Sob o Luar escrita por Vencedora de Lesmas


Capítulo 9
Entramos No Prédio


Notas iniciais do capítulo

Mais de 100 reviews e duas indicações =O Obrigada a todos que acompanham a história e boa leitura ;D



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Percy’s POV

   Segurei a mão de Annabeth enquanto íamos em direção ao tal prédio de Éolo. Ficamos uns vinte minutos parados na rua discutindo como iríamos agir, o que atraiu vários olhares tortos. Estávamos acostumados com isso, mas poderia trazer alguns monstros, e não queríamos mais problemas, por isso fomos para um Mc Donald’s. É, ir para uma lanchonete de fast food apenas para criar estratagemas é uma idéia estúpida, comemos também.

  - Não podemos chegar gritando assim: “PARADOS! ÉOLO, DEVOLVA O PERGAMINHO DE ATENA!”. Não vão aceitaaaaar isso numa boaaaa – baliu tristemente Grover.

  - Mas também não podemos ficar andando de fininho – rebateu Nico.

  Não sei se algo estava errado, mas eles pareciam trocados.

  - Não – sussurrou Annabeth. Desde que soubera do resto da profecia, ela ficara muito estranha – Eu tenho uma idéia.

  E nos contou seu plano genial e suicida.

♥♥♥

  Abri a porta do tal prédio com a rosa dos ventos, permitindo a entrada de Annabeth. Nós dois iríamos cuidar de dentro do prédio, enquanto Nico entrava pelos fundos e Grover vigiava para qualquer auxilio de fora, em um terraço próximo.

  Entramos de mãos dadas, adentrando no saguão. Era um lugar amplo, não entendo de arquitetura. Ta, não vou mentir: era ENOOOOORME! Parecia o que o pátio de refeições do Acampamento se resumia à 1/3 do lugar! Ele era dourado, e, como Éolo era um rei, deveria ser ouro mesmo! Moveis de couro animal – estava na cara que era animal – revestia os sofás e pufs espalhados. No centro, uma cavidade retangular cercada por degraus estava pintada por uma bela rosa dos ventos em dourado, cobre e bronze. Um balcão da altura de um cavalo e da extensão de uma serpente marinha estava localizado em uma parede, ocupando grande espaço. Parecia um retângulo com pessoinhas engravatadas lá dentro. O saguão também era cheio, com todos os residentes vestidos de modo formal. Me senti um idiota esfarrapado com o All Star, jeans e camiseta do Led Zeppellin.

  Annie assentiu quando meus olhos encontraram os dela, perguntando se realmente iríamos fazer aquilo.

  Andamos a passos largos e relaxados superficialmente. As mãos de minha namorada agarraram meu braço, em sinal de que estávamos juntos. Olhares tortos com um tom de desdém se fixavam em nós enquanto íamos em direção ao homem asiático de terno cinza, com uma gravata vermelho sangue repleta de pentágonos cor de vinho. Ele nos encarou por detrás dos óculos de meia-lua.

  - Pois não? – sua voz era arranhada, semelhante ao afiar de uma faca.

  - Queremos falar com Éolo – afirmei, deixando minha voz mais grossa. Annabeth me deu um leve e delicado pisão no pé, o que, por experiência eu sabia, significava que era para não exagerar.

  - Com o senhor Éolo? – o cara enfatizou o senhor.

  - Sim – repeti, sério.

  - Não. – ele soltou as palavras de modo tão irritante que me deram ódio.

  - Como assim “não”? – perguntou Annabeth, franzindo o cenho.

  - Escute, menininha – o homem se debruçou no balcão, apoiando o cotovelo nele, e com a outra mão tirando os óculos, deixando-nos ver seus olhos terrivelmente claros que não davam para serem notados atrás das lentes refletidas. Dava para ver o seu nome no crachá, mas dislexia é um assunto de louco – O senhor Éolo é muito ocupado. Nada do que você poderá fazer será mais importante do que seu trabalho e...-

  - Sabemos do pergaminho – soltei.

