Puzzle escrita por Bee


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Ei, meus amores. Queria agradecer pelos comentários no capítulo anterior, e dizer que fiquei muito feliz com todos eles. E bom, aqui está o segundo capítulo. Vamos começar a desenrolar as coisas, mas enrolar muito também. Tem muitas coisas que vocês devem observar nesse capítulo, tudo bem? Quero que vocês deem uma de Sherlock Holmes nesse capítulo, pode ser? Pois temos várias pistas.

Bom, só quero agradecer mesmo, e dizer: Boa leitura.



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Carly conhecia muito bem os pais de sua amiga, ou isso achava. Mas ao deixar o DVD sobre a mesa de centro, e ficar sentada com Freddie embaixo da janela da sala, ela se questionou sobre isso. Ela era amiga de Sam desde os dez anos, dormira tantas vezes na casa de sua amiga que era quase como se ela mesma fosse de casa, e Carls não poderia negar, ter uma mãe como a de Sam não seria nada mal.

Carly vivia com o irmão, sua mãe havia morrido cedo, e seu pai era da Marinha, nunca ficava em casa para estar com ela. Então na casa de Sam ela se sentia protegida e bem. Isso e o fato de que o irmão de Sam era maravilhoso. Cliff era o sonho molhado de Carly, mesmo que a morena namorasse com o que todas as meninas da Ridgeway High School acreditavam ser a perfeição em forma de homem, Carly discordava. Cliff resumia a perfeição.

— Como você fez para eles não estranharem o fato de você entrar e sair correndo? – Freddie perguntou por fim a encarando sutilmente. A câmera em suas mãos continuava desligada, mas Freddie abria e fechava o visor, uma distração naquele momento.

— Eu perguntei se eu poderia pegar uma blusa minha que estava no quarto da Sam. – Carly deu de ombros, mas a forma como ela apertava a camisa da amiga entre os dedos denunciava seu nervosismo, ela sentia uma vontade imensa de chamar Sam, ou subir na arvore que dava no quarto dela, e bater o código secreto para o que ela estava sentido. Mas sabia que agora não havia como, ela não sabia onde Sam estava.

— Você conheceu a Sam bem naquela época em que paramos de nos falar, não é? – Freddie perguntou calmamente para a morena, isso era uma coisa que o estava remoendo nos últimos seis anos. Mas ainda sim um assunto delicado.

— Foi, olha, eu sei que foi errado aquilo que eu fiz, mas eu só era estúpida demais naquela época. – a garota Shay disse lentamente evitando o encarar, como fizera nos últimos seis anos.

— Eu sei. – ele disse certeiro – Mas nós somos vizinhos, não é como se me ignorar fosse completamente fácil.

— Eu me esforcei. Na verdade eu estava com vergonha e com medo de te encontrar, você poderia me xingar ou explodir se eu te olhasse nos olhos por mais de um segundo. – a morena corou – Você era meu melhor amigo, e eu te expus daquela forma, não foi justo.

— Você sabe que eu poderia dizer qualquer coisa maldosa agora apenas para me vingar, não é? – Freddie tentou sorrir, ele não era do tipo que explodia por algo do passado, ele apenas deixaria aquilo passar e seguiria em frente, como era preciso. – Alvos se aproximando.

O moreno ligou rapidamente a câmera, e apontou para a casa, em direção aos pais da loira. E Freddie ficou encantando vendo como a família dela possivelmente estaria na capa de alguma revista. Eles eram todos muito bonitos, assim como a Sam, bonitos ao ponto de beirarem a perfeição.

— Cliff, desça aqui querido. – a mãe de Sam gritou, sua voz era tão doce que contrastava com os sons rudes que os cercavam. O jovem moreno desceu, as mãos nos bolsos despretensiosamente bonito, despretensiosamente a perdição de Carly.

— Filho, você deixou esse DVD aqui? – o homem perguntou, o cabelo grisalho cortado de maneira tão correta que o deixava com um ar sensual.

