drama? Isso não é drama! Todos estavam em casa, menos você!

Ela continuou expondo sua indignação e falando na cabeça de Tom sem parar. Ele tentou ignorar o quanto pôde, mas até que ela passou dos limites.

— Sabe qual é a verdade? Você dá mais valor ao seu trabalho do que a mim, que deixei tudo por sua causa!

— Trabalho esse, que paga as minhas contas e as suas.

O guitarrista sabia que se continuasse ali, ia acabar ficando com dor de cabeça, pois ela era incansável quando achava que tinha razão. Então, sai do quarto, anda pelo corredor e entra rapidamente no quarto de Georg, trancando a porta em seguida. Queria se esconder da namorada e também de Bill, pois sabia que ele era outra pessoa que o encheria de perguntas.

Georg estava conversando no telefone com Susanne e faz um sinal para Tom esperar um pouco. O gêmeo mais velho então, se espalha no sofá que havia no quarto.

— Tudo bem, amor. Mande beijos a todos aí e diga que estou com saudades! Amanhã te ligo novamente. Um beijo, te amo! – termina a chamada.

— Ela vai vir pra cá quando?

— Ainda não sabe, pois está cheia de trabalho. – o baixista senta na cama, de frente para  amigo e joga o celular nela.

— É uma pena. – bufa. – Ela podia vir esses dias pra Ria ter companhia.

 - Infelizmente acho que isso não vai acontecer por enquanto. – ele faz uma pausa. - E você sumiu hoje, hein? Sua namorada ficou uma pilha de nervos porque não sabíamos onde estava e ainda não atendia o celular... Onde esteve?

— Por isso vim aqui para o seu quarto, não aguentava mais a Ria falando na minha cabeça... - Tom ri, lembrando do que houve. – Se eu te contar o que aconteceu hoje você não acredita!

— Então fala, cara! Me deixar curioso é que você não pode!

— Eu sumi porque fiquei preso no depósito da HERSCH por horas com a Ivy.

— O QUE? – o amigo indaga, completamente surpreso. – Como isso foi acontecer? Conta isso direito!

Tom começou a narrar os acontecimentos desde a hora que pôs o pé na empresa. Contou sobre a chamada de atenção de Ivy, até chegar na parte em que ficaram presos. Absolutamente tudo, nos mínimos detalhes. Georg ficou completamente boquiaberto.

— Cara, só sei que isso tudo serviu pra essa mulher me deixar mais intrigado e fascinado ainda. Vi outro lado de ser dela, menos sério, sabe? E ela é tão... Tão diferente do que parece. Eu não sei explicar. Tentei saber coisas de sua vida, mas ela sempre contornava o assunto e me respondia só o que queria que eu soubesse. Acredita que ela tem 24 anos?

— Só 24? Parece ser mais velha.

— Também pensava isso. Mas é por causa de toda aquela maquiagem que ela usa.

— E vocês... – ele olha para Tom erguendo a sobrancelha. - Nada?

— Lógico que não, você tá doido? Não posso ir chegando assim... – ele balança a cabeça, negativamente. – Mas vontade é que não faltou. – ele ri. – Ela também não deu nenhuma brecha para isso. E tem a Ria, o marido idoso... É complicado. – olha para o nada durante alguns segundos. - Georg, você tem que me prometer que não vai contar isso pra ninguém! Muito menos pro Jost...

— Pode deixar, não falarei nada... Mas porque o David não pode saber de jeito nenhum?

— Ivy me pediu para manter em segredo que ficamos presos lá. Ela não disse o motivo, mas com certeza é para o marido não ficar sabendo. Eu pude notar isso...

— Ela não comentou nada dele?

— Em momento nenhum. Eu também fiquei meio sem jeito de tocar no assunto, mas teve uma hora que não aguentei e perguntei por que ela era casada com um cara bem mais velho.

— Não acredito que você teve essa coragem!

— Não sei como, mas tive. Ela achou que eu também pensava que foi por interesse, afinal é a primeira coisa que todo mundo pensa quando vê um casal assim.

— Depois de conhecê-la eu mudei de ideia, mas antes esse era meu pensamento.

— Pois é, eu também. Ainda mais depois de hoje. Aí eu disse que não achava isso, mas que ele não a merecia. Só que antes mesmo dela argumentar, Ludovico nos encontrou e Ivy saiu desesperada correndo assim que o viu.

