Já era o dia seguinte? As vezes o tempo passa tão rápido. Resolvi levantar logo e fui para o banheiro. Entrei debaixo do chuveiro e a água estava gelada, serviu para me acordar. "Hoje é terça", pensei, "No final de semana, papai e meus irmãos vem nos visitar". Aquilo certamente me deixava feliz, eu me enchia de... Felicidade, acho, ainda não sei que sensação era aquela. Sai do banho e me cobri com a toalha e me olhei no espelho. "É você", disse a mim mesma, sorri e me enxuguei. Eu queria usar uma roupa diferente da de ontem, mas ainda fazia frio, e meu blusão infelizmente sujou. Resolvi colocar uma blusa e um casaco, usando uma meia calça preta e um short. Usei a mesma bota de ontem.

Sai do quarto e fui para a sala de jantar. Minha mãe gosta de usar ela para todas as refeições. Em cima dela, havia torrada e um copo de suco. Minha mãe apareceu da cozinha e me deu um beijo na cabeça:

— Bom dia, meu amor.

— Bom dia, mamãe.

— Então, eu só vou pegar minha bolsa e logo em seguida, vamos para a escola, certo?

— Certo. - Assim que eu concordei, ela foi em direção ao seu quarto. Voltei minha atenção para a comida e terminei o café da manhã.

Peguei minha mochila e segurei a mão de Toriel, me dava confiança. Fomos em direção da escola. Pelo caminho, contávamos piadas e ríamos, ou simplesmente ficávamos caladas curtindo a brisa. Algumas pessoas também passavam a pé por ali, consegui ver algumas levando seu cachorro para passear, pode ser estranho, todos os cachorros daquela cidade eram brancos! Tirando a visão dos cachorros, eu virei minha atenção para os pais saindo com seus filhos no braço para dar uma volta pela rua, outras pessoas simplesmente saiam para tomar ar fresco.

Eu me despedi da minha mãe quando chegamos no portão da escola e logo fui para minha sala. Sentei ao lado de Geumy dessa vez, mas atrás de mim estavam Monster Kid e Napstablook. Todos nós ficamos jogando assunto fora até ouvirmos o sinal tocar, o professor ainda não havia chegado, então continuamos conversando. Monster ficou contando como foi seu mico no shopping ontem pois tropeçou no meio de um monte de gente, e como somos muito amigos e ajudamos um ao outro, nós caímos na risada. Geumy contou sobre a loja de sua irmã e como havia crescido, também não é pra menos, é uma das melhores docerias da cidade:

— Hey, Geumy, eu ouvi dizer que sua irmã está namorando, isso é verdade? - Monster perguntou.

— Ah, eu soube disso semana passada, quando eu perguntei isso, ela ficou corada e discordou, ou seja, ela está namorando! - Concluído a resposta, todos se viraram para mim. Dei de ombros, eles suspiraram, eu nunca tinha algo de novo para contar.

—Gente, gente, sabem o que eu descobri sobre o Blook? - Monster perguntou para nós e deixou o garoto ao seu lado corado.

— T-timmy... P-por favor, e-eu ...

— Ele é DJ! Ele faz uma músicas ótimas! Vocês precisam escutar algum dia - Ele continuou contando com um grande sorriso que aumentou ainda mais - Ah, e ele é primo do Met- Timmy foi calado pelas mãos de Napstablook, que impediu ele de falar o resto da frase, eu e Geumy ficamos curiosas, mas resolvemos rir. O professor finalmente chegou, e no intervalo entre a aula e outra, continuamos a conversa.

— Então, o Blook é DJ? Por que nunca contou isso para nós? - A garota de cabelos negros ao meu lado perguntou.

— B-bom... E-eu... Realmente eu não sei - Respondeu e ficamos em silêncio por um tempo - S-se quiserem e-escutar alguma coisa, e-eu sempre trago meus fones de ouvido.

— Eu adoraria escutar, mas na hora do recreio - Geumy disse.

— É intervalo - Monster Kid corrigiu.

— Meu querido, se eu quiser, eu chamo de Ruberson!

