You Changed My life escrita por Valy Redfield Grayson


Capítulo 17
A garota daquela vez


Notas iniciais do capítulo

Ohayo pessoal
demorei mas voltei ^^
estou meio ocupada com trabalhos escolares, cursos, semana de provas e outras fanfics. Mas em fim, prometo que o proximo capitulo não demorará.
Em compensação pelo atraso, esse capitulo ficou enorme mesmo, ele não é tão importante assim para a história mas explicará muitos fatos ocorridos com a Ultear pois é um Flash black.
Como não consegui terminar todo esse capitulo, o final dele estará no proximo ok !

Espero que gostem ^^



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POV.GRAY

 

 

Quando adentrei aquela sala, mal pude acreditar e por vários segundos duvidei de meus próprios olhos. 

 

"Aquela garota, era igual a Ultear"

 

Desviei meu olhar e pisquei múltiplas vezes, a mulher olhava surpresa e receiosa para mim o que só me levou a desconfiar ainda mais. Mas logo se recompôs lançando nos um sorriso meigo.

 

— Ah olá Juvia, que bom lhe ver aqui novamente _ a mulher disse apertando a mão de Juvia.

 

— Sim, já me decidi, ah e o trouxe também _ me puxou pelo braço me colocando frente a frente com a morena.

 

— É o que ?  _ arquiei a sobrancelha. 

 

— Gray-sama, está é a Yumik-sensei, é a nova professora de lutas da Fairy Tail  _  olhei para a mulher e meio isitante a comprimentei.

 

— Oh é um prazer conhecê-lo senhor Fullbuster...

 

— Como sabe meu sobrenome _ perguntei sério.

 

—  A-ah...Juvia-san fala muito sobre você _  olhei para a azulada que corou de vergonha _  ela se dedicou muito a escolher um clube que o senhor se interessasse. 

 

— Bem Gray-sama, Juvia já se inscreveu para o clube de lutas, achei uma boa opção para o Gray-sama também, mas se não quiser, não precisa....

 

— Não, acho ótimo mas me surpreende que você queira aprender lutas _  perguntei surpreso sem deixar um sorriso de canto ao vê-la embaraçada.

 

— A-a-ah...é...é que _  a azulada enrolava a barra da saia nervosa. 

 

— Bom, na minha opinião é essencial que uma garota saiba como se defender, além disso a arte marcial e o caratê não são apenas lutas agressivas mas sim um aprendizado de equilíbrio para o lutador _ a tal da Yumik se pronunciou antes mesmo.

 

—  É-E isso aí Gray-sama

 

— Então, vai querer se inscrever para o clube ? _ apenas acenei que sim com a cabeça _ ótimo, sabia que iria aceitar. Bem a partir da semana que vem começa, qualquer duvida falar comigo ok.

 

— Que maravilha, Gray-sama e Juvia estão no mesmo clube !!!  _  disse dando pulinhos _ Que legal, aposto que a Yumik-sensei será uma ótima professora, ah Gray-sama, sabia que a Meredy é sobrinha dela ?

 

— Sério, isso é bem interessante mais agora eu preciso ir, tenho que resolver umas coisas _  disse já meio que saindo de relance e indo em direção a porta. 

 

— Tudo bem Gray-sama, nos vemos mais tarde .

 

Não fiz menção de olhar para trás pois não queria ter que olhar aquele rosto tão familiar. 

 

 

 _____________________

 

 

Assim que sai da sala, andei os enormes corredores vazios naquele horário, minha mente estava muito longe daquele lugar e por alguns minutos mergulhei nos meus próprios pensamentos que me levaram até o passado. Fui até o ginásio da escola que era o único lugar que o silêncio reinava naquele horário. 

Sentei-me nas escadas e comecei a olhar o imenso céu com poucas nuvens e algumas tinha formas abstratas mas uma em particular me interessou. A forma de um arco.

 

 

 

 

FLASH BLACK ON

 

" 8 anos atrás "

 

 

— Gray, quero que conheça alguém. 

 

Olhei para a mestra Ur como se procurasse a verdade em seus olhos, fiquei decepcionado ao ouvir aquilo.