— Não, ninguém mais usa DVD hoje em dia. – o jovem disse com ar debochado.

— Verdade. – Freddie sussurrou para uma Carly risonha.

— É por isso que temos a internet. – Ela sussurrou também segurando o riso.

— Não seria bom ver o que é? Só para saber de quem é? – Cliff perguntou sério, se sentando no sofá.

— Não acho que seja necessário, talvez a Carly tenha esquecido aqui. – a mãe de Sam disse séria.

— Mas e se não for da Carly, e se for algo mais importante? – o menino disse ansioso, ansioso demais para Freddie.

— Tudo bem, já que insiste. – o homem disse colocando o DVD para rodar, e como o que aconteceu com Freddie e Carly, logo a cabeleira loira de Sam apareceu na tela.

“Mãe, pai, peste. – Sam disse com um sorriso – Eu venho por meio dessa transmissão, antiquada, mas útil, apenas dizer que estou bem. E estou tirando um tempo de autocontemplação e descobrimento. – ela falava com a voz de um instrutor de yoga charlatão. – E acredito que devo algumas satisfações a vocês três. Eu sei que não fui a melhor filha nos últimos meses, sei que na maior parte do tempo fiquei trancada no meu quarto e que vocês acharam que eu havia endoidecido. E talvez eu tenha.

Acontece que nas últimas férias da primavera, eu estava limpando o porão como a mamãe mandou, e achei no entre as caixas de decoração de Natal e as de Halloween uma caixa diferente. E nela tava escrito: “Sam”, vocês não esperavam mesmo que eu fosse negar a esse chamado, não é? Quando eu vi o nome, eu simplesmente não pude ignorar a caixa, ela chamava por mim, sussurrava o meu nome. E eu rasguei o selo que a fechava. E vocês devem saber o que eu achei.

Não estou triste em descobrir isso. Não é como se eu fosse fazer uma cena e sumir pelo mundo, ou me matar por isso. Eu vou voltar, eu prometo, não surtem, mas eu volto logo. Eu só preciso encontrar uma outra caixa com meu nome, e não está longe. E digo uma coisa, mãe, pai, eu entendo vocês. Na verdade, era uma coisa que eu já desconfiava, a diferença de idade entre mim e o Cliff é mínima, quer dizer, eu sou de Abril e ele é de Dezembro. Vocês entendem como isso soa? Não dá nem nove meses de diferença.”

Então naquele momento Freddie compreendeu, Sam era adotada. Ela não era filha de Jonathan e Nancy Breyers, ao menos não filha legitima. Ela não era uma Breyers afinal, e por isso ela havia falado as coisas que ela falou naquela noite. E por isso ela perguntou sobre aquilo.

“Mas eu não culpo vocês. – Freddie voltou sua atenção para a loira – Na verdade eu agradeço, espero que me aceitem de volta quando eu voltar dessa jornada, espero ter em meu quarto aquele porta joias ainda, aquele da vovó. Eu amo vocês, e amo mais ainda por saber que vocês me deram um lar e uma vida quando eu poderia estar em situações devastadoras. Vocês me acolheram como filha de vocês, e como irmã, no caso do peste, e vocês serão sempre minha família.

Agora não se preocupem. Mãe, não ligue para a polícia. Eu estou bem, uma prova disso é que eu vou te ligar, talvez hoje após vocês assistirem esse vídeo, talvez agora mesmo. Depende. Mas eu estou bem, e eu amo vocês.”

E a Sam sumiu novamente. Cliff encarava o chão a sua frente, na mesma contemplação que Carly estava. Parecia procurar uma resposta plausível que explicasse tudo aquilo. Cliff então se levantou, e foi para seu quarto sem mais uma palavra, parecia atônito, perdido. Mas Freddie o entendia, e não o culparia por essa reação.

A senhora Nancy chorava nos braços do marido, e ele simplesmente a acalmava. Em instantes o telefone tocou, e Carly e Freddie viram os dois encararem o celular sobre a mesa, e então tocou novamente. O senhor Jonathan puxou o celular e atendeu.