E os dois começaram a discutir sobre nomes, eu e o Blook ficamos rindo e depois eu pedi para ele explicar um pouco sobre seu trabalho. Perdemos a noção do tempo e só sentimos o olhar da professora queimando a gente, viramos lentamente para frente e demos um sorriso de desculpas. Durante o intervalo da segunda entre a terceira aula conversamos menos e prestamos bem atenção na porta para ver se a outra professora chegava ou não. Quando chegou a hora do recreio, ou do Ruberson, como disse a Geumy, ela mesma pegou os fones de ouvido do Blook e pediu para ele mostrar alguma música para ela:

— E-eu chamei essa de Ruins - E então, apenas vimos a garota começar a mexer levemente a cabeça. Ela perguntou se não tinha uma mais agitada - C-claro. E-essa eu chamo de... Spider Dance.

Geumy começou a dançar alguma coisa estranha e eu dei uma risadinha, mas ela dançava bem, mesmo que só estivesse mexendo apenas os braços. Ela pegou o fone de ouvido e me deu, então pude escutar e entender sua agitação, a música era realmente boa. Quando terminou, eu perguntei se podia escutar a Ruins, ele mudou a música e começou a tocar uma melodia boa de se escutar. Comecei a acompanhar a música com a cabeça. Ela me lembrava a minha mãe, não sei o motivo, mas acho que ela realmente ia gostar de ouvi-la. Pedimos para o Blook nos mandar as duas músicas por mensagem e depois fui para o quarto andar com a Geumy.

Passamos pela sala do terceiro ano, e logo depois pela sala do segundo ano. A mesma sala do Sans e do Papyrus. Eu descobri ontem que Papyrus é o mais novo dos dois só que é o mais alto. Quando eu digo mais novo, quero dizer um ano mais novo. Eles logo me avistaram e Sans se aproximou de mim:

— E aí, pirralha, veio me stalkear?

— O quê? N-não, eu só estava... Explorando a escola, gosto de explorar os lugares - Essa foi a primeira resposta mentira/verdade que eu tinha na cabeça. Não era uma total mentira, eu gostava mesmo de explorar os lugares.

— Hm, bom, acho melhor você voltar pra sua sala - Ele se encostou na porta e me olhou de cima a baixo - Faltam apenas cinco minutos para o sinal tocar. E o que aconteceu com aquela sua blusa amada?

— Estava suja. E eu vou descer agora mesmo, bom, tchau Sans.

— Tchau, pirralha - Ele bagunçou meu cabelo e voltou para dentro da sala.

Agora foi a vez da Geumy me puxar para a nossa sala na velocidade da luz. Sentamos rapidamente, na verdade ela me jogou na minha carteira, e depois começou a lançar um olhar estranho pra mim que eu não sabia direito o que significava:

— Eu acabei de ver minha amiga conversar com o Sans, okay.

— Qual o problema, Geumy?

— Amiga, você nunca ouviu falar nele? - Ela perguntou como se a resposta fosse obvia, mas eu neguei com a cabeça - Ele é super procurado pelas garotas, e não é pra menos, ele é lindo! E o seu irmão? Também! Os dois são super maravilhosos! Ele, o Sans, não fica com nenhuma garota, mas sempre tem aquelas que tomam coragem e dizem o que sente por ele no dia dos namorados... Obviamente, nunca foram correspondidas!

— Okay, então ela se acha bonzão demais para ficar com uma garota? - Perguntei e de repente, senti raiva do Sans. Pensava que ele era legal, bom, ele é, mas... Sei lá, agora estou com uma vontade enorme de dar um tapa na cara dele.

— Na verdade, ninguém nunca sabe o motivo pra isso. Dizem que ele já namorou uma garota, mas depois ninguém nunca mais viu eles juntos, vai saber o que aconteceu!

— Hm - Agora eu tinha uma coisa para perguntar com o Sans, e se ele não responder, posso perguntar pro Papyrus, será que por algum acaso do destino eu consiga encontrar com eles no portão?

O sinal tocou e voltamos nossa atenção para o quadro, professor entrou na sala e dessa vez, era um daqueles que não podíamos reclamar da ponta do lápis que quebrou que ele já perguntava sobre o que nós estávamos falando. Resolvi ficar bem quieta e prestar atenção na aula. Mas não consigo fazer só uma coisa, então, quando eu menos percebi, eu já estava prestando atenção em outra coisa.

"Se o átomo negativo, esse desenho que ele está fazendo no quadro lembra uma bola de sorvete, será que minha mãe pode me levar pra tomar um hoje? Eu poderia chamar algum dos meus amigos, acho que a Geumy vai querer, mas ela só come sorvete que sua irmã faz, e o melhor é o de lá mesmo, como eu disse, melhor doceria da cidade. Hm, será que Sans e Papyrus já foram lá? Calma, calma, quê que o professor apagou do quadro que eu não vi? Droga, eu não tinha anotado!".