 

— Você não me contou que tinha uma filha de sangue.

 

Eu estava morando em magnólia com a mestra Ur a um mês. Sim, eu chamava ela de mestra pois ela resolveu me ensinar algumas coisas essenciais e básicas para que eu pudesse entrar para a academia Fairy Tail, a mesma que Lyon frequentava, mesmo contra minha vontade, ela queria que eu voltasse a estudar. 

Ainda não me sentia bem de estar ali, me sentia um intruso que chegou sem licença em uma família, mesmo que aquela não fosse uma família, literalmente. 

Sentia-me sem um lugar no mundo, mesmo que estivesse me recuperando da morte de meus pais, achava que nunca mais me encaixaria em qualquer lugar que fosse.

Ur havia me contado que tinha uma filha de sangue que morava a algum tempo com a Avó, e que estava para chegar de viagem. Isso só foi me contando um dia antes de ela chegar.

 

O problema não era ela ter uma filha. O problema era o que iria acontecer quando ela chegasse. Ela era a filha legítima que estava voltando, e teria os privilégios como qualquer filha teria da mãe, teria os bônus, os créditos enquanto eu me sentia em um jogo que já havia terminado. 

Se ela tinha uma filha, porque eu e Lyon estávamos ali, isso só enquanto a filha dela não voltava ? 

 

— O que ela vai fazer com agente ? _  perguntei ao albino que estava sentado ao meu lado no aeroporto esperando a tal filha que chegaria de Londres. 

 

Lyon diferente do que eu pensava não se incomodou com minha presença naquela casa, ficou indiferente quanto a isso, acho que ele já sabia os fetiches que a mestra Ur tinha.

Ele não chegava a me tratar como um amigo, só como se eu fosse o menino novo da casa e como a mestra Ur havia dito, merecia ser tratado com tal atenção até que me adaptasse ao novo ambiente.

 Acho que Lyon pegou bem essa parte, principalmente porque ele adorava competir e desafiar quem quer que fosse, e acho que eu servi muito bem para isso, não que fosse ruim, eu adorava ver a cara de tacho do albino quando ele era derrotado. Quando Lyon não estava se preocupando em ser chato, até que ele era legal. 

 

— A mestra Ur ? _ em fim respondeu _  uai, nada, o que você queria que ela fizesse. 

 

— Sei lá, vai que ela prefere ficar só com a filha, não estaríamos atrapalhando ? 

 

— Não sei, nunca me preocupei com isso _ colocou os braços atrás do pescoço despreocupado, ele realmente não se importava ?

 

— Não se importa em ser a segunda opção ? _ ele me olhou como se eu tivesse dito algo idiota, isso me irritou, esse garoto é sonso ou o que !

 

— Cara você é doido ! se fosse para ser segunda opção que seja você que chegou por último aqui _  disse cutucando o dedo em meu peito, aquilo me deixou mais deslocado do que eu já estava.

 

— Pelo menos essa tal Ultear, como ela é ? _ perguntei já desistindo.

 

— Hmm, não a conheço tanto assim mas pelo pouco tempo que ela já ficou aqui afirmo, apesar de ser uma total mimadinha sabe ser legal quando quer e com quem quer.

 

— E ela não achou ruim a sua presença ? Será que ela vai gostar de mim ?  _  perguntei já preocupado, se a menina não for com a minha cara lascou. 

 

— Olha, ela não se incomodou não. Agora se ela vai gostar de você já é outra história, você é chato pra caramba.

 

Uma gota se formou em minha cabeça e quando ela chegou estávamos tão preocupados em trocar chutes e socos que nem a vimos chegar.

 

— Gray, Lyon venham aqui !

 

Mestra Ur nos chamou e formos de encontro a ela meio que desengonçados. Quando finalmente prestei atenção a minha frente, vi uma garota que segurava uma pequena mala. 

Ela era um pouco mais alta que nois dois, era a cópia da Ur, cabelos e olhos negros intensos e pele pálida e delicada.

 

— Lyon !!!!!