— Eu não to conseguindo acreditar até agora que tudo isso aconteceu...

— Quero ver como será a reação dela na próxima vez que nos encontrarmos.

Os dois ficaram no quarto conversando sobre o que aconteceu durante mais um tempo. Quando Tom saiu, deu de cara com Bill no corredor, que o arrastou até seu quarto, mesmo contra sua vontade. O gêmeo mais novo confrontou o irmão sobre o fato de Ria estar atrapalhando seu trabalho e isso estar refletindo nos demais caras e também sobre seu sumiço durante a tarde. O guitarrista se justificou dizendo que ficou esse tempo fora para poder pensar nisso e viu que o irmão tinha razão.

***

Dois dias depois, finalmente a primeira sessão de fotos seria feita no estúdio da HERSCH. Todos os integrantes do Tokio Hotel e o fotógrafo chegaram pontualmente no horário marcado. Eu e Ivy, junto com a equipe da empresa, recebemos todos.

Quando ela foi cumprimentar Tom, ele a puxou mais para perto.

— Tudo bem depois daquele dia? – cochicha discretamente.

— Sim. Espero que você continue mantendo nosso segredo. – ela o olha e ele assente.

Todos começaram a se arrumar e colocar o primeiro look para dar início aos cliques. Eu, como não sou bobo nem nada, vou ajudar Bill com os adornos que compramos. Enquanto isso, Ivy estava perto de Georg e Tom, os ajudando a escolher os sapatos.

— Você vai ficar com o cabelo solto? – o baixista pergunta para o amigo.

— Não sei... – senta na cadeira e olha no espelho. - O que você acha, Ivy? – olha para a empresária.

— Acho que você pode prender em um coque mais alto do que está acostumado a usar... – ela opina.

— Eu só sei fazer daquele jeito. Você pode me ajudar? – pede e Georg ri sem a moça perceber.

Ela vai até onde está, e pára atrás dele. Tom a olha fixamente através do espelho. Ivy enfia seus dedos com delicadeza nos compridos fios de cabelo e um arrepio percorre o corpo de ambos. Ele tinha um cabelo macio que exalava seu perfume viciante. A empresária começa a moldar o penteado com delicadeza e o guitarrista entrega o elástico para prender.

— Eu gosto assim. – olha para ele refletido no espelho. – Gostou?

— Sim, ficou ótimo. – sorri para ela.

— Ivy, telefone de um dos nossos clientes da Alemanha. – a secretária chega até ela com um celular na mão.

Ela pegou o aparelho e começou a conversar com a pessoa que estava do outro lado da linha em alemão. Tom e Georg arregalaram os olhos, pasmos ao ouvi-la pronunciar as palavras de maneira impecavelmente certa.

— E-eu ouvi certo, ou...

— Sim, ela está conversando em alemão. – o baixista confirmou.

Bill, já pronto com a minha ajuda, convoca a todos para começarem as fotos e assim é feito. Eu fico nos bastidores com Ivy só assistindo a sessão. Percebo que durante todos os cliques, Tom não para de olha para ela, que também olhava para ele as vezes, mas tentava fingir que nada estava acontecendo.

— Se ele continuar te secando assim, até o fim da sessão você emagrece uns dez quilos. – cochicho em seu ouvido.

— Eu vi, mas vou ficar aqui fingindo que não é comigo para não atrapalhar. – ela diz, sem esboçar nenhuma reação.

— No seu lugar, com um olhar daquele para mim, já tinha desmaiado e estava aí estirado nesse chão. Petrificado.

Ela me olha e finamente ri.

— Para com isso!

— Já parei. Foi só um comentário que eu não aguentei guardar para mim.

As fotos duraram algumas horas para frente e quando estava quase no fim, eis que surge uma mulher que Ivy e nem eu não conhecíamos, acompanhada de uma das recepcionistas da empresa.

— Senhorita Ivy, esta é Ria Sommerfeld, namorada do senhor Tom Kaulitz.

Nós dois ficamos estáticos. Tom tinha uma namorada! E que na minha visão saiu de um museu de cera, de tão esticada de botox.

— Muito prazer, sou Ivy Mayvic. – ela sai do estado de surpresa e estende a mão. – Bem vinda à HERSCH.