Peguei o caderno do Napstablook, que era uma letra fácil de se entender, a da Geumy era bonita só que muito curvada, a do Timmy era alguns garranchos, a do Blook era normal. Terminei o que eu já devia ter terminado na hora da aula mas alguém aqui se perde facilmente em pensamentos. Devolvi o caderno dele e o Monster Kid começou a falar sobre suas músicas, a preferida dele foi "Spare of Justice":

— Lembra a Undyne! Hey, Napstablook, você já viu a Undyne? - Perguntou para o DJ - Ela é incrível!

— B-bom, eu j-já vi e-ela sim e-e...

— O QUÊ? Você já viu a Undyne? E ainda por cima é primo do Met- Novamente, Timmy foi calado pelas mãos do Napstablook, e eu continuava curiosa, de quem o Blook era primo? Por que ele queria esconder isso da gente? - Tá bom, tá bom, já entendi, você não quer que eu diga para elas de quem você é primo! Por que?

— E-eu não gosto que digam...

— Tudo bem, Blook, nós entendemos - Geumy disse segurando a mão do DJ, eu e Timmy nos entreolhamos e fizemos o que todos os amigos de verdade fazem.

— Hmmm, tô sabeeendo!

— O-o quê? N-não é nada disso! - Pela primeira vez, vimos a garota dos cabelos negros corada. Ela dificilmente se envergonhava, era muito extrovertida e feliz, diferente de mim. Bom, eu sou extrovertida, mas como podemos dizer sobre a Geumy? Ela era muito mais alegre e energética.

— Olha o professor! - Alguém da sala gritou e todo mundo ficou quieto na carteira, o professor entrou na sala e todos demos bom dia, como se a alguns segundos atrás não estivéssemos fazendo a terceira guerra mundial na classe.

A aula terminou e todo mundo correu e quase se mataram pra ver quem saia primeiro. Eu e meus amigos continuamos sentados até todo mundo sair. Monster Kid lembrou novamente o Blook de mandar as músicas pra gente, ele concordou e saímos da sala. Ficamos juntos até chegarmos no portão. Quando chegamos lá, Muffet já estava esperando sua irmã, que ao se verem, deram um abraço e logo entraram no carro de um homem ruivo, não sei quem era, dei de ombros. Monster Kid e Napstablook foram embora juntos novamente. Eu fiquei esperando Toriel.

Tomei um susto com duas mãos cobrindo meus olhos, fiquei quieta esperando ouvir o "Adivinha quem é", mas eu não escutei isso:

— Toc Toc. - Só tinha duas pessoas que gostavam dessas piadas, uma delas era minha mãe, mas a voz definitivamente não era da Toriel.

— Quem é?

— Pensei que já tivesse adivinhado - Ele respondeu, eu ri e depois tirei suas mãos e me virei para ver seu rosto.

— Pensei que já tivesse adivinhado quem? - Respondi e nós dois caímos na risada. Eu tive que falar aquilo, ele me fez no mínimo umas cinco piadas de toc toc ontem, eu respondo quase automaticamente o "Tal pessoa quem?". Paramos de rir e ficamos encarando um ao outro. Tomei um susto quando o Papyrus chegou:

— OLÁ PRA VOCÊS DOIS! HUMANA, POR QUE ESTÁ SEGURANDO A MÃO DO MEU IRMÃO? - Eu estava segurando a mão do Sans faz alguns segundos, foi quando eu tirei as suas mãos do meu rosto e continuei segurando elas sem saber. Soltei assim que o Papyrus chegou e fiquei corada.

— P-por nada. V-você está vendo coisas, Papyrus - Respondi.

— Onde você estava, maninho? - Sans perguntou.

— EU ESTAVA CONVERSANDO PELO CELULAR COM A UNDYNE - Papyrus disse como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

— Espera aí, pô parar - Falei - Você conhece a Undyne como amiga mesmo? Número de celular? Tudo isso mesmo?

— SIM HUMANA, EU TE DISSE ONTEM QUE A PRÓPRIA UNDYNE ME DISSE PRA DESISTIR DA IDEIA DE ENTRAR PRA POLÍCIA.

— Eu pensei que vocês eram só conhecidos. Bom, sobre o que estavam conversando?