 

Ela gritou correndo até Lyon que a abraçou e a girou no ar, é...pelo menos eles parecem se darem bem.

Fiquei parado no mesmo lugar com as mãos no bolso enquanto Lyon, Ur e ela conversavam, até que a garota vira a cabeça e me percebe ali ( já era hora ! )  me olha confusa e puxa a manga da mãe perguntando algo.

 

Elas vieram caminhando até ficarem de frente comigo então mestra Ur sorridente me apresenta.

 

— Gray, essa é Ultear, minha filha. Ultear, esse é Gray, o mais novo integrante da família. 

 

Tento dar um sorriso mas ele meio que não saiu. Ultear me analisa dos pés a cabeça até me mandar um olhar de desgosto. Isso foi o suficiente para eu querer virar o supermen e sair voando dali.

 

— Integrante ! Família ? do que está falando mamãe, quem é ele _ ela parece não ter se conformado da resposta. 

 

— Já lhe disse filha, esse é Gray, ele vai morar conosco, viverá com nois, ele agora é da família. 

 

— Só se for da sua família que você resolveu formar sem mim, porque da minha....nunca vai ser.

 

Ela saiu em grandes passos largos ignorando mestra Ur que foi atrás dela enquanto eu fiquei me amaldiçoado por não ter sumido dali antes.

 

— Xiiiiii, deve ser cançaso da viagem, depois isso passa !  _  Lyon tentou me animar mas isso não adiantou muito.

 

 

 

—____________________

 

 

Ultear era o tipo de garota exemplar. Elegante, inteligente e fina. Ouvi dizer que ela nunca havia conhecido o pai, ele abandonou a Ur assim que soube que teria uma filha, mas isso não incomodava a garota, parece que a mãe fazia os dois papéis muito bem.

Ultear podia ser tudo aos olhos dos outros, mas aos meus olhos faltava uma coisa nela. Ultear não sabia o que era ser gentil, não sabia a humildade nem a simplicidade, diferente da mãe. 

 

Ela soube da minha história também pois a mestra Ur lhe contou, demorei lhe a contar sobre o incêndio mas além de Ur não confiaria em ninguém mais para contar.

Isso foi o suficiente para Ultear me humilhar pelo resto da vida.  Como eu tinha adivinhado, ela não foi nenhum pouco com a minha cara, não gostou da minha presença ali, não gostou do meu jeito e ainda mais não gostou de saber que eu iria estudar na Fairy tail, a mesma academia para onde ela iria. 

 

— Incrível que tenha saido ileso do incêndio Gray, muitas pessoas não saem totalmente inteiros de um  acidente como esse. 

O que é isso na sua testa...ops kkk.

 

Ela amava debochar de minha cara e de lembrar-me do incêndio, principalmente pela cicatriz que ficou em minha testa.

 

Sempre que íamos nos sentar a mesa para o jantar ela fazia o favor de retirar minha cadeira para me mostrar que não havia lugar para mim naquela casa.

 

Quando finalmente começamos a estudar na Fairy Tail pensei que ela fosse diferente comigo lá, mas pelo ao contrário.

 

Avistei a morena no pátio da escola na hora do recreio, ela estava conversando com suas amigas, não queria atrapalhar a conversa dos outros mais resolvi cumprimentar ela.

 

— Oi Ultear, que bom que te encontrei, não conheço quase ninguém aqui _  falei assim que cheguei perto da mesma mas me arrependi. 

 

As amigas dela me olharam como se eu fosse um ser que carregasse uma doença contagiosa. O olhar de Ultear demonstrava o puro ódio que sentia de mim por ter lhe dirigido a palavra.

 

—  Eka ! É um daqueles nerds da quarta série, Ultear você conhece ele ? 

 

—  C-Claro que não stella que pergunta é essa, venham, vamos sair de perto desse esquisitinho, pode ser contagiante.

 

Ela simplesmente fingia que não me conhecia, se eu me sentia ofendido com isso ? Não tanto quanto me sentia mau por ela.

Isso durou por algum tempo até a escola toda descobrisse que eu era o seu "irmão de consideração". Mais isso só aumentou os meus apelidos por ali, o mais novo ?