Freddie preferiu não ver mais. E Carly o seguiu.

— Sam é adotada. – Carly disse sentada no gramado de sua casa, Freddie estava deitado ao lado dela encarando as estrelas. – Por que ela não me contou? Ela descobriu em março, e não me contou?

— Acho que ela me deu uma vista, na festa. – Freddie respondeu sem pensar, e Carly o encarou. – Ela veio até mim naquela noite perguntando se havia como descobrir quem colocou uma criança para adoção, mas eu achei que era como uma hipótese, caso uma das suas amigas lideres de torcida estivesse realmente grávida e não quisesse ficar com a criança.

— É isso que você pensa de nós lideres? – Carly perguntou nervosa. – Você acha que nós somos da porcentagem de garotas que terão filhos antes de se formarem?

Freddie se sentou e encarou a morena: - Não me entenda mal, Carls, mas vocês se vestem com mini saias e mini blusas, inclusive no frio, vocês namoram sempre com os garanhões, que tendem a utilizar do sexo como uma forma de “controle de virilidade”, e muitas de vocês não escondem as relações que tem com seus namorados. – ele disse sério. – Não é o que eu penso, é o que todos pensam, inclusive os namorados de vocês. Eu entendo que o ensino médio tem uma hierarquia, e casa nível dessa hierarquia tem uma reputação a zelar. E você não pode negar isso. Mas a questão é que Sam me deu uma pista na festa.

— Sim, isso. – Carly disse nervosa, encarando a blusa listrada em branco e roxo que havia roubado do quarto de Sam. – O que você disse a ela?

— Eu respondi o que eu sabia, que se ela soubesse onde foi adotada, poderia procurar o departamento de assistência social, e pedir legalmente pelos documentos. Eu simplesmente disse que não é difícil encontrar o nome de seus pais. E agora ela pode estar encrencada por conta disso.

— A Sam é esperta. – Carly disse por fim, se levantando lentamente e encarando o moreno – Ela não está encrencada, ela apenas precisa se virar. Mas eu te digo uma coisa, Freddie, ela não teria nos envolvido dessa forma se não fosse sério, e se não precisasse de nós dois, não é? A questão que precisamos descobrir é o que ela quer que a gente faça e por quê. Boa noite, nerd.

— Boa noite, Berg. – Freddie retomou o antigo apelido e pode ver o sorrisinho que a morena deu antes de entrar. Ele a chamava de montanha quando eram crianças, pois ela sempre foi mais alta que ele, não que isso fosse tão difícil naquela época.

Freddie entrou em casa, tudo estava escuro, o que significava que Marissa ainda estava trabalhando. Ele foi até a cozinha, e pegou um copo de água, não estava com fome, mas encarou a vasilha pronta para ir ao micro-ondas com uma refeição completa. Tomou a água enquanto pensava em Samantha, não conseguia dar a ela um sobrenome agora, não conseguia mais pensar nela como Samantha Joy Breyers, por mais que soubesse que ela manteria esse sobrenome, chama-la assim simplesmente parecia errado.

Subiu ao seu quarto enquanto tirava a roupa, ao chegar a primeira coisa que fez foi dirigir-se ao banheiro, tomou um longo banho com pensamentos fervilhando. Por que havia Sam pedido para que eles fossem lá e gravassem tudo? Havia algum sadismo nela ou era simplesmente para que fosse comprovado? Alguma coisa nisso não se encaixava.

Quando estava pronto para se jogar na cama, Freddie percebeu sobre a escrivaninha de seu quarto um envelope branco, não lembrava de ter deixado nada ali, e por isso ele se levantou rapidamente e o pegou. A mesma letra que havia na caixa direcionada a “Freddie Benson” estava agora no envelope. Ele abriu com dedos trêmulos, sentia como se o que estava em suas mãos fosse um pedaço delicado de um cristal, ou de uma porcelana, não papel.