— ELA ESTÁ PENSANDO EM FAZER UMA SESSÃO DE ANIMES ESSA SEXTA NA CASA DA ALPHYS, E RESOLVEU CHAMAR EU E O SANS. TAMBÉM CHAMOU O PRIMO DA ALPHYS - Papyrus, nesse momento parece que teve uma ideia, pois seu olhar se iluminou - FRISK, VOCÊ QUER IR COM A GENTE?

— O QUÊ? Eu? Papyrus, eu não conheço eles!

— Pirralha, sem problemas, eles são legais, vão ficar de boas se você for com a gente. Acho que até vai conseguir uma amizade fácil com eles. E por favor, você já deve ter ouvido falar de algum deles, principalmente do primo da Alphys!

— MAS TAMBÉM, QUEM NÃO CONHECE O PRIMO DA ALPHYS?

Fiquei sem entender e ainda mais curiosa, agora todo mundo tem um primo que ninguém quer que descubra. Suspirei e vi minha mãe se aproximando, acenei pra ela e depois ela já estava ao meu lado:

— Desculpa a demora, meu amor. Olá, vocês devem ser Papyrus e Sans, certo?

— CERTO! VOCÊ DEVE SER A MÃE DE FRISK! ELA FALA MUITO BEM DE VOCÊ, ELA DISSE QUE VOCÊ FAZ A MELHOR TORTA DO MUNDO!

— Oh, também não é pra tanto, mas se quiserem ir qualquer dia na nossa casa para experimentar, vocês serão muito bem-vindos - Toriel disse e depois eles deram um sorriso, acho que aceitando o convite.

— Ah, sra. Dremmur - Sans foi interrompido pela minha mãe para chamá-la apenas de Toriel - Okay, Toriel, eu e o meu irmão queremos levar Frisk para a casa de uma amiga nossa para fazermos uma sessão de animes.

— Bom, por mim tudo bem, quando vai ser? - Aquilo me surpreendeu, nunca vi minha mãe me deixando sair pra algum lugar, na verdade, eu nunca pedi.

— NESSA SEXTA FEIRA. EU, O GRANDE PAPYRUS, CUIDAREI MUITO BEM DA PEQUENA FRISK, ELA CHEGARÁ EM CASA SÃ E SALVA!

— Assim, acho que posso ficar mais calma. Bom, aqui eu me despeço de vocês, vamos Frisk? - Peguei a mão da minha mãe e me despedi deles. Agora, me lembrei de uma coisa. Eu não perguntei para o Sans o por que  dele nunca ter ficado com mais nenhuma garota. Acho que vou poder perguntar amanhã, se eu não esquecer de novo. Agora, mais uma pergunta.

Quem diachos é primo do Napstablook e o primo da Alphys?

É um mistério total. Toda vez que o Monster tenta falar, é interrompido pelo Blook, e dessa vez, nenhum dos irmãos me diz quem é o primo da Alphys. Só tenho uma pista de quem é o primo do Blook, começa com Met... Definitivamente, não lembro de ninguém que possa ter esse nome. O primo da Alphys, pelo jeito, não tem ninguém que não conheça. Eu! Prazer, eu não conheço! Resolvi deixar pra lá e quando percebi, eu já estava na porta de casa.

Entrei e fui direto para o meu quarto. Troquei de roupa rapidamente, e para ser mais rápida, peguei logo meu uniforme da academia de dança, deixei em cima da cama. Peguei meus livros e fui pra sala fazer as tarefas. Algumas coisa eu não entendi, quem mandou não prestar atenção? Por sorte, minha mãe tinha muitos livros, alguns deles explicavam mais do quê os que eu tinha que levar para a escola. Consegui terminar a tarefa com respostas grandes. Isso sempre acontece. Olhei para o relógio e fui tomar banho.

Vesti o uniforme, que era uma roupa de bailarina na cor rosa, eu ainda não vesti o tutu, optei por vestir um short agora e vestir o tutu lá. Coloquei um tênis, eu também ia colocar a sapatilha lá. Saí do quarto e pedi pra minha mãe fazer um coque em mim. Meu cabelo é curto, mas ainda assim dá pra fazer um coque. Toriel deixou minha franja ainda caída no meu rosto e depois ajeitou para não ficar caindo no meu olho. Depois, foi me acompanhando até a academia. Cheguei lá e a professora logo veio pra me dar um abraço e me levando para dentro. Minha mãe ficou na sala de espera, ela preferia ficar lá até minha aula acabar.