 O adotado.

 

— Vejam só kkk. É o adotado _  uma das garotas da classe de Ultear parou no centro do pátio apontado para o local onde eu estava _ O resto dos destroços que sobraram do incêndio. 

 

"Ótimo, agora até a escola toda vai saber do meu trauma"

 

— Oh Garoto!  bela cicatriz hehe _  dois garotos vieram em minha direção com isqueiros e tochas de papel _  quer ganhar algumas a mais.

 

— Será que ele ainda tem medo de fogo, vamos ver !!!

 

Meu coração parou naquela instante e comecei a tremer e a suar frio, tentei correr mais estava encurralado entre as paredes da escola.

Foi quando vi eles colocarem fogo nas tochas de papéis e virem com elas em meu rumo.

Meu corpo entrou em pânico e perdi as forças nas pernas, meus olhos transbordavam meu medo e a única coisa que pude fazer foi me encolher naquele local e começar a chorar.

Foi quando vi um borrão vermelho em minha frente passar para logo ver os dois garotos caídos no chão levando socos e chutes em todos os lugares dados pela Erza.

 

Erza...minha melhor amiga.

 

Natsu veio até mim e me ajudou a levantar e ir com ele até o meio do pátio. Assim que Erza terminou de bater nos garotos, olhou para todos naquele local que assistiam e eu posso jurar que não existia nada mais frio que o olhar de Erza Scarlet.

 

— Ouçam todos _  a ruiva começou a falar _ todos vocês tem seus medos e fraquezas, então, não é justo que vocês se achem no direito de humilhar um colega por ele ter suas fraquezas. Vocês são os fracos aqui, fracos por deixarem um colega de escola ser tratado assim e ficarem somente olhando.

 

Erza olhou para mim com um sorriso gentil e confiante que me fez sentir o garoto mais sortudo no mundo por ter ela ao meu lado.

 

— Isso não é humilhante, pelo ao contrário, isso é lindo _  ela apontou para a cicatriz em minha testa _  isso, é a prova de sua vitória. Isso significa ser forte. Quem me dera ter uma marca dessas. E quem me dera ter uma história dessas.

 

Natsu se aproximou de nois e como o conheço, ele era o mais esquentado de todos.

 

— Vocês são desprezíveis. Não merecem andarem ao lado dele _  antes de Natsu se virar ele mandou um olhar ameaçador para todos _  Toquem no meu amigo novamente e irei acabar com a existência de cada um que for.

 

Os estudantes amedrontados com o que Natsu disse pensaram duas vezes antes de abrir a boca.

 O diretor Makarov assistia tudo em um canto do pátio com um olhar sério, pensei que ele iria dar-nos uma baita bronca ou até mesmo dá uma advertência para Erza que havia batido nos meninos. Mas não, pelo ao contrário. Sua feição seria se tornou divertida de uma hora para outra, estranhei aquilo.

 

— Hehe Nossa, os alunos da quarta série deram realmente um show. Como se sentem em saberem que alunos da quarta série fizeram o que nenhum de vocês fariam em simples palavras. 

 

Ao mesmo tempo que me sentia um inútil por não ter feito nada, me sentia feliz por saber que poderia contar com alguém, que sempre teria alguém para me defender. Lembrei que é ótimo ter amigos.

 

Naquele dia, Ultear me odiou ainda mais.

 

 

—___________________

 

 

Acordei ofegante no meio da madrugada, estava suando e meu coração parecia está saltando para fora de meu corpo.

 

— Gray !  _  mestra Ur apareceu na porta de meu quarto _ está tudo bem ? _ perguntou preocupada. 

 

— S-sim, está tudo bem... _ menti tentando me esconder entre as cobertas.

 

Ur suspirou vindo até minha cama e se sentando ao meu lado.

 

— Não minta Gray, não esconda seus próprios medos de você mesmo.

 

— Eu...tô tentando. Eu juro _  me sentia horrível por dentro, um verdadeiro fraco _  mas não consigo impedir que isso venha nos meus sonhos...me desculpe.