— O prazer é todo meu. – aperta sua mão. - Bill fala muito de você lá em casa. Estava indo para o salão e resolvi passar aqui antes para conhecer e fazer uma surpresa para o Tom.

Eu fiquei passado. Ela parecia ser muito mais velha que Tom e ainda usava um sapato horroroso. Lógico que a observei dos pés a cabeça e mesmo antes de ter dito uma palavra, já não gostei da figura.

Olhei para os meninos e vi que quando Bill se deu conta que Ria estava lá, mudou seu semblante completamente. Sorte, que foi no último clique do fotógrafo. Tom também percebeu sua presença e quando viu que ela estava do lado de Ivy, foi rapidamente até lá.

— Ria! O que você está fazendo aqui?

— Oi meu amor! – o abraça e dá um selinho. - Vim te fazer uma surpresa e aproveitar para conhecer a HERSCH. Mas não devo demorar, pois tenho salão marcado agora mesmo.

Enquanto os dois conversavam, puxo Ivy para longe.

— Você sabia que ele namorava uma boneca inflável? – pergunto.

— Claro que não! Estou tão surpreso quanto você!

Quando eu ia continuar a falar, Bill chega perto de nós.

— Como ela veio parar aqui? – cerrou os olhos.

— Eu não sei, chegou a pouco. – a empresária respondeu.

— Vá na recepção e proíba a entrada dela! – ele pede. – Por favor, Ivy.

— Me desculpe Bill, mas não posso fazer isso sem motivo...

— É... – ele concorda, murcho. – Você está certa. Então eu vou ter que dar um jeito nisso. - sai andando em direção a ela e seu irmão. – Ria, se você veio pegar uma carona conosco, sugiro que vá embora de táxi, pois ainda temos muito trabalho por aqui. Não quero que fique cansada esperando. – sorri sem mostrar os dentes.

— Já estou de saída, tenho salão agora. Só passei para ver o meu amor. – vira-se para Tom e lhe dá um beijo. – Me acompanha até a porta?

— Eu adoraria, mas realmente estamos cheios de trabalho.

— Então tá bom. – conforma-se. - Até mais tarde. – sai em seguida.

— Dá um jeito nisso ou daqui a pouco ela não vai nos deixar trabalhar sossegados!

— Depois vou conversar sério com ela.

O fotógrafo chamou a todos para verem o resultado das fotos e eles foram até ele. Depois, todos trocaram de roupa e foram para a sala de reunião tratar sobre o ensaio fotográfico externo, que será daqui um dia. Mais uma vez, Bill insistiu para que Ivy os acompanhasse e dessa vez ela decidiu aceitar, o que eu achei ótimo. Adam não ficaria sabendo porque o horário do ensaio seria o mesmo do expediente da empresa, então ela chegaria em casa no horário de sempre.

Depois de tudo resolvido, todos já estavam de saída, menos Tom, que deu uma desculpa convincente dizendo que ia passar em outro lugar antes de ir para casa. Mas na verdade, ele foi até a sala de Ivy.

— Ivy está aí? – perguntou à sua secretária. – Preciso falar com ela.

— Sim, senhor Kaulitz. Pode entrar.

Ele bate na porta e entra na sala. Ela, que ante então estava de costas arrumando suas coisas para ir embora, vira-se para ver quem é e fica surpresa.

— Tom?

— Er... Oi. – ele sorri. – Eu vim te convidar para tomar um café comigo agora depois do seu expediente... Sabe, é que eu queria meio que me redimir por ter nos deixado presos aquele dia no depósito.

— Me desculpe, mas não posso. Meu marido deve estar quase chegando para irmos embora juntos. – o corta. – E não se preocupe, você não tem que se redimir de nada. – pega sua bolsa. – Preciso ir agora. Até mais.


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Notas finais do capítulo

Adam foi irredutível, mas Ludo tem planos mirabolantes em sua cabeça para tentar reverter a situação.
Tom está cada vez mais deixando claro seus interesses...
E Ivy soube que Tom tem uma namorada! O que vocês acham da Ria?
Me contem tudo que estão achando nos comentários!

~ Playlist de SECRETS no Spotify: https://open.spotify.com/user/itsleticialima/playlist/15paSepnEjOgzAAqCXfZOk



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