Fui me trocar, tirei o short e coloquei o tutu e coloquei também a sapatilha de ponta. Era uma academia grande, tinham vários estilos de dança, eu optei por balé, mas também tinham Hip-Hop, break dance, jazz, sapateado, valsa, tango. Muitas opções! Eu era uma das melhores alunas, depois da Jasmine, uma garota pálida com cabelos negros, sempre presos num coque, parece que sua alma nasceu para o balé.

A professora nos alertou sobre a apresentação que ia ter antes das férias de julho. Todas nós ficamos animadas e batemos palmas. Era uma apresentação do lago dos cisnes, tinha todo o ano, sempre com uma turma diferente, por sorte, pegaram a nossa. Jasmine obviamente pegou o cisne negro, por ser a melhor bailarina. Eu não me importava qual cisne eu ia ser, podia ser até o colorido! Mas eu adorava dançar, e era isso o que importava. A professora começou explicando sobre a apresentação, e disse que todas as outras salas e estilos de dança também iriam apresentar, e iam ter algumas apresentações em duplas, para todas as outras salas experimentarem outro estilo de dança:

— Na quinta eu digo com quem cada uma ficou, certo? Agora, nós vamos começar a alongar, vamos, todas para a barra - E assim começou a aula.

Devo admitir que eu fiquei encantada com os passos que Jasmine ia fazer, me dava vontade de ser o cisne negro, mas eu não ia reclamar, os meus passos também eram bons, além de serem idênticos a das outras alunas. A aula terminou e fui trocar de roupa, sai da sala e fui de encontro com minha mãe. Saímos da academia e pude ver pela janela um cabelo branco. Sans?

Quantas coisas eu não sabia dele? Bom, eu não posso reclamar, conheci ele ontem! Não era surpresa eu não saber boa da vida dele. Mas as vezes, ele era tão misterioso, tudo o que sai de sua boca é trocadilhos ou piadas ruins. Eu sou uma pessoa curiosa, esse sempre foi o meu problema, e agora eu conheço o Sans! Eu vou morrer de tanta curiosidade sobre a vida dele! O Papyrus não é problema, ele adora conversar, mas o seu irmão... Fui acordada dos pensamentos pela minha mãe perguntando se eu estava bem, pois eu ficava bufando e olhando para o nada. Eu respondi que eu estava ótima e continuamos o caminho para casa.

Eram quase cinco e meia, às seis horas começava o programa de TV que eu e minha mãe adorávamos. Até lá, ficamos lendo algum livro. Eu continuei a ler o que eu comecei ontem, eu estava totalmente viciada nele, mesmo que eu fique viciada em qualquer livro. Deu tempo deu ler apenas um capítulo. Ligamos a TV e acompanhamos a abertura do MTT News.

Mettaton é praticamente a estrela da cidade Ebott, não tem uma só pessoa que não conheça ele, e vamos combinar, ele é incrível. Apresenta o canal de notícias, participa de um programa culinário, apresenta um Quiz Show, e ainda é ator. Ainda dá tempo dele ser modelo e personal stylist. Eu adoraria conhecê-lo de verdade, mas acho que isso vai ser meio complicado, e eu também não conheço ninguém que já tenha visto ele pessoalmente.

O MTT News terminou umas oito horas. Acho estranho como ele transforma uma bola de basquete em uma notícia bombástica, mas vamos aceitar isso! Nos sentamos na mesa de jantar para a última refeição do dia e ficamos conversando e lembrando das coisas que o ídolo da cidade já fez:

— Lembra quando o bolo ficou doce demais e ele fez uma pose bem dramática? - Minha mãe lembrou e eu ri.

— Eu adorei aquele musical que ele vestiu um vestido, foi incrível, e a música ficou na minha cabeça durante uma semana! - Toriel lembrou e sorriu, não foi totalmente engraçado aquele dia. Mettaton quis mostrar que nenhuma pessoa precisa ter medo de mostrar quem realmente é, e resolveu usar um vestido. Foi um dos melhores programas dele, ultrapassou a média de telespectadores.

Lavei a louça e fui para o meu quarto, sem antes dizer boa noite para minha mãe. Coloquei um pijama e me cobri com o meu cobertor. Aos poucos, o sono foi chegando até eu finalmente adormecer.