 

Fiquei calado com a cabeça baixa por instantes. Não sabia se aquele olhar de Ur era de pena ou indignação, mas me fazia sentir culpado de dar tanto trabalho a ela.

 

— Gray, não precisa se sentir culpado ou muito menos com medo. Nosso passado é o que defini nosso futuro, é normal que sentíssemos medo mas uma hora temos que superar nosso passado. Você sabe que não precisa me esconder isso.

 

— M-Me desculpe por ser fraco _  senti um bolo na minha garganta e meus olhos arderem _ queria ser que nem você, queria ter sua determinação mãe... 

 

Ao dar conta do que havia falado arregalei os olhos. Eu havia chamado-a de....mãe ?

Olhei hesitante para ela esperando receber uma bronca ou algo do tipo. Mas ela tinha um olhar acolhedor e amoroso para mim.

Meu coração se apertou e deixei que as lágrimas acumuladas fluíssem como um rio, era como se eu tivesse traído minha própria mãe chamando por outra assim. 

Ur me abraçou protetoramente e somente o que pude fazer foi aceitá-lo, no fundo me senti bem com isso.

 

— D-Desculpe...  _  disse com o rosto escondido em seu peito _  não está com raiva ?

 

Ela apenas negou com a cabeça me abraçando mais forte. Seus olhos estavam embaçados por lágrimas. 

 

— Meu menino... 

 

Não queria me afastar dela nunca mais. Mesmo que eu ame muito a minha verdadeira família, acho que eles iriam gostar de me ver seguir em frente e formar minha própria família. 

 

 

No dia seguinte com um olhar mais confiante segui para a escola sentindo-me como um menino normal, me sentia como era antes, tinha mais vontade de viver, queria ter uma família novamente, mas essa alegria acabou no mesmo instante em que Ultear apareceu em minha frente me empurrando fortemente contra um muro.

 

— Aiii...ficou louca !!! _ quando olhei para ela, possuía um olhar obscuro de ódio que me fez tremer.

 

— MALDITO ! PORQUE...PORQUE VOCÊ CHAMOU ELA DE MÃE ONTEM !!!!  _  me surpreendi com aquilo.

 

— O que ?

 

— Eu vi tudo ontem, você não tem o direito de chamá-la de mãe, sua mãe morreu assim como você também deveria estar !!! _  minha paciência se esgotou e empurrei a para longe de mim.

 

— JÁ CHEGA ULTEAR ! Não sou obrigado a ficar ouvindo suas ofensas !!! Eu chamei ela de mãe sim, eu nem tinha percebido, mas isso não quer dizer que tire o direito dela continuar sendo sua mãe. Eu respeito muito a Ur, mas você não pode me afastar dela só por um ciúme bobo.

 

Encarei a com raiva, suportei tudo que tinha que suporta de Ultear, estava de saco cheio e suas ameaças e ofensas não mais me intimidaria.

 

— Você vai se arrepender Gray. Vai me pagar caro !!! _  dito a ameaça saiu em passos pesados me deixando irritado. Quando ela pretendia parar aquilo ?

 

Passou-se duas semanas e Ultear mantinha sua naturalidade perto de nois, achei até estranho e fiquei em alerta a qualquer coisa. 

Lyon ficou estranho alguns dias, achei até que era coisa da Ultear, mas não. 

Descobri que ele queria achar sua verdadeira família.  Lyon foi abandonado em uma estação de trem aos 4 anos, Ur foi quem o ajudou por isso Lyon havia se apegado muito a ela, mesmo assim achei estranho ele querer descobrir o que aconteceu com sua verdadeira família.  Mas resolvi não me meter pois era uma escolha dele, resolvi deixar o assunto já que ele mesmo não queria que Ur soubesse. 

 

 

Um final de semana vi uma coisa que jamais pensei que veria.  Quando estava indo a caminho da casa de Natsu avistei alguém familiar de longe perto de um muro da delegacia.

Fui caminhando de vagar para perto da delegacia onde a pessoa estava. Ela estava de costas por isso não me viu chegando. Assim que me aproximei reconheci de imediato.

