Plane Crash escrita por VitóriaWolf, SparrowJackson


Capítulo 11
Bem-vinda


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora



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POV Alex 

Eu talvez seja uma pessoa super protetora. Mas só talvez. Eu não quero que ela perca o bebê, simples assim. Não é como se eu achasse que tudo é minha responsabilidade e eu tenho que ajudar todos. A vida não é assim, ninguém consegue ajudar todo mundo, uma hora alguém sempre se decepciona. Eu não sinto como se carregasse o peso do mundo em meus ombros, não me sinto como se estivesse carregando ela em meu ombro. Ames consegue muito bem se cuidar sozinha, até melhor do que eu. Mas eu sei o que é estar só, sei como é ter tanta coisa na cabeça que ás vezes, meu único desejo era não ter a capacidade do pensamento. Eu não me sinto responsável por ela e pela sua filha. Eu simplesmente quero ajudar. Assim como você quer sorvete, ou quer dormir depois de um dia cansativo, todo o meu corpo, todas as minhas forças dizem para ajuda-la.

Então quando ela me acordou gritando de dor eu surtei. A pior sensação do mundo é ver uma pessoa que você se importa sofrer e você não poder fazer nada. Eu ficava feliz em passar meu dias ao seu lado, ela me animava nos dias tristes e me motivava a continuar, mas mesmo assim, quando percebi o que estava acontecendo, xinguei todos os seres do planeta, principalmente eu por ter deixado esse avião cair. Se não fosse por mim, ela nunca teria pisado nessa ilha maldita, ela nunca teria descoberto estar grávida aqui e nunca estaria passando pela dor que sente agora. Ela estaria no melhor hospital da Itália com os melhores médicos. Mas só tem eu aqui. Um bobalhão assustado que não tem ideia do que fazer.

No começo eu achei que pessoalmente fosse uma crise hormonal. Ela tem tido muitas dessas nos últimos dias. Acho que isso significa que o bebê está chegando, porque sua barriga só sabe de crescer. Ela fica linda de qualquer jeito, mas que é estranho ver ela com essa barriga, é. Acho que nunca vi outra grávida na minha vida, não sabia que uma pessoa podia ficar gordinha assim em tão pouco tempo.

Quando eu disse que se saísse dessa ilha algum dia eu ensinaria todo o exército a realizar um parto, eu estava falando sério. Ela riu de mim e achou que eu estava brincando, mas eu não quero que ninguém tenha que passar pelo mesmo desespero que eu, e não quero que nenhuma outra garota tenha que saber que vai ter um bebê sem um médico ao lado. Primeira coisa que farei quando chegar na Rússia, depois de ensinar meus colegas, é garantir ótimas condições e a chance de ter o melhor tratamento para todas as grávidas. É de novas vidas que estamos falando!

Eu provavelmente não fui a melhor das ajudas. Provavelmente? Com certeza não fui a ajuda que precisava. Ela teve que me acalmar quando eu deveria estar fazendo ela se sentir melhor. Ela me disse o que fazer quando eu deveria já saber. Ela estava calma enquanto eu me desesperava. Ela é demais.

Sempre fui uma pessoa mais fechada, principalmente depois de Natasha. Eu demoro para me abrir para as pessoas. Não digo o que penso, muito menos meus sentimentos. Mas ao chegar nessa ilha, ao chegar América, eu me via cada vez mais com uma imensa vontade de conversar e contar todos os meus segredos e desejos mais profundos. Acho que ninguém me reconheceria hoje.

Quando suas crises começaram, eu me fechei novamente. Não porque estava bravo ou chateado, mas para o próprio bem das duas. Qualquer coisa que eu dissesse poderia virar algo mais e consequentemente ela começaria de novo. Não acredito que chorar desesperadamente seja bom para nenhuma das duas.

A cena não foi das mais bonitas. Eu já tinha me acalmado um pouco, mas ver um bebê saindo de dentro dela, não estava na minha lista de coisas para fazer antes de morrer. Depois que o choque passou e eu finalmente dei uma olhada na pequena criança que eu segurava em meus braços, eu entendi tudo. Entendi porque quero que esse bebê viva, porque quero ajuda-la desesperadamente. Tão simples e rapidamente, a ideia se planta em minha mente e não consigo esquece-la. Eu amo America Singer, como nunca achei que pudesse.

Todo o acontecimento agora parece um borrão de imagens e não consigo distinguir o real do imaginário. Eu estava tão nervoso que não me lembro de quase nada do que tenha acontecido durante as horas que se passaram. Eu só me lembro de acordar com um grito e de estar aqui agora, segurando a bebê enquanto Ames dorme. Eu só consigo acreditar por tudo estar dando certo, pelas duas estarem vivas e saudáveis.

Ela é tão linda que eu não consigo parar de encara-la. Ela não parou de chorar por bastante tempo. Estava cheia de sangue e não sei mais o que, então com todo o cuidado que eu poderia ter na minha vida inteira, a limpei e a enrolei em uma outra blusa minha. Não temos cobertores ou nada parecido, então minha camisa foi o melhor que consegui em pouco tempo. Assim que percebeu que não tinha razões aparentes para chora, ela dormiu. E não acordou até agora. Durante toda a confusão não consegui notar a cor de seus olhos e ela não abre os olhos para que eu veja.
           Eu nunca imaginei cair em uma ilha. Nunca imaginei cair em uma ilha com uma mulher grávida. Nunca imaginei cair em uma ilha com uma mulher grávida e ter que fazer o seu parto. Eu nunca imaginei cair em uma ilha com uma mulher grávida, ter que fazer seu parto e ainda ficar feliz depois. Eu não sou o pai, mas tenho certeza que meu sorriso é parecido como o de um. Fico feliz que enfim o maior problema já acabou, que tudo está certo, que temos vida nova e uma fagulha de esperança ainda viva. América ainda dome igual um anjo quando a menina enfim acorda. Azul. Seus olhos são do mais puro azul, assim como o da mãe.
       _Oi coisa linda- digo com uma voz fina- já passou o susto de nascer em uma ilha deserta sem nenhum médico?-seria muita idiotice acreditar que ela poderia me responder?- Porque eu não.- solto uma risadinha e a criança abre um sorriso. Ou pelo menos acha que isso é um sorriso. Sua boca é tão fofinha, sem nenhum dentinho. - Eu sou o Alex e você é a menininha mais linda que já conheci.- digo e ela solta uma risadinha, ou um barulho estranho que não é uma risada. Prefiro levar pro lado bom.

Ela começa a se mexer em meus braços e eu me abaixo para ver o que está acontecendo. Sabem o que dizem sobre o toque de um anjo? Foi assim que me senti quando ela encostou  em minha bochecha com seus pequenos dedinhos. Seu toque é como a brisa mais suave, mais doce que posso sentir. Seu olho brilha intenso e sinto um calafrio na espinha. Ela é um anjo.
          _Anastacia.- eu sussurro para mim mesmo.- Bem-vinda minha menina.


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Notas finais do capítulo

Até mais



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