Freddie encarou o bilhete que havia dentro do envelope. Seus olhos correram para o final da página, onde o nome de Sam se destacava. Por um momento o seu olhar ficou preso na caligrafia incrivelmente bem desenhada da carta, era uma letra cursiva, mais um segredo da loira revelado, ela era uma expert em letra cursiva, uma arte rara nos Estados Unidos.

Freddie releu a carta, havia algo que não se encaixava, mas ele não sabia o que era. Havia algo nas palavras de Sam que parecia desconectado do que ela falava, mas era difícil dizer o que era. Benson precisava de uma boa noite de sono e um bom trabalho de detetive para desvendar a forma como as palavras de Sam se juntavam para que ele atingisse o ponto exato que ela queria.

 

Enquanto isso, Sam estava a quilômetros de distância dali, em uma ruela perigosa, segurando em suas mãos um arquivo roubado, onde a foto de uma mulher loira de olhos azuis a olhava diretamente nos olhos. O endereço era aquele. Mas nada além de viciados e prostitutas ali estavam.

— Ei, baixinha, você está procurando por alguma coisa na minha região? – Um homem alto disse com sua voz grossa. Sam nunca tivera medo, e aquele momento não seria uma exceção.

— Você já viu essa mulher por aqui? – ela perguntou séria, mostrando a foto que estava no arquivo.

— O que você quer com a Pam? – a loira odiava quando sua pergunta era respondida com outra pergunta, parecia uma tentativa evasiva de fugir dessas respostas.

— Você sabe onde a Pam está?

— Ela deve estar no ponto dela. – um outro homem respondeu enquanto acendia o cigarro, seu rosto deformado por uma tatuagem horrível de um dragão. – É na frente da farmácia, duas quadras para a esquerda. O movimento tá fraco, pode ser que ela esteja lá.

Sam andou com pernas bambas na direção que o homem da tatuagem de dragão havia indicado, seu coração em uma tentativa de suicídio, tentando fugir de seu peito enquanto ela encarava o letreiro azulado da farmácia a cegando. Ela encarou a mulher parada ali, o cigarro entre os dedos, e o vestido curto demais para as pernas compridas.

— Com licença, você é a Pam? – Sam perguntou com a voz falha, a mulher direcionou seus olhos azuis, tão claros e brilhantes quanto os da jovem, um sorriso de desdém se formou, mostrando os dentes amarelados pelo uso do tabaco.

— Não faço programa com mulheres, querida. E tenho certeza que você não tem dinheiro, ou idade para isso. – a mulher disse voltando sua atenção para o trânsito.

— Não, eu com certeza não quero um programa. – Sam disse chamando novamente a atenção da mulher – Segundo essa ficha você me deixou para adoção há 14 anos, eu sou sua filha.

O olhar de Pam vagou pelo rosto de Sam lentamente, e algo em seu semblante mudou drasticamente. Não que a jovem esperasse por um ato de carinho inesperado, um abraço, ou que a mulher chorasse. Mas a reação que ela teve, não era nenhuma das que ela havia imaginado.

— Eu te dei para adoção por um motivo, não era para você vir atrás de mim. – e então ela deu as costas e saiu em direção ao beco, sentando no chão como uma criança. Sam ficou sem reação ali, apenas encarou sua mãe como uma criança.


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Notas finais do capítulo

Ei, pessoas, um segredo revelado. Mas vocês conseguiram encontrar alguma das dicas que Sam nos deu, e deu ao Freddie? Quero saber se vocês conseguem descobrir alguma coisa, ok? Me digam o que acharam e o que esperam do próximo, ok? O que acharam do encontro Sam e Pam? Esse não é o encontro mais importante da fic, mas é o que vai desenrolar outros, ok?
Quero comentários, beijos.
PS: Carly, eu entendo seus sonhos molhados com o irmão da Sam, eu sou apaixonada por ele, e bom, digamos que Cliff tem um papel importante na fic, ok?
Beijos.