Ultear estava usando uma calça jeans apertada e um blusão de capuz totalmente diferente do que costumava a usar. Em sua mão ela segurava uma lata de spray e não precisei raciocinar muito para saber o que ela estava fazendo ali.

 

— O que você tá fazendo,  ficou louca !  _  pergunto entrando em sua frente.

 

— Gray ?  o que tá fazendo aqui _  perguntou surpresa.

 

— Eu é quem pergunto, o que tá fazendo aqui ainda mais com isso _ apontei para a lata _  você fumou ou o que ! Tá pixando o muro de uma delegacia !!!

 

— Se sabe pra que pergunta !  _  voltou a pinxar o muro descaradamente e uma gota surgiu em minha cabeça. 

 

— Me da isso _  peguei a lata de sua mão mas a mesma não largava.

 

— Solta Gray ! o eu faço não é da sua conta.

 

— Solta você, e é da minha conta sim !  _  continuávamos naquela 

 guerra de puxar o recipiente.

 

— Ah é, e porque _  arqueou a sobrancelha soltando a lata.

 

— Porque você é como uma irmã mais velha. E devo te proteger  mesmo que não sejamos de verdade e nem que você aceite isso. Eu posso não ser seu irmão mas você sempre será para mim.

 

Eu sei, foi super gay isso, e eu sou um bobo, podia simplesmente deixá-la lá e ir embora, mas se algo acontecesse com ela me sentiria culpado. 

Ultear olhou para mim boquiaberta. Tentava dizer algo mas não saia . Então foi quando uma sirene do carro de polícia nos interrompeu.  Ultear olhou para trás assustada e em seguida veio até a mim me entregando a lata de spray e saindo correndo. 

 

— O QUE !!! ULTEAR _  gritei por ela.

 

— Eu que não vou me ferrar, problema é seu.

 

Eu congelei e fiquei parado feito um idiota. Burro Burro Burro ! Amaldiçoava a mim mesmo por me meter onde não devia. 

Quando em fim me mexi para tentar sair de lá, era tarde, as viaturas pararam me cercando por todos os lados e os policiais saíram dos carros.

 

— Parado garoto, se tentar correr a casa vai cair ainda mais pra você. 

 

Só tinha uma frase que me definia naquele momento.

" Estou na merda "

Fui levado para a delegacia onde ligaram para Ur e contaram tudo. É galera, com dez anos de idade eu fui parar na delegacia. O único que adorou essa historia foi Natsu como sempre.

Decepcionar Ur doeu muito em mim, e não poder contar a verdade para encobrir Ultear me fez ferver por dentro.  Ur acreditou em mim e disse que eu não tinha cara de quem faria isso, me lembro de sua frase até hoje.

 

" Sei que não foi você, você não seria tão burro de querer pixar o muro de uma delegacia, se quisesse pixar, faria isso até mesmo nas paredes do quarto de Lyon "

 

É....por um lado Ur tinha razão. Eu não seria tão idiota. Já Ultear só teria uma explicação para isso, sua intenção era ferrar comigo naquele dia.

Aquilo foi a gota da água, foda-se se ela é  uma menina, foda-se de quem ela era filha, eu não sou obrigado a aceitar isso de cabeça baixa.

 

Ultear estava lá com o sorriso sínico de sempre, olhava-me vitoriosa porque para ela se Ur soubesse de algum podre meu, eu iria ser menos querido por ela. Iria ter uma conversa com ela no dia seguinte, e não deria uma simples conversa, dessa vez não seria tão compreensivo e muito menos piedoso.

 

Quando saímos da escola me despedi de todos e comecei a procurar por Ultear pela escola inteira, mas nada, ela não estava ali, deve ter ido mais cedo, se não deve está em alguma loja por perto.

Segui o caminho que sempre fazia olhando atentamente para ver se não a via em algum lugar. Esqueci de dizer que naquela época havia ganhado um Skaite da dona Ur e feliz da vida sempre ia com ele para a escola. 