  As unhas de Annabeth se cravaram no meu braço, mas já era tarde. Os olhos do homem se arregalaram, mas ele se conteve.

  - Que pergaminho?

  - De Atena – continuei – Sabemos de tudo.

  - Meio-sangues – grunhiu ele com nojo.

  - Sim – respondeu Annie, a voz grossa.

  - E uma filha de Atena – seu olhar se tornou repugnante perante Annabeth.

  - Sim – repetiu ela com o mesmo som. Eu nunca a vi agir assim. Estava atraente.

  - E – ele passava os olhos de mim para Annie, e de Annie para mim – por que eu deveria levá-los até o meu rei? 

  - Porque – falei rangendo o queixo – será o melhor para vocês.

  O homem riu, expondo mais seus dentes amarelados e afiados.

  - Ah, sim! E o que crianças como vocês poderiam fazer para nós?- Algo fez com que eu não gostasse do jeito que ele pronunciou nós.

  - Eu sou um filho de Poseidon – anunciei – E farei isso ruir nas águas de meu pai se você não nos levar até ele!

  Não sei se surtiu efeito, mas o homem pareceu pressionado. Não, não foi pela minha ameaça, mas foi por causa do olhar homicida que um homem mais jovem de cabelos cor de fogo lançou para ele.

  - Por aqui - disse ele se rendendo, levantando e pulando o balcão. Por instinto, levei a mão ao bolso, tocando Contracorrente.

  Quando ele ficou de pé, pude ver que ele era alto. Ele tirou o paletó e a gravata, largando-os na mesa. Sua camisa branca social ficou sobre a calça negra, que combinava com os sapatos de bico de ferro negro. É, isso mesmo que você leu. Os sapatos eram de couro marrom, mas tinham o bico revestido com ferro negro. Ele guardou os óculos no bolso e começou a andar.

  O seguimos, passando pelas pessoas que agora desviavam o olhar. Senti uma estranha vontade de sair dali.

  Atravessando o saguão, viramos para a direta, entrando em um corredor maior ainda. Ele tinha pilastras gregas que ficavam a poucos centímetros do chão, pois uma estatua de um homem agachado a segurava, impedindo o teto de desabar. Uma bela representação de Atlas. O corredor parecia interminável, até que chegamos em dois elevadores, os quais parecia do século XX. Tinha até grade! Carl – agora eu já conseguira decifrar o crachá – entrou primeiro e estendeu o braço em sinal para que entrássemos também. O tempo com a “Carruagem de Fogo” parecia eterno.

♥♥♥

  - É aqui – disse Carl por fim, na frente de uma porta dupla gigantesca dourada, com rosas dos ventos no lugar de maçanetas.

  As portas se abriram e o “recepcionista” nos empurrou para dentro. O lugar era incrível! Era como uma biblioteca -  sei que isso não é incrível, mas saca só – só que no lugar de livros, tinha computadores e outros baratos tecnológicos! Tinha dois andares, o de cima tinha de fato livros. Entre intervalos de estantes repousavam armas gregas antigas. Uma mesa de meia lua acompanhava o contorno de uma esfera pintada em ouro no chão, que abrigava outra rosa. Em cima da mesa estava tudo o que se pode imaginar, desde o notebook mais avançado, ao papiro mais antigo. Com vários aparelhos medidores de vento. E outras geringonças cientificas. Em uma cadeira banhada em ouro – cadeira é um termo fútil, o certo seria mesmo trono – se encontrava um homem com barba bem feita branca, olhos azuis que foram desviados do documento que examinava e usava um terno dourado. Seus cabelos curtos e grisalhos estavam envoltos em um loro feito de ouro. Seu rosto continha uma expressão séria, ainda mais quando nos viu.

  Ele se levantou da cadeira e sorriu maldosamente para nós.

  - Sejam bem-vindos, semideuses.

  Sua voz fez os pelos de minha nuca se eriçarem, mas não tanto quanto o “CLACK” produzido pela porta se fechando atrás de nós, sendo trancada.


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno. Um tanto chatinho, admito. Mas ainda peço reviews! Beijos!