Quando estava prestes a virar o quarteirão ouvi certa discussão em um trecho da rua abaixo. Desci para ver o que acontecia foi aí que achei Ultear.  Ela estava com um garoto a qual discutia alguma coisa que não entendi. Não ia me meter na "conversinha" deles, Ultear já era bem grandinha para resolver seus problemas com os namoradinhos dela, apesar de só ter 12 anos na época. 

Mas quando ele começou a empurrá-la contra a parede e aperta seus braços não teve como eu ignorar. Fui correndo até lá e puxei o garoto pela camisa e o empurrei.

 

— Tira as mãos dela ! _  o garoto me olhou irado enquanto Ultear discutia o do porque de eu está ali, não dei importância. 

 

— Quem o pirralho tá achando que é !

 

— Toque nela novamente e vai saber quem eu sou !

 

Olhei friamente para o garoto que em questão de segundos veio para cima de mim querendo me socar. Desviei do soco indo por trás do garoto e pegando seu braço e o girando atirando ele direto na parede. Ele se levantou e correu em minha direção novamente tentando um chute lateral, mas me abaixei e lhe dei uma rasteira e ele caiu no chão batendo as costas.

Fui até ele e coloquei um pé sobre seu tronco e segurei o seu braço direito e comecei a puxa-lo e só parei até ouvir um estalo da deslocação. 

 

— É, as aulas da dona Ur serviram muito bem. Agora vaza ! 

 

O garoto se levantou segurando o braço e saiu correndo dali. Me virei para Ultear que estava assustada mas não baixei a guarda e devolvi um olhar sério e frio e comecei a ir em direção a ela que tentou recuar para trás, mas a prendi entre meus braços na parede.

 

— Temos uma conversa pendente !  _ disse sério. 

 

— Ficou louco pirralho, tá se achando !

 

— JÁ CHEGA !  Agora quem fala aqui sou eu ! _ alterei a voz o que fez se calar e tentar esconder o medo que sentia _

 Aquele dia, o que você fez foi pra ferrar comigo não é mesmo. Você me fez de trouxa o tempo todo, desde que eu te conheci tentou fazer da minha vida um inferno ! Eu só quero saber o porque, porque me odeia tanto Ultear, o que eu fiz para você garota. VAMOS ME RESPONDE ULTEAR !!!

 

Trinquei os dentes, o silêncio reinou por alguns momentos naquele local e uma aura nada boa emitia entre nois dois. O silencio foi quebrado pelo sorriso da morena que possuía a cabeça baixa e seus cabelos tapavam seus olhos.

 

— Você...você se sente o injustiçado da historia  não é mesmo ? Se sente o patinho feio _  sua voz soou melancólica _   Gray Fullbuster acha que é o injustiçado....quanto na verdade é o culpado. 

 

— De que Ultear ?  _  perguntei tentando manter a calma.

 

— Você surgiu do nada, igual ela, entrou em nossas vidas....igual ela, se tornou o querido rapidamente...igual ela. Daqui a pouco vai roubar o que sobrou de mim, vai acabar com a união. 

 

— De quem você está falando. Quem é ela ?

 

Ela levantou a cabeça com o olhar embaçado pelas lágrimas de rancor, angustia e ódio. 

— Da desgraçada que acabou com minha família. A desgraçada que fez a mamãe chorar. Ela...foi ela quem roubou o papai da gente. Por culpa dela mamãe teve que se virar e ir embora da cidade pra me criar sozinha, por culpa dela papai não quis saber de mim !

 

Olhei para Ultear, não com pena mas compreensão e preocupação. Preocupação de como ela se sentia.

 

— Você disse que não conhecia e não se importava com seu pai _ disse baixo e calmo.

 

— Mas ninguém perguntou se eu queria ter um pai não é  _  disse deixando as lágrimas descerem pelo rosto pálido _

Não se importaram em perguntar. Se ela não tivesse aparecido, meu pai ainda estaria aqui....ainda estaria. 

 

— Ultear...

 

—  Você vai fazer o mesmo que ela fez !  Vai levar a mamãe de mim como ela levou meu pai !!! Foi difícil já confiar no Lyon mas você...você é diferente. É especial para ela.

 

Isso era...não era ciúmes nem nada do tipo. Era uma mistura de revolta, medo e angustia que Ultear guardou para sí e agora ela estava liberando toda ela. 

 

— Ultear, eu sei que meu lugar não é nessa casa. Sei que não tenho o direito de lhe dizer isso mas... eu também sinto esse medo. Medo de perder o que nos sobrou. Tenho medo que você, Lyon e a mestra Ur se vão como meus pais foram também _   mantive a expressão calma e acolhedora mas foi inevitável a tristeza transparecer _

Mas lhe afirmo uma coisa Ultear. Eu não sou igual a ela.

 

Ultear me olhou por vários segundos com uma expressão indefinível mas o seu olhar era de indignação. 

 

—  Não diga o que você não é. Todos são iguais. Você não pode dizer que não gosta de receber essa atenção, que não gosta de saber que é especial. Eu sempre me esforcei para ser a menina correta, para merecer tal atenção. Sempre procurei não ficar sozinha, mas não importa o que eu faça, sempre vai ter uma energia negativa a minha volta que distanciam as pessoas de mim.

Você....você deveria ser o ridicularizado, você deveria ser o deixado de lado, você era pra ser o idiota adotado. Mas você é diferente,  nem precisou fazer nada, as pessoas gostam de você como é  você sempre teve amigos do seu lado, amigos de verdade, não aqueles que só se aproximam pela sua popularidade ou por sua condição, como aconteceu comigo.

Você  não precisou de popularidade nenhuma  para ser especial, sempre vai ter pessoas ao seu lado, diferente de mim.

Eu nunca vou conseguir ser que nem você, nunca vou ter essa confiança, eu sempre vou afastar as pessoas. Eu sou o erro.

 

Aquilo era uma situação um tanto complicada, constrangedora e nova para mim. 

Literalmente estava surpreso com o argumento que Ultear usou. O motivo disso tudo ali era eu ?  Fiquei parado ali tentando processar tudo o que Ultear disse enquanto a morena chorava compulsivamente sentada no chão.

Abaixei ao seu lado e dei o meu melhor sorriso gentil que pude fazendo ela levantar o rosto.

 

— Especial ?  eu ? hahaha, não sei aonde _ disse irônico _  uma garota que se esforçou e batalhou somente para ter o seu lugar no mundo, claro pode não ter sido do modo mais certo, mas ninguém nunca vai ser totalmente correto aos olhos de ninguém. Pra mim você vai sempre ser a pessoa mais especial aqui dentro, não importa quais atitudes.

 

— V-Você...só está dizendo isso, para não sentir nenhuma culpa sninff...eu te tratei mau e mesmo assim continua enchendo meu saco o tempo todo ! Você é teimoso, por isso Ur gosta de você... 

 

sorri pegando sua mão e a fazendo levantar.

 

— Vou sempre ser teimoso se tratando de você,  só estou fazendo o que os verdadeiros  amigos fazem, eles ajudam quando eles mais estão precisando _  Ultear arregalou os olhos ao mesmo tempo em que me encarava com duvida.

 

— A-amigo ? _  deu um sorriso sem humor _  para de ser mentiroso, ninguém seria amigo de uma pessoa depois dela humilhar ela várias vezes.

 

— Isso é decisão minha, isso é o que a sociedade diz e dane-se ela, sou eu quem estou dizendo porque pra mim não importa quantas coisas você fazer, você sempre vai ser como uma irmã, uma amiga especial e única aos meus olhos. 

Você não é o "erro" Ultear, você é  "única" e vai ser você quem vai ter suas certezas. Vamos olhe para cima, comece por fazer o seu próprio caminho, não tenha medo por que cada pessoa sempre vai ter o seu lugar no mundo. Assim como as estrelas !

 

Sorri dizendo assim como a mestra Ur ensinuava sobre as estrela. 

Me senti feliz por ter ajudado alguém enquanto Ultear se desmoronava de lágrimas em cima de mim quase me quase me sufocando. 

 

Hehe, como odiar uma pessoa assim né. 

 

 

 

TO BE CONTINUE......

 

 


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